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História Fogo Lento - Capítulo 2


Escrita por: LetyMalfoy

Notas do Autor


Olá, eu voltei! Boa leitura.

Capítulo 3 - Capítulo 2


Percy agradeceu mentalmente que seu trabalho na casa do Professor Snape o permitisse passar o dia inteiro sozinho, porque assim, pôde sorrir tolamente toda vez que se lembrava de seu jantar com Draco Malfoy. Ele não tinha mentido, podia cozinhar e tinha feito o melhor salmão que Percy já tinha comido em sua vida, inclusive os aspargos estavam deliciosos e crocantes, com um sabor especial que não podia explicar. O loiro, inclusive tinha se rebaixado, palavras deles, e feito uma sobremesa de chocolate com um nome francês que Percy não conseguia pronunciar, mas que o tinha feito gemer ao provar uma colherada, coisa que fez Draco atacar sua boca pela segunda vez na noite, chamando-o de provocador. Acusação totalmente infundada, Percy tinha argumentado em seguida, porque a culpa era do cozinheiro, que tinha feito aquele creme capaz de fazer um monge gemer.

A única coisa ruim daquela noite foi que terminou, já que Draco teve que voltar para Paris, onde no dia seguinte teria que ajudar num jantar particular no restaurante onde trabalhava. Percy suspirou, distraído pelos pensamentos focados no loiro. Estava tão alheio, que tropeçou antes de chegar à porta de seu apartamento.

- Ouch! - Ron reclamou, olhando-o do chão.

- Sinto muito, mas, o que está fazendo sentado na porta da minha casa? - Perguntou, surpreso.

- Te esperando, é claro. - Foi a resposta do mais novo, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

Percy lutou contra a vontade de sorrir. Ron era o Weasley cujas expressões faciais eram as mais francas, se estava irritado era fácil de ver, mas ali, olhando-o com aqueles grandes olhos azuis, só estava confuso e envergonhado.

- Bem, isso eu deduzi sozinho. Mas, por que está me esperando?

O rosto de seu irmão ficou tão vermelho quanto o cabelo.

- Vim saber como você está. Demorei muito porque tive que vigiar o George e não sabia o que escrever numa carta, sinto muito, Percy. - Ron disse, baixinho, sem olhá-lo nos olhos.

Se tinha uma coisa que o caçula dos meninos Weasley podia se gabar era de ser o preferido de Percy, sempre tinha sido, e mesmo que o mais velho tenha se sentido justamente ofendido que não o tivesse procurado para nada depois das cenas no cemitério, não podia deixar de acreditar que ele realmente sentia muito e se arrependia.

- Já sei, Ron. Vem, entre um pouco. - O mais velho disse, abrindo a porta com um passe de varinha.

Percy entrou primeiro, deixando sua bolsa sobre a mesinha de entrada, e não se surpreendeu quando Ron o abraçou, parecendo envergonhado por fazê-lo, mas deixando o mais velho alentado pelo gesto.

- Senti saudades. - O caçula disse.

- De mim, ou dos meus conselhos e dicas brilhantes? - Percy brincou, avaliando quão alto e forte seu irmãozinho tinha ficado.

- É tudo parte do pacote, então, não seja malvado. - Ron disse, com os olhos brilhantes de alegria. - Mas, acho que poderia ter usado seus conselhos para me livrar dos sermões de Hermione quando disse que não voltaria para a escola, acho que quase a fiz ter um ataque do coração.

Percy franziu o cenho.

- Essa pobre garota... eu teria te arrastado pelas orelhas até a escola. Ainda não acredito que teve a cara de pau de não se formar como é devido. - Comentou, com ar desaprovador. - Quer um chá?

- Sim, obrigado. - Ron disse. - Não está bravo comigo?

- Claro que sim, mas também acho que não tem sido fácil pra você, não é? Pelo que me disse e pelo que vi no cemitério, é você que está cuidando de George, certo?

- Sim. Bill está casado e com um bebê, Charlie na Romênia, Ginny foi jogar como profissional e... bem, sou o único que pode fazer isso agora. - Ron explicou. - Ele tem bons dias, sabe?

- Mais que os ruins?

- Antes desse aniversário da Batalha sim, mas agora está tão deprimido quanto no dia seguinte da morte do Fred, e afoga as mágoas em uísque de fogo. - Ron contou, com um tom reprovador, que certamente tinha aprendido com Hermione e Percy. - Papai está com ele hoje, mas não sabemos mais o que fazer.

- Os medimagos não podem ajudar? - Percy perguntou, preocupado.

- Não, já tentamos procurar ajuda. Hermione quase teve outro ataque do coração quando descobriu que em St. Mungo não tem um programa de reabilitação para viciados ou alguma clínica no país. - Ron disse, com uma cara tão séria e sem emoção, que fez que seu irmão tivesse um nó no estômago. Foi isso que a guerra fez, acabou com a inocência e a alegria dos jovens. Não pôde deixar de culpar um pouquinho a George, que tinha se perdido na própria dor, sem parar para pensar no que fazia com sua família, mas logo se lembrou que era uma doença e se arrependeu. - Ela explicou que ele está doente, que é um tipo de compulsão, mas não podemos mandá-lo para uma clínica trouxa, às vezes tem explosões de magia, como uma criança. O álcool afeta o controle de seu núcleo mágico.

- Sinto muito, Ron. - Percy Disse.

O caçula sacudiu negativamente a cabeça.

- Eu é que devia dizer isso... nem mesmo fiquei no hospital quando ele te atacou. - Ron realmente estava envergonhado por isso. - Eu fui para lá logo depois que te levaram, juro, foi na mesma hora... fiquei assustado quando disseram que precisava  e uma doação, queria te esperar acordar, mas mamãe teve uma crise nervosa, tive que voltar pra Toca.

- Como ela está? - Percy perguntou, com um aperto no peito.

- Sente sua falta.  - Ron disse. - E está bem melhor, não chora o tempo todo, e até voltou a cozinhar faz uns bons seis ou sete meses.

- Ela tinha parado de cozinhar? - Perguntou, realmente preocupado.

- Sim, nada ficava bom depois da guerra, então ela parou de tentar. Disse que quando se cozinha triste a comida sente e fica ruim. Deve ser verdade, porque foi a primeira vez na vida que a vi queimar purê de batatas. - Ron contou, com uma careta. - Tivemos que comer o que eu cozinhava, posso me orgulhar agora de saber fazer diferentes tipos de carne com batata.

Percy sorriu, inclinando um pouco a cabeça.

- Só acredito vendo, irmãozinho. - Provocou.

- Hermione disse que cozinho muito bem. - Foi a resposta alegre. - Até o bolo que fiz para nosso aniversário de namoro estava bom.

- Claro, como se ela fosse te dizer se estivesse ruim. - Brincou o mais velho, surpreso por sorrir tão facilmente. Ganhou um soco de leve no braço por isso, mas valeu a pena pelo brilho nos olhos do irmão.

- Ei, minha namorada é totalmente sincera. E, me disse para te mandar um olá e dizer para aparecer.

- Diga-lhe que desejo que recupere o juízo e se afaste do meu irmãozinho sem cérebro. - Disse, cutucando o caçula, que fez um beicinho.

- Não vai funcionar, para sorte a minha, ela me quer pelo meu corpo. - Ron disse, com um olhar malicioso, e riu abertamente quando viu seu irmão mais velho ficar corado. - Vai precisar de mais prática se vai libertar seu lado divertido, o resto de nós faz isso há anos.

Percy bufou, e Ron voltou a ficar sério, como se se lembrasse de algo importante.

- Escute... papai disse que está   tudo bem se você quiser ir para o almoço de domingo. - Disse, com cuidado.

O coração de Percy deu um salto de emoção.

- Mas... e George?

- Bill vai estar com ele no fim de semana,  ele ficou muito irritado quando contei o que aconteceu no cemitério. Ele quer te ver também, mas é melhor que ele dê uma dura no George... e por algum motivo idiota, todo mundo achou que eu devia te dizer isso porque tem a ideia maluca que sou seu irmão favorito e não ia me chutar porta afora.

Percy terminou de fazer o chá e entregou a xícara para seu irmão, olhando-o com cara séria.

- Tudo bobagem, eu não tenho preferidos. - O mais velho afirmou, lutando contra a vontade de rir.

A cara de Ron não podia ser mais engraçada, fez um beicinho como uma criança.

- Eu disse isso... mas eles sempre me provocaram com isso. - Disse com um muxuxo. - Ginny é a pior, porque diz que ela deveria ser a favorita porque é a caçula e a única mulher.

- O preferido é meu, escolho quem eu quiser. - Percy disse, Ginny tinha sido especialmente cruel em sua raiva com ele.

- Então sou eu! Sim, sou eu! - Ron comemorou, fazendo que Percy revirasse os olhos.

- Como se já não soubesse, menino insuportável. - Percy disse, tirando biscoitos do armário. - Quer biscoitos de chocolate?

- Lógico.

- E, o que anda fazendo além de vigiar a George e não estudar? - Percy provocou.

- Trabalho com ele. Descobri que posso inventar coisas, às vezes isso deixa George muito triste ou muito feliz, porque faz que ele se lembre do Fred. Ele vive nesses altos e baixos, mas já me ensinou muita coisa, diabos, ele é um gênio, não só um bêbado violento. - Ron disse, sentindo que devia dizer isso, porque era verdade.

- Eu sei, Ron, eu sei. - Percy disse, entendendo perfeitamente o irmão. - Os dois sempre foram inteligentes e criativos até demais. Me enlouquecia que só usassem isso para piadas, mas cada um tem uma paixão diferente e não tem como lutar contra isso.

Como Draco e a cozinha, não podia imaginar o loiro fazendo outra coisa depois de vê-lo cozinhar na noite anterior.

 

X~x~X

 

Querido Draco,

 

Tive uma noite incrível hoje, quando cheguei em casa tinha um homem muito alto e forte esperando por mim. O que posso dizer em minha defesa? É o meu preferido. Tive que entretê-lo por horas, conversamos, rimos e até dei para ele a taça que sobrou daquela sua sobremesa maravilhosa.

Estou tão feliz que o Ron me visitou, ele passou por uns momentos bem ruins, é quem cuida do George e tem que aguentar suas bebedeiras. Isso tão errado, mas vou ter um almoço no domingo em casa, acho que posso fazer as pazes com a família. Não é excelente?

Ah, não posso deixar de dizer que agora estou trabalhando nos livros do seu padrinho que foram afetados pelo mofo. Tenho que aplicar uma poção folha por folha de todos os livros, dá muito trabalho, mas já restaurei dois. Sua coleção vai estar em perfeitas condições quando eu termine com isso, mas o inventário vai levar mais tempo. Sinto muito.

Espero te ver logo.

Percy Weasley.

 

 

Draco era ciumento, sempre tinha sido, era filho único, egoísta e possessivo. Por isso, o incomodou pensar que Ron Weasley era o irmão preferido de Percival, porque isso significava que o maldito ruivo intrometido poderia tentar afastá-lo dele. Potty tinha escolhido o sardento sem classe em vez dele, não tinham um bom histórico.

Não sabia o que dizer numa resposta, mas escreveu uma carta tranquila, parabenizando-o pela visita do irmão, mas dizendo que devia proteger seus sentimentos na visita a família, já que eles ainda não sabiam sobre eles ou mesmo que trabalhava para os Malfoy. E claro, aconselhou que controlasse seu gênio e deixasse para contar num momento apropriado. Logo depois escreveu uma carta para seus pais, pedindo que mantivessem um olho no seu namorado no domingo, só para garantir. Se a coisa desandasse na casa dos Weasley, eles o chamariam para recolher os pedacinhos do coração de Percival, e nenhum deles os deixaria magoá-lo de novo. Os Weasley iam descobrir muito rápido que seu filho renegado não ia mais ser seu saco de pancadas.

 

X~x~X

 

 

Percy nunca pensou em mentir para seus pais sobre sua vida, mas quando perguntaram em que estava trabalhando, já que não estava mais no Ministério, ficou tenso e se preparou para dizer a verdade, ignorando os conselhos de Draco, mas foi salvo por Ron.

- Deixem-no em paz, não estão vendo que não quer falar disso agora?

Arthur pareceu duvidar, mas sua esposa lhe deu uns tapinhas carinhosos na mão, sorrindo para seu terceiro filho.

- Ron está certo, nosso Percy é muito responsável e sabe o que faz. - Molly disse, olhando-o com cara de alegria. - Temos que fazer perguntas importantes...Então, filho, está saindo com alguém?

Isso era pior, muito pior. E a pergunta fez com que se engasgasse com um pedaço de torta de carne.

- Sim, ele está. Isso definitivamente foi um sim. - Ron disse, fazendo todos rirem.

- Nós a conhecemos? - Sua mãe perguntou, também sorrindo com malícia. Até Arthur o olhava com carinho, e tinha sido um bom tempo desde que tinha visto esse olhar dirigido para ele.

Para se acalmar, tomou um gole longo de suco de abóbora gelado e olhou para seu prato.

- Não é uma garota. - Murmurou, desejando que não o pressionassem para dizer o nome do pretendente, Merlin sabia que os Weasley, Harry e Hermione podiam ser paranoicos e sufocantes quando queriam

- Oliver Wood! É ele? Vocês dois reataram? - Hermione perguntou, com um olhar de vitória.

- Não é ele. - Ele negou, chocado. - E como sabia que já namoramos?

- Todas as garotas da Torre sabiam. Achávamos que eram fofos juntos, Ginny é que não achou muita graça, não gostava que ele fizesse piadas sobre você na frente de todos. Ela o enfeitiçou, ele nunca te disse?

- Oliver nunca me diria que minha irmãzinha o enfeitiçou por me chamar de rato de biblioteca e come-livros. - Percy disse, sorrindo. - Talvez eu pergunte sobre isso quando o veja, vai ser divertido saber se ele se lembra disso.

Harry riu e começou a falar com saudade dos treinamentos de Oliver, Ron o acompanhou no tema de quadribol enquanto ele e Hermione conversavam sobre os estudos da garotia, que tinha conseguido uma posição no Ministério enquanto cursava leis.

Terminou por ser um almoço muito agradável, ainda que ele sentisse um peso no estômago por pensar que escondia uma parte muito importante de sua vida. Sabia que a coisa não ia ser bonita quando contasse sobre seu envolvimento com os Malfoy, mas não queria estragar essa pequena paz depois de tanto tempo afastado da casa onde nasceu.

 

X~x~X

 

Draco tinha evitado a casa do padrinho depois de sua morte, mesmo quando soube que era seu único herdeiro, também tinha ficado com todo o dinheiro de Bellatrix e seu marido, mas não tinha tocado em nada. Tudo por motivos distintos, no entanto. A herança de Severus o deixava com sentimentos confusos de saudade, raiva e orgulho. A de sua tia Bellatrix só o fazia sentir sujo. A casinha no fim de uma rua trouxa suja se via mais feia ainda, e quando entrou, ouviu Percival cantando baixinho enquanto aplicava a poção nas páginas de um livro, usando luvas e um pincel grosso. Sacudiu a cabeça negativamente, um dia teria que ensiná-lo a manter a guarda o tempo todo. Era muito fácil surpreendê-lo e atacá-lo... se ele fosse alguém com más intenções, poderia ter agarrado o ruivo por trás, como o fez efetivamente, fazendo-o gritar e se virar para dar-lhe um soco, fazendo que Draco tivesse que segurar-lhe o pulso.

- Eu gostaria mais que usasse a varinha. - Draco reclamou, mas não teve muito efeito, já que se ocupou em beijar a pele do pulso do ruivo. - Mas, devo confessar que gostei de te observar enquanto não sabia que eu estava aqui, fica muito bonito, tão concentrado no trabalho.

Percy sorriu e aproximou seu rosto de Draco.

- Não sou bonito, pare de flertar. - Percy pediu, sabia que não era bonito como Bill, ou forte e sedutor como Charlie, era o irmão normal, ainda que gostasse muito das atenções e elogios de Draco.

- Tem razão, você é lindo. - O loiro disse, deixando seu pulso e beijando-o diretamente, com suavidade. - Gosto dos seus olhos, dos seus lábios... as coisa que eu penso quando vejo sua boca....

Percy não se deu ao trabalho de responder, porque estava mais interessado em deixar que a língua atrevida de Draco tivesse acesso a sua boca, o loiro tinha sabor de chocolate e café ao mesmo tempo, um sabor exótico e delicioso em sua opinião. O ruivo fechou as mãos para não tocar no outro com as luvas sujas, os dois estavam sem ar quando Draco finalmente deixou sua boca.

- Se não estivesse me beijando com tanto entusiasmo, pensaria que não quer me tocar. - O loiro disse, beijando o queixo de Percy.

- Ainda estou usando as luvas sujas de poção, idiota. - O ruivo respondeu. - Não sei se meu chefe aprovaria beijos enquanto trabalho, pode me deixar em apuros.

- Seu chefe é um pervertido que gostaria que você trabalhasse usando só um avental. - Draco disse, rindo ao ver que Percy ficou da dor de um pimentão, ainda que que não tivesse perdido o olhar desafiador.

- Um avental seria o adereço para o cozinheiro dessa... hum... relação? - Terminou, duvidoso.

- Sim, claro. Uma relação. - Draco disse, olhando para o ruivo com receio. - Ah, já sei. Você quer que isso fique em segredo até sua família te aceitar normalmente de novo.

Percy abriu a boca, surpreso.

- O quê? Não! É que... bem... pensei que não ia querer que seus pais soubessem. - Percy deu um sorriso de desprezo. - Não sou exatamente um bom partido para um herdeiro importante.

Draco não aguentou, sabia que não deveria fazer isso, mas riu, riu fortemente. Segurou os braços de Percy e o abraçou junto ao peito quando o viu estreitar os olhos ameaçadoramente. O ruivo não se debateu para se soltar, só o olhou com dignidade e seriedade, algo que seus pais aprovariam. Ele era perfeito.

- Sinto muito, Percival. Não se chateie, por favor. Não estou rindo de você, é a situação que é engraçada. - Explicou, respirando fundo para se acalmar. - Pensei que estava com vergonha de dizer para sua família sobre mim. Fui um comensal da morte, inferno, entenderia se fosse esse o caso. 

- Você era só um menino tolo... ai, Merlin, ainda é tão jovem. Oh, diabos, seduzi um garoto da idade do meu irmão caçula. - Percy percebeu, chocado.

O loiro ergueu uma sobrancelha.

- Eu é que te seduzi e ainda nem ganhei o prêmio final, então, não se atreva a ficar culpado. - Provocou. - E, voltando ao assunto, não sou um herdeiro importante, tenho dinheiro, é verdade, mas nossa relação vai te afetar negativamente se a notícia se espalhar, pode ser perigoso, inclusive. Tem que pensar muito bem, a sociedade não nos perdoou e vai se virar contra você, vão ter fofocas, ataques, a imprensa...

Percy tirou as luvas e segurou o rosto de Draco.

- Draco, sou o Weasley traidor. A ovelha negra da minha família. Queriam que eu tivesse adivinhado que estava trabalhando com um comensal disfarçado quando ninguém mais no Ministério sequer desconfiou. Entendo os riscos, mas não ligo. Se acha que seus pais não  vão te deserdar ou coisa assim por namorar um Weasley... pobretão e traidor do sangue.

- Auch! Sinto muito por isso, mas Weasel... digo, Ronald me tirava do sério. - Draco disse.

- Ron é o meu favorito. - Percy disse, sorrindo. Ele sabia que os dois se odiavam mutuamente. - Mas, ele pode ser um pé no saco quando se propõe.

Draco engoliu a vontade de choramingar. Tinha que ser esse? Até o domador de dragões seria mais fácil de agradar. Resolveu mudar de assunto.

- E, meus pais acham que tenho um gosto excelente para homens. Meu pai já te respeitava pela ambição e competência no Ministério, e minha mãe te aprovou quando veio trazer o elfo. Acredite, não teremos problemas com eles. Mamãe deve estar contando os dias para o casamento.

Percy o olhou surpreso.

- Casamento? Mas.. o quê?

Draco riu.

- Não se assuste, não é agora. Em alguns anos. Os Malfoy não são namoradores, escolhemos alguém, seduzimos, conquistamos e nos casamos. É como deve ser feito, sou um tradicionalista. Faremos tudo a nosso tempo, mas não se engane, querido, isso é para valer. - Afirmou, beijando o queixo do ruivo novamente.

Percy suspirou.

- Seria mais simples se quisesse que fosse seu amante. - Reclamou.

- Mas eu quero ser seu amante. - Draco disse, com atrevimento, deslizando as mãos até a parte baixa das costas do ruivo. - Mas, vou me comportar bem até nosso terceiro encontro.

Percy ergueu uma das sobrancelhas e fez cara de ofendido.

- Os Weasley são criados para esperar até o casamento. O que acha que eu sou? Um qualquer que pode seduzir depois de um jantar? Que coisa horrível de se dizer.

Draco empalideceu, e seu namorado ria por dentro, ele realmente parecia preocupado com a possibilidade de esperar.

- Hum... er... acho que esperar uns anos pra casar é besteira. - Draco disse, finalmente.

Percy riu.

- Ah, Merlin! Sua cara...

Foi a vez de Draco suspirar de alívio, para logo olhá-lo com enfado. Agarrou-o pela cintura, puxando-o para junto dele.

- Já vi que gosta de piadas, Percival... se me provocar demais, te ensinarei o que posso fazer com as minhas colheres de pau, além de cozinhar, posso espancar namorados desobedientes que brincam com coisas sérias.

Os olhos de Percy brilhavam quando ele inclinou o rosto para morder o lábio inferior do loiro.

- Se for homem o bastante para me perseguir e me pegar... vou tirar as calças e deitar nos seus joelhos para meu castigo.

Draco engoliu em seco, totalmente chocado pelas palavras do ruivo e fascinado com a imagem mental que Percy descreveu. O ruivo sorriu, vitorioso, se inclinou para beijar rapidamente os lábios do namorado.

- Agora, chega de me provocar. Deixe-me te mostrar os livros que vou levar para Malfoy Manor amanhã, seu pai já abriu um novo setor na biblioteca para os livros do seu padrinho.

Definitivamente, Draco pensou, esse ruivo era puro fogo e seria sua perdição. Ele tentou bravamente prestar atenção nos livros, mas não podia deixar de imaginar o ruivo se calças abaixadas, curvado sobre uma mesa enquanto ele deixava sua bunda tão vermelha quanto seu cabelo.


Notas Finais


Gente, o que acharam?
E eu tenho outro projeto, uma tradução, mas como sabem, não posso postar aqui, então, os convido para conhecer o Fórum do Dragão e ler a fanfic de uma grande amiga e uma das maiores escritoras do fandom em espanhol:
http://laslagrimasdelfenix.forumfree.it/?t=73196206
Ou, temos a opção do fanfiction.net:
https://www.fanfiction.net/s/12208983/1/Merlin-Traga-me-um-Anjinho-Harry-Potter-e-a-Pedra-Filosofal


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