História Flowers and Drawings for her - (Camren) - Eu tenho que superar.

Narradora Pov:

-Amor ... Podemos conversar? -Lauren diz se aproximando. Camila estava na varanda do apartamento de Dinah, pensando no que possivelmente sua namorada estava escondendo dela, e também, sobre aquela mensagem que havia recebido mais cedo na Harmony.

-Uhum. -Murmurou a latina, sem animação nenhuma.

-Princesa, me desculpa. Eu vou te contar o que está acontecendo, mas tem que me prometer que vai me escutar, e eu te garanto que nada irá te acontecer, porque irei te proteger! -Disse se aproximando. Lauren estava visivelmente nervosa e preocupada.

-Lauren ... Está me assustando.

-Vem aqui. -Apontou para uma das espreguiçadeiras que haviam ali. Caminhando lentamente até uma, Camila se sentou, Lauren repetiu os movimentos da menor, se sentando na espreguiçadeira que estava ao seu lado. -Bom ... Tem que me prometer que não vai desistir de nada! E que se pensar nessa possibilidade, irá conversar comigo, Dinah, Mani, Martha ... Qualquer uma, só não passa por isso sozinha. Me promete? -Disse tudo calmamente, sem tirar os olhos da namorada, que analisava a situação com medo. Camila sentia seu coração saltar de ansiedade, movimentando os dedos freneticamente, respirou fundo e ajeitou a postura.

-Lauren ... Me fala logo. -A de olhos claros ergue uma sobrancelha, como se dissesse "Responda minha pergunta". -Eu prometo tentar. -As duas suspiraram.

-Tudo bem. -Se sentou a beira da espreguiçadeira e segurou a mão da latina. -Hoje quando estava saindo da sua sala, Dinah disse que precisava falar comigo ... Ela me contou que, bom, seu pai vai estar solto até o julgamento de Sofia. -O coração de Camila parou por alguns segundos, ela apertou com uma certa força a mão de Lauren. -Ele poderá depor novamente, parece que sua mãe mudou o depoimento, e por bom comportamento, ele terá uma segunda chance. -Os olhos de Camila marejaram. A garota estava em estado de choque.

Ela não conseguia gritar, se mover, ou até mesmo, chorar. Ela não conseguia pensar, sentia seu peito apertando aos poucos. Fechou os olhos por alguns segundos, como se absorvê-se aquela informação.

-Camz ... -Lauren a chamou preocupada.

-Ele não é meu pai! Ele não pode ser! Ela não é minha mãe, não pode ser! -Sussurrou para si mesma, Lauren sentiu seu peito apertar, como se soubesse da dor que sua namorada sentia. Mas ela não sabia, ninguém sabia o que Camila sentia naquele momento.

-Amor ... Eu não sei como te ajudar. -Admitiu, se sentindo mal. -Só posso dizer que nada de ruim vai te acontecer! Eu irei te proteger, eu prometo! -Beijou a mão dela que estava trêmula. -Eu falei com meu pai ... Ele disse que consegue adiar o julgamento de Sofia, se quiser. Uma ordem de distância já está ativada, para vocês duas, se quiser, até saímos de Miami até tudo poder ser resolvido ... Me fala amor, como eu posso te ajudar? -Se ajoelhou ao lado de Camila, que ainda tinha os olhos fechados.

-E-eu quero ir pra casa. -Disse baixinho, Lauren ergueu uma sobrancelha.

-Como assim?

-Eu quero ir pra casa, Lo. Me leva lá, por favor. -Abriu os olhos, se virou um pouco encarando a namorada.

-Mas o que você quer fazer lá? -Questionou sem entender.

-Só confia em mim ... Por favor, eu preciso disso, preciso me livrar desses fantasmas. -Praticamente implorou.

-Tudo bem, eu te levo lá.

-Obrigada. -Deu um sorriso fraco. -Pode ser agora?

-Claro, eu só vou pegar a chave do carro, vamos. -Se levantou.

[...]

Enquanto isso, um pouco distante dalí, Mani, Dinah e Mike, faziam uma ligação por vídeo, tentando achar um jeito para Alejandro continuar na cadeia.

-Precisaria de provas que ele ainda é uma ameaça. -Mike disse lendo um documento que estava em sua mesa.

-Como vamos provar isso?! Deixando ele ter mais uma vítima?! Esse homem merece morrer! -Dinah disse indignada.

-Ele estava preso durante dez anos, não tem como ele estar ameaçando ninguém durante esse tempo! Nós não temos nada! -Normani disse frustada, sentindo vontade chorar, por não conseguir proteger sua amiga.

-Ei meninas, se acalmem, eu irei vencer esse caso, nem que seja a última coisa que eu faça! -Falou determinado.

[...] 

-Bom ... Chegamos. -Lauren disse assim que estacionou o carro na frente da casa de Camila. A latina respirou fundo e tirou o cinto, Lauren repetiu o mesmo. Saindo do veículo. Camila seguiu até o pequeno jardim que tinha por ali, onde algumas flores estavam querendo florescer, outras estavam mortas, já que ninguém mais cuidava delas.

-Sabe ... Antes, eu costumava passar todas as tardes aqui sentada, só cuidando ou observando delas. -Comentou se ajoelhando na frente do único girassol sobrevivente dalí. -Ela se irritava comigo, porquê, eu voltava cheia de pólen pra dentro de casa, e ela tinha muita alergia. Mas no final, sempre acabava bem. -Tirou algumas flores mortas dalí. -Depois, eu tomava um banho, ela me fazia chá com biscoitos e riamos enquanto víamos algum filme idiota. -Sorriu de leve. -Eu sinto falta dela. -Admitiu.

-Da Sinu? -Lauren se sentou ao lado na namorada.

-Não necessariamente. Eu sinto falta da minha mãe. Aquela que me apoiava, aquela que se importava! Que me entendia. Mas do nada, tudo mudou, ela se fechou, gritava sem motivos, me colocava pra baixo ... Parecia me odiar. -Sentiu uma lágrima escorrer, caindo sobre aquelas flores mortas. -Ela não era mais aquela mulher que eu admirava, e comecei a questionar até se eu à amava ainda ... E até agora, eu não sei. De verdade. E detesto não saber. -Fechou os olhos. -Eu não sinto que ela me ame mais, parece que ela me culpa por tudo isso, como se fosse responsável por tudo! Desde o estupro, até a prisão dele ... Me culpa por algo que eu sequer queria que tivesse acontecido. -Deixou a dor vencer e chorou. Chorou desesperadamente. Lauren rapidamente a trouxe para seu colo, não se importando que estavam na calçada, apenas a abraçou, e permitiu que algumas lágrimas caíssem também.

Lauren sabia muito bem como era esse sentimento. Sentimento da falta, da necessidade de ter a mãe por perto. Apesar de tudo, a de olhos claros amava sua mãe, só não amava tudo nela. Um sentimento diferente, como se algo estivesse faltando, e como se cada vez que ela falasse algo, falta-se mais e mais.

Clara era teimosa, tanto que Lauren herdou isso dela. Quando colocava algo na cabeça, ninguém conseguia tirar. As duas eram cabeças duras, tendo como resultado, brigas e discussões diárias, o que foi o motivo da morena ter saído de casa. Lauren já não aguentava mais ser tratada como um "aberração" pela própria mãe.

-Camz ... Sabe que não tem culpa de nada, não sabe? -Perguntou baixinho, quando notou que a menor havia se acalmado.

-Eu não sei de mais nada, Lo. -Suspirou, depositou um selinho na namorada, sorrindo tristemente. Se levantou dalí e olhou em volta, caminhou até um pequeno vaso de orquídeas, o levantou, tirando de lá uma chave dourada. Lauren se levantou e olhou curiosa. -Ela escondeu essa chave de mim ... Ela só não sabia que eu sempre via onde ela deixava.

-Por que ela esconderia a chave da sua casa de você?

-Não é a chave de casa. É a chave de onde tudo isso começou. Onde tudo começou. -Sentiu seu coração saltar. -Eu escondi essa cópia aqui, porquê sabia que um dia iria precisar enfrentar tudo isso ... Precisaria aceitar o que aconteceu para me manter forte. Não posso fingir que não aconteceu, e nem tentar esquecer, eu tenho que superar. Superar para vencer, e é isso que vou fazer. Vou superar pela Sofia, pela Mani, pela Dinah, por você, e acho que pelo mais importante, por mim! -Lauren sorriu orgulhosa com as palavras tão sinceras e decididas da menor. Se aproximou dela e lhe deu um longo selinho.

-Cada dia eu sinto mais orgulho de você! Eu te amo tanto. -Camila sorriu e a abraçou, enterrando sua cabeça na curvatura de seu pescoço.

Algumas ruas depois da casa da latina, Dinah falava ao telefone com Allyson.

[CHAMADA ON]

-Você me parece nervosa, Jane, aconteceu algo? -Questionou a loira, fazendo Dinah suspirar pesado e se jogar na cama da namorada.

-Alguns ... Vários problemas pessoais, mas tudo vai dar certo, eu espero.

-Claro que sim! Tudo, exatamente TUDO vai dar certo. -Ally disse decidida. -Quer conversar sobre?

-Não ... É uma amiga minha que anda com problemas, e eu estou fazendo de tudo para ajudá-la, mas está complicado, querem que eu arrume o impossível!

-Oh ... Entendo ... Bom, se quiser qualquer tipo de ajuda, ou quem sabe, uma simples amiga, estarei aqui pra você. -Dinah sorriu.

-Obrigada Ally, isso é muito importante pra mim!

-Que isso, não estou fazendo nada demais. -Concluiu. -Eu tenho que ir agora, qualquer coisa me liga.

-Sim, chefe ... Beijos.

[CHAMADA OFF]

-Eu espero que seu plano dê certo! -Allyson exclamou para a garota que estava ao seu lado no carro.

-Mas é claro que vai dar certo! Eu sei o que eu vi e ouvi, e sei o que estou fazendo! Ligue para seu marido, diga que vamos agir quando elas sairem para o julgamento. Eu vou por cima, e ele por baixo com os demais, posso contar com você? -Questionou ajustando seus óculos de sol.

-Claro ... Claro. Já aceitei, agora vou ajudar a terminar. Eu só espero que não fiquemos sujas com isso. -Suspirou.

-Relaxa, seu nome não vai nem aparecer se der errado. -Puxou os óculos até a ponta do nariz e piscou para a loira. -Podemos?

-Sim, ele está em casa. -Se ajeitou no banco. A garota ao lado deu partida no carro, seguindo para casa de Ally.