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História Folhas de Outono - Rap Monster - 10


Escrita por: IzZyP

Notas do Autor


Olá pessoas lindas! Eu demorei pra atualizar essa aqui né? Mas finalmente estou de volta com um capítulo fresquinho, espero que gostem!

Capítulo 10 - 10


Fanfic / Fanfiction Folhas de Outono - Rap Monster - 10

Os passos rápidos de RaeSoo e HyoJin subindo as escadas e entrando na casa mantiveram os olhos dos meninos nelas até que ambas sumiram atrás da batida da porta de madeira escura, agora mais nenhum som podia ser escutado além do vento e das folhas batendo umas nas outras, estava tão frio que nenhum animal ousaria sair pra dar um alô ao mundo.

Finalmente, depois de segundos sem algum ruído sequer, Namjoon girou nos calcanhares, virando-se de costas para Jiwon, que agora tinha seus olhos voltados pra ele, observando enquanto o homem mais alto que ele andava até a porta do motorista de seu carro escuro, antes que ele pudesse ao menos abri-la, ele ouviu seu nome ser chamado.

- Ainda quer conversar Bobby? - Suas palavras eram curtas e frias, por mais quente e amoroso que Namjoon fosse quando estava com HyoJin ou com pessoas que gostava, não era de seu feitiou desperdiçar palavras com pessoas que não as mereciam. - Eu achava que até você sabia a hora de parar.

Eles ainda não se viam, o som do vento aumentou entre os dois, Namjoon puxou a maçaneta da porta de seu carro e quando ia entrar virou-se, acenando para Jiwon, que ainda o olhava parado na rua em frente a casa daquelas que tinham gerado aquele encontro. Antes que ele pudesse ao menos reagir, o outro já tinha dado partida, as luzes do carro tirando o aspecto escuro da rua, e iluminando a face do outro parado ali, antes de finalmente virar a rua, desaparecendo de vista.

//

Eu não estava acreditando no que eu tinha acabado de presenciar, tudo bem, talvez não tivesse sido tão chocante assim, mas eu esperava mais de tudo aquilo, eu esperava que minha amiga me contasse o que ela andava fazendo enquanto eu trabalhava quase o dia todo sem parar tentando entrar pra faculdade que eu tanto queria, eu me sentia, no mínimo, chateada com aquela situação.

Quando me joguei na cama, os cabelos enterrados no travesseiro e os braços caídos ao lado do corpo, RaeSoo ainda me seguia quieta, eu podia sentir que ela também não sabia o que fazer, e eu não podia culpá-la, mas se tinha uma coisa que tenho certeza é, se tivéssemos conversado antes, tudo poderia ter sido mais normal, eu podia até ter chamado Jiwon pra tomar um chá com biscoitos e mostrar as fotos do anuário da escola, tudo teria sido mais fácil.

- Hyo, eu deveria ter falado tudo antes. - Ela sentou-se a minha frente no espaço que restava da cama, as pernas dobradas em índio e as mãos apoiados em cima delas, ela não me olhava, mas eu não precisava que ela o fizesse pra sentir a sinceridade de suas palavras.

- Sim, deveria. - Eu disse simplesmente, sendo verdadeira.

- Apesar de tudo. - Ela levantou o olhar, e pelo sorriso que surgia no canto do seus lábios, eu podia ver que a culpa já tinha passado. - É como diz aquele ditado: antes tarde do que nunca.

- Ah claro. - Sem ao menos terminar de ouvir direito o que ela tinha a dizer, sentei-me na cama e tirei o travesseiro que antes apoiava minha cabeça do lugar, jogando-o nela, que soltou um gritinho, o corpo indo junto com o travesseiro, olhando aquela cena, eu não consegui manter minha cara séria por mais que quisesse, então logo estava eu ali, rindo rios enquanto via ela se ajeitar na cama de novo e me olhar com sua clássica cara ofendida. - Minha amiga, cara feia pra mim é fome.

- HyoJin! Eu ia te contar tudo, mas acho que não vou mais, desde quando você é a com humor aqui?

- O que?! Tá me chamando de sem graça?! - Balancei meu corpo de um lado pro outro, com o dedo indicador apontado pra cima. - Minha indignação pra você. E é melhor você abrir essa boca logo, antes que eu te mande de volta pros Estados Unidos!

- Olha... - Ela falava com um olhar divertido, e eu senti minha boca abrir em um perfeito "O" tentando de novo pegar o travesseiro que eu tinha jogado nela.

- Se você ousar terminar essa frase, a fraternidade te aguarda. - Ela ia falar mais alguma coisa, se boca abrindo e fechando sem emitir nenhum som, com aquele argumento, eu sabia que já tinha ganho a discussão, nunca que ela gostaria de sair daqui pra dividir uma casa com desconhecidos.

- Olha...

- RaeSoo! - Ela levou as mãos aos cabelos e parecia que o jogo tinha virado, alguém quem ria era ali.

Os segundos passaram enquanto eu tentava faze rela ficar quieta de toda euforia e me contar o que eu queria saber, amanhã eu tinha trabalho, não dava pra ficar rindo da vida a toa assim não. Quando ela parou de rir e se abanou tentando diminuir a vermelhidão de seu rosto, sua expressão voltou ao normal e eu me endireitei na cama, preparada pra ouvir.

- Agora, sinceramente. - Ela começou a falar, seu olhar perdido entre suas unhas recém feitas em vermelho, eu a olhava falar com paciência, ela podia levar o tempo que quisesse, contando que no final eu tivesse conhecimento de tudo que acontecia ali. - Eu planejava te contar depois que tudo estivesse estável, você sabe, eu moro aqui com você, mas eu não ajudo com nada na casa, e eu precisava mudar isso, por mais que seja minha amiga, isso é te explorar.

Concordei com a cabeça, atenta a suas palavras.

- Eu voltei dos EUA com um emprego pronto na verdade. - A olhei surpresa, cada coisa que eu não ficava sabendo. - Uma empresa famosa de moda aqui da Coréia me procurou depois de ver meus portfólios na internet e de ter falado com a faculdade.

- E me deixe adivinhar. - Eu não pude não interrompe-la, o mundo era realmente muito pequeno. - Essa empresa tem alguma ligação com aquele ser humano que estava aqui até pouco tempo atrás?

- Exatamente. - Ela tirou os olhos das unhas, respirando fundo, em um estado normal, eu já estaria descabelada por aí tentando entender com tínhamos chegado àquilo, mas meu cérebro corria entre lógicas e mais lógicas pra tentar me acalmar antes de falar qualquer coisa.

- Você sabia disso? - Ela respondeu acenando. - E você sabe no que isso pode dar não é?

- Claro que eu sei HyoJin. - Agora ela tinha se levantado da cama e andava de um lado pro outro no chão de assoalho, eu seguia seus passos, ainda correndo entre raciocínios para tirar o melhor daquela situação. - Mas independente de ser o Jiwon ou não, essa foi a melhor oportunidade que já recebi em toda minha carreira e eu realmente vou poder fazer o que eu gosto.

- Claro, e eu te entendo, entendo completamente, se eu estivesse no seu lugar, eu teria aceito sem pensar duas vezes! - Agora tinha sido minha vez de levantar e ficar frente-a-frente com ela, seus músculos relaxaram quando minhas mãos pousaram sobre seus ombros. - Mas eu preferia que tivesse me contado antes.

- Aí você podia ter chamado ele pra tomar chá com bolinhos? - De novo eu estava rindo no meio do quarto, isso é o que chamam de poder da amizade.

- Exatamente, e sabe o que mais? - Eu tentava ver o lado positivo daquilo tudo. - Eu quero ver você arrasando naquele lugar, eu quero ver o Jiwon com cara de pato quando ele começar a ficar podre de rico - porque podre ele já é -  por causa do seu trabalho lacrador, aí eu vou poder ficar satisfeita com ele trazendo pra casa todo dia.

- O que você pensa que está falando? Eu trabalho com ele! Conversei com ele só sobre trabalho, e você tá falando como se eu fosse aparecer me agarrando com ele no batente da porta às sete da noite de uma quinta-feira! - A olhei arqueando uma sobrancelha, seus lábios formaram uma linha fina quando ela percebeu o que tinha falado. - Olha, esquece.

- Já esqueci.

//

Ótimo dia pra ir trabalhar, só que nunca, por que quem trabalha em um pleno sábado? Eu mesma, a infame Park HyoJin.

Abrindo a porta de trás do café, eu senti aquele cheiro que era um misto de apavorante e maravilhoso pra mim, uma verdade que seja dita, eu não gosto de café, em fato, eu evito tudo o que é amargo, apesar de ter um fraco por limão, mas vamos combinar que limão é ácido, não amargo, e que são duas coisas completamente diferentes.

- Hyo! Você estava aqui ontem, mas parece que não te vejo há tempos. - As vozes das minha colegas de trabalho chegaram a meus ouvidos, não pude esconder meu olhar de surpresa, hoje era sábado, normalmente era só eu e os cozinheiros que estávamos ali naquele dia, o que ela estavam fazendo aqui? - Por que está me olhando com essa cara? Eu não passei tanta maquiagem hoje, mas eu tenho certeza que não estou tão ruim assim.

- Não, não é isso! - Me apressei em dizer quando acordei do meu transe de pensamentos, se ela não tivesse falado, eu não teria percebido que hoje seus olhos pareciam menos pesados que o normal. - Só estou surpresa por ver você aqui, normalmente sou só eu de sábado.

- O chefe nos chamou pra fazer horas extras hoje, parece que como o clima frio se aproxima, o movimento é maior, então ele deduziu que você não ia conseguir tomar conta de tudo isso sozinha.

- Olha só. - Coloquei minha bolsa sobre a mesa e prendi os cabelos em um co que firme, enlaçando o avental pela cintura, enquanto segurava a caneta que normalmente usava entre os dentes, depois de pronta e finalmente disposta a estar ali, finalmente agora sabendo que não estaria sozinha, sorri pra ela. - Muito obrigada.

- E também, se você quiser fugir com aquele seu amiguinho que normalmente aparece por aqui, podemos te cobrir. - Senti meu rosto esquentar quase que imediatamente, dando o tapa no braço dela.

- Deixe meu "amiguinho" em paz. - A ironia em minhas palavras era tão grande, que até eu me surpreendi.

- Quando vocês se resolverem, quem sabe eu pare de falar essas coisas.

- Então acho que vai falar isso para todo o sempre. - Por mais pesadas que minhas palavras parecessem, era exatamente isso que eu sentia, principalmente depois da noite anterior, eu não conseguia entender aquela reação dele, por que ele parecia preocupado com o Jiwon de repente? Eu não conseguia esquecer a expressão quele fizera quando eu falei que mal o via, talvez igual RaeSoo, Namjoon também tivesse coisas pra me contar, o único problema era tirá-las dele, aquele menino era muito importante pra mim, pra que eu simplesmente chegasse falando um monte pra ele, talvez eu só devesse deixar tudo isso quieto e fingir que nunca senti nada, eu era muito nova pra me preocupar com essas coisas.

Encarei o balcão a minha frente, logo depois dele, as mesas redondas se estendiam e o cheiro de café era muito mais forte, tentando tirar os pensamentos da cabeça e ficar despreocupada, eu decidira me concentrar em meu trabalho.

- Um caramel macchiato na mesa seis! - Avisei aqueles que trabalhavam comigo, aquele ia ser um longo dia.


Notas Finais


Obrigada por lerem! Até o próximo capítulo!


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