História Flowers and Drawings for her - (Camren) - Mais envolvidos ...

Narradora Pov. :

-Amor, chegamos! -Disse Allyson, assim que entrou em sua casa, acompanhada de sua funcionária.

-Estou no escritório! -Gritou o rapaz.

As duas mulheres seguiram para parte de trás da enorme casa. Assim que chegaram no escritório do loiro, se assustaram com a quantidade de fotos de Camila, Lauren, Sofia, do casal Norminah e de Mike, que estavam espalhadas pela parede.

-Nossa ... Tivemos um avanço! -Disse a mais alta.

-Sim ... Consegui mais informações, e acredito que tudo vai dar certo. -Concluiu convencido, enquanto escrevia algo no enorme quadro que havia ali.

-Temos quanto tempo até o julgamento ? -Ally questionou analisando alguns papéis sobre a mesa.

-4 dias, vou observar durante todo esse tempo. -Escreveu o nome de Camila no quadro.

-Certo, então, continuaremos com o plano original ? -A garota perguntou um tanto nervosa.

-Sim, mas é claro! -Troy confirma decidido. -Não vai ser tão difícil acabar com tudo isso! -Riu sarcástico.

-Camila terá o que realmente merece! -Ally sorriu cúmplice aos dois daquele escritório.

Enquanto isso, Camila estava em seu quarto, procurando com ajuda de sua namorada, algumas lanternas e pilhas.

-Onde normalmente guardam isso ? -Lauren questionou olhando de baixo da cama, avistando uma caixa amarela, á retirou de lá, apoiando sobre a cama.

-Normalmente no próprio porão, nunca entendi o porquê. -Camila disse nas pontas dos pés, observando atentamente as prateleiras de cima de seu guarda-roupas.

-Camz ... O que é isso ? -Perguntou com alguns papéis em mãos. Camila arregalou os olhos quando viu, praticamente correndo até Lauren e lhe arrancando os papeis, os guardando novamente na caixa, a pegando em seguida.

-Nada demais. -Colocou a caixa em baixo da cama novamente. -Melhor usarmos os celulares mesmo, lá achamos alguma.

-Nada mesmo ? Então por quê quase me bateu ? -Lauren questionou erguendo uma sobrancelha. Camila suspirou.

-Lo ...

-Camila, o que eram aqueles papéis ? São sobre seu pai ?

-Ele NÃO É MEU PAI! NÃO É MEU PAI! -Gritou fazendo Lauren recuar um pouco. -Desculpa ... Eu ... -Se sentou na cama. -Não queria gritar, desculpa. Eu estou com a cabeça tão cheia, parece que vou explodir! Não quero descontar em você. -Escondeu o rosto com as mãos. A maior se aproximou, se ajoelhando a sua frente, tirando delicadamente suas mãos dalí.

-Está tudo bem ... Posso entender como está se sentindo. -Sorriu, tentando conforta-lá.

-Mas ninguém entende, não é ? -Respirou fundo. -Vamos, eu quero acabar logo com isso, por favor. -Lauren concordou e caminharam em silêncio até a porta que dava acesso ao porão.

-O que exatamente tem lá dentro ? -Lauren questionou ao ver Camila nervosa.

-Lembranças ... Muitas lembranças. -Entregou a chave para Lauren. -Olha ... Aconteceram muitas coisas na minha vida. Primeiro, o estupro, depois, eu quase me matei. -A de olhos claros sentiu seu peito apertar, só de imaginar Camila morta. -Então, Sofia nasceu, e ela me lembrava tanto, mas tanto o Alejandro, que até seus três anos, eu não tinha lhe dado uma chance. -Apontou a fechadura, Lauren entendeu como um sinal e abriu a porta, revelando um cômodo escuro. -Eu me lembro dela correndo atrás de mim pela casa, querendo minha atenção ... Me sinto tão culpada. -Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, que ela rapidamente limpou com as costas de sua mão.

-Camz ... Quer mesmo continuar ?

-Sim ... Eu quero. -Ligou a lanterna de seu celular, iluminando o chão a sua frente, observou os degrais de madeira e suspirou. -Tem um interruptor em algum lugar aqui, só não sei se está funcionando. -Tatou a parede, mas não o encontrou. -Hmm ... Pode ir na frente ? -Lauren concordou e com ajuda da lanterna de seu celular, foi descendo as escadas cuidadosamente, se certificando que Camila a estava seguindo.

Assim que os degrais acabaram, Lauren avistou uma lâmpada pendurada no teto, puxou uma corda que estava ao seu lado, e na terceira tentativa, a lâmpada iluminou parte do local.

-Vou abrir a janela, ok ? -Questionou avistando a janela de madeira, Camila se limitou a concordar. Com uma certa dificuldade, Lauren conseguiu abrir a janela, deixando o local mais claro.

Camila olhou em volta, e pequenos flashes de memórias a invadiram. Respirou fundo, sentia suas mãos tremerem.

-Lo ... Tem mais coisas que você tem que saber. -Disse caminhando lentamente, olhando em volta daquele local quase tomado por caixas de papelão. -Muitas pessoas que passaram pela minha vida, causaram um grande impacto. Seja ela bom, ou ruim. Mas causaram.

-Que pessoas ? -Camila achou uma caixa entre as demais, a colocou no centro do local e se sentou no chão, Lauren repetiu seus movimentos.

-Eu sei que para ganhar a guarda de Sofia, tenho que contar o máximo de fatos a vocês. Eu não gosto de falar sobre isso, mas agora, será preciso. Somente minha m ... Somente a Sinu sabe disso, Sofia sabe de algumas coisas, mas tudo superficial. -Abriu a caixa, retirando de lá, um papel que parecia um documento, leu rapidamente e entregou para Lauren.

-Que nomes são esses ? -Questionou a maior sem entender.

-Os polícias que me ajudaram. -Sorriu tristemente. -Os quatro primeiros, prenderam ele aqui em casa. Os próximos dois, me levaram a delegacia, tornando o caminho um pouco mais divertido ... Eles me compraram sorvete. -Sorriu ao se lembrar. -Os demais, me protegeram no tribunal. Mas tem um, que eu não me lembro muito bem o nome ou o rosto, mas ele foi o mais importante. -Disse enquanto batucava os dedos do lado da caixa.

-Capitão oceano ? -Lauren questionou ao ler o nome escrito com caneta colorida.

-Sim, eu escrevi isso a muito tempo. Ele foi o policial, no dia do tribunal, quando outras pessoas tentaram me machucar, ele me tirou de lá e cuidou de mim. Me fez um lanche, desenhou comigo, me deu uma flor, que eu guardo até hoje no meio de algum livro infantil. -Sorriu. -Ele me ajudava. Toda vez que eu ia lá, ele sempre me fazia rir, brincava comigo, deixava eu andar na viatura com ele, me distraia da realidade. Sabe ... Uma vez, eu até chamei ele de pai sem querer. Ele cuidava de mim como meu pai deveria ter cuidado. Como sua filha. Acho que eu o amava. -Lauren sorriu. -Ele estava no seu primeiro ano na polícia, tinha acabado de se formar ... Acho que tinha uns 20 anos, não sei.

-Por que o chamava de "Capitão oceano" ? -Perguntou curiosa.

-Não me lembro muito bem, mas acho que era por causa dos olhos dele, algo do tipo. -Suspirou. -Quando eu parei de ter que dar depoimentos, perdemos contato, e eu nunca mais soube dele. Ele foi um que me ajudou, muito. Ele me fez acreditar que ainda existiam pessoas boas no mundo.

-Me lembre de procurar ele e agradecer. -As duas sorriram. -O que mais ?

-Vou por ordem, mesmo o polícial ter vindo depois disso. -Pegou mais um papel na caixa. -Esse é o depoimento do Alejandro. Atrás, o da advogada dele. -Lauren virou o papel e se assustou quando leu.

-Dianna Hart ? Esse é o nome da mãe da ...

-Demi ... Sim, eu sei. -Lauren estava boquiaberta.

-Por isso ela implica tanto com você. -Apertou o papel com força. -Ela te considera culpada pela prisão da mãe dela.

-Sim. Eu e ela nos conhecemos no tribunal também. Não sabia que a Demi era filha dela, até viramos amigas por um tempo, mesmo eu estando em estado de choque, Demi, assim como o Capitão oceano, conseguiam me destrair. Meu apelido "Mila" veio dela. Quando contaram pra ela o motivo da mãe estar sendo presa, ví aquele olhar inocente se transformar em ódio contra mim. Até então, depois daquilo, nunca mais tive contato com ela ...

-Até o dia da festa. -Lauren concluiu.

-Exato. Ela me culpa por tudo isso ... Por exatamente tudo! Se você ler o que Alejandro disse, saberá o que ela me disse aquele dia. -Suspirou. Lauren leu o depoimento do homem, sentiu um misto de tristeza e ódio ao ler aquelas palavras tão estúpidas.

"Ela não disse não, então, ela quis"

Foram as últimas palavras do homem. Camila chorava baixinho, um choro de dor, Lauren se segurava para não fazer o mesmo. Se aproximou da namorada e a abraçou, a deixando chorar em seu ombro.

Enquanto isso, no hotel de luxo de Miami, Mike ainda trabalhava no caso de Camila.

-Se eu não arrumar mais provas, estaremos perdidos. -Murmurou irritado, amassando mais um papel com argumentos que certamente, não seriam aceitados pela justiça.

-Acho que está deixando o emocinal te levar. -Clara murmurou, enquanto trazia uma xícara de café para o marido, que sorriu em agradecimento.

-Querida, você leu o que aquele homem disse a justiça ? Não tem como não se abalar com isso! Ele culpou uma criança inocente! Ela só tinha 8 anos, Clara. 8 anos! Nessa idade, eu estava ensinando Lauren a desenhar, a andar de bicicleta ... A tocar piano. Estava lhe ensinando sobre o amor. -Suspirou.

-Nem todos tem a sorte de ter um pai como você. -Beijou a testa do homem. -Mas como estava dizendo, deixe o emocional de lado, você não tem nem parentesco com a menina.

-O que não significa que não vou me sentir mal ao ler calúnias sobre isso! Eu tenho coração Clara, por Deus! Além do mais, Camila é minha nora, minha filha a ama, então, para mim, ela faz sim, parte da minha família. -Clara revirou os olhos.

-Se você diz.

-Por que acha isso errado ? -Questionou Mike realmente interessado na resposta.

-Como assim ?

-A Lauren ser lésbica. Por que acha errado ?

-É pecado.

-Você não é religiosa, sabemos muito bem disso. -A loira suspirou.

-Mike ... Nós temos três filhos lindos. Inteligentes, bem sucedidos. Eu vi cada um crescer e decidir o que queria fazer ou não. Montei seus futuros, mesmo que só Chris tenha o seguido. Nos meus planos, não havia nenhum filho gay ... Me soa errado ... Não sei.

-Você não pode decidir o que eles sentem, sabe disso. Além do mais, o que tem em Lauren ser gay ? Ela sempre foi motivo de orgulho para nós. Nunca fez nada de ruim, seu coração é tão puro quanto a água, quem ela ama, não interfere em seu caráter. -Clara suspirou. -Ela sente sua falta ... Falta da mãe dela. Por que não dá uma chance ?

-Duvido que ela sinta minha falta. Toda vez que me aproximo, ela se afasta.

-Você se aproxima do jeito errado, pra começar.

-Então o que eu faço ?

-Primeiro, comece não atacando a namorada dela. Mostre que pelo menos a respeita, isso já é muito. Segundo, pare de tratar nossa filha como se ela fosse uma aberração! Faça isso, e eu tenho certeza que as coisas entre vocês irá se resolver. -Aconselhou calmamente.

-Prometo que irei tentar. -Deu um leve sorriso. -Vou te deixar trabalhar agora. -Saiu do escritório fechando a porta.