“O homem da Floresta escura, caça em você a criança pura.”
Os garotos liam e depois começavam a se entreolhar, com as sobrancelhas arqueadas, confusos, já tentando imaginar o que poderia acontecer, assustados, afinal o que mais faltava ocorrer?
- Eu não sei o que é que vem por ai, mas eu sou uma criança pura, não sou? – Cellbit dizia até gaguejando pouco, já se colocando de pé, vigiando tudo a sua volta.
- Adoraria concordar com você, mas eu acho... – Antes que Alan terminasse a sua frase, ouviam uma batida na porta de seu chalé. – Eu acho que você deveria atender a porta, não atendo nem fodendo. – O mesmo logo dava um empurrãozinho no amigo.
- Felps..... você não... – Cellbit falava choramingando, olhando o outro.
- Não, eu não quero abrir! Vai lá! – Felps interrompia já indicando que ele continuasse a ir em direção da porta.
Um pouco contrariado e com os joelhos trêmulos, o garoto de olhos azuis se aproximava lentamente da porta, onde no meio do percursso ouviam novamente bater na porta, logo o mesmo perguntava alto para o que quer que estivesse do outro lado:
- QUEM ESTÁ AÍ? – Sem obter resposta, Cellbit girava lentamente a maçaneta, até que abria a porta e mesmo sem olharem, com medo, os garotos gritavam, somente ao sentirem que nada lhes acontecia, paravam, estranhando.
- Estamos vivos? AI CARALHO, ACHEI QUE EU IA MORRER! – Alan exclamava alíviado.
- Mas se não tem ninguém, nada na porta... o que foi que bateu? – Felps arregalava sutilmente os olhos, ainda receoso.
- Deve ter sido o v-vento..... – Cellbit gaguejava na última palavra ao que um dardo fora arremeçado em sua direção, errando por alguns centímetros no batente da porta ainda aberta, logo ouvindo ao fundo a voz de um homem.
- RAFAEL LANGE! SEU GAROTO DESPRESIVEL, SEU MERDA, EU VOU LHE PEGAR E COLOCAR SUA CABEÇA COMO TROFÉU NA MINHA PAREDE. – Um caçador de pessoas dizia já se preparando para atirar novamente.
Aos gritos os garotos saiam, correndo, inteligentemente Felps lembrava de pegar o jogo antes de deixarem o chalé e dispararem para a floresta do local aonde ficava os chalés. Por vezes eles tropeçavam na trilha ao que olhavam para trás vendo se o tal caçador os haviam perdido.
Cerca de 30 minutos depois, escondidos em uma clareira, ofegantes e pouco cansados, os garotos sentavam no chão, falando aos sussurros.
- Eu vou morrer, eu vou morrer porra, caralho, eu só me fodo, tô com saudade dos macacos já..... – Cellbit dizia com os olhos arregalados, espreitando para ver se tinha despistado o caçador.
- “Vamos viajar Alan, vai ser divertido, vamos descansar”, se ele não nos matar, eu mato vocês, eu juro que mato. – Alan respirava fundo tentando repor o folego perdido.
- Mas pra nos matar, sua vez de jogar, Alan.. – Felps dizia já abrindo o jogo na frente do amigo, enquanto ainda respirava fundo.
- Ah nãoooo.. – Alan tampava os olhos com ambas as mãos praguejando.
- Anão é um homem bem pequeno, anda logo Alan, seu lixo! – Cellbit dizia em constante estado de alerta.
- Tá bom, eu consigo, eu sou sagaz, sou o melhor jogador de mandigas do Brasil, ‘cê ta é loko. – Alan falava para si mesmo já pegando os dados em mãos. – Vou tirar 6 nos dois dados, quer ver? Ficar mais próximo da vitória! – O mesmo de forma até estratégica e roubada ajeitava os dados os soltando de forma que de fato ambos haviam dado 6. – VIU SÓ!
- Isso aí é roubar, Alan.– Felps comentava já prestando atenção para o que aconteceria, assim como Cellbit.
- Se eu fosse você, não brincaria com esse jogo assim. – O garoto de olhos azuis dizia com o cenho franzido.
- Vocês estão com o mestre dos jogos, o que esse jogo poderia fazer de pior? Já estamos na merda! – Alan respondia mas com certo medo, pois ele apenas achava que não podia ficar pior, então o jogo apresentava a seguinte mensagem em seu centro.
“Uma lei de Jumanji acaba de quebrar. Mais do que sua peça você irá voltar.”
Como se não bastasse apenas a peça de Alan voltar algumas casas, algo mais estava lhe acontecendo.
C O N T I N U A . . .
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.