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História Fogo Cruzado - "Arrancaram um pedaço de mim"


Escrita por: PPrime

Notas do Autor


Câmbio, comando vocês estão ai? As informações de hoje é que tem um capítulo pronto saindo do forno.

Capítulo 3 - "Arrancaram um pedaço de mim"


Fanfic / Fanfiction Fogo Cruzado - "Arrancaram um pedaço de mim"

Depois de algum tempo tentando ligar para o telefone de sua casa, Ethan acabou desistindo porque já havia tentado muitas vezes, a jornalista antes de encerrar a notícia disse que algumas pessoas sobreviveram e que estavam sobre cuidados médicos, o que deu esperanças para Ethan novamente.

O agente então correu ate o carro que ele tinha alugado para se movimentar pela cidade e sem querer acabou deixando o buquê de flores cair, porem antes de entrar no carro alguém estendeu o braço em cima do ombro de Ethan.

- Ei... Ethan não é? Não está esquecendo nada? -  Uma voz com sotaque Russo.

- Eu não tenho temp... Espera aí, você é Viktoria, faz parte dos G.R, o que faz aqui? Tá me seguindo por acaso? - Ethan respondeu em um tom de pressa.

- Na verdade, eu queria falar contigo desde quando estávamos no Pentágono. Eu te conheço, já te encontrei em uma missão.

- Ah sim... - Ethan olhou para o lado tentando lembrar.

- Você estava andando rápido, estou atrapalhando em algo? - Viktoria perguntou entregando o buquê de flores na mão de Ethan.

- Viu as notícias? Bom minha família morava em um desses bairros que foram atingidos, eu estou indo até o hospital que está mantendo cuidados sobre os feridos, tenho esperanças de que minha família ainda esteja com vida.

- Ah entendi, me perdoe por atrapalhar. Também tenho um tempo livre antes de ir para o quartel, posso fazer companhia se quiser. - Viktoria sugeriu.

Ethan ficou com o pé atrás por essa sugestão de Viktoria, Ethan nem se lembrava de ter visto essa loira alguma vez na vida. Mas como o garoto estava sem cabeça, ele aceitou pensando positivo que Viktoria talvez poderia ser uma boa companhia.

- Pode ser, entra aí. - Ethan terminou.

E então os dois arrancaram para o aeroporto onde um jato esperava para levar Ethan até sua cidade natal. Viktoria reparava em no agente dos pés a cabeça, e ela percebia o quanto ele estava desesperado. Já dentro do jatinho Ethan não parava quieto, ele entrelaçava os braços, batia os pés no chão, andava de um lado para o outro, ate quando Viktoria o chamou para conversar.

- Eh Ethan, pare de andar de um lado pro outro, ta igual a uma barata tonta. Senta aqui e tenta se acalmar.

- Me desculpe é que eu não consigo ficar em paz, eles são tudo o que tenho. - Ethan falou passando a mão em seus cabelos.

- Vem aqui, vou te contar da onde lembro do seu rosto. Tenho certeza de que era voce. - Viktoria então começou a narrar a historia. 

               "FLASHBACK​"

Eu e minha equipe estavamos escoltando um tipo de arma em 2014 de Manchester até Londres não tínhamos informações sobre o carregamento, tudo o que sabíamos é que deveríamos levar a tal coisa sem mexer dentro do grande pacote. Haviam vários gipes ajudando a escolta do nosso veículo principal e creio que você estava ne um desses jipes. O que me leva a pensar que nossas organizações já estavam trabalhando juntas faz tempo. Continuando, estava tudo bem pelo caminho quando sofremos uma emboscada, nosso caminhão capotou é uma troca de tiros intensa começou. Eu estava tentando mover a carga para um dos jipes que estava perto mas fui atingida por um tiro na cintura, até hoje tenho a cicatriz desse tiro. Então eu cai, e no meio daquilo tudo ninguém conseguiu ouvir a minha voz pedindo ajuda, até que alguém apareceu e me puxou para trás do jipe, era você. Você disse para um dos seus soldados entrar no jipe e terminar a entrega, que do resto vocês cuidariam por ali. Eu não consigo me lembrar mais porque minha visão começou a ficar embaçada e eu quase perdi a minha vida.

         "FIM DO FLASHBACK"

- Tenho certeza absoluta de que era você. - Viktoria terminou.

- Realmente era eu... Mas como? A vida é mesmo uma caixinha de surpresas, em um mundo lotado de pessoas, olha a gente se esbarrando por aqui de novo.

- Exatamente, olha não tive chances de te agradecer aquele dia então... Muito obrigada por salvar a minha vida. 

- Não tem de quê, afinal, esse é nosso principal trabalho não é? Salvar vidas. - Ethan disse sorrindo.

O assunto continuou sobre aquilo no caminho em que o jato percorria, Ethan explicou que realmente aquilo que a equipe de ambos escoltavam era realmente um tipo de arma, mas ele não sabia para que servia. Então Viktoria teorizou que aquilo poderia ser um tipo de GPS ou algo que pudesse localizar pessoas procuradas pela policia Interpol, e então o assunto morreu ali e os dois começaram a falar sobre suas famílias.

Viktoria tinha um passado conturbado com a sua, nunca teve um bom relacionamento com sua mãe e muito menos com seu pai que era um drogado e bêbado.

- Você teve um bom relacionamento com sua família antes de os deixar? - Viktoria perguntou.

- Tive sim, as vezes ate me arrependo de ter deixado eles, como em momentos iguais a esses.

- Mas provavelmente você não estaria vivo... - Ethan olhou para Viktoria antes dela terminar de falar com um olhar de "cale a boca".

- Me perdoe, eu não queria ter falado isso, não foi isso que eu quis dizer. Não podemos perder a fé de que eles estão vivos. - Viktoria se redimiu.

- Ta tudo bem, as vezes as pessoas deixam escapulir coisas assim, mas me conte o porque de você não ser tão próxima da sua família, se quiser entrar no assunto é claro. - Ethan falou virando seu rosto para a janela do jatinho onde os raios de sol passavam.

- Vou te dizer, isso não dói mais em mim. Meu pai sempre foi um drogado e bêbado que ameaçava minha mãe se ela o deixasse, minha mãe tinha raiva de mim pois eu fui apenas um aborto mal sucedido, os únicos que gostavam de mim ali eram meus avós, porem eles moravam longe. Penso que não tive culpa de vir ao mundo, afinal eles fizeram coisa errada na hora errada.

- Realmente, ninguém pede pra nascer, mas continue.

- Bom, eu fugi de casa com 14 anos de idade, não aguentava mais ver brigas e principalmente meu tio me abusando.

- Espera, o que? Abuso? - Ethan se espantou.

- Sim, isso que você esta imaginando mesmo, ele abusava de mim e como eu era inocente, acreditava nas palavras dele que eram "não vai doer, confia em mim", lembro ate da voz desse desgraçado. E ele me ameaçava se eu contasse algo para meus pais ou alguém. Mas uma vez eu ouvi de alguém que tudo nesse mundo tem volta, levei isso como um karma e eu fui o dele... - A loira parou de falar e olhou pro lado.

- O que você fez pra virar o "karma" dele? - Ethan falou mechendo os dedos.

- Antes de mais uma das tentativas de abuso dele, eu peguei uma faca na cozinha e guardei no meu quarto, quando ele tentou fazer algo eu... Cortei aquela coisa nojenta dele fora, eu já não aguentava mais de tanta dor que ele me provocava, tanto psicologicamente quanto fisicamente. Enquanto ele urrava de dor eu fugi pela janela e fui para a casa dos meus avós, passei dias sem comer e sem tomar banho, quando cheguei eu expliquei tudo e eles me esconderam por um tempo. Quando meu avô morreu, as NIKITAS tomaram conhecimento sobre mim, não me pergunte porquê, também não sei, mas foi assim que me tornei quem sou.

- Uau, quer dizer, nossa, eu não tenho historias nem lembranças de como virei quem sou hoje, eu apenas sou. - Ethan terminou.

Então o jato finalmente chegou ao aeroporto mais perto do hospital, o tempo era chuvoso e novamente Ethan saiu sem pegar o buquê de flores, mas Viktoria pegou e levou junto contigo. Quando eles chegaram no hospital o agente logo pediu informações sobre sua família e o medico encarregado daquela parte disse que apenas uma pessoa tinha sobrevivido, era a irmã de Ethan, mas ela estava em estado crítico e tinha que receber visitas rápidas.

- O senhor me acompanhe por favor, mas a senhorita vai ter que esperar. - O médico falou.

- Tudo bem, eu vou esperar aqui, pode ir Ethan. - Viktoria disse sentando-se em uma cadeira da tenda onde estavam.

Ethan passava pelos quartos totalmente fechados e via pessoas em macas, respirando com equipamentos e começou a sentir um frio na barriga, um sentimento de dor e de perda, principalmente quando chegou ao quarto de sua irmã e a viu deitada e machucada. Ethan não podia tocar para falar com sua irmã, mas podia sentir a dor que ela sentia, Ethan então pediu para que o médico avisasse os responsáveis pelos corpos de seus pais que era para crema-los, e as cinzas devolvidas para Ethan. Então depois de tudo arrumado, ambos os dois Ethan e Viktoria tomaram banho em um Hotel e foram liberar as cinzas de seus pais, em um local de infância para Ethan.

- Chegamos. - Suspirou Ethan. - Aqui é o ultimo local que passamos juntos antes de eu me juntar a minha organização, esse é um lugar especial pra mim.

- Eu entendo, é lindo. - Viktoria falou observando a paisagem.

- Enfim, fizemos um piquenique aqui, foram bons momentos. - Ethan falou segurando para não chorar.

- Eu sei que você quer chorar, não tem como segurar, é mais forte que a gente e a dor é pior do que levar um tiro.

Ethan jogou as cinzas lentamente, e o vento foi as levando.

- Viktoria, lembra o que você me disse sobre karma?

- Lembro sim, mas o que tem a ver?

- Esses terroristas tiraram tudo o que eu tinha de mais precioso, então eu serei o karma deles.



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