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História Fly — Aprendendo a Amar - Visita Inesperada


Escrita por: ShinEunri

Capítulo 9 - Visita Inesperada


Fanfic / Fanfiction Fly — Aprendendo a Amar - Visita Inesperada

Estava almoçando na casa do meu pai, eu tinha feito o almoço — ramen, única coisa que eu conseguia fazer direito sem salgar ou passar do ponto — e a gente conversou sobre algumas coisas. Eu gostava de passar os domingos com o meu pai, ele era um homem bom e eu admito que senti falta dele quando morei três anos no Brasil só com a minha mãe.

Eu era mais próxima do meu pai, apesar de me parecer mais com a minha mãe. Meu pai era mais calmo e sábio, acho que foi por isso que minha mãe decidiu se separar dele — ela era um espírito livre preso no corpo de uma típica dona de casa coreana.

— Como vai o trabalho? — Meu pai pergunta enquanto assopra o ramen. — Você parece bastante ocupada ultimamente.

— Sim, eu tenho trabalhado duro — digo, colocando o cabelo atrás das orelhas para comer melhor. — Mas, eu estou feliz com esse trabalho... acho que vou crescer nele.

— Ouvir isso me enche de orgulho — meu pai sorri e dá um tapinha na minha mão. — Ver minha única filha se destacar com o que ela gosta de fazer é o meu maior sonho.

Sorrio e seguro a mão dele com carinho.

— Você parece mesmo mais feliz... — Ele diz após comer mais um pouco. — Você já tem alguém para me apresentar?

Engasgo e tomo um pouco de água.

— Não... não tenho ninguém em mente ainda — digo, passando a mão no pescoço e pigarreando. — Eu estou focada no trabalho agora, e você sabe como eu sou...

— Sim... eu sei — ele diz um tanto decepcionado e revira a comida um pouco. — Eu não quero te pressionar como a sua mãe, você sabe... eu só estou preocupado com a sua felicidade. Eu não quero que você fique sozinha...

— Appa... eu estou bem — digo me inclinando e voltando a segurar a mão dele com um sorriso. — Não se preocupe comigo, ok? Eu vou encontrar alguém que valha a pena... e mesmo se eu não encontrar, eu posso ser feliz sozinha...

Meu pai respira fundo, aquela não era uma ideia que o agradava. Nisso, ele e a minha mãe concordavam.

— Minha filha... eu só gostaria de ver o meu genro enquanto ainda estou por aqui — ele admite com um meio sorriso. — Então, não leve muito tempo, ok?

— Do que você está falando, appa? — Rio. Ele sempre apelava para essa conversa de estar velho demais e ter pouco tempo. — Você vai ter muito tempo pra isso ainda! E eu só tenho 22 anos... tia Miyun se casou com 34 e não teve problemas.

— Sim, sim... você está certa, você ainda tem bastante tempo — ele diz sorrindo levemente, mas parecia mais preocupado que o normal e mais cansado também. — E Miyun ainda teve trigêmios cheios de saúde!

Rimos.

— Muita saúde mesmo... aqueles pestinhas — balanço a cabeça ao lembrar da última vez que estivemos todos juntos no ano novo.

— Você tem razão... não há razão para eu me preocupar — ele continua comendo.

 

Chego em casa, deixo a minha bolsa sobre o sofá e vou direto para o banheiro tomar um banho. Penso sobre as coisas que o meu pai disse, ele realmente parecia mais preocupado com o fato de eu estar sozinha. Era comum que os pais se preocupassem em ver seus filhos bem casados e felizes, mas acho que meus pais estavam um tanto apressados demais com isso. Eu só tenho 22 anos ainda, mal saí da faculdade e eles já querem que eu me case assim, do nada?

Estranhei a pressa do meu pai... eu estava acostumada com a minha mãe me arranjando encontros e falando sobre mim para as amigas delas, com esperanças de me casar com um de seus filhos, mas, era a primeira vez que o meu pai deixava clara essa preocupação. Talvez a pressa deles fosse por eu estar perto dos 25 anos... "garotas só conseguem escolher um bom marido até os 25, depois disso elas são apenas escolhidas e têm que torcer para que isso aconteça" — era o que minha mãe sempre dizia e eu sempre ignorava quando mais nova, mas com a minha falta de sorte em lidar com o amor e um total de 1 namorado e meio, eu já estava começando a me preocupar.

Por outro lado, eu não queria me casar só por casar, só pra não ficar sozinha. Eu queria me casar por amor — eu sei, isso é muito brega, mas se não fosse assim, eu preferia ficar sozinha. Não é que eu realmente acreditasse no amor, como nos filmes e doramas, mas se ele existia de alguma forma, mesmo que não romantizado como estamos acostumados a ver, eu queria encontrá-lo pelo menos uma vez na vida. Mesmo que ele fosse cru e doloroso como alguns diziam que era, eu queria passar por isso e enfrentá-lo de cabeça erguida.

Coloco o meu hobby e saio do banheiro para o quarto, enrolando a toalha na cabeça. Ouço a campainha tocar... quem poderia ser? Eu não estava esperando ninguém, já que ninguém tinha o meu endereço desde que fui morar sozinha ali... deve ser engano. A campainha toca mais uma vez e saio do quarto resmungando.

Mais um toque.

— Eu já vou, já vou! — Exclamo destrancando a porta. — Será que você não sabe espe...

Quase caio pra trás ao abrir a porta. Fico encarando aquele sorriso estúpido por um instante antes de conseguir reagir.

— Oi — Jackson diz acenando. Começo a fechar a porta e ele me impede. — Não, não, por favor!

Reviro os olhos e bufo, abrindo a porta novamente.

— O que você está fazendo aqui? — Cruzo os braços e estreito os olhos. — Como conseguiu meu endereço?

— Com o JB — ele diz colocando as mãos nos meus braços e me tirando do caminho.

— O quê?! — Pergunto perplexa de olhos arregalados enquanto o vejo entrar. — Você perguntou meu endereço a ele? O que ele vai pensar de mim?

— Eu já disse que não ligo pra isso — ele senta no meu sofá se esticando e colocando os pés sobre a minha mesinha de centro.

— Não acredito que você fez isso... — Digo fechando a porta e indo até ele. — E tire os pés daí!

Dou um tapa nas pernas dele mas ele só as afasta de mim.

— Você devia ser menos agressiva...

— E você devia ser menos abusado — digo ainda de pé. — E você nem devia estar aqui, pra início de conversa.

— Claro que devia! — Ele ri e enrola a fita do meu hobby no dedo. — Em que outro lugar eu te veria assim?

Tiro a fita da mão dele bem no instante em que o laço ia se desfazer e eu ficaria como vim ao mundo. PERAE, EU ME ESQUECI QUE ESTAVA PRATICAMENTE NUA NA FRENTE DELE. Meu rosto cora mais que um pimentão e eu abraço o meu corpo no mesmo instante sentindo os olhos dele me atravessarem.

— Eu vou... — VOZ AGUDA AGORA NÃO. Pigarreio. — Eu vou me vestir e... e quando voltar, é melhor que você esteja bem longe daqui ou eu chamo a polícia!

— É melhor chamar mesmo — ele debocha e eu saio praticamente correndo dali para o quarto.

Tranco a porta atrás de mim e fico encostada nela por um momento, o coração quase estourando na minha caixa torácica, dou uns tapinhas no meu rosto e aperto os olhos. Por um instante eu ficaria nua na frente dele! Você está entendendo a gravidade do perigo, Minji?!

Respiro fundo e vou pegar uma roupa, pijamas, pra ser exata... era disso que uma garota precisava: bons e confortáveis pijamas. Pego um mais novinho dessa vez, caso ele ainda estivesse lá... não que eu quisesse ficar bonita pra ele, eu só não queria ficar por baixo — DROGA, DUPLO SENTIDO!

Balanço a cabeça para tirar aquela maldita imagem da minha mente e termino de vestir o pijama vermelho. Tiro a toalha do cabelo e uso o secador para secá-lo rapidamente. Quando saio do quarto, o vejo deitado no sofá olhando para o teto, bufo e bato a porta.

— Vermelho... — Ele sorri ao me ver. — Minha cor.

— Ainda aí... — Digo ao me aproximar. — Ok, vou ligar pra polícia então.

Pego a minha bolsa do braço do sofá e tiro o celular de dentro dela.

— Isso é um blefe — ele ri.

— Tem certeza? — Ergo a sobrancelha sorrindo e disco o número. — Alô? Boa noite, é a Ryu...

Jackson se levanta como o Flash e pega o celular da minha mão com um só movimento, desligando a chamada.

— Você é maluca! — Ele diz, me encarando.

— Lá vem você me chamando de maluca de novo — reviro os olhos. — Agora devolve o meu celular, vamos!

— Não.

— Devolve... — Digo entredentes.

— Não — ele diz dando mais um passo na minha direção e me segurando pela cintura.

Junto os braços para empurrá-lo pelo peito e ele sorri apenas.

— Eu adoro te ver assim — ele diz e eu o olho sem entender. — Nervosa.

— Eu não... — ah, essa voz aguda do inferno... — Eu não estou nervosa.

— Está sim... dá pra sentir pelo seu corpo — ele diz com um sorriso suave, se inclinando sobre mim. — Sua respiração fica acelerada... seu coração também. Sua expressão muda de confiante para confusa em dois segundos, seus olhos ficam maiores e sua voz, uma nota mais alta, te entrega também.

Não consigo reagir e apenas o observo,  não imaginava que alguém do tipo dele reparasse nesses detalhes. Estava surpresa por isso.

— E eu adoro ainda mais o fato de eu conseguir provocar isso tudo em você — ele diz aproximando o rosto de mim e o seu nariz encosta no meu.

Seus dedos afastam o meu cabelo do rosto e param sob o meu queixo. Estremeço e fecho os olhos por um instante antes de sentir os lábios dele sobre os meus. Minha mente fica em branco e eu podia sentir meu corpo amolecer, involuntariamente agarro a blusa dele e ele me puxa ainda mais para si — como se isso fosse possível.

Ele se afasta primeiro depois de um instante e eu percebo que estava sem ar, inspirando profundamente.

— Eu te deixei sem ar? — Ele ri. — Parece que eu venci, então.

O encaro e o empurro irritada.

— Não encoste mais em mim — digo. — Isso é divertido pra você? É só mais um jogo? Eu sou só mais um brinquedo nas suas mãos, é isso?

— Do que você está falando? — Ele pergunta fazendo careta. — Não é nada disso... você não entendeu.

— Ah, eu entendi sim... — Digo me aproximando dele e o empurrando e o batendo ao mesmo tempo. — Vocês são todos iguais mesmo e você é o pior tipo de todos eles! Finge ter sentimentos, faz as garotas suspirarem por aí e quando ganham o que querem, chutam elas como se não fossem um saco de nada... infelizmente, eu já passei por isso e não vou passar de novo nunca mais! Agora saia!

— Minji, eu não sou assim — ele diz segurando minhas mãos após eu abrir a porta.

— Você tem certeza? — Me aproximo e olho dentro dos olhos dele. — Olhe pra dentro de si mesmo e me diga se não é isso que você pretende fazer: brincar comigo. Você tem certeza sobre o que você finge sentir? Eu posso acreditar nas suas ações? Nesse seu... beijo?

Ele me encara e abre a boca por um instante, mas não diz nada.

— Como eu pensei — sinto os meus olhos arderem e empurro ele pra fora.

— Espera! — Ele segura a porta antes que eu pudesse fechá-la. — Eu não estou fingindo nada... esse beijo, ele... ele foi de verdade.

— Não dá pra acreditar em caras como você — respiro fundo.

Caras como eu? — Ele pergunta irritado. — Você quis dizer, caras diferentes do JB? É isso, não é?!

— O quê?! — Faço expressão de confusa.

— Você acha que eu não vejo que você olha pra ele como se ele fosse um deus? — Ele ri debochadamente. — Você não sabe como isso é patético... você deveria poder se ver quando fica babando por aí.

Eu o olho em silêncio por um instante.

— Pelo menos ele vale a pena... você não — digo seriamente e ele me olha perplexo, eu podia ver a dor em seus olhos. Dor que, por alguma razão, eu também senti em mim assim que aquelas palavras saíram da minha boca.

— Eu vou te provar isso, então — ele diz antes de virar as costas e sair.

Bato a porta rapidamente e sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Que diabos estava acontecendo comigo? Eu estava certa em me afastar dele agora, não estava? Ele era como os outros, não iria mudar e eu não era estúpida o suficiente pra acreditar que iria. Mas, então, por que aquilo estava doendo tanto?


Notas Finais


Surpresinha, amoras!
Eu costumo publicar um capítulo a cada sábado, como vcs sabem, mas faltam apenas alguns minutos pra chegar sábado e eu estava ansiosa demais pra postar... espero q tenham curtido pq as coisas só vão ficar mais complicadas a partir de agora hushush
Beijinhos e até o próximo sábado! 😙


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