História Fly — Aprendendo a Amar - Sungtan Chukhahaeyo Pra Mim!

Era o primeiro Natal que eu passaria acompanhada e eu estava bastante nervosa. Fiz algumas comidas mais fáceis e comprei as mais difíceis, então, as arrumei sobre a mesa de centro da sala após decorar o ambiente com enfeites e flores nas cores vermelho e branco. Espalhei velas acesas e alguns incensos para dar um ar mais perfumado e leve à casa, tudo parecia lindo, mas eu estava um pouco insegura e ajeitava uma coisa ou outra o tempo todo.

Esperei... esperei... andando pra lá e pra cá, já impaciente. Ele disse que viria às 18h e já eram 18:27 e nada. Até que a campainha toca e eu corro pra porta, uso o celular como espelho e verifico se a minha maquiagem e o cabelo estavam bem: eu estava ótima, por fora. Respiro fundo ao segundo toque, ajeito a roupa e abro a porta com um grande sorriso pra quase cair pra trás ao ver aquelas sete cabeças à minha frente.

— Surpresa! — Eles dizem em um coro muito bem afinado e ensaiado.

— Que surpresa... mesmo — sorrio sem graça e arregalo os olhos pro Jackson, pedindo uma explicação, mas ele apenas balança a cabeça em negativa com um sorriso amarelo de quem não tem uma explicação boa pra aquilo.

— Nós decidimos vir te fazer companhia... já que a gente ia passar o Natal em casa mesmo — Youngjae diz.

— Trouxemos comida! — Yugyeom levanta um cesto de coisas, todo enfeitado com laços vermelhos.

— E flores! — Jackson e Jaebum falam quase ao mesmo tempo, mostrando os buquês.

— Obrigada — agradeço e pego o buquê do Jaebum primeiro, por estar mais perto e depois pego o buquê do Jackson. — E obrigada. Bem, entrem todos...

Saio do caminho e eles entram.

— Wow, que bonito! — Bambam diz, observando a decoração enquanto eles entravam.

— Minji-yah trabalhou duro nisso — Mark observa.

— Sim... — Sorrio e olho para o Jackson com olhar significativo. — Vou ali colocar essas flores na água... Jackson, pode me ajudar rapidinho? Pega o cesto e vem... os outros podem se sentar, fiquem à vontade!

Ele faz o que eu digo e me segue até a cozinha. Coloco as flores sobre o balcão e procuro dois jarros no armário. Jackson coloca a cesta ao lado das flores justamente quando eu acho os jarros, ele fica ao meu lado na pia enquanto eu os encho de água.

— O que foi aquilo? Achei que a gente ia ter uma noite só nossa... eu até decorei a casa! — Sussurro olhando discretamente pra ele.

— Eu sei, eu sei... e está tudo lindo, eu adorei — ele sussurra, bufa e sorri ao pegar o primeiro jarro cheio da minha mão. — Começou com o Youngjae dizendo que você poderia estar sozinha no Natal, aí o Bambam disse que seria muito triste pra você sem o pai, os amigos e sem ninguém mais hoje... e foi o Jaebum que deu a ideia da gente vir pra cá ficar com você e os outros concordaram, eu tentei contornar isso dizendo que você deveria estar com algum namorado e a gente só atrapalharia, mas o Yugyeom disse que você não tinha namorado porque ele tinha te perguntado isso há um tempo. Então, passamos numa loja, compramos coisas e aqui estamos.

Reviro os olhos pra ele, levando o outro jarro pra bancada.

— Podia ter me mandado ao menos uma mensagem, né? — Bufo com as mãos na bancada por um momento. — Me senti meio idiota quando abri a porta e não era só você ali...

— Eu sei... me desculpe — ele coloca a mão sobre a minha e a afaga. — Prometo que vou te recompensar por isso.

— Ok — respiro fundo, recolhendo as mãos e começo a colocar as flores nos jarros. — Agora acho melhor você voltar pra lá pra não ter desconfiança sobre a gente...

Ele me lança um olhar e assente antes de ir. Deixo as flores ali mesmo e abro a cesta para comermos todos juntos.

— Você estava esperando alguém, Minji noona? — Yugyeom pergunta sorrindo ao me ver retornar com a cesta nas mãos.

— É, tem tanta comida aqui... — Youngjae diz olhando pra mesa e beliscando a comida. — E parece tudo tão gostoso...

— Não, isso era tudo pra mim — digo, vendo Jinyoung dar um tapinha na mão do Youngjae e ele ri.

— Se comporte, isso não é educado — Jinyoung diz.

Coloco a cesta no chão, entre as minhas pernas enquanto me sento ao lado de Yugyeom que também estava no chão.

— Então, vamos comer! — Digo distribuindo as comidinhas do cesto pra eles, com Yugyeom.

Eles agradecem e aceitam.

— Hum, que delícia! — Youngjae diz, feliz da vida com seu choco pie.

— Isso é mesmo ótimo — digo, igualmente feliz. — E podem atacar a mesa também, fiquem à vontade!

Digo ao ver Jackson beliscando o japchae e todos começam a pegar parte das comidas.

— Vou pegar mais pratos — vou à cozinha novamente e pego tigelas e jeotgaraks e os distribuo.

— Esse ganjajeon está incrível! — Jinyoung diz de boca cheia.

— Aprendi com um bom mestre — sorrio pra Jaebum, cúmplice.

Jackson me observa e faz careta, retribuo e Bambam ri e cutuca o Mark pra ele ver. E continuamos comendo e dividindo comidas.

— Isso é muito bom, prove — Mark oferece um wanjajeon pro Jackson na boca e este o come e concorda.

— Humm, ótimo mesmo — ele diz e me lança um olhar, faço careta pra ele e ele ri.

Então, após comermos um pouco, o Youngjae começa a cantar músicas natalinas e a gente acaba o acompanhando. No início estava tudo bonito e bem afiado — menos eu, obviamente —, mas depois ele começa a fazer vozes diferentes e a gente continua a brincadeira. Rimos da cara um do outro e em seguida o Yugyeom coloca Jingle Bells pra tocar e me puxa pra dançar.

— Vamos ver se você sabe essa — rio e começo a fazer a coreografia de Meninas Malvadas (Mean Girls) e todos começam a rir.

—Desafio? — Yugyeom pergunta rindo.

— Me acompanhe... se puder — digo sem parar de dançar e ele começa a seguir meus passos.

Eu começo a rir e a gente faz um ótimo show, o Yugyeom aprende rápido e suspeito que ele já conhecia essa coreografia desse filme antes. Quando terminamos, todos batem palmas e nós agradecemos.

— Já podemos usar rosa nas quartas — digo pro Yugyeom antes de voltar pro meu lugar.

— Que? — Ele ri sem entender e se senta.

— Minha vez! — Bambam e Youngjae pulam dos seus lugares juntos.

— Ei, é a minha vez! — Bambam reclama.

— Mas eu quero cantar Fxxk it! — Youngjae também reclama. — Você pode ser o G-Dragon.

Bambam pensa uns segundos.

— Ok — ele ri e o Youngjae começa.

E logo depois, o Bambam continua, fazendo a parte do rap, mas quando chega no refrão, acabamos cantando todos juntos. A música era viciante e impossível de não cantar.

E quando acaba, cada um dos outros faz um showzinho, com dança, canto e encenações; rimos, brincamos e nos divertimos muito e quando terminamos o pequeno espetáculo, paramos para comer mais.

— Hora do bolo! — Digo e começo a cortar o bolo lindamente decorado que eu tinha comprado.

Cada um come um pedaço pequeno, já que o bolo não era muito grande, mas felizmente deu pra todo mundo.

Após eu me despedir de todos, começo a arrumar o apartamento, que estava meio bagunçado. Guardo as comidas que sobraram para o café da manhã e lavo toda a louça suja.

Quando termino, vou tomar um banho e me preparo pra dormir, retiro a maquiagem, uso os meus hidratantes e quando eu estava saindo do banheiro, ouço a campainha.

Já eram 2:54 no relógio de parede, quem poderia ser senão o Jackson? Quando vou atender acabo me surpreendendo mais uma vez, olhando duas vezes no olho mágico.

— Jaebum? — Digo.

— Acho que eu esqueci o meu... — Ele para e me observa de hobby.

— Ah, eu... acabei de sair do banho — digo sem graça, ele era a segunda pessoa do grupo a me ver assim... só faltavam cinco.

— Desculpe atrapalhar... — Ele diz, ainda mais sem jeito. — Eu só vim porque esqueci meu celular.

— Ah... ok, entre — digo e deixo ele entrar.

Fecho a porta logo depois que ele entra.

— Pode ficar à vontade pra procurar o celular — digo.

Ele vai até o sofá e começa a tirar as almofadas do lugar, apenas observo de braços cruzados.

— Achei — ele levanta o celular sorrindo.

— Que bom — sorrio também e ele se aproxima.

— Eu me diverti hoje — ele diz.

— Eu também... soube que a ideia de vir foi sua, não foi?

Ele baixa a cabeça, sorrindo sem jeito.

— Eu fiquei surpresa, mas... foi o melhor Natal que eu tive — digo com sinceridade. — Obrigada. De verdade.

Ele assente e passa a mão no cabelo.

— Eu te trouxe uma coisa — ele diz enfiando a mão no bolso. — Espero que goste.

— Uh? — Estendo a mão, hesitante e ele deposita algo na minha mão.

Abro a mão e vejo uma pequena e delicada pulseira dourada com pedrinhas coloridas.

— Que linda — digo, surpresa. — Eu adorei... mas, eu não tenho nada para te dar de presente.

— Tudo bem, não precisa — ele diz. — Fico feliz que você tenha gostado.

Ele sorri pra mim e eu o abraço, e nesse momento a campainha toca mais uma vez e nos afastamos.

— Vou ver quem é — digo, sentindo meu coração bater mais forte: só podia ser o Jackson dessa vez... ai, meu karai.

Caminho até a porta e confirmo o meu medo, decido abrir a porta o suficiente pra ele ver, logo de cara, que o Jaebum estava ali também antes dele tentar ou dizer alguma coisa comprometedora e ele faz uma expressão que era um misto de surpresa e confusão.

— Jaebum?

— Jackson? — Jaebum pergunta, tão surpreso quanto ele e Jackson entra.  — O que você está fazendo aqui?

— Eu? — Jackson olha pra mim rapidamente e depois se volta pra ele. — Eu posso te perguntar o mesmo...

Os dois se encaram por um minuto.

— Eu vim pegar meu celular que eu esqueci — Jaebum diz. — E você?

— Hum... eu estava refazendo os passos para encontrar o meu colar — Jackson diz. — Acho que o perdi aqui na hora que eu estava dançando com o Mark.

— Ah... — Jaebum o observa.

— Fica à vontade para procurar o colar, então — digo, sorrindo de nervoso. SOCORRO.

Jackson finge procurar o seu colar na sala por um tempo, enquanto Jaebum e eu apenas observamos e esperamos.

— Bem, parece que não está aqui — Ele diz, finalmente.

— Que pena... — Digo e enceno um bocejo. — Está tarde, acho melhor vocês irem agora, então... Se eu achar o colar amanhã eu te entrego depois, ok?

— Ok... — Jackson diz, visivelmente decepcionado pela situação.

Abro a porta e os dois saem.

— Até a próxima — Jaebum diz simpático.

— Até mais — Jackson diz.

— Até — digo com um meio sorriso e vejo eles irem embora.

Fecho a porta e recosto nela respirando fundo de alívio. Ok, feliz natal pra mim e pra minha sanidade por ter sobrevivido à tudo aquilo...