História For all Stars - Capítulo um

BROOKE RAMONA JOHNSON

Sabe quando sua vida esta uma bosta e você sabe que ainda vai piorar? Bem, é isso que esta acontecendo comigo agora. Na boa, eu só havia tirado os parafusos da cadeira da professora pra ela cair, nada demais, e ela bem que estava merecendo depois daquela nota horrível que me deu na prova.

Olhava para a cara do diretor como se fosse pular nele a qualquer momento, e sei que em segredo ele estava com medo de mim, pois ele sabia dos meus probleminhas com a raiva.

Escutei a porta se abrir e fechei os meus olhos com força. Eu iria me ferrar!

- Brooke? O que você fez dessa vez? – A voz da mulher, mais conhecida como minha mãe, chegou aos meus ouvidos e a única coisa que fiz, foi olhar pra ela com a melhor cara de santa que eu poderia fazer.

- Sente-se, Sra.Steifilds! – O diretor disse, e ela o fez, ainda me olhando como se fosse arrancar o meu coro. – Sua filha aprontou feio hoje...

- Que novidade! – Falou com tedio na voz. Eu amava a minha mãe, mas as vezes ela me dava muita raiva.

- Eu não fiz...                                                                                    

- Quieta e deixe os adultos conversarem!  - Ela disse severa e eu me segurei para não virar os olhos. Não estava afim de apanhar ali na escola.

- Você acredita que ela retirou os parafusos da cadeira da professora de matemática e a fez cair? Me desculpe Senhora, mas ela passou dos limites. Já demos chances demais a Brooke, mas ela não aproveita, o melhor a se fazer pela nossa escola é expulsa-la. Fizemos o nosso máximo tentando a fazer mudar, mas isso não adiantou, e eu peço desculpas por isso! – Nesse momento eu já estava com os olhos arregalados e suando frio. Expulsa? Eu nunca havia sido expulsa em escola alguma, o máximo foram algumas suspensões.

Olhei para o lado e minha mãe estava olhando para o chão, com uma cara nada boa. Não era literalmente brava, era mais para decepcionada.

- Eu odeio você! – Falei olhando para o diretor, empurrei a xicara cheia de café, para cima dele e sai da sala chorando de raiva. Isso não podia ter acontecido!

- Brooke volte aqui agora! – Escutei minha mãe me chamar em um tom alto, mas ignorei, e fui correndo para fora da escola. Não iria de carro com ela, não hoje que ela não estava muito no clima para ser boazinha comigo.

Minha mãe não era ruim, nunca foi. Na verdade, a única ruim da história sempre fui eu! Eu sempre fiz de tudo para chatear o meu padrasto desde que ela se casou com ele. Eu realmente virei um diabo de menina, brigava com todos, aprontava com todos, fugia de casa, bebia, fumava e fazia coisas ilegais, só para tentar o fazer sair de nossas vidas. Mas nunca funcionou, ele gostava muito de minha mãe para terminar com ela só por causa da filha problemática.

Não era filha única, tinha Jully, mas ela nunca fizera nenhum mal para chateá-los, nunca se meteu em uma confusão, e isso a fazia virar a preferida deles. Não que eu não gostasse dela, muito pelo contrario, eu a amava muito e isso a fazia ser uma das únicas pessoas importantes pra mim! Ela poderia ter 13 anos, mas me entendia melhor do que ninguém.

Fui pelo caminho mais longo, não queria chegar em casa tão cedo para levar uma bronca horrível de minha mãe e ouvir meu padrasto fingindo que me defende, só pra mim gostar dele. E eu realmente consegui chegar tarde em casa, já que ela ficava bem longe da colégio e eu havia ficado horas a mais do que os demais alunos daquela escola. Avistei o grande portão branco de minha casa e diminui a velocidade de meus passos. Chegando lá, digitei a senha para abrir o portão, e entrei dentro do jardim, que estava em perfeito estado. Por que tudo aqui tinha que ser tão perfeitinho?

Peguei minha chave que estava dentro da mochila, e abri a porta dos fundos, para eles não perceberem que eu havia chegado. Mas isso foi em vão, já que encontrei os dois na cozinha. Minha mãe estava escorada na mesa, com o rosto entre as mãos, e meu padrasto a olhava com dó.

- Brooke Ramona Johnson, aonde você se meteu? – Ela disse brava, com um tom de preocupação na voz.

- Estava voltando pra casa! – Falei obvia, mas logo me calei quando recebi um olhar nada bom vindo dela.

- Você sabe a vergonha que me fez passar hoje? Além de ser expulsa você queimou o diretor com café e me deixou lá sozinha. Me diga, como você quer que eu te entenda desse jeito? Por que você insiste em fazer essas coisa? Eu faço de tudo pra te dar a melhor vida possível e você simplesmente joga isso fora e acaba estragando ela, e de brinde estraga as nossas. Eu não aguento mais isso, não aguento mais você me fazendo sofrer. Eu lhe amo mais que qualquer coisa, mas e você? Eu nem te conheço mais! – Ela jogou tudo para fora de uma vez, já chorando. A olhei quieta e comecei a andar em direção a saída da cozinha. – Fique aqui, ainda não terminamos!

- Não seja tão dura com ela! – Paul disse e eu revirei os olhos.

- Não preciso que me ajude! – Falei grossa.

- Brooke, você vai parar de ser assim hoje! Como ousa falar com o Paul assim? Ele pode não ser seu pai, mas é a única figura paterna que você tem por aqui, então largue mão de ser infantil e pare com esse drama todo, porque já estamos cansados disso! – Minha mãe falou, e foi como um tapa na minha cara. Como ela podia falar que ele era uma figura paterna pra mim? Não, isso ele nunca iria ser! – Eu e Paul decidimos que vamos acabar com tudo isso, você não vai precisar se preocupar conosco.

- Vocês vão se separar? – Perguntei confusa, com uma pontada de esperança na voz.

- Não querida, nós não vamos nos separar! – Paul disse, com aquela mesma voz calma de sempre. – Decidimos que é melhor você ir morar com o seu pai.

- É o que? – Perguntei pasma, eles estavam me mandando embora? – Eu não vou sair daqui, eu tenho meus amigos, vocês não podem acabar com a única coisa boa que eu tenho na minha vida, vocês são uns monstros! – Falei já com os olhos lacrimejando. Como eles podiam fazer isso comigo?

- Você não tem escolha, já falamos com o seu pai, ele já vai amanhã fazer a sua matricula na nova escola. Já cansamos dos problemas em que você nos mete. Talvez isso vai ser bom pra você, posso ser burra de ainda ter esperança, mas eu não vou desistir tão fácil de ter a minha filha de volta. Espero que com isso você aprenda que não se consegue as coisas, tendo esse tipo de atitude que você esta tendo ultimamente! – Ela falou decidida, e eu a olhei com toda a raiva possível.

- É, talvez isso seja bom. Talvez ficar longe de vocês seja a melhor coisa a se fazer. Você disse que quer sua filha de volta? Bem, aquela não era a sua filha, eu sou sua filha, essa é quem eu sou – Falei apontando pra mim mesma – E se você não me ama assim, quer dizer que não me ama de verdade. E eu literalmente odeio vocês dois com todas as minhas forças, e vai ser ótimo não ter que olhar mais para as suas caras! – Terminei de falar e sai correndo, subindo as escadas e entrando em meu quarto. Comecei a andar de um lado pro outro, sem conseguir parar. Se mudar? Eu não estava preparada para isso.