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História Fogo Lento - 1


Escrita por: LetyMalfoy

Notas do Autor


Olá, eu voltei. Aproveitem a leitura, já estou terminando Recomeços, ela virá logo.

Capítulo 2 - 1


 Percy não teve uma noite fácil, por isso, acordou muito tarde na manhã seguinte. Quando se olhou no espelho, notou que os olhos estavam inchados e gemeu, pensando sobre como devia estar patético enquanto um rapaz da idade do irmão caçula cuidava dele. Só recordar como tinha se mostrado vulnerável, o fazia corar. Uma pessoa tinha que estar muito carente para apreciar tanto a atenção de um mero conhecido, mas, o herdeiro dos Malfoy sempre chamou a atenção por onde passava, e Percy o encontrava fascinante, mesmo quando era um moleque endiabrado se pavoneando pelos corredores da escola. Mas, foi nas celas do Ministério que realmente o notou de uma maneira diferente, tão frágil e tão orgulhoso ao mesmo tempo... a culpa ainda o corroía por ter se sentido atraído por alguém tão pouco tempo depois da morte do irmão. Mais um pecado para a sua já longa lista.

Com um suspiro, ele foi para a cozinha, onde começou a fazer um chá, tentando ignorar a cicatriz em seu braço direito, resultado do ataque de George. Estremeceu ao se lembrar daquilo de novo, entendia que seu irmão o tivesse escolhido como alvo de todo seu ódio e dor pela perda do gêmeo, George ele podia perdoar, era claro como o dia que ele precisava culpar alguém ou iria enlouquecer de vez. O que mais doeu, a quem ele tentava enganar, ainda doía, era que o resto de sua família também não se preocupasse por seu bem estar. Ainda se lembrava da dor crua que sentiu quando tentou ir ao enterro de Fred, sua mãe só pôde chorar ainda mais forte ao vê-lo e  tinha os olhos tão cheios de tristeza e acusação, que partiu seu coração em mil pedaços. Os demais não disseram nada, mas os olhares frios e a falta de abraços ou tentativas de se aproximar foram o suficiente para ele saber que não era bem-vindo, mas o pior foi que, quando tentou se aproximar do caixão para se despedir de Fred e ir embora, George explodiu, atacando-o violentamente com feitiços. Um deles o fez voar contra uma lápide de mármore já destruída pela fúria do gêmeo restante, perfurando-lhe as costas em vários pontos, e o feitiço cortante acertou-lhe o braço, ferindo-o profundamente. Como St. Mungo ainda estava cheio com doentes e feridos da guerra em recuperação, seu atendimento demorou mais do que o esperado, coisa que quase o fez perder o membro e precisar de uma transfusão de sangue, algo raro no mundo mágico, reservado apenas para quando as poções de reposição não funcionavam. Ele riu de pura amargura ao ouvir do medimago que foi Ron quem fez a doação, já que quando acordou só encontrou Harry a seu lado.

Desde esse incidente, os encontros com os membros de sua família tinham sido espaçados e incômodos, era como se ninguém soubesse como tratá-lo, e se ele fosse sincero, nunca souberam. Sua veia egoísta os odiava por isso, ele também precisava de atenção e apoio. Estava sozinho, fora da Toca há um longo tempo, seus amigos estavam ocupados com estudos e suas vidas, o seu apreciado trabalho no Ministério tinha sido retirado dele pouco mais de um ano após a batalha final. Ser um excluído dos Weasley e ter defendido a posição do Ministério contra Harry Potter tinha cobrado o preço em sua credibilidade e ele foi demitido numa "reestruturação", sua competência e bons resultados não podiam salvar o mal estar no ambiente de trabalho, agora, maiormente composto por heróis de guerra e vítimas sobreviventes daquele-que-não-deve-ser-nomeado.

Seus pensamentos depressivos foram interrompidos pelas bicadas de um elegante falcão em sua janela da cozinha. Com um passe de varinha, ele deixou a ave entrar para entregar-lhe uma carta com o selo dos Malfoy. Depois de pegar o envelope, deu ao mal humorado falcão um pedacinho de bacon, fazendo-o ficar mais feliz, inclusive, chegando a aceitar um carinho e ficando no mesmo lugar  numa das cadeiras do ruivo, indicando que esperaria por uma resposta. Curioso, Percy abriu a carta.

Caro, Percival, como você está?

Não pude deixar de pensar sobre o que você disse sobre a herança de Severus ontem. Sei que é imperativo cuidar das coisas que ele me deixou e preservar seu legado, mas com minhas aulas e trabalho no restaurante, não terei tempo. Me dá pena pensar em todos aqueles livros, pergaminhos e materiais cheios de pó e umidade. Gostaria de saber se te interessa cuidar do inventário, me faria um grande favor, porque, pelo que ouvi do meu pai, você é uma das pessoas mais eficientes com quem já lidou, e isso é um elogio e tanto vindo dele. Se estives interessado, me responda, só posso ficar na Inglaterra por mais dois dias, e seria o tempo exato para os advogados da família fazerem um contrato de trabalho.

Cordialmente,

Draco Malfoy.

PS: Decidi que te chamarei pelo nome completo, é mais formal, como você... e evita que me lembre do seu irmãozinho insuportável.

Percy ficou de boca de aberta por alguns segundos antes de morder o lábio inferior, ansioso. Claro que precisava do emprego, sua demissão no Ministério tinha sido meses antes, e suas reservas de dinheiro já estavam acabando, era uma oportunidade perfeita. Muito perfeita, se pensava bem, mas se tinha uma coisa que se podia dizer sobre ele, era que sempre foi sensato e prático. Não podia recusar um emprego, mesmo que temporário, além disso, os Malfoy eram ricos, se fosse bom  o bastante nesse trabalho específico, talvez oferecessem uma posição definitiva nas empresas. O fato que essa nova associação faria sua família tivesse um desmaio coletivo só aumentou sua resolução, e ele escreveu uma curta aceitação. Se o rapaz Malfoy estivesse falando sério, falariam mais detalhadamente depois, isso sem falar que a possibilidade de ver e ler toda a coleção de Severus Snape antes de qualquer um o deixava totalmente animado. Seria bom para ele se distrair com algo de estudo.

 

X~x~X

 

- Tudo certo, senhor Weasley. Todas as assinaturas em seus devidos lugares. Amanhã enviarei suas cópias depois de registrar tudo isso no Ministério. - O advogado disse, com seu ar formal, mas com um sorriso discreto. - Bem-vindo a equipe.

- Obrigado. - Respondeu, com um sorriso simpático.

- Os Malfoy são empregadores muito generosos, com certeza vai se sentir mais recompensado que no Ministério.

- Claro que sim, somos muito mais encantadores que aqueles sanguessugas do Ministério. - Draco disse, entrando na sala do advogado a tempo de ouvir o final. - Já terminaram a parte chata e tediosa?

O velho mago soltou um suspiro de sofrimento e olhou feio para Draco.

- Não é tediosa e chata, e sim necessária. Você, meu jovem, é o único herdeiro de Lucius, e um dia vai ter que aprender como gerenciar seus negócios.

Draco deu ao velho advogado, amigo de seu avô, um grande sorriso.

- Eu? Nem pensar, foi por isso que já recrutei nosso querido Percival. - O loiro disse, com charme. - Agora ele vai cuidar dos meus interesses, não é? - Perguntou para Percy.

O ruivo tentou ler a expressão do loiro, mas não conseguiu, então só concordou, acenando com a cabeça positivamente.

- Mas, o senhor Attinks continua tendo razão. Vai ter que aprender sobre seus negócios para saber o que seus empregados estão fazendo com o seu dinheiro. - Já gostando da ideia de ser assistente do loiro ou seu administrador, mas sabendo que teria um trabalho duro fazendo esse menino mimado dar atenção aos negócios em vez das panelas.

O advogado deu um sorriso malicioso.

- Gosto do garoto. - Disse, olhando com aprovação para Percy e seu ar formal. - Agora, saiam do meu escritório, tenho trabalho real para fazer, Draco... como manter seus negócios rentáveis para que continue brincando com panelas e caldeirões, que loucura. - Terminou, resmungando como o velho que era.

Os dois obedeceram, saindo apressadamente para não cair na ira do homem. Draco começou a falar assim que fechou a pesada porta de madeira do escritório.

- Ele era amigo do meu avô. O deixa muito irritado que meu pai não tenha me obrigado a estudar algo para os negócios em vez de gastronomia. Mas não ligue para a cara brava, ele só late, não morde.

- Estou acostumado com o tipo, mas a verdade é que dá para perceber que é doce.

Draco o olhou com horror.

- Com certeza ele gostou de você. Doce não é uma palavra que qualquer um usaria para definir o velho Attinks, mas se você caiu nas boas graças do velho tenha cuidado. Se te convidar para jogar xadrez, fuja, ele está planejando te fazer propostas indecentes.

Percy gargalhou ao ouvir isso.

- Está rindo? - Draco provocou, levantando uma sobrancelha. - Pois, saiba que foi assim que ele conquistou seu falecido marido, com encontros para jogar xadrez. Meu pai me contou tudo, o nome dele era Evon. - O loiro disse, se lembrando do  marido e antigo sócio do velho. - Ele sim era doce, sempre me dava biscoitos e chocolate.

Percy revirou os olhos.

- Claro que você ia gostar mais do que te mimava o tempo todo do que do pobre homem que tentava enfiar juízo na sua cabeça. - O ruivo disse, e quando chegaram na rua, se surpreendeu quando Draco o segurou delicadamente pelo cotovelo para guiá-lo a uma direção desconhecida.

- Bem, não é segredo nenhum que sou um mimado. - O loiro disse, com um sorriso malicioso. - E agora, vou te levar para almoçar em comemoração a nossa parceria de negócios. E ao fim da bagunça de Severus.

- É uma herança preciosa, não uma bagunça. - Percy disse, severamente.

- Eu sei, mas é que não consigo lidar com isso. Acho que a morte dele ainda é meio irreal pra mim... se fosse olhar sua casa, mexer nas coisas deles, se tornaria definitivo.

Percy entendia essa sensação melhor que a maioria das pessoas, por semanas, depois da morte de Fred, acordava com a sensação de que tudo tinha sido um pesadelo e que poderia vê-lo novamente para realmente desfrutar sobre fazer uma piada, sem a culpa de que seu último sorriso foi para ele. Pensando no tempo que levou para dizer o nome do irmão em voz alta, se compadeceu de Draco, que tinha enterrado o padrinho depois de descobrir que esse tinha mentido a vida toda. Com um sorriso, passou seu braço pelo do loiro.

- Eu cuidarei disso, não se preocupe. Agora, me leve a esse restaurante metido, mas já vou avisando que me recuso a comer lesmas.

Draco sorriu com malícia.

- Oh, seu irmão discordaria desse preconceito, sei que ele adora a iguaria.

Percy olhou feio para Draco.

- Não fale mal do meu irmãozinho. - Ele disse, fingindo-se de ofendido. - E ele as estava vomitando, não comendo... o que prova meu ponto sobre lesmas.

Draco riu, porque definitivamente, aquele era um tom divertido na voz do ruivo.

- Que seja, mas não se preocupe, Percival. Vou te apresentar aos melhores pratos do mundo, vai acreditar que sou um deus da culinária e vai comer tudo que te der sem perguntar o que tem no prato.

- Continue sonhando. - Percy provocou.

 

X~x~X

 

 

Caro Draco,

Você se esqueceu de mencionar que seu padrinho tinha como meta na vida ter mais livros que qualquer um? A casa tem pilhas de livros em quase todos os cantos... e o pó! Vou cobrar um extra pela limpeza, porque aqui tem anos de pó acumulado, com certeza ele não teve tempo de limpar em seus últimos anos. E para piorar, terei que limpar do jeito trouxa, porque tenho medo dos feitiços estragarem os livros mais delicados, mas a pior parte é que tem MOFO! Terei que usar uma mistura especial, receita do seu padrinho, para limpar os livros e pergaminhos afetados, folha por folha. Agora, entendi porque você fugiu pra Paris antes de me trazer na casa, sabia que eu ia ter um ataque cardíaco. Acho que mereço uma sobremesa especial só pelos problemas que me fez passar.

Até breve,

Percy Weasley.

PS: Hermes precisa descansar antes de voar de volta, mas não o entupa com besteiras, por favor.

Draco sorriu, olhando para a coruja. Certamente Percy o queria ao alcance de seus gritos, por isso, o convidaria para jantar quando estivesse na Inglaterra, com sorte, até lá o ruivo já estaria mais calmo e teria se lembrando do gordo pagamento para cuidar das coisas de Severus.

- Quanto tempo acha que eu levo para conquistar seu dono, hein? Algumas semanas? Talvez meses? - Draco perguntou a Hermes, acariciando suas asas. - É melhor que goste de mim, porque pretendo ganhar seu dono... e se não me ajudar te coloco de castigo com os falcões de Malfoy Manor.

Hermes o bicou, mostrando que não ligava para ameaças, tão grifinório quanto o dono.

 

X~x~X

 

Caro Percival,

Como pode pensar que fugi de uma possível reprimenda sua? Jamais faria algo assim, que maldoso da sua parte pensar que deixei o país antes de te levar na casa de Severus de propósito. E sobre a limpeza, mandei uma carta para minha mãe, ela vai liberar um dos elfos para tornar esse lugar habitável, sei que não poderão te ajudar com os livros e materiais mais delicados, mas já será um grande começo. E, por mais que não seja minha culpa que Severus tenha escolhido viver nessa choupana trouxa, te farei um jantar especial como agradecimento por todo seu trabalho e empenho. E, lembre-se do que te disse antes de começar o trabalho, se encontrar alguma caixa fechada com magia ou algum livro que emita más vibrações, não toque em nada. É sério. Chame meu pai, ele poderá lidar com o problema ou chamar alguém que o faça.

Estarei contando os dias para nosso jantar.

Atenciosamente,

Draco Malfoy.

Percy deixou a carta na mesa e a observou por um tempo. Já tinha saído com um rapaz antes, Oliver podia ser uma fanático por quadribol e um terror para seus jogadores, mas era um doce com ele e muito atencioso. Não exatamente sua combinação perfeita, mas algo que o fez entender que a suavidade de Penny nunca seria o suficiente para ele. Draco Malfoy era muito bonita, com uma aura misteriosa e magnética, o fazia pensar em coisas que não deveria. Sabia que não era correto iniciar uma relação com seu patrão, mas os dois eram adultos, e tinha certeza que se mudasse de ideia poderia dizer não e continuar com seu emprego. Sua reflexão o fez sorrir, já que a decisão de começar a flertar com ele por cartas era uma demonstração clara de seu interesse e suas intenções de conhecer mais intimamente ao loiro.

 

X~x~X

 

- Tão cedo em casa? - Foi a pergunta que recepcionou Draco quando saiu da lareira em Malfoy Manor.

- Olá, mãe. Estou bem, obrigado. - Disse, com sarcasmo e uma careta.

Seu pai riu, mas não antes de olhá-lo com atenção.

- Acho que é a primeira vez que você volta pra casa menos de um mês depois de sua última visita desde que saiu para morar na França. Não pode nos culpar por ficarmos surpresos. - Lucius argumentou, mas já com um sorriso malicioso. - Ainda mais quando vem com sacolas que não pode encolher... ingredientes especiais, eu suponho. O que está aprontando, filho?

Draco engoliu em seco, seus pais não tinham interferido em suas decisões depois da guerra, mas era dos Weasley que estavam falando ali. Era melhor deixar tudo às claras desde o início, para não ter surpresas depois, por isso, foi direto ao ponto:

- Nada muito importante... só planejando como seduzir Percival Weasley. - Draco disse, esperando de coração que eles não surtassem.

- Então é algo importante - Sua mãe o corrigiu, com ar sério. - Se for tão lento quanto seu pai, o pobre rapaz terá que fazer quase tudo sozinho.

- Ei! Eu não fui lento. - Lucius discordou, mas Draco já conhecia a história e sua mãe sempre ganhava essa discussão.

- Amor, te custaram dois meses para me chamar para uma passeio, e mais um para me beijar depois disso. - Narcissa provocou. - E olha que já tinha te mandado uma carta no dia dos namorados.

- Isso é a definição de ser lento, pai. - Draco se juntou a mãe, divertido.

- Desculpe-me, isso é a definição de ser paciente. - Lucius se defendeu. - Nem todo mundo pode sair por ai cozinhando e conquistando pobres ruivos desavisados.

- Sim. Uma pena, eu gostaria de ter um marido que pode fazer um jantar romântico.

- Oh, eu posso encomendar um para os elfos, o que é praticamente a mesma coisa. - Lucius disse, sorrindo, mas logo, ficando sério. - Não preciso dizer que ele é um empregado e que não quiser nada com você, tem que se desculpar e não ficar insistindo, certo?

- E, se ele não te interessa para algo minimamente duradouro, deixe-o em paz. - Narcissa adicionou. - Essa relação, se começar, pode aumentar ainda mais o distanciamento entre ele e a família.

Draco sorriu, sem recriminações até ali.

- Então, posso deduzir que conheceu Percival? - Draco perguntou a mãe, curioso pela reação dela.

- Fui levar um dos elfos para limpar aquele antro onde Severus insistia em se esconder, às vezes. Percy foi uma surpresa, é muito inteligente, tem uma conversa ágil e modos impecáveis. Um verdadeiro milagre se consideramos de onde ele vem.

- Eu já sabia tudo isso. - Lucius disse. - Já me agradava o jeito ambicioso e eficiente dele no Ministério, e que tenha ganhado a simpatia da sua mãe já nos diz muito.

- Então, não teremos uma rusga por sua origem?

- É um sangue puro, não vou mentir, isso me agrada, mas mesmo que quisesse um mestiço ou um sangue ruim, não iria me interpor hoje em dia. - O loiro mais velho explicou. - Já tentei controlar suas escolhas e todos nós sabemos que não deu certo.

Narcissa deu um sorriso malicioso.

- Ele também já deve estar pensando que pode parar de se preocupar em achar um bom administrador para você, porque Attinks já fez todos os elogios possíveis sobre o jovem Percy. Se esse romance der certo, já não vamos ter problemas com você esvaziando os cofres Malfoy com má administração.

Draco sorriu, seus pais eram uns interesseiros.

- Só devo confessar que depois de seu tempo com Blaise na Itália, pensei que ia demorar mais para querer algo duradouro com alguém. - Lucius adicionou. - Mas, não vou negar que isso me agrada, os dois combinam, de uma maneira estranha. Se puder fazer com que ele te aceite, não creio que o menino Weasley seja tão estúpido para aceitar um cozinheiro com delírios de grandeza.

Narcissa riu baixinho, e Draco estreitou os olhos em direção ao pai.

- Vou demorar menos que você, isso é um fato. E, se minha mãe aceitou sair com um... como era mesmo? - Ele fingiu pensar. - Ah, sim, herdeiro sem miolos e com uma louca obsessão pelo cabelo, acho que vou ficar bem com meu ruivo.

Narcissa gargalhou, enquanto Lucius aceitava a derrota com graciosidade. Contente de ter ganhado o duelo verbal, Draco foi para as cozinhas, tinha coisas que preparar antes de ir ao apartamento de Percy.

 

X~x~X

 

Dizer que Percy estava nervoso, seria o eufemismo do século. Já fazia mais de dez dias, desde que ele recebeu a carta de Draco e passou todos os dias limpando, polindo e reorganizando seu pequeno apartamento, principalmente a cozinha. Ia receber um futuro chef renomado, e queria que sua cozinha não o fizesse torcer o nariz. Ainda com toda essa preparação da casa, e a sua própria, arrumando os fios ruivos de seu cabelo, colocando uma boa túnica e pedindo para todas as divindades, que não fizesse nenhuma besteira, quando a campanhia tocou, deu um pulo de susto.  Abriu a porta e viu Draco Malfoy parado ali, com um sorriso sedutor e usando uma túnica negra simples.

- Olá, Percival. Estava com saudades de mim?

- Olá, Draco. - Percy disse, fazendo um gesto para que o loiro entrasse. - E como eu poderia sentir saudades com tanto trabalho? Imagino que você também, já que não pôde enviar nenhuma carta mais.

O loiro recebeu a indireta.

- Eu sinto muito, isso não tem desculpa. - Draco reconheceu, mas não tinha ido para a casa de Salazar por acaso. - Eu poderia dizer em minha defesa que a vida nos restaurantes são praticamente um regime de escravidão. Que o jantar termina a uma da manhã e os assistentes tem que ficar para limpar tudo e até as duas, e voltar as nove do outro dia para começar a preparar tudo para o almoço... limpar peixe e cortar bifes perfeitos para dezenas de pessoas não é fácil... mas nada disso justifica não ter te dado atenção. Fui um idiota.

Percy ficou culpado.

- Eu sinto muito, não sabia que era tão puxado.

- Está tudo bem, como eu disse, não existe desculpa para não te dar atenção. - Draco disse, deixando as bolsas no balcão, se aproximando do ruivo com lentidão, deixando que Percy tivesse a oportunidade de se afastar se quisesse, mas ele não quis.

O ruivo se sentiu hipnotizado pelos olhos de Draco, vendo-o se aproximar até que suas respirações estivessem misturadas.

- Quero que os dois desfrutemos do meu jantar, então, vou nos fazer um favor.

E segurou o rosto de Percy com as duas mãos, fazendo o ruivo pensar em como elas eram macias e como gostava do perfume que emanava dele, quando sentiu os lábios macios sobre os seus. Os dois sentiram uma faísca quente se espalhar por seus corpos, e foi Percy quem abriu os lábios, convidando Draco a aprofundar o beijo, coisa que o loiro fez com entusiasmo, roubando-lhe a respiração e a segurança das pernas.

- Pronto. - Draco disse, ao se afastar, ligeiramente ofegante. - Assim não precisamos passar o jantar todo nos preocupando sobre um beijo no final.

- Pode dizer que só queria me beijar porque sou irresistível e não pôde resistir a tentação. - Percy provocou, ajustando os óculos, que o beijo tinha entortado.

Draco riu. Adorável e atrevido.

- Se eu te dissesse que tipo de tentação eu tenho quando te vejo, você ia me expulsar da sua casa a pontapés.

Percy sorriu com malícia, traçando a linha dos lábios do loiro com o indicador.

- Um dia, você me diz e eu decido se é criativo o suficiente, sim? - Percy disse, se sentindo corajoso.

- É um trato. - Draco afirmou, pensando que deveria ter agradado muito o universo nos últimos tempos para ter tanta sorte.

 


Notas Finais


E foi isso, o que acharam? Nos lemos por ai.


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