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História Fogo e Gelo - Chaos


Escrita por: UoUUAn

Notas do Autor


Desculpe demorar demais, eu tive uns bloqueios criativos 'u.u

apenas gostaria de deixar a medida dos personagens aqui ^^

Andril: 1,62
Erif: 1,75
Rayther: 1,83
Peter: 1,80
Werdwick: 2,06

boa leitura <3

Capítulo 2 - Chaos


Estava um dia razoavelmente quente, o que não era uma coisa boa, em parte para os moradores do Castelo Glaciem. As horas estavam passando, e logo o pôr-do-sol chegaria.

E logo os campos verdes iriam estar repletos de anjos de gelo e fogo, batalhando novamente.

Há 14 anos, Andril se deparara com um anjo de fogo na Floresta Halgar, ela nunca esquecera. Claro, pois após aquele dia, ela carregava uma recordação. A pena da asa da garota que a ameaçou. Era pequena, mas com o passar do tempo ela crescera – como isso, Andril não sabia responder -, negra, como fuligem. Negra, assim como os olhos carregados de raiva que a encararam naquele dia.

Aquela pena ficava presa em seu prendedor de cabelo. Toda manhã, acordava, e penteava os cabelos louros, fazia um coque no alto da cabeça, deixando algumas mechas caírem sobre o seu rosto, e prendiam a pena no elástico dourado. Ficava bonito. Era o único adereço escuro que possuía.

Depois daquele dia, Andril voltara ao castelo como se nada tivesse acontecido. Não contou nada a Rayther, ela escondia a pena no bolso de seu sobretudo. Deitou-se em sua cama, no quarto repleto de outras meninas, e apertou a pena debaixo do lençol. Depois daquele dia, ela treinara mais, e se tornara uma das mais fortes. Atualmente, ela está no nível 45 da casta dos ishins, isso orgulhava Rayther bastante, ele estava feliz por ela ter progredido. Viu como ela se tornara uma mulher forte, determinada.

Viu como ela se tornara uma mulher bonita, atraente.

Ele não podia deixar de notar que, com o passar do tempo, ficara mais interessado nela. Ela sempre chamava sua atenção, mas agora...

O cabelo, o sorriso, sua personalidade... Tudo nela estava mais maduro.

Andril ficara um pouco mais alta, apenas uns 20 centímetros a menos que Rayther. Seus longos cabelos louros que chegavam a ser platinados eram sempre presos em um coque perfeito. Seu corpo também mudou. Engordou um pouco, os seios medianos, as curvas bem definidas, as coxas grossas. Mas também ficara mais forte, poderosa. Não era tão boa em um combate corpo à corpo, seu manuseio com a espada não era lá grande coisa, todavia ela era boa no voo e com a magia.

Entretanto, o que mais chamava a atenção de Rayther era o olhar dela. Os olhos. Azuis tão claros, tão expressivos, tão profundos, tão admiráveis. Tão... Perfeitos. É, definitivamente ele estava apaixonado por ela, e não negava isso. Estar perto dela o fazia tão bem, pleno, feliz. Ele precisava dela. Não saberia o que fazer sem ela.

- Estou nervosa. Não sei como vou me sair. Nunca fiz isso antes, nunca estive ali. E se eu falhar? Eu nunca matei um anjo antes, eu não sei. Estou entrando em pânico.

Rayther estava sentado na cama de Andril, olhando para ela à sua frente, encarando a janela lá fora, desesperada. Era a primeira vez que Andril iria lutar fora do treinamento. Era a primeira vez que ela iria finalmente participar de uma batalha.

- Calma, você se sairá bem. – ele disse, sorrindo, era engraçado vê-la desse jeito – Ei, essa não é a pequena Andril que eu conheço. Você é sempre tão corajosa. Vai ficar tudo bem.

- Mas e se eu errar algum ataque? E se eu congelar um dos nossos?!

- Andril, não dá pra congelar anjos do gelo.

Andril se virou ele, com os olhos arregalados. Ela estava com a boca aberta, ia dizer alguma coisa. Parou e refletiu, tombou a cabeça para o lado esquerdo.

- Oh, é verdade. – ela disse

- E você é forte, você sabe. – Rayther se levantou e pôs suas mãos sobre os ombros dela – Lembra, ano passado, no treino? Você literalmente chutou o traseiro do Kile, nunca mais vi ele te zoando desde então. Dois meses atrás, Zoroleo...

- Não mencione o incidente do Zoroleo.

- Você quebrou a perna dele por ele ter pegado a sua pena negra.

- Não fiz por querer. – ela disse, torcendo o nariz

Rayther olhou-a com escárnio.

- Estou falando sério. – ela bufou – Ir no campo lá fora é diferente de lutar aqui.

Um minuto de silêncio pairou sobre o quarto de Andril. Ela lambeu os lábios. “Deus, você não fez isso”; pensou Rayther, corado.

- Estou com medo. – ela disse, abaixando a cabeça, como se admitir isso para Rayther fosse a pior coisa do mundo

Andril não gostava de admitir esse tipo de coisa, ela mantinha esse tipo de sentimento desde que perdera o medo das nevascas. Para ela, medo seria apenas uma palavra presente no vocabulário, mas não presente no seu interior. Andril era destemida, poderosa, ela não sentia medo. Não gostava de sentir medo.

- Está tudo bem ficar com medo – Rayther disse – Isso não lhe fará menos habilidosa, ou sei lá o que. Você é você, e eu gosto de você do jeito que é.

Andril sorriu. É claro que ela não entendera o verdadeiro significado de gostar. Andril entendia isso como se ele lhe tratasse como sua irmãzinha. Ela o amava também, mas não da mesma forma que ele queria.

- Lembra do que eu te disse, na noite que você avançou de nível? – ele pergunta, fixando seus olhos dourados nos dos dela

Ela assente.

- “Nem sempre você vai ganhar e conseguir o que quer, mas você não pode desistir de algo só porque falhou, ao contrário Andril, você tem que persistir e ver onde errou. Ser forte não é só ser bom no ataque e o maior anjo do batalhão, é enfrentar seus medos, assumir que errou e treinar para melhorar.” – ela recita

Rayther sorri.

- Essa é a minha garota. – minha, só minha, de mais ninguém.

Eles se abraçam, ficam ali por longos minutos, até o pôr-do-sol estar mais próximo. Ele beija a cabeça dela repetidas vezes, podendo também sentir o doce aroma de seus cabelos louros. Tão linda, tão perfeita, tão angelical, tão pura.

Andril era pura, e isso deixava Rayther louco. Ele sabia que outros anjos também estavam interessados nela, eles até flertavam com ela. Andril não era burra, então os afastava. Se ele flertasse com ela, seria capaz dela se afastar de Rayther também? Não, a última coisa que Rayther gostaria de fazer é afastar-se de Andril. Mas esse desejo, essa sensação morna em seu peito, esse desconforto de não poder tê-la com ele estava matando-o.

- Não sei o que faria sem você. – ela sussurra – Obrigada Rayther, de verdade.

Três batidas na porta. Era a hora.

A hora que anjos de gelo e fogo travariam mais uma batalha.

***

Estava quente, Andril estava começando à passar mal. Voava com pressa, perseguia um anjo do fogo. Ele não era tão rápido, talvez devesse ser o primeiro dia dele. Andril não conseguia invocar seus elementos agora, estava demasiadamente quente, e voar estava deixando-a mais cansada. Teria de ser da maneira manual.

Tragou ar, pegou mais força com as asas, e acelerou, puxou a espada da bainha. Um único golpe, e aquele anjo cairia.

“Eu consigo.”; ela dizia mentalmente “Anjos do fogo são perigosos, eles merecem voltar de onde vieram, do inferno.”

Anjos do fogo são malvados.

Perversos.

Inimigos.

Anjos do fogo são inimigos, Andril. Não hesite em acabar com eles, nem que seja uma criança. Entendeu?

“- Olá, meu nome é Erif, qual é o seu?”

  Andril arregala os olhos e para de voar, deixando o anjo escapar para os campos, onde milhares de anjos lutam entre si. Andril olha aquela cena. Isso não está certo. Não, não, não. Sua mão treme, ela guarda rapidamente a espada na bainha, e foge. Ela espera que ninguém tenha visto, ela espera que Rayther não tenha visto. Ela voa desesperada. Adrenalina bombeia em suas veias. Ela não se importa com o calor, não se importa com mais nada. Ela não pode matar, ela não consegue.

Ela sabia que tinha falhado, por um motivo óbvio, mas não podia deixar de se sentir envergonhada por ter fugido.

Mas ela sabia que todos estavam errados. Depois daquele dia, quando criança, ela sempre soube que todos estavam errados, e agora ela tinha certeza disso.

Ela estava voando em disparada para a Floresta Halgar.

Quando estava longe o suficiente dos campos, ela inspirou o mais forte que conseguia, e soltou.

- ERIF! – ela gritara tão alto que talvez fosse possível alguns anjos nos campos terem ouvido

Ela pousa em uma clareira da Floresta, ela tira a pena negra de seu prendedor, e a aperta.

- Erif. – repete- Erif, preciso de você, por favor. Por favor, me escute.

Erif, me ajude.

Eu não sei o que fazer.

Erif...

- Andril. – um sussurro

- ERIF! O que pensa que está fazendo parada aí?! Preciso de sua ajuda, temos três na direita e dois na esquerda. Acho que Peter viu um sobrevoando nossa posição. – um cara de mais ou menos 2 metros de altura grita. Ele possuía uma cicatriz no queixo e cabelos pretos que batiam em seus largos ombros. Seus olhos castanhos faiscavam de raiva, ou talvez ansiedade – Você fica com o cara acima, eu pegou as mocinhas da direita. Os da esquerda deixamos com o resto.

- Ahm... Entendi.

- Você está avoada? Concentre-se, guerra não é brincadeira, mocinha. – vociferou o rapaz

- Eu sei, senhor Werdwick. – retruca Erif – É que...

- Está com medo, doçura?

Peter. O rapaz trajava um sorriso malicioso no rosto. Seus cabelos laranjas caíam desleixadamente em seu rosto, os olhos cinzas intimidavam.

- Se quiser, eu te protejo, doçura, sabe que sou seu escravo pessoal. – Peter dá uma piscadela

- Chega disso. Precisamos agir, e rápido. – bradou Werdwick

Erif abriu as grandes asas negras, antes que pudesse levantar voo, Peter segurou seu braço e sussurrou em seu ouvido:

- Cuidado lá em cima, doçura. Não quero beijar um rosto todo arranhado.

- Vá beijar o traseiro da sua mãe, seu idiota. – Erif se desvencilhou e voo o mais rápido que pôde

Ela ofegou. Voar não era muito sua especialidade, e Werdwrick mandou-a em um combate aéreo. Isso era problema, talvez ela pudesse atraí-lo pra baixo. Precisava fazer isso rápido, Andril precisava dela. Erif apertou a grande pena branca que pendia eu seu colar. Suspirou.

“Eu consigo.”

Ela não iria matar o anjo. Erif detestava matar, apenas deixava seu oponente inconsciente.

Ela viu o anjo acima, mas foi pega de surpresa quando um anjo do fogo, mais ao longe, atirara uma flecha bem na nunca do anjo de gelo. Ele caía. Erif desviou do corpo, caindo nos destroços de uma casa que estava antes. Ela viu o corpo do anjo estirado no chão, os olhos abertos, surpresos. Uma poça de sangue ao redor da sua cabeça. Erif desviou o olhar, odiava ver mortes.

Ok, seu oponente estava morto. Então ela fugiu. Andril precisava dela. Ela precisava de Andril.

Depois de tanto tempo.

Depois do que aconteceu naquele dia...

- Hm. – Peter assistiu ela ir embora de longe. Ele abriu um sorriso pervertido – Onde será que você está indo, doçura?

Ele viu que ela estava indo em direção as florestas. Sorriu ainda mais, o shorts que ela usava era bem justo, e de costas então...

- Hah, bela vista, gracinha.



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