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História Fogo Lento - Capítulo 5


Escrita por: LetyMalfoy

Notas do Autor


Olá, eu voltei, em um mês certinho, estou impressionada comigo mesma. Ok, não tanto, mas boa leitura.

Capítulo 6 - Capítulo 5


            Quando Percy acordou, ele sabia que não estava no hospital, nem em sua cama. Nenhum dos dois lugares teria lençóis tão macios e calças de alta qualidade como as que ele estava usando. Isso só deixava um lugar como possível, e sua suspeita foi confirmada quando se virou e viu o cabelo claro de Draco, que estava sentado na poltrona de seu próprio quarto, o queixo apoiado na mão, com olhos cansados.

- Por que não ficou na cama? – Ele perguntou, com voz rouca, franzindo o cenho, tentando focar melhor o namorado.

- Porque seria indelicado, já que nunca dormimos juntos. – Draco disse, se aproximando e colocando os óculos no rosto do namorado. – Além disso, eu não podia dormir, só ia te atrapalhar.

- Eu estava dopado, idiota. – Percy disse, olhando para os braços e tronco nus. – Ah, sumiram, graças a Merlin.

            No hospital, as bolhas dolorosas tinham sido um problema fácil de resolver. Era uma variação de uma das piadas vendidas na loja de seus irmãos, uma nuvem de pimenta que dava coceira e ardor, mas a sua tinha sido modificada para ficar incrivelmente mais potente. Uma dor realmente, mas não realmente perigoso, já que ele não era alérgico.

- Eu sei, eles queriam me dar alguma coisa pra me derrubar também. – Draco disse, sorrindo de forma envergonhada, e se deitando na cama ao lado de Percy.

            O ruivo assentiu. O medimago que o atendeu só lhe deu um calmante e poções para dormir por causa do choque, ele não parava de tremer, e balbuciar incongruências, por mais que Draco, Lucius e até Narcissa tentassem acalmá-lo. Analisando tudo agora sob uma ótica calma, seu namorado tinha estado bastante comocionado também.

- Eles te atacaram também? – Percy questionou.

- Não, mas… eu… eu… droga! – Draco xingou, sem saber como confessar.

- O quê? Pode me dizer. – Percy o encorajou. – E, você me viu coberto de bolhas e chorando como um bebê, não pode ser pior.

- Eu não podia reagir para te defender. – Draco disse, soando tremendamente envergonhado. – O cheiro de fumaça, as coisas quebradas, as vozes, as ameaças… me fizeram lembrar da guerra e eu entrei em pânico, se meu pai não estivesse lá, eu teria tido problemas para aparatar.

- Oh, isso é normal. Lembranças ruins sempre nos deixam num mau lugar. – Percy disse, compreensivo. – Por semanas depois da batalha, se eu ouvisse um estrondo maior tinha flashes do muro caindo e matando Fred.

            Draco sorriu, mas era uma expressão tão triste, que partiu o coração de Percy. O loiro pegou sua mão e a beijou.

- Vamos ficar melhor, eu prometo.

- Eu acredito em você. – Percy respondeu, tranquilamente. – Agora, eu estou com fome… que horas são? Me fez algo gostoso já que estive ferido?

            Dessa vez a risada de Draco foi cheia de alegria genuína.

- Já passa das onze da noite, então, te farei uma ceia adequada. – O loiro disse, pulando da cama. – Como seu apartamento ainda é uma cena de crime, não pegamos roupas, mas pode usar as minhas, é claro.

            Percy assentiu, pegando a camisa do pijama que estava estendida numa cadeira.

- Meus pais estavam muito preocupados, vou passar pelo quarto deles para dizer que você está bem. – Draco disse, já com a mão na maçaneta. – Vou tentar mantê-los longe, mas, minha mãe pode ter ressuscitado seus instintos escuros e muito maternais quando te viu no hospital.

- Ela tinha isso? – Percy perguntou, achando difícil de acreditar. Narcissa Malfoy sempre foi um doce com ele, encantadora e perfeitamente agradável.

            Draco revirou os olhos, seus pais realmente tinham conquistado o ruivo, sua mãe principalmente, o tolinho não tinha ideia das cobras que eles eram.

- Oh, ela tem. Deixe de ser crédulo, se ela não te aprovasse, já teria sido aterrorizado para longe de mim. – O loiro disse, sorrindo, para logo ficar sério. – E é por isso que ela e meu pai vão tentar te fazer se afastar mais ainda da sua família, porque eles gostam de você, e não deles, mas não seja ingênuo, amor, se fosse o contrário, se seu pai tivesse dado um objeto amaldiçoado para mim… meus pais não gritariam comigo ou me ofenderiam, eles se livrariam de você por um meio ou outro. – Draco completou, com o tom sério.

            Percy assentiu.

- Eu sei, mas… eles foram horríveis. Ele… ele… praticamente me chamou de prostituta também. Isso machuca. – O ruivo disse, se lembrando de como tinha se sentido miserável ao sair da casa dos pais, com um nó na garganta. – Merlin, eu esperava isso, racionalmente, eu sabia que ia ser assim, mas não que fosse tão ruim.

-  Tempo, amor, temos que esperar que passe um tempo. Eles vão desistir quando notarem que não vou te largar. – Draco sorriu, tendo se aproximado do ruivo, segurando-lhe as mãos. – Além disso, duvido que a sua mãe resista a um bebê ou dois.

            Percy riu, enterrando o rosto na camisa do namorado, com os olhos cheios de lágrimas de novo.

 

X~x~X

 

            Narcissa olhou com detenimento Draco e Percy no jardim frontal da mansão. Seu filho tinha arrastado o namorado para seu local favorito, um enorme cedro, cujos galhos já tinham sido seus degraus rumo ao topo, para o desespero dela e constante vigilância de Lucius, que chegou a colocar feitiços para impedir a aproximação do herdeiro da árvore, mas que romperam com a onda de magia acidental de Draco, muito comuns quando ele começava a chorar e gritar a plenos pulmões. Os terríveis dois anos de idade do menino quase enlouqueceram os pais.

- Já sabemos que ele é bonito, saiu a mim, depois de tudo. – Lucius disse, chegando atrás dela, e observando a janela também.

- Desculpe-me? Meu filho é bonito porque é meu. – Ela respondeu com altivez. – Você é um mero detalhe.

            Lucius riu, e não a contrariou.

- Estive pensando… acho que devemos enviá-los para a França por uns anos. – Ela disse.

            Lucius não comentou nada por alguns momentos.

- O problema, querida, é que se eles vão para lá, a população aqui vai pensar que venceu. E o pior, nunca vai se acostumar com os dois juntos… o que acontece quando voltarem? Vão ter manchetes nos jornais e idiotas querendo que eles voltem para fora do país. Draco pertence a Malfoy Manor, se Percy vai estar com ele, tem que se acostumar, e criar uma casca mais dura para esse tipo de coisa.

            Ela o olhou com desconfiança.

- Ontem depois do ataque já estava pronto para fazer as malas dos dois para uma temporada na Alemanha. O que mudou?

            Lucius nem se deu ao trabalho de parecer envergonhado, só sacudiu o Profeta. Narcissa franziu os lábios, mas o pegou, ficando chocada ao ver as manchetes. Ginny Weasley tinha sido questionada sobre o ataque ao irmão na noite anterior, depois de um jogo em que tinha pegado a snitch e garantido a vitória das Harpias. A resposta da ruiva tinha sido um aviso para os atacantes: “Podem esperar minha visita, idiotas, garanto que o estrago que eu vou fazer vai ser maior.”

- Oh, por essa eu não esperava. – Ela disse, pensando que não precisaria fazer nada, afinal de contas. – Rude, mas vai jogar a nosso favor.

- Se a namorada do herói do mundo mágico vai apoiá-los, não há razão para o pânico.

- Graças a Merlin, eu odiaria ter que viver na França, sua tia-avó adora criticar meu cabelo e minhas roupas.

- Isso porque ela queria me casar com a prima Charlotte.

            Narcissa franziu o nariz.

- Depois os Black é que éramos incestuosos.

 

X~x~X

 

            George realmente classificava essa situação como estressante, e preferia estar inventando alguma coisa na loja, mas quando a caçula dos Weasley manda um gritador as cinco da manhã, é melhor obedecer e ir até onde ela pediu. O que, foi em sua loja, tamanha era a cara de pau de Ginny. Ele ficou chocado quando desceu e abriu a porta para ver Charlie e Bill parados, o domador de dragões com cara de sono.

- Ei, gritadores também? – Ele perguntou, esfregando os olhos e se espreguiçando.

- Sim. – Charlie disse, olhando-o com crítica. – Está bem melhor, realmente, mas ainda muito magro.

- Mamãe, por que se polissucou no Charlie? – George perguntou, com cara de escandalizado, fazendo com que os dois rissem.

- Senti sua falta, idiota. – Charlie disse, abraçando-o. Ele tinha se afastado depois do fim da guerra e do declínio do irmão, por um bom tempo pensou que a morte de Fred havia lhes custado os dois gêmeos.

- Eu sei, eu sei… sou insubstituível. – George disse. – Quem trouxe café da manhã?

            Bill fez uma careta.

- Ei, eu dormi um total de três horas essa noite. E Fleur menos, se eu pedisse para ela me fazer algo, apanharia. – Ele se justificou.

            Charlie riu.

- Eu posso fazer alguma coisa, Ginny já deve estar chegando com o resto do povo. O que tem na geladeira, George? – O único irmão Weasley apto a cozinhar era o domador de dragões, e ele tinha alguns pratos tão bons quanto os da mãe deles.

- Água,  mas eu tenho certeza de que em algum lugar do mundo esse queijo com mofo é uma iguaria.

            O ruivo mais velho olhou com descrença para o irmão e revirou os olhos.

- Comecem a limpar e arrumar a mesa. Eu vou comprar algumas coisas, por Merlin, George, realmente precisa comer melhor. Sua magreza está assustadora.

            O jovem suspirou, ficando sério.

- Perdi muito peso na desintoxicação. – Explicou, sem querer entrar nos detalhes mais desagradáveis de quanto fluídos corporais perdeu no processo.

- Não se preocupe, vou te engordar um pouquinho agora mesmo, irmãozinho. – Charlie disse, apertando as bochechas dele com alegria e exagero. – Bill, venha anotar o que preciso, temos um tempo antes dela chegar para chutar nossas bundas.

            Quando bateram na porta da loja novamente, George abriu para se deparar com Ron sendo puxado pela orelha, todo inclinado, já que Ginny era mais baixa que ele, com Hermione e Harry junto.

- Olá, idiotas, e senhoritas lindas. – Ele disse. – Charlie está fazendo rabanadas na minha cozinha, querem subir?

- É a melhor ideia que teve nos últimos meses, irmão. – Ginny disse. – Minto, a melhor foi aceitar delicadamente a reabilitação.

- Sutil, amor. – Harry provocou.

- Oh, calado. Falar do tema é um passo para a normalidade. – Ela replicou. – Agora, vamos subir, posso comer enquanto coloco juízo na cabeça de vocês.

- Juízo? Não é exatamente ajuizado planejar vingança em massa. – Hermione disse, entrando também.

- Ninguém pode fazer coisas desse tipo com Percy… ele é frágil, não é como a gente. – Ginny gesticulou. – Ele iria deixar os idiotas saírem dessa com um mês sem varinha…

- Ela tem um ponto. – George disse. – E os desgraçados usaram minha piada! Imaginam essa cara de pau? Só eu posso usar minhas piadas contra meus irmãos. E, um deles tinha sido avisado.

            Essa última coisa, ele disse num tom mais sombrio, que não passou despercebido para a cunhada.

- Você conhece um dos agressores?

- Sim, e ele não vai gostar da retaliação. Mas… o último a chegar lava a louça.

            Hermione ficou chocada com a velocidade em que os Weasley subiram as escadas, deixando ela e Harry para trás. O moreno deu de ombros, rindo. Ele adorava o jeito maluco dos ruivos.

 

X~x~X

 

            Percy tinha levado uma manhã para se repor totalmente do ocorrido no dia anterior e desejar remarcar a reunião com os advogados dos Malfoy para finalizar o processo de espólio de Snape, mas Draco e seus pais foram categoricamente contra, exigindo que ele ficasse fora das vistas do público pelo menos um dia. Ele recebeu uma coruja do Ministério, pedindo que ele fosse prestar depoimento, mas Lucius fez uma careta e chamou os advogados por flú, em menos de uma hora, um auror foi a Malfoy Manor para tomar o depoimento sem a necessidade que ele saísse dali. O homem era um velho conhecido, John Dawlish, ele tomou o depoimento de Percy de maneira muito profissional, e disse-lhe que já tinha identificado os agressores, e que o apartamento já estava liberado.

- O que acontece agora, auror Dawlish? – Narcissa questionou, muito séria. – É seguro para meu genro voltar para o apartamento?

- Penso que sim, a maioria dos envolvidos estava bastante envergonhada ontem e hoje pela manhã. Acho que foi uma coisa de ânimos exaltados por um idiota e a coisa saiu de controle. Todos estão com audiências marcadas e em condicional, mas… já adianto que no máximo vão perder a varinha por alguns meses, além de pagar pelos danos, é óbvio.

            Percy assentiu.

- Foi um ataque sem feridos sérios e sem magia negra, isso eu já sabia. – O ruivo disse, estendendo a mão para o auror. – Obrigado por seu trabalho, Dawlish.

- Não foi um prazer cuidar do caso, garanto. Sentimos falta da sua organização por lá, os idiotas que contratam não são tão bons quanto você.

            Percy corou, e Draco franziu o cenho, limpando a garganta e olhando para as mãos dos dois, que ainda estavam se segurando.

- Obrigado. – O ruivo disse, feliz com o elogio. – Mas tenho certeza de que não é tão ruim.

            Dawlish suspirou dramaticamente e assentiu, rindo junto com Percy e se despedindo em seguida, notando o olhar assassino do namorado do ex-burocrata e os sorrisos indulgentes dos Malfoy mais velhos.

- Amiguinho seu? – Draco perguntou.

- Sim, como o seu amiguinho francês. – Percy soltou, com um sorriso angelical, que fez seus sogros rirem abertamente. – Não é lindo como a amizade é bela?

- Eu realmente gosto dele. – Narcissa disse, rindo. – Deveria ter sido uma serpente.

- Merlin, teria sido deserdado aos onze. – Percy brincou, mas com um sabor amargo na boca ao imaginar que teria tido uma vida muito mais complicada.

 

X~x~X

 

            Dizer que Percy ficou surpreso ao receber uma coruja de Ginny foi um eufemismo, já que ela geralmente era a primeira a atacá-lo, ele ainda tinha ressentimentos da confusão do pudim. Ela disse que sentia muito pelo ataque, apesar de seu péssimo gosto para namorados, sugerindo explicitamente que poderia apresentá-lo aos mais lindos jogadores do mundo, com excelentes bundas, ela já tinha checado. Ele conhecia sua irmã, e se ela não estava feliz pelo ataque, ela ia fazer alguma coisa. A coruja de Fleur, por outro lado era para convidá-lo para passar a tarde com ela e Victorie, o que ele aceitou, já que não tinha tido muitas oportunidades de interagir com a primeira Weasley loira em gerações, e a primeira neta de seus pais.

- Draco, vou visitar minha cunhada e sobrinha, talvez fique para jantar lá. – Percy disse, já ajeitando a túnica. – Oh, eu tenho um presente para Victorie, mas está no apartamento.

            O beicinho de Percy foi tão sentido e fofo, que Draco se sentiu obrigado a consolá-lo.

- Quer que eu vá buscar? Ou podemos comprar algo no mundo trouxa. O que era?

- Era um brinquedo de mastigar, tinha formato de abóbora. – Percy disse, triste. – Acho que o embrulho estava destruído no ataque.

            Draco se levantou da poltrona, ajeitando a camisa.

- Está decidido, vamos ao mundo trouxa comprar essa coisa… e você pode transformar numa abóbora. – Draco disse. – Oh, e tire a túnica, eles não usam isso por lá.

- Você conhece o mundo trouxa? – Percy perguntou, chocado.

- Eles tem excelente comida por lá. – Draco disse, se justificando.

            Percy riu, e chocado, seguiu o namorado para o jardim, de onde ele os aparatou direto para um beco escondido em Londres.

- Uau. – O ruivo disse.

- É um atalho para quem não quer passar pelo Caldeirão Furado. – Draco explicou, pegando uma carteira de couro e verificando alguns retângulos brilhantes. – Isso é dinheiro por aqui, papai teve que abrir uma conta especial em Gringots, os trouxas de hoje em dia passam essas coisinhas numas máquinas e está tudo pago, é bem inventivo. Se chama cartão de débito, ou crédito, e você pode pagar a conta depois.

            Percy assentiu.

- Ouvi falar disso com o pessoal do sigilo.

            Draco agarrou a mão de Percy e o puxou para fora do beco.

- Vamos a um shopping, é um lugar onde eles colocam todas as lojas em um prédio só. Tem muita, muita gente, não se perca. – O loiro disse, fazendo o namorado revirar os olhos.

- Draco, não sou uma criança.

            O que foi ignorado, é claro. Mas, Percy decidiu que aquilo podia ser divertido, e realmente foi, ele não gostou muito do sorvete trouxa, mas definitivamente, queria que Draco aprendesse a fazer aquele frango frito com casquinha, foi a coisa mais gordurosa e deliciosa que ele comeu em toda sua vida. Ron amaria, tinha que levá-lo ali.

X~x~X

 

            Quando chegou na casa de Bill e Fleur, Percy logo percebeu que tinha sido um convite com armadilha. Não era só ela que estava ali, Charlie também.

- Olá, irmãozinho. – O domador de dragões disse, abraçando-o.

- Olá, Charlie. – Ele disse, ressabiado. Ainda tinha muito fresco na memória sua última interação com a família.

- Oh, não faça essa cara, eu não vou morder. – Charlie disse, piscando. – Ginny está em casa com Ron, Harry e Hermione. Eu não estava muito feliz em ouvir as reclamações de todos, então, vim me esconder aqui.

- O que houve? – Percy perguntou, tirando o casaco e vendo como Fleur aparecia com um pouco de talco no rosto, parecendo cansada, mas adorável.

- Oh, era você, Percy! Acabei de colocá-la para uma sesta, mas não se preocupe, ela herdou a agitação do pai, já já vai estar gritando. – A loira disse, sorrindo calorosamente.

            Percy se deixou abraçar por ela e se sentou, conforme as instruções da anfitriã, achando muito educado e atencioso quando Charlie a fez se sentar, garantindo que deveria descansar, que ele ia fazer o chá e trazer tudo.

- Ele é um amor, não é? – Ela perguntou. – Ginny mandou o gritador para fazê-lo sair da reserva, soube que ele foi bem queimado semana passada?

- O quê?! – Percy se assustou.

- Sim, ficou com algumas cicatrizes feias nas coxas e nas costas, mas curaram a maior parte com magia, graças a Merlin. – Ela disse. – Estávamos preocupados, Ginny soube trazê-lo para casa para umas férias merecidas, estamos tentando pensar em algo para mantê-lo longe de lá.

- O problema é que o idiota ama os dragões. – Percy disse, parecendo triste.

- Oh, não se preocupe, se conseguimos fazer George se tratar vamos dar um jeito no Charlie.

- Quem são esse “nós”?

            Ela sorriu, com ar travesso.

- Eu, Hermione, Ginny e sua mãe, ocasionalmente. Algumas vezes ela está deprimida, mas foi ela quem nos fez procurar mais sobre a coisa trouxa de desintoxicação, e que o fez ir. Hermione pediu a uma terapeuta de St. Mungo para ajudar, Audrey é excelente.

- Oh, um complô das mulheres na família, que perigo. – Ele disse.

            Ela riu.

- Sempre soube que você era o mais esperto.

            Quando Charlie voltou com o chá, ele os encontrou rindo.

- Então, irmãozinho. Como eu nunca soube que era tão gay como eu? Poderíamos ter saído juntos… e eu teria te dado um gosto melhor. Malfoy é muito magro.

- Eu gosto dele… tem uma bela bunda. – Percy devolveu, sorrindo.

- Oh, e mãos marcantes. – Fleur brincou.

            Charlie sorriu maliciosamente.

- Oh, diga-me, o sexo faz todos os problemas valerem a pena?

- Espero que sim, assim que souber, te digo. – Percy disse, sem perder a pose, bebendo seu chá com elegância. Narcissa teria ficado orgulhosa.

            Seus dois companheiros de chá engasgaram.

- O quê?! Estão esperando pelo casamento ou coisa do tipo? Já namorei sangues puros, eles adoram foder tanto qualquer um. – Charlie disse, chocado.

- Sim, o que tem de errado? Não pode esperar pelo casamento, é tolice. – Ela disse.

            Percy riu, um pouco encabulado agora.

- Foi um namoro em dois continentes até pouco tempo atrás. Ele estava morando em Paris, trabalhando num restaurante como aprendiz.

- Ah, chato. – Charlie disse. – E por que ainda não o seduziu? Sabe como, não é?

            Percy voltou a beber seu chá, se escondendo atrás da xícara. Sua experiência era limitada, mas muito educativa.

- Ele não. As meninas acham que ele só namorou Oliver Wood na escola.

- Oliver? Ele é uma puta. – Charlie disse, fazendo Fleur soltar uma risadinha. – E pervertido… oh, que caixinha de surpresas você é, Perce.

- Talvez possam me ajudar a conseguir alguns itens. – Ele disse, corando. – Vi algo no mundo trouxa e tive uma ideia.

- Oh, estou dentro. – Fleur disse, animada. – Do que precisa?

- Uma câmera mágica… e companhia pra ir no mundo trouxa? Eles tem roupas de baixo inacreditáveis, vi num shopping. Posso usar aquelas coisas com laços e rendas, não é? Os manequins eram só femininos, muito chato, como os homens vão saber se ficam bem?

            Charlie se engasgou com chá, rindo. Fleur também.

- O quê? – Ele perguntou, sem graça.

- Oh, é que para os trouxas, só mulheres usam esse tipo de lingerie. – Ela explicou.

- Uma idiotice, na minha opinião. – Charlie disse. – E, pode usar o que quiser, seda e renda é melhor para a pele mesmo. E, não precisa ir no mundo trouxa, tenho uma amiga que vai te ajudar… e ela é incrível. Desenha as coisas mais lindas que já viu.

- Jura? Uma estilista desse tipo que eu nunca ouvi falar? Quero ir também.

- Posso marcar para amanhã, ela me atende quando peço, já que venho pouco para o país. – Charlie explicou. – Muito interessante esse seu lado, Percival.

            O jovem de óculos corou, mas tentou fortemente não se encolher com as provocações dos dois. Era amigável depois de tudo.

 

X~x~X

 

            Draco e seus pais tinham sido reticentes, mas Percy tinha voltado ao apartamento, e como se passaram três dias sem problemas, Lucius até concordou em dispensar dois dos três guarda-costas que contratou sem a ciência do genro, mas manteve um porque não queria deixar nada ao acaso. Percy já tinha encerrado o espólio de Severus, e agora entrava em contato com editoras especializadas para publicar alguns dos trabalhos do pocionista, que ainda tinha que selecionar. Ele convenceu Draco a participar na parte burocrática de abrir um restaurante, o que animou Lucius, fazendo os dois saírem juntos para procurar uma locação adequada para comprar. O patriarca se mostrou gratamente surpreso e contente, da diligência e tino que seu filho mostrou ao descartar locais pela falta de acesso a pé, falta de iluminação, necessidade de reformas massivas, inclusive citando coisas que não passariam por uma inspeção do Ministério.

            Depois de um dia exaustivo, Draco chegou em casa e se jogou no sofá, cansado.

- Falou com Percy hoje, filho?

- Não, ele tinha uma reunião com uma editora americana. Ao que parece as inglesas estavam dando trabalho demais para o gosto dele. – Draco brincou. – Ele disse que vão terminar perdendo as vendas, mas que os fará aprender a separar negócios de opiniões pessoais.

- Case-se com ele, ou eu farei. – Lucius brincou.

- E o que fará com a mamãe? – Draco provocou.

- Ela estaria nisso, seríamos um trio perfeitamente feliz.

- Eca! E Severus se reviraria na tumba, ele era ciumento como inferno. – Draco se lembrou. – Me lembro de quando ele chiava cada vez que você tinha que encantar Umbridge.

- Oh, era épico. – Narcissa disse. – Mesmo que ele soubesse que era pura encenação.

- Sim, ninguém acreditaria se contássemos. – Lucius concordou, pela primeira vez, falando no falecido concubino.

            Draco sorriu por isso, se seu pai estava melhor, era sinal de que tudo ficaria bem.

- Oh, mas, ele veio hoje e deixou um presente em seu quarto, disse alguma coisa sobre mêsversário.

- Oh, diabos! Estou em problemas? Esqueci alguma data? O que eu faço? – Draco perguntou ao pai, desesperado.

            Lucius levantou as mãos.

- Não olhe para mim, sou um marido exemplar, nunca me esqueço de nada.

- Ele paga uma assistente para não deixá-lo esquecer de nada. – Narcissa disse, revirando os olhos.

- Seis… meia dúzia. Tudo o mesmo. – Lucius disse, dando de ombros.

- Oh, não sei nem o que esqueci. – Draco se lamentou, já a caminho das escadas.

            Lucius sacudiu a cabeça em negação, mas sorriu ao ver a cara maliciosa da esposa.

- O que não disse a ele?

- Que o pobre rapaz corou em dez tons de vermelho quando eu perguntei qual era a ocasião, e gaguejou como uma das suas fãs da Lufa-lufa na escola, ao te dar um cartão de dia dos namorados.

- Oh, então, é esse tipo de presente. – Lucius disse, sorrindo.

 

X~x~X

 

            Draco tentou se lembrar se o dia era algo especial para eles, mas não atinou em nada, e Percy já tinha dito que achava um horror comemorar aniversários mensalmente, então, decidiu que era um presente surpresa, que ele não sabia como explicar para sua mãe. Quando chegou ao seu quarto, viu o embrulho sobre sua cama com uma nota grudada nele, pegou o pedaço de pergaminho e quebrou o selo, só para encontrar a letra cuidadosa do namorado.

Draco,

Fiz esse álbum pensando exclusivamente em você. Percebi como olhou para aquela loja no mundo trouxa, se esse eram os rumos dos seus pensamentos, deixe-me saber.

PS: Pelo amor de todos as divindades, não abra perto dos seus pais.

PS²: Não se atreva a fazer nada divertido sem mim. Se gostar do que vai ver, tem que ficar com as mãos paradinhas e vir para mim.

Sempre seu,

Percy.

            Curioso, Draco abriu o embrulho para encontrar um lindo álbum em capa dura de veludo negro, com detalhes dourados. Quando abriu, sentiu que seu ar lhe fugia. Ali estava Percy, de frente com um enorme espelho em seu quarto, usando um robe fino de seda aberto e escorregando por seus ombros nus, seus mamilos estavam escuros e eriçados, e suas pernas, aquelas pernas longas e lindas, estavam envoltas em meias de seda, presas numa cinta-liga, que só chamava a atenção para a calcinha de renda que ele usava.

- Pelas poções de Circe. – Ele disse para si mesmo, observando uma e outra vez como o Percy na foto segurava a câmera com uma mão e com a outra beliscava seus mamilos, puxando-os levemente e mordendo o lábio inferior de prazer.

            As calças do loiro de repente ficaram apertadas, mais ainda quando ele leu o que Percy tinha escrito logo baixo da foto.

Gostei da sensação das meias nas minhas pernas, é como o toque de um amante o tempo todo. Pensei que não ia aguentar usar essa calcinha, ela é pior do que as meias, é leve, macia e pressiona meu pênis de forma tentadora, e provoca meus testículos, é torturante. Só acho triste que não tenha nada para estimular meus mamilos também, adoro brincar com eles, acha que deveria investir em brincos para eles? Vi homens usando nos quadros do ateliê que visitei.

            Sentindo-se quente, Draco se imaginou sugando os mamilos de Percy até fazê-lo implorar por misericórdia, e sim, se ele quisesse, definitivamente os furariiam. Virou a página para encontrar o ruivo deitado em sua cama, de bruços, exibindo sua bunda emoldurada por uma calcinha escandalosamente cavada, e com um laço na parte de cima, como se ele fosse um presente a ser desembrulhado. O loiro apertou sua ereção crescente sobre as calças para aliviar a tensão, já que Percy não ajudava em nada, na foto, o ruivo descarado levava as mãos as suas nádegas, afastando-as e apertando os globos brancos e perfeitos, sendo aquele fio vermelho estreito a única coisa que impedia Draco de vê-lo por completo.

Gosta dessa? Me senti decadente e excitado usando isso… imaginei como me dobrava sobre uma mesa, abrindo minhas pernas e me expondo. Não precisaria tirar a calcinha para me foder não é? Só afastar o tecido para o lado e entrar em mim seria fácil. Claro, depois que me preparasse, gosto de sessões longas com os dedos, prometo ser um bom menino e não me mover, pode me dar palmadas se eu for malvado.

- Maldito provocador dos infernos.

            Sem ar, Draco virou a página para ver a bunda redonda e cheia de Percy nua, sem nada para ocultar a pele branca levemente com sardas esparsas, ele estava deitado de lado na cama, e levantava a perna ligeiramente, mostrando que não tinha pelos, e que seus testículos pesados eram de dar água na boca. Draco olhou hipnotizado como ele usava uma mão para separar afastar uma nádega e mostra sua entrada brilhando, claramente inchada. O dedo médio do ruivo acariciou o buraco franzido, entrando e saindo. O loiro tinha o rosto em chamas, olhando para a sequência uma e outra vez, uma mancha úmida em sua calça denotava seu interesse muito sério em caçar certo ruivo e montá-lo tão duro quanto ele parecia desejar.

Me senti obrigado a começar seu trabalho, mas espero que apareça em breve para me ajudar… ou me castigar, como pode ver, fui um menino muito travesso. O que preferir, amor.

            Draco lambeu os lábios ressecados e olhou para seu banheiro. Com um suspiro profundo, decidiu que ia tomar um banho frio para baixar sua ereção, se iam jogar esse jogo, obedeceria ao desejo de seu namorado, nada de alívio sozinho, mas ele ia pagar por isso, de uma maneira deliciosa, é claro.


Notas Finais


E foi isso, até a próxima.
Beijos


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