Manu point of view
E foi então que tudo passou a ser sobre ela.
Todos os meus lençóis bagunçados, revirados em paginas emboladas de um dos meus monólogos mais extensos.
Era tudo ali
Beirando a loucura.
Eu remexia os meus dedos freneticamente espalhando o açúcar no fundo da xícara enquanto algumas lágrimas se juntavam ao forte café.
Era tudo ali, sobre ela.
As luzes fraquinhas banhando todo o recinto e a chuva que maltratava o telhado, e os poemas que eu deixem de escrever durante a etapa mais linda da minha vida.
Vieram a tona, desenfreados.
Numa avalanche que eu nunca soube barrar, quebrando barreira por barreira, fazendo de tudo um mero escombro. Uma chuva torrencial, certamente ninguém previa o desabamento do mundo naquele momento.
Beirava a loucura.
E embargada em meus soluços frenéticos eu me deixei cair. Eu me deixei vencer sobre a cama macia e envolvente.
Abraçando minhas pernas numa tentativa falha de não parecer miseravelmente sozinha enquanto todos se divertiam pelos cômodos da casa.
Eu desabei.
Porque ela era meu caos e eu não sabia como lutar.
Porque as pernas fraquejavam e a voz parava na garganta enquanto eu era diminuída segundo após segundo.
Eu desabei como os exércitos alemães na última guerra; eu simplesmente não sabia como vencer.
Me deixando cair no leito convidativo.
E ao fechar os olhos para o último adeus, eu a vi.
Eu a vi.
E sem conseguir expressar uma única palavra, uma última lágrima de consentimento que descia pelos meus lábios, violentamente me partindo ao meio, eu caí.
E era tudo, era tudo sobre ela.
Tudo sobre ela.
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