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História Fogo Lento - Capítulo 4


Escrita por: LetyMalfoy

Notas do Autor


Olá, eu voltei. Aproveitem a leitura.

Capítulo 5 - Capítulo 4


Draco sempre foi um bom estudante, por isso, Hermione Granger tinha sido uma pedra em seu sapato na escola, já que cometia o horrível pecado de superá-lo em quase tudo. Lembrando-se dessa sensação, fez seu melhor para colocar atenção nas palavras de seu padrinho, e um sorriso malvado apareceu em seu rosto ao pensar na cara que ela faria, e como ficaria invejosa ao saber que ele tinha herdado todo o material de pesquisa e leitura de Severus.

— Estou vendo esse sorriso. O que foi que andou fazendo?

O loiro fez um beicinho teatral, deixando de lado o diário que lia.

— Me machuca que meu namorado pense que eu só posso sorrir se tiver feito alguma maldade.

Percy revirou os olhos.

— Eu perguntou o que tinha feito, nunca disse que era uma maldade... agora se entregou sozinho.

Draco estreitou os olhos, com cara de dúvida.

— Realmente você era um gryffindor? Está soando muito sly. - O loiro afirmou, indo até seu namorado ruivo, que estava sentado em sua cama, lendo um pergaminho.

— Acho que passei muito tempo com os seus pais. - Percy disse, com as bochechas levemente avermelhadas, e parecendo adorável, na opinião de Draco.

O loiro riu, tirando o pergaminho das mãos de seu leão, enquanto o fazia se deitar nos travesseiros.

— Não está tentando me seduzir, não é? - Percy perguntou, ao sentir como o loiro beijava seu pescoço e começava a desabotoar os primeiros botões da sua camisa.

— Que maldoso que você é, só quero te fazer sentir bem-vindo na minha casa. - Foi a resposta do loiro. - Ainda que não seria ruim se ficasse para dormir aqui hoje, meus lençóis e minha companhia são garantias de doces sonhos, e assim vou com você a Hogwarts amanhã de manhã.

Percy sabia que deveria protestar, que logo teriam que descer para o jantar, mas era muito difícil pensar quando seu namorado era uma serpente maliciosa, que capturou seus lábios, beijando-o com paixão. O ruivo suspirou, perguntando-se se algum dia deixaria de sentir que se derretia por dentro quando Draco deslizava a língua em sua boca, procurando a sua para sugá-la com sensualidade. O loiro tinha descoberto essa fraqueza dele pouco tempo depois de começarem a relação, e não tinha um pingo de remorso em usar isso para fazer Percy se transformar em massinha de modelar em suas mãos, fazendo-o relaxar e ceder a seus comandos, como afastar as pernas para que Draco se deitasse entre elas, sentindo como o loiro estava afetado pelo beijo e pela proximidade. Em resposta a esse explícito ato libidinoso do loiro, Percy moveu seus quadris, esfregando a evidência do desejo de Draco contra ele, fazendo-o gemer em sua boca, e logo se afastar para respirar um pouco.

— Você é um sem vergonha. - Percy disse, respirando de forma ofegante, mas sem protestar quando o namorado desavergonhado devolveu a provocação, movendo os quadris contra ele, fazendo-o suspirar de excitação.

— Sim, eu sou. - Draco reconheceu, voltando a seu duro trabalho de desnudar Percy, que não lutou quando o loiro tirou sua camisa, na verdade, ele suspirou de maneira satisfeita, ainda que racionalmente soubesse que deveria dizer algo. E como sempre, Percy Perfeito venceu.

— O jantar... Draco, seus pais estão nos esperando para jantar. E Lucius quer falar com você sobre locais para o restaurante. - Percy argumentou, com dificuldades.

— Sério, Percy, falar dos meus pais enquanto está na minha cama não é aceitável. - Draco reclamou, mas sem sair de cima do namorado. - Assim vou pensar que realmente quer esperar até o casamento para ser meu. - O loiro disse, beijando-lhe o queixo com carinho.

Percy sorriu maliciosamente.

— E se eu escolhi esperar? Iria para a França com seu amiguinho do restaurante?

Draco riu.

— Claro que não, te diria que minha mãe pode organizar um casamento perfeito em duas ou três semanas, sendo pessimista... menos se você ajudá-la, ah, não precisa, ela escravizaria meu pai, que estaria contente sendo o elfo doméstico dela, porque adoraria me ver casado com alguém que me dará sermões eternamente sobre responsabilidade com os negócios. - Foi a resposta do loiro, com um sorriso enorme. - E mais importante, se me fizer esperar tanto tempo, quero uma recompensa, então, é melhor que na noite de núpcias você esteja usando uma lingerie muito bonita debaixo daquela túnica branca e cerimonial, vou ficar excepcionalmente feliz com meias de seda e cinta-liga.

Realmente deveria me sentir excitado ao ouvir isso, Percy pensou.

— Acho que se esqueceu que sou um homem. - Terminou por argumentar.

— Um homem com as pernas e coxas deliciosamente perfeitas. - Draco disse, com um brilho de excitação no olhar. - E com uma pele tão branca e macia, que me faz pensar se tem sardas nas costas... e talvez mais embaixo. - O loiro provocou, sua mão acariciando Percy com lentidão, desde a coxa até as nádegas cheias.

Se Draco esperava que seu namorado ficasse envergonhado, ficou decepcionado, já que Percy sorriu, se inclinando para lamber sensualmente sua orelha, antes de murmurar:

— Tenho sardas nas costas, que vão diminuindo até embaixo... mas me esqueci se elas vão até minha bunda, vai ter que analisar você mesmo, acho, que na nossa noite de núpcias, enquanto tira minhas calcinhas brancas de renda, que vou comprar para fazer par com as meias. O que acha disso?

Draco se engasgou com o ar, já que, enquanto dizia isso, seu atrevido namorado tinha baixado uma mão para esfregar seu pênis excitado, deixando-o com uma tenda nas calças.

— Que você é um maldito leão provocador. - Draco murmurou ao mesmo em que um elfo aparecia para chamá-los para jantar.

Percy o empurrou, e saltou da cama, com um passe de varinha estava vestido e colocava os sapatos, terminando de esticar a roupa, perfeitamente calmo e composto, o maldito.

— Vou descer e dizer aos seus pais que precisa de uns momentos para terminar de se arrumar. - O maldito disse, sinalizando a visível ereção do namorado.

— Homem sem coração. - Draco acusou.

— É bem feito para você, já que tentou me seduzir quando seus pais nos esperavam para jantar.

Realmente, Draco pensou, Percy podia ter sido um Gryffindor aos onze anos, mas jeito nenhum, seria um deles hoje.

X~x~X

Chegar em Hogwarts tinha uma sensação agridoce tanto para Percy quanto para Draco. O primeiro, devido a morte de seu irmão, já que não podia olhar ao redor sem se lembrar dos últimos momentos de Fred, o segundo porque a escola o lembrava da inocência e felicidade, junto com seus últimos anos amargos e vivendo  no limite da sanidade. Realmente queria ter seduzido a Percy para amenizar seu humor, mas o ruivo tinha ido para seu apartamento depois do jantar, claramente intimidado de ficar, já que seus sogros saberiam que estava lá.

— Senhor Weasley, é um prazer, realmente. - A diretora disse, ao recebê-los em sua sala, já que ao saber que era ele quem iria separar os demais pertences de Severus, aceitou prontamente a petição dos advogados dos Malfoy.

— Diretora, o prazer é meu, é claro. - Ele disse, entusiasmado, recebendo com carinho o aperto de mãos da bruxa.

— Senhor Malfoy. - Ela disse para Draco, com ar muito mais estrito e os lábios franzidos.

O loiro sorriu.

— Já sei, não é um prazer tão grande assim. - Ele disse, sem olhá-la realmente, seus olhos estavam fincados no quadro de Severus na parede. - Eu realmente não estou feliz com você.

— Nenhuma novidade, pirralho, você sempre foi uma criatura rancorosa e mimada. Culpo seu pai. - A voz sedosa e rouca deu a Draco uma enorme vontade de chorar.

— Não foi ele que me abandonou, foi você, traidor. - Draco reclamou como um menino pequeno, fazendo a diretora olhá-lo horrorizada, e pronta para dar-lhe um sermão, mas a mão do ruivo em seu braço a impediu. Percy sinalizou o quadro e depois a porta.

Os dois saíram a tempo de ouvir Severus dizer a Draco que o objetivo maior era proteger a ele, Potter era um dever, uma dívida a ser paga, Draco era seu único filho.

— Santo Merlin. - A velha mulher murmurou, descendo a escada em caracol atrás de um de seus alunos mais queridos. - Severus realmente era um homem cheio de segredos.

— Não imagina o quanto. - Percy disse. - Draco precisa dizer algumas coisas, mesmo que seja só para o quadro.

McGonagall não questionou mais, passou a conversar sobre amenidades com seu ex-aluno, emitindo desagrado com o fato de que ele tinha sido demitido e contando que o Ministro tinha sido repreendido por ela quando o encontrou no Ministério para tratarem de assuntos da escola. Percy riu, imaginando a Kingsley Shacklebolt se encolhendo ao receber uma reprimenda verbal de uma das bruxas mais intimidadoras da Inglaterra.

— No começo eu lamentei muito, mas agora estou feliz com Draco. - Ele disse, sem pensar muito.

Minerva, que desativava os feitiços que protegiam os quartos que foram de Severus, o olhou surpreendida.

— Oh, meu Merlin... está com ele? - Ela questionou.

Percy ficou corado ao perceber o deslize.

— Sim, ele é meu namorado.

— Seus pais sabem? - Ela perguntou, olhando-o como uma águia.

— Ainda não.

— Tem que tomar cuidado, meu jovem, essa família... não tem nada de bom. - Ela disse, consternada ao saber da escolha dele. - Sempre tem um motivo escondido, não são leais a ninguém que não sejam eles mesmos... pense na sua família, pobre Molly.

Percy ficou tenso.

— Minha família me chamou de traidor vezes o suficiente, diretora. Acho que posso pensar um pouco em mim, não acha?

Ela notou o brilho de teimosia no olhar do ruivo, e decidiu não dizer mais nada. O acompanhou até os quartos de Severus, sinalizando que as poções já tinham sido retiradas e enviadas para a enfermaria muito tempo atrás. Percy assentiu, e fazendo uso de uma pena de repetição, catalogou o que levaria, que eram mais roupas, livros e novos diários de trabalho. Severus não tinha muito pertences pessoais ali, Percy já sabia que muitas coisas guardava na mansão ou em Spinner's End, sua ida a Hogwarts era basicamente uma formalidade. Um elfo poderia ter empacotado tudo e enviado a mansão, mas para poder liberar os quartos, foi necessária sua presença, como responsável pelo inventário da herança.

— Isso está sendo mais rápido do que eu esperava. - A diretora murmurou.

— A maior parte dos pertences dele estavam na casa, o inventário em si já terminou. Vou tentar convencer Draco a me deixar publicar os tratados e estudos dele, há coisas impressionantes. O professor trabalhou desde jovem na arte das poções, tem várias inovações e métodos mais eficientes que nunca chegou a publicar.

— O idiota nunca quis a glória por sua genialidade. - Draco disse, entrando no local, vendo as paredes nuas e os armários já vazios. Percy tinha ficado muito hábil em encolher objetos.

— Senhor Malfoy, por favor. Seu padrinho era um herói de guerra, mais respeito. - A diretora admoestou, mas não tão duramente, já que podia perceber o glamour nos olhos do rapaz. Ser especialista em transformações tinha suas vantagens.

— Sinto muito. - O loiro disse, claramente sem um pingo de arrependimento, o que a fez bufar.

— O que vai fazer com a herança de Severus? Seguirá seus passos como pocionista? - A mulher perguntou, esforçando-se para esquecer do fato que o jovem a sua frente provavelmente seria a ruína de seu melhor aluno em anos. Um dos preferidos, que sempre achou injustiçado.

— De certa forma... vou abrir um restaurante. Passei um bom tempo na França estudando gastronomia, pretendo ser um Chef. - Ele disse, esperando chocá-la, mas ganhando um aceno aprovador.

— Trabalho duro, e necessário. Merlin sabe que precisamos de mais opções, ninguém aguenta mais comer as tortas de carne de sempre. - A escocesa disse, chocando-o. - Espero que invista em um menu arrojado, mas acessível a toda sociedade, não precisamos de um restaurante para só para os ricos.

— Sim, senhora. Terei isso em conta ao desenvolver o menu. - Draco disse. - Mas, não espere encontrar Haggis entre os pratos principais.

Somente um olhar frio foi a resposta a seu gracejo, Percy riu quando ele pigarreou, e completou:

— Mas, eu o faria com prazer para servi-la, diretora.

Um aceno aprovador o fez relaxar, prevendo que o ruivo não o deixaria esquecer que foi intimidado pela mulher a lhe preparar bucho de carneiro recheado com vísceras num futuro próximo. Malditos escoceses. A visita a escola terminou por ser mais agradável do que os dois esperavam, até foram ver os jardins a a floresta proibida, conseguindo esbarrar só em alguns alunos, fazendo-o Draco brincar que era uma vergonha que ele e Percy não pudessem ter lembranças de amassos no armário de vassouras.

X~x~X

Percy tinha um encontro com o advogado para entregar seu minucioso relatório sobre o inventário de Severus, para que pudessem finalizar a transferência de propriedades físicas e intelectuais que pertenceram ao homem para Draco,  estava se sentindo especialmente feliz quando saiu de casa, por isso, demorou um pouco para perceber que algumas pessoas o viam e começavam a cochichar, sem entender muito bem, continuou seu caminho, percebendo quo era realmente com ele quando alguns menos discretos começaram a apontar e murmurar loucamente, algumas senhoras o olharam como se fosse uma decepção, sacudindo a cabeça e murmurando.

— O que diabos? - Ele murmurou, chocado, parando para olhar em volta, e recebendo um esbarrão de um bruxo que vinha atrás de si.

— Preste atenção, vadia de comensal. - O homem praticamente rosnou, espanando a parte da roupa que tinha entrado em contato com ele de forma exagerada.

— Desculpe-me? O que foi que disse? - Percy reagiu, chocado e irritado com esse tipo de comportamento.

— Eu disse para olhar por onde anda, vadia de comensal. - O homem repetiu, deixando Percy lívido.

— O que diabos há de errado com você? - O ruivo perguntou, sentindo uma raiva quente brotar em seu estômago, levando a mão a sua varinha, o que era surpreendente, já que se esforçava para não ser tão visceral quanto o resto da família.

— Sim, idiota, o que há de errado com você? - Uma voz conhecida, perguntou, atrás de Percy, surpreende-o totalmente.

— Ei, Weasley, é seu irmão que anda abrindo as pernas para um comensal. - O homem disse, olhando para Percy como se fosse algum tipo desagradável de inseto. - Deveria perguntar para ele.

Percy realmente não esperava ser agarrado pelo ombro e colocado de lado, enquanto George avançava para o homem e o sacudia pelo colarinho com uma varinha em seu pescoço.

— É com essa boca que beija a sua mãe, imbecil? - Ele perguntou, com um olhar definitivamente irado. - Não responda, porque não me interessa, sabe como gosto de brincar, não é, Jay? Se falar com ele assim de novo, vai receber um presentinho, e não dos que as pessoas desfrutam.

O homem saiu rapidamente dali, passando pela multidão que se aglomerou ao redor deles, mas que se dispersou quando George deu um par de gritos.

— Eu poderia lidar com isso. - Percy disse, arrumando a túnica.

Seu irmão lançou-lhe um olhar furibundo, tirando O Profeta do bolso e estampando-o violentamente no peito do irmão.

— Não pode nem se manter fora dos jornais, perfeitinho. - George sibilou com veneno, mas logo estava arrependido, esfregando os olhos. - Sinto muito... quer dizer, não sinto por te chamar de perfeitinho, mas... ah, inferno! Isso é tão complicado.

Percy ladeou a cabeça.

— O que é complicado?

— Fleur me arrumou uma terapeuta, ela me mandou parar de ceder aos meus impulsos agressivos, isso inclui ser venenoso, o problema não é te chamar de perfeitinho, é o tom de voz, a implicação para machucar. - George disse, com voz fina e fazendo aspas com os dedos de forma zombeteira. - Depois de me largar trancado num quarto por semanas, ela me fez ouvir toda essa baboseira... e meditar, inferno, meditar!

— Você fez uma desintoxicação. - Percy disse, gratamente surpreso e sorrindo. Totalmente esquecido da raiva que borbulhava dentro dele há alguns momentos.

— Saiu no Profeta de mãos dadas com Draco Malfoy, olhando para ele com um idiota apaixonado e fica todo bobo porque fiz a droga de um programa de 23 dias?

— Oh? Estamos bem na foto? – Percy perguntou, distraidamente desvirando o jornal para olhar que a foto em questão devia ter sido tirada por um dos alunos de Hogwarts, os dois estavam ao ar livre, e realmente, de mãos dadas, na imagem, ele se movia para olhar o namorado e sorrir como um idiota apaixonado realmente, já que nesse momento, Draco tinha dito que podia ver seus filhos voando pelo campo e arrasando os primos gryffindors num jogo de quadribol futuramente.

— Sério? Sério? – George perguntou, chocado. – Está mesmo saindo com Draco comensal da morte Malfoy?

— Sim, ele é um chef nos dias de hoje. – Percy disse, aparentando uma calma que não sentia. Por dentro, o pânico começava a crescer.

— Percival, meu rapaz! – O velho advogado dos Malfoy, Attinks o viu e acenou, indo rapidamente até eles. – Que bom que te encontrei.

— Oh, estou atrasado? – Percy perguntou, como se esse fosse o maior de seus problemas no momento, fazendo seu irmão sacudir a cabeça, incrédulo.

— Oh, claro que não. Mas, Lucius e Draco estão realmente preocupados, não te acharam no seu apartamento, queriam te impedir de sair na rua, por causa da comoção popular depois do artigo no jornal. – O homem explicou, acenando para George. – Oh, olá, senhor Weasley.

— Como você sabe… esqueça, pergunta idiota. – George respondeu a si mesmo, óbvio que era um Weasley.

— George, esse é o senhor Attinks, é advogado dos Malfoy, estava indo me encontrar com ele. – Percy disse.

— Oh, ok, mas, acho que tem que ir para casa primeiro. – George disse. – Mamãe e papai tem o hábito de ler O Profeta e devem estar curiosos para dizer o mínimo.

— Hum… Draco não vai gostar. – O velho disse. – Ele realmente queria falar com você o mais rápido possível.

            Percy revirou os olhos.

— Só lembre-o que sou um homem crescido e que posso me defender sozinho. Avise-os que vou para a mansão assim que sair da Toca. – Percy disse, e virou-se para o irmão. – Vem junto?

— Eu?! Não, obrigado, minha terapeuta disse que tenho que me manter longe de situações que me façam querer beber, e eu quase sinto o gosto de uísque quando as coisas ficam tensas e mamãe chora. – George disse, suspirando. – Mas, se quiser eu vou… ela também quer que eu compense as pessoas que magoei durante as bebedeiras.

— Ela soa muito interessante. Preciso conhecê-la. – Percy disse, e George negou.

— De jeito nenhum, Audrey não precisa se juntar com você, Merlin sabe que Hermione e Fleur já conseguiram envenená-la totalmente. – Ele disse, olhando em volta, vendo que mais pessoas olhavam de longe. – Só vá logo, os curiosos vão voltar.

            Percy assentiu e aparatou depois de acenar em despedida, George olhou para o advogado.

— Eu sou instável no momento, lembre a Malfoy que geralmente só eu posso magoar Percy, ou fico realmente puto. – Ele disse, desaparecendo com um estalo também.

— O que eu sou? Garoto de recados? – Attinks perguntou ao vento, pondo-se a andar. Malditos jovens hormonais, não podiam deixar as mãozinhas separadas?

X~x~X

            Percy ficou nervoso, parado na porta da casa dos pais, suas mãos suavam. Ele realmente estava com vontade de ignorar a coisa toda e esperar seus pais enviaram gritadores, não seria muito mais fácil? Mas, Draco merecia melhor, ele tinha dito aos pais, claro que a voz do loiro em sua cabeça ficava dizendo que as situações eram totalmente diferentes, mas ei, ele era um leão, depois de tudo. Por isso, bateu na porta, e ficou surpreso quando foi Fleur que a abriu. A francesa deu-lhe um sorriso amigável.

— Oh, olá, Percy. Veio para falar com seus pais? – Ela perguntou, com seu sotaque carregado.

— Sim. – Ele disse, desanimado. – Eles viram o jornal?

— Todo mundo viu. – Ela disse. – Eu trouxe Victorie, geralmente ver o bebê os deixa de bom humor.

            O coração de Percy desanuviou com a piscadela da cunhada.

— Não te incomoda?

— Eu meio que sempre gostei de Malfoy. Quando viemos para o torneio ele veio falar com uma das garotas que estavam comigo, era uma parente afastada, ele foi encantador com todas, e fala francês fluentemente. – Fleur contou. – Gabby só parou de suspirar por ele quando Harry a salvou na água.

            Percy riu, fazendo uma nota mental para contar isso para ele num futuro próximo. Ia deixá-lo louco de raiva e fazendo beicinho por Harry ter ganhado a afeição da menina.

— Percy! – Sua mãe gritou, quando o viu. – Que bom que veio, não sabe como ficamos preocupados.

— Por quê? – Ele perguntou, aceitando seu abraço.

— Por causa daquele artigo horrível, é claro. – Ela disse, com um sorriso brilhante, claramente alegre demais para ser verdade. O coração de Percy falhou uma batida. – É claro que eles estão entendendo tudo errado, temos que fazer alguma coisa para explicar.

— Mãe… eles não entenderam errado. Eu realmente namoro o Draco. – Ele disse, de uma vez.

            Ela pisco com lentidão, mas o sorriso não vacilou.

— Não seja bobo, Percy, ele é um Malfoy. Sei que trabalha para eles, Bill me disse, então, estava só conversando com o rapaz. Pessoas entendem tudo errado, veem coisas que não existem.

— Você está procurando explicações para algo bem simples. – Ele disse, com tristeza. – Se a pessoa que tirou a foto tivesse esperado mais três minutos, teria nos fotografado aos beijos.

            Molly lentamente parou de sorrir, parecendo tão triste que quebrou o coração de Percy em mil pedacinhos.

— Mas… ele é… ele é… ele estava com eles, Percy. Eles mataram seu irmão.

            Percy negou.

— Draco não matou Fred. Não mais do que eu, de qualquer maneira. – Ele disse.

— Como pode dizer isso?! – Molly reagiu. – Ele é um comensal.

— Ele foi. – Percy corrigiu. – Ele era tão idiota e jovem, ele mudou.

— Malfoys não mudam. – Arthur disse, aparecendo na sala. – Eles são o mesmo tipo de mago que não tem nada a ver com essa família. Se esse garoto está com você, certamente tem um motivo.

— Pai. – Bill disse, obviamente incomodado com a implicação de que seu irmão não poderia atrair alguém por si mesmo.

— Ele está comigo porque gosta de mim. – Percy disse, tentando não perder a calma. – Eu realmente estou apaixonado por ele, não podem entender isso?

— Sim. – Fleur disse, sorrindo e acenando.

— Claro que não! – Arthur esbravejou. – O pai dele quase matou sua irmã, já se esqueceu disso? Ele é um comensal até a medula, não te olharia duas vezes se não fosse sangue puro. Isso é mais do que sua ambição desmedida, não pode pensar em ficar com um Malfoy só por causa dos que eles tem.

            Depois disso, até Molly parecia consternada.

— Arthur…

— Eu não sei onde erramos com você. – Arthur disse. – Eles são… eles são tudo o que lutamos contra, são uns puristas… assassinos.

            Percy negou com a cabeça.

— Eu não sou uma puta barata, não interessa o que digam. E os assassinos puristas nunca me trataram como nada menos que um membro da família. – Ele disse, com o lábio inferior tremendo.

— Claro que sim, amor, eles querem te convencer. – Molly disse, desesperada. – Eles querem uma saída, ser ligado a nós, a família de Harry Pottter… esses monstros, brincando com seus sentimentos. Tem que se afastar deles, amor, temos que ver o que fizeram.

— Eu tenho que ir. – Percy disse, sentindo-se sujo por estar ali.

— Percy. – Bill disse. – Eles realmente são confiáveis?

— Willian! Não se meta com o seu irmão! – Fleur gritou, passando a soltar rapidamente e em francês coisas que não pareciam muito agradáveis.

— Percy… - Molly disse.

            Ele não ouviu, ele desapareceu diretamente para sua casa, incapaz de ir até a mansão, já que estava se sentindo tão triste. Não queria que Draco o visse desse jeito, então se dirigiu a sua cama, para chorar sem ser incomodado. Como acontecia na época em que tinha saído de casa pela primeira vez, chorou até ficar tão cansado que terminou dormindo.

X~x~X

            Draco realmente não era bom em esperar, menos ainda quando Percy estava em causa. Tentou não ser neurótico, mas quando horas se passaram sem a presença do namorado, resolveu que era suficiente, se levantou de chofre, chamando a atenção de seus pais.

— O que foi? – Sua mãe questionou, tirando os olhos do livro que lia.

— Vou até o apartamento, não é possível que essa conversa demorou tudo isso. – Draco disse.

— Filho, ele pode querer ficar sozinho. A probabilidade é de que eles fizeram um escândalo. – Lucius argumentou.

— Ou conseguiram que ele se arrependesse. – Draco murmurou, amargurado.

— Duvido disso, mas também acho que a essa altura ele já deveria ter dado notícias. Vá em frente, veja o que aconteceu. – Narcissa disse. – E por via das dúvidas, convide-o para ficar conosco por um tempo, até a poeira do artigo baixar, pelo menos.

            Lucius assentiu, e ficou tenso.

— Vou com você. – Ele disse, pondo-se de pé rapidamente.

— O quê? – Draco perguntou, preocupado.

— Coloquei proteções no apartamento, elas quebraram. – Lucius disse, aparatando logo após o filho.

            Narcissa hesitou um momento, jogou pó de flú na lareira, ao mesmo tempo em que aferrava sua varinha. Ela realmente estava querendo aquele ruivo para genro, era bom nenhum idiota machucá-lo, ou se lembrariam um pouco de Bellatrix, ela não era a única Black retorcida.

X~x~X

            Percy estava tremendo. Sua porta tinha explodido, ao mesmo tempo em que jogaram algo em seu apartamento, uma fumaça cor de rosa tinha invadido tudo, e ele gritou quando o vapor tocou sua mão e fez bolhas dolorosas surgirem ali. Ele ouviu o som de risos e gritos de que não queriam a puta do comensal por ali, que ele saísse do prédio, mas a voz macia de Lucius certamente dispersou a muitos. Quando ele e Draco conseguiram dispersar a fumaça, encontraram Percy encolhido no canto, com as mãos sobre o rosto.

— Percy! Amor, deixe-me ver. – Draco pediu, horrorizado.

— Dói. – Ele reclamou, era como se sua pele queimasse, mas o pior era a sensação de insegurança. – Por que eles fizeram isso?

            Draco negou, estava mais preocupado em levá-lo ao hospital, a fumaça maldita tinha encostado em seu rosto, e parecia se alastrar.

— Leve-o ao hospital, vou esperar os aurores aqui. – Lucius disse.

— Estou muito… não posso aparatar, estou muito nervoso. – Draco disse, e seu pai entendeu. Ele odiava violência desse tipo, devia estar apavorado que algo ruim pudesse acontecer ao namorado, e certamente se culpava por isso.

— Tudo bem, vou levar os dois. – Lucius disse, esperando que Draco pegasse o ruivo no colo com cuidado, para logo aparatar a todos no hospital. Narcissa não ia gostar nada disso.


Notas Finais


E foi isso, o que acharam? Nos lemos logo.
Ps¹: Não abandonei nenhuma fic, inclusive publiquei uma two shot nova, é Snucius.
Ps²: Isso inclui Um Novo Caminho.


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