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História Flowers in the garden - Help us


Escrita por: MissMisakkiMei

Capítulo 5 - Help us


Fanfic / Fanfiction Flowers in the garden - Help us

Ele esclareceu minha mente. Limpou as minhas dúvidas, revelou a verdade. Ele era como eu, sofria por causa dos pais, mas o seu caso era pior, pois eram seus pais biológicos que faziam. Ele disse que as lâminas eram as suas melhores amigas, sempre o "ajudavam" quando se encontrava em apuros, mas logo elas serão substituídas... por mim.
Eu dei vários conselhos para Iago, disse que se machucar não adiantaria em nada, pois a dor maior é quando você olha para as suas cicatrizes e lembra do motivo de estarem ali, e tudo se reinicia novamente, ficando num looping infinito. Se corta, cicatriza, vê elas e vem mais dor, e assim sucessivamente. O outro segredo que iria revelar para mim, é que ele fora diagnosticado com depressão. Ele mesmo foi atrás de ajuda indo no psicólogo. Toma dois tipos de anti-depressivos.
- Iago.. - O chamei. - Eu também tenho.. digamos que.. problemas em casa. - Me olhou com cara de dúvida.
- Como assim?
- Meus pais me maltratam.. minha mãe me bate e me xinga e o meu pai é o pior: me despreza. Minha mãe biológica me abandonou quando menor por não ter condições de me cuidar.. Olha, sinceramente, eu preferia o orfanato do que aquele inferno que eu vivo atualmente. - Disse, olhando em seus olhos, que estavam vermelhos e inchados de tanto chorar.
- Nossa.. Elli - Me deu um apelido carinhoso. - Eu não imaginava que acontecia o mesmo com você. - Ficou aflito.
- Normal.. Já me acostumei. - Dei o sorriso mais sincero que pude. Ele retribuiu o mesmo.

                                                         Quebra de tempo - 1 dia depois

Eu estava ansiosa, queria vê-lo logo. Criei vários laços de amizade com Iago em tão pouco tempo, estou impressionada, e feliz! Não tirei meus olhos do portão de entrada da escola, cada pessoa que passava ali meu coração faltava sair pela boca, até que finalmente eu o vejo, mas.. diferente. Sua imagem estava deplorável. Olheiras fundas, o cabelo pouco arrumado, pálido, bocejando a cada segundo, os olhos meio avermelhados. Fui correndo em sua direção, joguei toda a vergonha de lado e pulei em seus braços, dando um abraço. Ele se assustou um pouco, seus fones até caíram dos ouvidos, mas logo retribuiu o abraço. Separei nossos corpos e olhei para o seu rostinho, tão machucado.. meu coração apertou em vê-lo assim.
- O que houve? - Perguntei preocupada.
- Efeito dos remédios. - Sorriu e bagunçou meus cabelos. Continuamos a andar. Sinceramente, ele deveria suspender o uso desses remédios, são muito fortes, o coitado está morrendo de sono.
Estávamos andando pelos corredores da escola, esperando bater o sinal indicando o início das aulas, até que um homem nos parou. Ele era alto, com a pele branca e cabelos vermelhos, olhos castanhos, os mesmos levemente puxados, parecia ter alguma descendência asiática. Usava uma camisa social azul escura, calça social preta e mocassim da mesma cor, usava também óculos redondos. Em uma mão tinha uma pequena xícara de café - que acabara de pegar na sala dos professores, pois lá tinha alguns aperitivos para os professores degustarem durante as suas "pausas" nas salas de aula - e na outra um caderninho laranja.
- Com licença, podem me acompanhar, por favor? - Sua voz era grossa, mas era bem calma. Assentimos e o seguimos. Ele colocou o caderninho em baixo do braço e abriu a porta, nos cedendo um espaço para adentrarmos a sala. Aquele local trazia uma calmaria boa, havia algumas velas aromatizantes em uma estante de livros, elas deixavam o ambiente com um cheiro doce, me senti confortável ali dentro. Ele pediu para nos sentarmos no sofá que havia ali, e foi o que fizemos. Ele se sentou na poltrona que estava na frente no sofá, separados apenas por uma mesinha de centro. Percebi que tinham uns 6 ou 7 vasos de flores e plantas ali, quadros de paisagens nas paredes, as mesmas era de um cinza bem claro.
- Me desculpa mas.. por que nos trouxe aqui? - Perguntei. Ele deu um sorriso de linha.
- Vocês necessitam mais do que ajuda. - Ficamos confusos, ele notou e abriu seu sorriso, mostrando dentes perfeitamente alinhados e branquinhos. - Eu já havia notado vocês antes, mas estava esperando o momento certo. Mas, como o momento que eu queria demoraria para chegar, e vocês precisam de ajuda urgente, não esperei mais. - Deu um gole no café. - E principalmente você, meu querido, sinto que passa por muitas dificuldades, nota-se isso em sua aparência. - Eu estava feliz, finalmente alguém nos ajudaria. Iago bocejou antes de falar, mas enquanto falava, sua voz foi diminuindo o volume, até fechar seus olhos, havia dormido. Tombou sua cabeça em meu ombro, eu coloquei a mesma em meu colo, e o homem desconhecido o deitou com cuidado para não acordá-lo. Mas é claro, tirou seus tênis antes.
- Ele está morto de cansaço.. - Disse enquanto passava o dedo polegar e indicador no pequeno tufinho de madeixas da sua costeleta.
- Me perdoe, ainda não me apresentei. Bruno Wang, sou o psicólogo escolar, prazer em conhecê-los. - Realmente, ele tinha descendência asiática.
- Sou Ellione, ele é o Iago, prazer em conhecê-lo também.
 
                                                         ***

Depois de nos apresentarmos, ele fez várias perguntas para mim, já que Iago dormia tranquilamente em meu colo. Respondi à todas, sem nenhuma excessão. Bruno havia se surpreendido com a nossa "história". Estava disposto a nos ajudar.
O sinal toca, mas Iago ainda não havia acordado, Bruno falou que ele poderia continuar ali até a hora que acordasse, e também teria uma séria conversa com ele. Me despedi do psicólogo e fui em direção a minha sala de aula.
                                                         ---



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