História Fly — Aprendendo a Amar - Acordada, Mas Morta

Jaebum até tentou manter uma conversa tranquila comigo enquanto me levava pra casa, mas não deu muito certo... infelizmente, eu estava com a cabeça em órbita por causa daquele infeliz do Jackson. Mas, consegui ser simpática na despedida, só espero não ter estragado tudo.

Os garotos foram ótimos na conferência e estavam sendo ótimos no fansign também, e claro, o sr. Yang e eu estávamos lá por perto o tempo todo para ajudar no que fosse necessário. Ver as fãs eufóricas por estarem tão perto de seus k-idols foi engraçado, pensar que há alguns meses eu era uma delas foi surreal também.

Organizo a última fileira de ahgases que falariam com eles e vejo que uma garota estava levando mais que o tempo permitido para falar com o JB, que estava sentado no meio. Vou até ela e aponto para o relógio, fazendo um gesto para ela ir para o próximo, que era o Yugyeom, mas ela segura a mão do JB firme e não se move.

— Por favor, acabou o tempo — digo, séria.

— Eu não posso deixar meu oppa! — Ela faz bico.

Jaebum sorri pra mim sem jeito, sem querer ser rude e se desvencilhar da garota à força. Então, faço sinal para os staffs e dois deles se aproximam para removê-la.

— Não, por favor! — Ela diz, apertando a mão do JB ainda mais enquanto os staffs a seguram pelo braço e a retiram dali. — Oppa! Me soltem!

Reviro os olhos e vou até o JB pra ver se ele estava bem. Vejo a mão dele vermelha e me preocupo.

— Ela te machucou? — Pergunto, pegando a mão dele e a observando. — Aquela filha da...

Me interrompo quando percebo que alguém poderia me ouvir.

— Eu estou bem — ele sorri pra mim. — Não quebrei nenhum osso, veja.

— Mas está bem vermelho — digo vendo ele mexer a mão para confirmar que não tinha sido nada.

— Depois passa, não se preocupe — ele sorri e coloca a mão sobre a minha por um instante.

Sorrio e me afasto um pouco.

— Então, vamos terminar isso para podermos almoçar — digo. — Vocês devem estar com fome...

— Muita! — Yugyeom diz rindo e passando a mão na barriga.

— Calma, gigante — rio pra ele e faço sinal pra fila de garotas prosseguirem. — Estamos quase lá.

Mais garotas se aproximam e eu observo de perto, atrás deles. Lanço um olhar pra todos eles, Bambam parecia ser o mais à vontade nessa situação, era o mais atencioso e carismático com as fãs e em segundo lugar, vinha o Jackson, que constrangia as garotas facilmente com a sua conversinha fiada... já o Youngjae, era sem dúvida o mais fofo com as fãs, eu adorava ver ele sorrindo com aquele seu jeitinho de bebê quando ganhava algum presente e fazia aegyo.

Mais tarde, os garotos tiveram uma sessão de fotos e à noite, mais duas apresentações. Quando voltamos, já não tinha forças pra nada de tão cansada, obviamente eles estavam tão ou mais cansados que eu, então nos jogamos no sofá assim que chegamos ao dormitório. O sr. Yang nem nos acompanhou, foi direto pra casa após a última apresentação mesmo e deixou que eu levasse os meninos para casa no carro da empresa.

— Alguém se opõe à eu pedir umas pizzas? — Pergunto, pegando o meu celular.

— Nomm — eles só murmuram em permissão, cada um no seu canto.

Yugyeom, Bambam e Jinyoung jogados no chão, formando um montinho humano praticamente; Youngjae quase deitado ao meu lado no sofá, sobre o Jaebum; e Jackson sentado no chão, encostado na parede com o Mark.

Peço as pizzas e felizmente elas não demoram a chegar, comemos ali mesmo. Jackson vai tomar banho e os outros ficam jogados por mais um tempo, mexendo no celular ou até cochilando como Youngjae fazia, quase caindo em cima de mim.

Era quase 1h da manhã e eu estava caindo de sono, sem vontade de levantar e fazer qualquer coisa; ao contrário de mim, Jaebum se levanta e vai para o quarto, enquanto Youngjae vai caindo, caindo... até que cai no meu ombro de boca aberta. Seguro a vontade de rir para não acordá-lo, enquanto os outros se arrastam para o quarto um por um.

Fico presa ali sem saber se o acordava ou não, era como se ele fosse um gatinho dormindo sobre mim e eu estivesse com pena de acordá-lo. Pensando bem, era exatamente isso, eu estava com pena de acordá-lo, ele estava tão fofo dormindo de boca aberta... ain.

Espero mais um pouco pra ver se algum dos outros aparecia para tirá-lo dali, mas quase uma hora se passa e ninguém surge. Me movo devagar, tentando fazer ele se afastar o suficiente para me libertar, mas ele nem se move. Me mexo mais um pouco, tentando sair dali, e quando estava perto de conseguir levantar, ele se move de repente e deita no meu colo de vez. Ótimo, Minji. Muito bom mesmo... agora você nunca vai sair daí!

Ok, alguém deve aparecer para pegar ele. Não é possível que todos tenham ido dormir nos esquecendo ali... ou era? Droga, eu sabia que o Youngjae tinha o sono pesado, mas não sabia que era tanto assim. Eu nunca ia sair dali se dependesse dele...

Me recosto mais confortavelmente com a cabeça no braço do sofá, enquanto esperava uma solução surgir. Meus olhos começam a pesar instantaneamente, ainda mais, e eu me belisco algumas vezes para me manter acordada, mas não tenho muito sucesso... cada vez mais, meus pensamentos se anuviavam e minha consciência viajava para mais longe de mim. Não deve ter problema se eu fechar os olhos por apenas cinco minutinhos, não é?

Eu estava deitada quando sinto braços me envolverem por trás. Sorrio e me viro para o outro lado, recostando a cabeça em alguma coisa e abraçando meu travesseiro. Pera, esse travesseiro parecia forte demais... e quente... e com braços... e que batidas são essas?

Abro os olhos sonolenta e vejo realmente braços ao meu redor. AI, MEOGDEOS. Eu devo estar sonhando, não é possível, pisco algumas vezes e belisco aquele braço, ouço um gemido e me afasto com um pulo instantâneo, de seja lá quem tinha feito aquele som.

— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO NA MINHA CAMA?! — Pergunto, já de pé, após ver quem era.

— Quê?! Do que você está falando? — Jackson esfrega os olhos e depois passa a mão no braço com uma careta. — E por que você me beliscou?

— Responde a minha pergunta! — Começo a dar tapas nele, nervosa e ele tenta se proteger de mim com as mãos. — Seu... seu pervertido! Cretino! Safado! Filho da...

— Ei! — Ele segura os meus braços e me puxa, fazendo eu me desequilibrar e cair sobre ele, que rapidamente rola sobre mim, invertendo nossas posições. — Dá pra você se controlar um pouco?

Ele me encara, o rosto sobre o meu, meus olhos arregalados... eu estava muito confusa, tentando entender o que estava acontecendo.

— Sai de cima de mim! — Digo, furiosa por ter sido tão facilmente dominada daquele jeito. Isso era humilhante!

— Só vou te soltar quando você for capaz de me ouvir civilizadamente.

— Você está me chamando de selvagem? Bárbara? Incivilizada? Boçal?!

— O quê? Você está maluca? — Ele diz com expressão confusa.

— Ah, agora está me chamando de MALUCA TAMBÉM? SEU PATIFE, FILHO DA MÃE!

Ele segura meus pulsos com uma das mãos e cobre minha boca com a outra.

— Eu não estava te chamando de maluca, mas quer saber? Você é maluca sim! — Ele diz e eu mordo a mão dele, Jackson geme e retira a mão da minha boca no mesmo instante. — E além de maluca, é selvagem também!

— Você vai ver a selvagem quando a minha mão estiver na sua cara!

— Ato de uma selvagem mesmo... — Ele ri com deboche.

— Você não me provoca, Jackson Wang, ou eu...

— Ou o que? O que você vai fazer? Me agarrar? Me beijar? — Ele se aproxima do meu rosto e olha para os meus lábios por um instante. — Porque se for isso, a gente pode resolver isso agora mesmo...

Sinto cada músculo do meu corpo se contrair e prendo a respiração. Que diabos estava acontecendo? O que ele estava pensando em fazer? Respira, Minji, respira!

— Já disse pra sair de cima de mim... — Digo entredentes. — Se tentar qualquer coisa, eu vou gritar.

— Eu adoraria te ouvir gritando mesmo... — Ele diz sorrindo. — Mas, o meu nome, de preferência.

MASOQUÊ?! Sinto meu espírito sair do meu corpo naquele momento enquanto meu rosto queimava, meu coração batia tão forte que chegava a doer e eu fiquei até tonta encarando ele. MANO, POOLTAKILLMEPARYU. FOOODEO DE VEZ.

— Jackson, a Minji-ah foi pra casa ont...? — Ouço a voz do Jinyoung e o som da porta se abrindo, Jackson se vira pra ele e eu chego a me encolher. — Aish, desculpe!

A porta se fecha quase tão rápido quanto foi aberta. Jackson volta a me fitar por um instante.

— Não acredito nisso... — Digo. — Viu o que você fez? O que ele vai pensar de mim agora?

Ele sai de cima de mim e se senta na cama ao meu lado.

— Não me importo com o que ele vai pensar.

— Mas eu sim — me sento, preocupada. — E se ele falar com o Jaebum oppa sobre isso?

— Me importo muito menos com isso — ele passa a mão no cabelo com uma careta. — Aliás, ia ser divertido se ele falasse.

— Como você pode ser tão idiota? Quer ferrar com meu futuro, é isso? — Ele dá de ombros apenas, realmente não se importava. — E eu ainda não entendi como eu vim parar aqui.

— Simples: eu te trouxe.

— Por que?

— Porque você estava dormindo no sofá com o Youngjae quando eu acordei para ir beber água — ele ironiza.

— Ah — abro a boca parcialmente ao me lembrar do Youngjae caindo sobre mim enquanto dormia profundamente.

— Vocês estavam conversando enquanto dormiam, foi até engraçado...

— Quê? — Faço careta. — Eu não falo enquanto durmo!

— Fala sim. E muito — ele ri. — Tenho provas guardadas em algum lugar para usar contra você num momento oportuno.

— Isso é um blefe.

— Tem certeza? — Ele ergue uma sobrancelha sorrindo de lado.

— Lido com isso depois... agora continua — empurro ele levemente.

— Bem, eu tirei o Youngjae de cima de você, o que foi quase impossível... e o arrastei pro quarto — ele prossegue. — Ele parecia bêbado, mas consegui conduzir ele até a cama. Então, quando voltei, te peguei no colo e te trouxe pra cá... eu costumo dormir no quarto do Bambam e do Yugyeom com o Mark também, mas vim pro quarto antigo hoje, porque seria melhor pra você.

— Aí você achou que dormir de conchinha comigo era o melhor pra mim...? — Lanço um olhar acusador pra ele e me levanto.

— Não fui eu que comecei com isso ontem a noite, ok? — Ele também se levanta, deixando seus shorts à mostra.

Olho para o abdômen e pernas dele por um instante e sinto meu rosto esquentar, então me viro rapidamente.

— Eu vou embora logo daqui, já fiquei no mesmo ambiente que você por mais tempo do que o aceitável... — Digo ajeitando a minha roupa. — E a minha jaqueta? E a minha bolsa?

— Estão ali — ele aponta para uma cômoda perto do lado onde ele estava.

Respiro fundo e vou até lá, passo por ele e pego as minhas coisas. Bato a minha bolsa nas pernas dele propositadamente ao passar por ele na volta e ele reclama.

— Por que você tem que ficar me agredindo? — Ele pergunta passando a mão nas pernas. — Parece o Youngjae... dormindo que nem pedra também. E falando enquanto dorme...

— Cala a boca! — Digo abrindo a porta e saindo. — E ainda pergunta por que eu te bato... idiota.

Vejo ele rir antes de fechar a porta e vou direto para o banheiro dar um jeito no meu rosto para não ser vista naquele estado. Retoco a maquiagem, ficando mais apresentável e saio andando devagar pra não chamar atenção, torcendo pra ninguém me ver.

Mas, infelizmente, quando chego à sala, vejo o Jaebum de costas conversando com o Junior. Merda, será que ele tinha contado para o Jaebum?!

Meu coração acelera e eu tento andar sem ser vista, de cabeça baixa, mas o Junior, que estava de frente pra mim, me nota e pigarreia em alerta. Junior, seu traidor...

— Minji? — Jaebum diz e eu me viro pra ele, tirando o cabelo do rosto, super constrangida. — Pensei que você tinha ido pra casa ontem, fiquei preocupado com isso.

— Ah... eu... — Voz aguda do k7, pigarreio. — Eu acabei caindo no sono no sofá e quando acordei, estava na cama do quarto vago...

— Ah, sim. Mas, você já está indo? Sem café da manhã?

— Sim, acho melhor ir logo... eu nem deveria estar aqui pra começo de conversa — digo olhando pro Junior que estava evitando me olhar nos olhos.

— Que pena... eu ia preparar a primeira refeição e achei que você pudesse me ajudar nisso — ele diz sorrindo.

— Eu adoraria — digo hesitante. — Mas, vou deixar pra aceitar na próxima, ok?

— Ok, vou te lembrar — ele diz.

— Pode lembrar — sorrio. — Bem... vou indo agora, até mais tarde.

— Até mais! — Eles dizem praticamente juntos.

E eu vou em direção à porta e saio quase correndo, torcendo pro Junior não abrir a boca.