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História Flowers and Drawings for her - (Camren) - E se eu precisar pra sempre?


Escrita por: MemyDeGoma

Notas do Autor


Oies amores 😊
Desculpa pelo sumiço, estava com bloqueio criativo pra essa estória '-
Vou tentar não demorar tanto novamente :3


Boa leitura ❤

Capítulo 35 - E se eu precisar pra sempre?


Camila:


NúmeroDesconhecido: Saiba que vou fazer de tudo pra você não conseguir a guarda da sua querida irmãzinha. Até mais, Mila.

Li a mensagem em meu celular assim que Lauren saiu do quarto. Meu mundo parou. Sabia muito bem de quem era essa mensagem, e também sei que a pessoa é realmente capaz de me fazer perder no tribunal.

Desci as escadas pra procurar pela minha namorada. Após escutar sua conversa com Mani, volto correndo para o quarto, me trancando no banheiro.

Eu não posso perder minha irmã ... Eu não posso.

Meu corpo e minha mente não me obedeciam. Só tinha vontade de chorar. Os olhares de Dinah e Lauren sobre mim, estavam só piorando minha situação.

Assim que peguei no sono, com Lauren ao meu lado, tive um sonho um tanto confuso.

Lauren chorava olhando para uma mulher. E quando eu perguntava o que estava acontecendo, ela me entregava uma flor.

Acordo ouvindo sua voz rouca. Observo ela falar no celular, sentada na ponta da cama. Seu cabelo estava em um rabo de cavalo bem preso.

-Tudo bem, então está tudo certo papa, até amanhã. -Diz e desliga a ligação. Ela solta um longo suspiro, se vira pra mim, e morde o lábio. -Oi amor ... Está melhor ?

Concordo com a cabeça brevemente, ainda não conseguia falar, algo me impedia. Ela se aproxima mais, me olha e sorri, beijando meus lábios em seguida.

-Hoje já te falei o quanto te acho linda? -Sorrio de leve e nego com a cabeça. -Eu te acho a menina mais linda do mundo! A princesa mais perfeita de todas. A flor mais delicada e cheirosa de todo universo. A latina com o sorriso e os olhos mais lindos que já vi! Amo cada detalhe em você. -Sinto uma lágrima escorrer pela minha bochecha.

Meu coração saltava, um sorriso brotou em meus lábios, subo rapidamente em seu colo, enterrando minha cabeça em seu pescoço. Suas mãos me faziam carinhos, me fazendo sentir uma segurança fora do comum.

-Hey ... Já é bem tarde. Que tal a gente descer e comer alguma coisa?! -Sugere, a encaro negando com a cabeça. -Não precisa comer, só fica lá comigo, amo sua companhina. -Suspiro derrotada.

Ela ser tão linda assim, deveria ser pecado.

Descemos as escadas de mãos dadas. Logo avisto Normani no sofá, que assim que me vê, se levanta vindo até mim.

-Tá bem? -Pergunta fazendo um carinho em meu rosto. Nego com a cabeça. -O que houve? -Abaixo a cabeça. -Sabe que estarei aqui se precisar, não sabe ?! -Concordo com a cabeça, a abraçando em seguida.

-Hey babe, me faz companhia? -Lauren se aproxima me encarando, a sigo sentando em um dos bancos altos do balcão em seguida.

Lauren começa a colocar algum tipo de massa em seu prato, junto a algum molho de queijo. Se senta de frente pra mim. Eu brincava com sua mão sobre o balcão, enquanto ela me observava.

-Quer? -Nego com a cabeça. -Vamos fazer um trato ... Cada garfada que você comer, ganha um beijo meu, o que acha? -A encaro com um cara de "Sério?!" -E se não comer, fica sem beijo. -Abro minha boca em indignação.

-Isso não vale. -Falo sem reparar, ela sorri. -Oh. -Digo surpresa.

-Pelo menos você falou. -Leva minha mão até seus lábios, depositando um beijo nas costas da mesma.

-É ... Estranho. -Sinto Mani se aproximar.

-Conseguiu fazer ela falar? -Diz a morena surpresa

-E eu nem me esforcei. -Sorrimos. -Minha aposta é seria, Camz! -Faço biquinho. -Só um pouco. Suspiro derrotada.

[...]

-Mila? Podemos? -Dinah e Mani aparecem na sala após algum tempo. Eu e Lauren estávamos jogando palavras cruzadas, após nosso almoço.

-O que? -Pergunto sem entender.

-Precisamos conversar. -Diz a loira. Concordo com a cabeça e me levanto, deixando um beijo na bochecha de Lauren antes de segui-las até o escritório.

-Mila ... -Mani fala fechando a porta. -Precisamos saber o motivo, sabe disso, não é?

-Eu ... -Mordo meu lábio inferior. -Escutei sua conversa com a Lolo, fiquei com medo de perder a Sofi. -Confesso segurando as lágrimas.

-Chee, nós não vamos deixar você perder sua irmã, pode ter certeza disso. -Fala Dinah me abraçando.

-Eu tenho medo. -Falo contra seu corpo.

-Nós também. -Mani se junta a nós. As meninas me acalmaram um pouco, pois logo, eu teria que conversar com Sofia.


Claro que a menor teria que depor no julgamento, e pra isso, ela teria que entender todos os lados.

Iria explicar pra ela tudo o que poderia acontecer se ela me escolher, ou escolher a mãe, mas sem influenciar, apenas mostrando todos os pontos.

Decidi conversar a sós com ela, não queria pressão de nenhum lado.

Assim que saio do escritório, avisto Lauren e ela brincando no chão da sala. Minha namorada fazia cócegas em sua barriga, e a menor era só gargalhadas. Sorrio com a cena adorável.

-Para Lern ... Eu não aguanto mais. -Diz ofegante.

-Então se rende? -A menor concorda. -Então me dá um beijo aqui. -Coloca seu dedo indicador em sua bochecha, onde Sofi deposita um beijo estalado. -Agora sim!

-Eu amo você, Lern. -Fala abraçando a maior. Borboletas se agitaram em meu estômago, uma sensação boa tomou meu corpo.

-Eu também amo você, babe. -Beijou a testa dela.

Sinto a presença de mais alguém, olho para o lado e Dinah sorria com a cena. Pisco pra loira que entendeu meu recado.

-Jaregui, não quero atrapalhar a diversão de vocês, mas precisamos falar sobre nossa próxima reunião.

-Oh ... Tudo bem. -Olha pra mim e pra Sofi. -Agora?

-Agora. Estou no escritório. -Pisca pra morena que pareceu entender. Ela beija o topo da cabeça de Sofi e se aproxima de mim.

-Está tudo bem?

-Sim ... Eu só preciso falar com ela. -Dou um riso fraco.

-Se precisar de ajudar, estou no escritório. -Me dá um longo selinho, fazendo minhas borboletas se agitarem novamente.

-Ok. -Sorrimos. -Meu amor, precisamos conversar. -A menor vira a cabeça levemente pro lado.

-Eu fiz alguma coisa de errado? -Me aproximo dela, me sentando do chão, ficando de frente na posição de "índio".

-Não, apenas preciso falar umas coisas.

-Oh ... Pode falar. -Começa a brincar com seu elefante azul, que estava ao seu lado.

-Então. Como percebeu, a mamãe está um bom tempo fora, e não tem entrado em contato com a gente, certo?

-Certo. -Concorda ainda fazendo o elefante "andar".

-Bom, ela quer ir pra Cuba. Mas não pra passar férias, como vocês faziam, ela quer morar lá.

-Pra sempre?

-Pra sempre. E ... -Mordo meu lábio inferior. -Ela quer te levar. -Na mesma hora, ela para de brincar.

-Eu? E você? -Inclina um pouco a cabeça em questionamento.

-Eu não. No caso, eu continuaria em Miami, e ela em Cuba.

-Por que?

-Eu não quero ir, então vou ficar.

-Oh ... E se eu também não quiser ir?

-Ai você ia ficar longe da mamãe por um bom tempo. -Ela me pareceu pensar um pouco.

-Mas se eu for, não vou poder cuidar de você, certo? -Sinto um nó se formar em minha garganta.

-Certo.

-E eu ia ficar longe da tia Dinah? Da tia Mani e da Lern? Da Regina?

-Sim, de todas. -Seu rosto ficou em uma expressão triste.

-E eu tenho que escolher? -Senti vontade de chorar. Não era certo ela tão pequena, ter que tomar uma decisão tão grande.

-Sim. Olha, a mamãe quer morar com você, mas eu e as meninas também. Logo, vamos ter que dar uma espécie de depoimento, e eu quero que só fale a verdade, ok? Como se sente, o que quer, somente a verdade, me entendeu?

-Entendi. Se eu ficar com a mamãe, você não vai mais assistir desenho comigo? -Senti a primeira lágrima cair.

-Não ... Não vamos.

-Kaki, não chora. -Se aproximou sentando em meu colo me abraçando. -Eu não quero ir pra Cuba, mas também não quero ficar longe da mamãe. Eu to confusa. -Concluiu me encarando.

-Eu também, meu amor ... Estou tão confusa quanto você.

-Eu te amo Kaki, muito. -Beija a ponta do meu nariz.

-Eu amo você, com toda a minha vida. -Sorri.

Apesar de ser tão pequena e inocente, Sofia era inteligente o bastante para entender alguns fatos.

Ficamos mais um tempo ali, apenas brincando e conversando. Logo peço para ela ir tomar um banho, queria dar uma volta com ela. Segui até o escritório de Dinah, dou três batidas na porta, a abrindo em seguida.

-Oi ... Eu vou sair um pouco com a Sofi. -Falei assim que os olhares se direcionaram a mim.

-Como ela tá? -Jane pergunta.

-Confusa. Mas entendeu tudo.

-E você? -Diz Lauren se aproximando.

-Mesma resposta. -Sorrio fraco, ela beija minha testa. -Vou levar ela na sorveteria.

-Quer que nós vamos junto? -Mani pergunta.

-Não precisa. Quero ficar à sós com ela. Vamos ficar bem.

-Qualquer coisa você liga. -Lolo diz.

-Sim senhoras. Vou tomar banho, logo estamos indo. -Elas concordam e subo até o quarto de Lauren.

Tomo um banho rápido e visto uma roupa leve. Pego minha carteira e meu celular. Sofi já me esperava sentada no sofá, com seu elefante na mão. Avisei as meninas que já estavamos indo, e seguimos caminhando lentamente até o local.

[...]

-Eu quero um especial de morango com chocolate! -Sofi diz animada.

-Tudo bem. E eu, uma banana split. -Estávamos na fila da sorveteria. Assim que chegou nossa vez, fiz nossos devidos pedidos, e nos sentamos em uma mesa mais afastada.

-Kaki, se eu não quiser ir pra Cuba, eu ainda vou poder ligar pra mamãe? -Pergunta tímida, enquanto se lambuzava com seu sorvete.

-Vai sim ... Não vou te negar isso. -Ela sorri.

-Por que eu tenho que escolher?

-Eu e a mamãe pensamos diferente, cada uma quer uma coisa, então decidimos que vai ser assim, cada uma de um lado.

-Vocês brigaram? Eu lembro que você estava chorando, e ela gritou com você. -Inclina um pouco a cabeça pro lado.

-A gente meio que discutiu, mas não se preocupa, estamos nos acertando.

-Aah ... Por que isso precisa acontecer? -Sofi sempre foi uma criança muito curiosa e questionadora. Nunca me incomodei, até agora.

-Bom ... É complicado, papo de adulto.

-Quando eu crescer você vai me contar?

-Vou. -Sorri.

-Jura de dedinho? -Estende o dedinho pra mim, onde logo repito o mesmo movimento, os entrelaçando.

-Juro de dedinho.

-Então ... Você e a Lern seriam tipo minhas mães?

-Quase isso. Dinah e Mani também cuidariam de você.

-Talvez eu fique com muitas mães então. -Concluí me parecendo animada com a ideia. Olho para a porta de entrada, avistando a pessoa que eu menos queria ver no momento. -Kaki?!

-Oi, meu amor. -Volto a encarar a pequena a minha frente.

-O que foi?

-Nada. -Sorrio fraco. -Vai querer mais sorvete? -Pergunto após reparar seu recipiente vazio.

-Não, já estou bem cheia.

-Então vamos voltar? -Já que havia terminado o meu também, e já começava a me sentir desconfortável ali. A menor concorda. Seguimos até o caixa, e paguei nossos sorvetes. Assim que me virei, me deparo com aqueles olhos castanhos.

-Oi, Camila. -Diz sua voz suave.

-Oi. -Respondo simples.

-Já estava de saída?

-Sim.

-Veio sem a Lauren hoje?


-Resolvi sair só com a minha irmã. -Olho para Sofi, que encarava a morena a minha frente com uma sobrancelha erguida. -Temos que ir Selena, até mais.

-Até. -Sorri cínica. Saio da sorveteria, fazendo o caminho de volta até o prédio.

-Aquela menina é mesma que ...

-É, mas não pode contar isso pra ninguém. -A corto antes que ela pudesse continuar.

-Segredo?

-Segredo. -Ela sorri e concorda.

[...]

Assim que chegamos a frente do prédio, avisto Lauren sentada na calçada. Ela estava com seus fones de ouvido, e pareceu não perceber a minha presenças.

-Lolo? -Chamo mas ela não me escuta. Toco seu ombro, ela toma um susto, me olha e sorri, tirando os fones em seguida.

-Que susto, amor. -Sorrio.

-Desculpa, te chamei e não ouviu ... O que faz aqui?

-Precisava de ar. -Concordo com a cabeça. -Como foi na sorveteria? -Diz puxando Sofi pra lhe encher de beijos, fazendo a menor gargalhar.

-Foi legal! Eu tomei um de morango. -Fala animada.

-Hmm, ótima escolha. E aposto que sua irmã tomou algo com banana. -Me encara sorrindo.

-Sim, ela pediu uma banana split.

-Sabia. -Sorrio negando com a cabeça.

-Tudo bem, não tenho culpa se amo bananas. Vem Sofi, já está ficando tarde, melhor entrarmos.

-Ok.

-Não vem? -Pergunto olhando Lauren.

-Eu vou daqui a pouco. -A olho sem entender. -Ainda preciso de ar, me sinto presa lá dentro.

-Quer dar uma volta?

-Pode ser. -Responde se animando mais.

-Então vou levar Sofi, pegar umas coisas e te encontro no estacionamento. Hoje eu vou te levar pra um lugar legal.

-Hmm ... Gostei dessa ideia.

-Já volto. -Me abaixo lhe roubando um selinho e seguindo até o elevador.

Assim que entramos no apartamento, Sofi foi contar toda animada pras meninas sobre nosso pequeno passeio, nos fazendo sorrir.

-Eu vou sair com a Lolo. Me empresta o carro? -Perguntei pra Dinah.

-Voltou a dirigir?

-Mais ou menos, mas hoje eu vou. -Sorri.

-Todo seu. -Fala jogando a chave pra mim.

-Vou pegar umas coisas. -Falo subindo até o quarto de Lauren.

Pego um casaco pra cada uma, calço meu tênis, já que iria dirigir, e pego minha câmera fotográfica, que já não usava fazia uns bons meses.

Coloco tudo em minha mochila. Avisto o caderno e o pequeno estojo de Lauren sob a cama, achei uma boa levar. Os colequei mochila também, logo descendo as escadas.

-Vão aonde? -Questiona Mani.

-Ainda não sei bem. Vamos voltar tarde, beijos, amo vocês. -Digo jogando um beijo no ar e saindo do apartamento.

Quem me conhece faz tempo, e me visse agora, nem acreditaria que eu, Camila Cabello, estivesse tão feliz e a ponto de fazer minis loucuras pelo amor da sua vida.

Realmente, Laren me transformou em uma nova Camila. Uma Camila melhor. Claro que ainda sou eu, só que com algo a mais.

Sigo até o estacionamento, avistando minha namorada encostada em um dos carros de Dinah, enquanto lia algo em seu celular.

-Voltei! -Ela me olha e sorri. -Pronta? -Concorda com a cabeça.

-Vai dirigir? -Pergunta surpresa.

-Tá com medo, amor? Prometo não correr. -Pisco e entro no carro. Logo ela se coloca sentada ao meu lado. Afivelamos os cintos e logo dou partida no carro.

-Vamos aonde? -Pergunta ligando o rádio.

-Surpresa. -Sorrio.

-Namorada misteriosa a minha. -Diz rindo.

-Talvez. -Sorri negando com a cabeça.

Apesar de estar sorrindo, seu olhar estava longe, um tanto preocupado. Suas mãos inquietas já começavam a me dar agonia.

-O que houve, anjo? -A encaro rapidamente, logo voltando minha atenção para a estrada.

-Nada. -Fala dando um pequeno sorriso.

-Lo ...

-Eu amo essa música! -Diz aumentando o vomume do rádio.

"Sick of all these people talking, sick of all this noise
Tired of all these cameras flashing, sick of being poised
And now my neck is open wide
Begging for a fist around it
Already choking on my pride
So there's no use crying about it"

Ela cantava junto, notava uma certa dor em sua voz.

"I'm headed straight for the castle
They wanna make me their queen
And there's an old man sitting on the throne
That's saying that
I probably shouldn't be so mean
I'm headed straight for the castle
They've got this kingdom locked up
And there's an old man sitting on the throne
That's saying
I should probably keep my pretty mouth shut
Straight for the castle"

All of these minutes passing
Sick of feeling used
If you wanna break these walls down
You're gonna get bruised
And now my neck is open wide
Begging for a fist around it
Already choking on my pride
So there's no use crying about it

I'm headed straight for the castle
They wanna make me their queen
And there's an old man sitting on the throne
That's saying that
I probably shouldn't be so mean
I'm headed straight for the castle
They've got this kingdom locked up
And there's an old man sitting on the throne
That's saying
I should probably keep my pretty mouth shut

There's no use crying about it
There's no use crying about it
There's no use crying about it
There's no use crying about it

I'm headed straight for the castle
They wanna make me their queen
And there's an old man sitting on the throne
That's saying that
I probably shouldn't be so mean
I'm headed straight for the castle
They've got this kingdom locked up
And there's an old man sitting on the throne
That's saying
I should probably keep my pretty mouth shut

Straight for the castle
They wanna make me their queen
And there's an old man sitting on the throne
That's saying that
I probably shouldn't be so mean
I'm headed straight for the castle
They've got this kingdom locked up
And there's an old man sitting on the throne
That's saying
I should probably keep my pretty mouth shut
Straight for the castle"

Termina de cantar. Reparo que ela limpava os olhos com as costas das mãos.

-Lauren ...

-Camz ... Por favor, agora não. -Recosta a cabeça na janela. Meu peito se aperta. Procuro sua mão, assim que a encontro, entrelaço nossos dedos, sendo assim durante todo o percurso.

-Chegamos. -Falo estacionando o carro no estacionamento do local. Levo nossas mãos entrelaçadas até meus lábios, deixando um longo beijo na dela.

-Boliche? -Me encara sorrindo.

-Sim, acho que estou te devendo uma revanche. -Pisco. -Quer me contar o que está acontecendo?

-Pode ser depois? Agora tenho que ganhar de você. -Diz sorrindo com a língua entre os dentes.

-Hum ... Ok. -Detravo o carro, pegando nossos casacos que estavam no banco de trás.

Descemos do veículo e seguimos até dentro do boliche de mãos dadas. O lugar não estava tão cheio, apenas uns quatro grupos de amigos ocupavam as pistas.

Escolhi a mesma pista que ficamos da última vez. Logo já estávamos colocando nossos nomes na máquina.

"Camz x Lolo"

Estava escrito ao alto da tela. Pedimos algumas bebidas e batatas-fritas, que não demoraram a chegar.

-Pronta pra perder novamente? -Falo escolhendo uma bola.

-Sabe que eu deixei você ganhar daquela vez, não sabe? -Diz sorrindo.

-Aham ... Acredito. -Digo fazendo ela rir. Me posiciono e lanço a bola, deixando somente um pino em pé.

-Wow. -Diz surpresa. Sorrio. Pego mais uma bola e lanço, acertando o último pino.

-Sua vez, amor. -Digo lhe lançando uma piscada.

-Isso é um desafio? -Questiona se levantando.

-Talvez.

-Ok. -Escolhe uma bola, se posiciona e a lança, deixando 3 pinos em pé. -Merda!

-Mais uma, baby. -Digo convencida. Ela escolhe mais uma e lança, mas não acerta nenhum pino.

-Só to aquecendo. -Fala se sentando ao meu lado.

-Claro, meu amor ... Vou figir que acredito. -Falo lhe dando um selinho. Sorrimos.

[...]

-Nossa amor .... Duas vitórias, isso já tá ficando vergonhoso. -Falo enquanto voltávamos para o carro.

-Tá mesmo. Mas o que posso fazer, se a minha namorada é boa no boliche? -Diz jogando o braço sobre meu ombro. -Quem dirige?

-Você. -Lhe entrego a chave do carro. -Mas ainda não vamos pra casa. -Ela me olha sem entender.

-E vamos pra onde? -Pergunta enquanto entrávamos no veículo.

-Surpresa. Só entra onde eu pedir.

-Tudo bem. -Sorri. -Você tá muito misteriosa hoje. Eu gosto disso.

-Ainda bem. -Entrelaço nossas mãos. -Vou fazer de tudo pra te agradar, sempre. -Sorri.

-Te amo. -Diz levando sua outra mão até meu rosto, fazendo um carinho reconfortante em minha bochecha.

-Amo você. -Sela nossos lábios. Durante o percurso, tirava várias fotos das ruas de Miami, e até algumas minhas com a Lauren.

[...]

-O que viemos fazer aqui? -Lauren pergunta após reparar que estavamos nas montanhas, mas na mais alta do que de costume.

-Calma ... Você já vai ver, espera mais um pouco. -Noto que faltava um minuto para 00h.

-Ok. -Se senta no chão, me sento ao seu lado, repousando minha cabeça em seu ombro. De onde estávamos, viamos basicamente toda Miami por cima.

-Olha, não para de olhar pra lá. -Digo apontando o centro da cidade, ela prontamente obedeceu. Assim que deu 00h, todas as luzes da cidade se acenderam, deixando a impressão de estrelas, de onde estávamos.

-Wow ... Nossa. É lindo! -Exclama olhando cada ponto. Bato uma única foto, que ficou perfeita. Guardo novamente a câmera.

-Não é? Eu amo vir aqui pra ver a cidade. -Digo entrelaçando nossos dedos. Logo ela me puxa para sentar de lado em seu colo.


-É quase tão lindo quanto você. -Fala baixinho, enquanto me encarava, sinto meu rosto corar, sorrio tímida. -Você fica mais linda ainda assim, toda com vergonha. -Beija minha bochecha.

-Amor ... Não piora minha vergonha. -Coloco minha cabeça em seu pescoço.

-Mas é sério, baby, você é a princesa mais linda desse mundo. -Me faz encara-lá.

-E você é a melhor namorada que eu poderia querer. -Digo sorrindo, selando nossos lábios em seguida.

[...]

-Shiiu ... Mais baixo, Lauren. -Falo tentando abrir a porta do apartamento enquanto ela ria do meu quase tombo.

Já era bem tarde quando resolvemos voltar. Lauren me parecia mais alegre, o que me deu a sensação de "missão cumprida".

Assim que tranquei a porta, subimos até seu quarto entre a missão falha de não rirmos de algo banal.

-Eu vou tomar um banho, me espera acordada. -Falei deixando minhas coisas na cama. Lauren boceja me fazendo sorrir ao reparar o quanto ela fica mais adorável á cada segundo.

-Sim senhora. -Diz fazendo continência, me fazendo revirar os olhos em brincadeira.

Entrei no banheiro e comecei a me despir. Tomei um banho rápido, apenas para refrescar. Me sequei e vesti uma calcinha e uma camiseta grande da Lauren, da banda The 1975.

Assim que saí do banheiro, me deparo com Lauren desenhando em seu caderno. Ela estava sentada no centro da cama na posição de "índio". Tinha um lápis na boca, como se pensasse em seu próximo passo. Observava a folha com uma atenção especial, como se estivesse fazendo uma obra de arte.

-Hey ... O que está desenhando? -Pergunto me aproximando. Ela rapidamente fecha o caderno.

-Hmm ... Nada. -Se levanta guardando o caderno. -Vou tomar banho, já volto. -Beija minha testa e entra no banheiro.

-Tudo bem. -Exclamo sozinha. A curiosidade me atingiu, queria saber o que ela estava desenhando, mas eu não podia. Bufo derrotada.

Me deito de barriga pra baixo na cama. Pegando meu celular e meus fones, me desconectando durante um tempo do mundo real. Sorrio ao ver as foto de Lauren e Sofia, eu havia tirado algumas quando fomos até as montanhas.

Não sei quanto tempo se passou, só sei que senti o colchão se mexer, e logo um par de esmeraldas me observava. Seu olhar percorreu meu corpo e ela prendeu o lábio inferior entre os dentes, negou com a cabeça e se deitou do mesmo jeito que eu, sorri com seu ato.

-O que foi? -Perguntei voltando minha atenção ao celular.

-Nada ... Por que? -Continua a olhar meu corpo, como se estivesse hipnotizada.

-Tá me deixando sem graça. -Admiti sentindo minhas bochechas corarem.

-Oh ... Me desculpe. -Se deitou de barriga pra cima.

-Ainda não respondeu minha pergunta. -Virei um pouco o rosto, encontrando seu olhar junto ao meu.

-Não foi nada, já respondi. -Sorri.

-Não essa, boba. A que eu perguntei hoje a noite toda. -Aconteceu algo, não é? Por que não me conta? -Ela se deitou de lado, repeti seu movimento.

-Não quero te pertubar com coisas desnecessárias.

-Se te envolve, não é desnecessária. -Ela dá um riso fraco.

-Sabe ... Não é toda pessoa que tem sorte com os pais, em todos os sentidos. -Diz fazendo um carinho em meu rosto.

-Entendo. -Suspiro.

-Pode não ser na mesma gravidade que os seus, mas ... Eu tenho problemas com a minha mãe.

-Do tipo?

-Ela não me ama do jeito que eu sou.

-Ela não aceita você ser lésbica?

-É ... E deixa isso bem claro sempre que temos o mínimo de contato possível.

-Oh ... Isso deve doer. -Comentei começando a fazer carinho em seu rosto também.

-Muito, e acho que ela não tem ideia do quanto me machuca com as palavras dela. Teve uma vez, que eu levei minha amiga lá pra casa, e ela sabia que a menina era só minha amiga, e eu já tinha contado a ela e meu pai sobre mim, as coisas estavam bem difíceis entre a gente ... Então, quando ela viu eu e minha amiga entrando, simplesmente começou a me xingar ... Dizia que eu era errada, uma pessoa completamente nojenta, entre outras coisas que eu prefiro não falar. Eu lembro de ter chorado, e minha amiga me amparou, me levando pra minha casa da árvore. Lá é meu lugar de refúgio, meu pai que construiu quando eu ainda era pequena. Aquela foi a primeira vez que eu me senti frágil a outros olhos, ela me fez acreditar que eu estava errada, mas foi a última vez. Minha amiga ficou comigo até eu me acalmar, e depois teve que ir embora. Eu fiquei lá dentro até meu pai chegar e ir falar comigo. Contei tudo pra ele, nunca tivemos segredos. Lembro de ver seu rosto de decepção com  minha mãe, ele me fez carinho até eu dormir lá, e depois, quando era bem tarde, me levou alguns sanduíches e meu ursinho de pelúcia, a Nala ... Como lá em cima era praticamente uma casa, tinha uma cama, nós dois dormimos lá naquela noite, e percebi que na vida exitem vários tipos de seres humanos, e não só os bons e os ruins, entendi que independente do que eu seja ou faça, sempre alguém irá me julgar, e só me resta continuar com a minha vida, eles querendo ou não. E também reparei, que sempre terei meu pai comigo ... Ele é meu herói, meu porto seguro, não sei se iria continuar sem ele.

Sorri com com suas palavras. Me aproximei selando nossos lábios brevemente, limpando algumas lágrimas que escorriam em seu rosto.

-Tenho certeza que sua mãe não deixou de te amar.

-Isso eu já não sei, e também não me importa. Não quero o amor de alguém que não me respeita.

-Te entendo ... Era por isso que estava chorando mais cedo?

-Também ... Ela vai vir pra cá amanhã. -Suspira. -Ou seja, vou ter que enfrenta-lá. Eu estava chorando porque estava pensando em como ela pode fazer da nossa vida um inferno.

-Nossa?

-Sim ... Ela não é o tipo de pessoa que aguenta calada, então Camz, se ela fizer qualquer tipo de comentário homofóbico, revide, ou ignore, e já peço desculpas por antecipação.

-Ô meu amor, você não tem que pedir desculpas por nada, ok? Se ela falar qualquer coisa, apenas ignoramos. -Lhe dou um riso fraco.

-Obrigada.

-Pelo o quê?

-Me ouvir.

-Sempre estarei aqui quando precisar.

-E se eu precisar pra sempre?

-Estarei aqui pra sempre.



Notas Finais


E essa mensagem pra Camz ? Muito pll ? Kkkkk 🌚

Sofi 😍

Selena ......... 🙊

Oq vocês acham que a Lauren tanto desenha ? Apostas ?

Clara, seria mais um problema pra elas ?


Obrigada pela paciência comigo, e por continuarem a ler, amo vocês ❤🌹


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