História For life - Capítulo 24 - For life

Final

KyungSoo

Eu estava escutando tudo, escutei cada palavra, senti cada carinho em minha mão, ouvi o quanto estava feliz com Minseok ao seu lado e só queria comemorar junto com ele, mas eu não sentia meu corpo, não conseguia me mover e era torturante. Poderia ficar o tempo todo ouvindo aquela voz um tanto grossa e doce quando estava com medo, mas eu estava mais ainda. Eu me esforcei tanto, tentei muito mexer sequer uma parte do meu corpo, depois de muito tentar eu consegui mover minha mão, queria dizer que não o deixaria.

Abri meus olhos com dificuldade, tudo doía, olhei para baixo e vi que aquela barriga grande havia sumido. Respirei fundo e olhei em volta, mas não tinha ninguém, então tentei me levantar, mas obviamente não ia rolar. Percebi que eu não estava completamente sozinho quando vi uma pessoa levantar do chão, ela estava agachada juntando algumas folhas que haviam provavelmente caído.

- Oh, você acordou, já esperava por isso, mas não imaginei que seria agora. - falou assustada um pouco impressionada. - Estava te observando. - mexeu nos aparelhos. - Consegue falar e mexer seu corpo?

- E-Eu.. Consigo.

- Isso é ótimo, mostra que está se recuperando.

- Cadê o Minseok? Quero vê-lo. - perguntei tentando me soltar daquelas coisas que me prendiam na cama.

- Ei, espere. - me segurou colocando de volta onde estava. - Primeiro que você não pode tirar os aparelhos assim. Minseok está em casa, ele foi para casa ontem junto com seu marido. Não se preocupe, Minseok não teve nenhum problema.

- Quanto tempo eu vou ficar aqui? Há quanto tempo que estou assim?

- Vai fazer quatro dias.

- Estou dormindo há quatro dias? - perguntei boquiaberto.

- Você faz muitas perguntas. - falou risonha. - Mas eu entendo, também estaria confusa.

- Ele acordou, sabia que acordaria. - Jin entrou na sala batendo leves palmas, não pude deixar de dar um sorriso fraco em vê-lo.

- Jin, quero ir pra casa. - choraminguei. - Parece que eu caí de um prédio.

- Que comparação mais estranha. - se aproximou de mim. - Mas você acabou de acordar, não acho que seria certo sair pulando por aí, o que é bem sua cara.

- Eu não ia sair pulando. - ri baixo e Jin me encarou como se tivesse mentindo. - Talvez apenas correndo. - falei sério e ambos riram.

- Sook, ligue para JongIn por favor, ele deve estar preocupado desde que veio parar aqui. - pediu e a mesma saiu rapidamente da sala.

- Como está a saúde de Minseok?

- Ele é uma criança gordinha e super agitado, parece muito com você.

- Comigo? - sorri pensando como seria ver Minseok. - Então ele é pequeno.

- Ele é muito pequeno, JongIn já até colocou um apelido nele.

- Que apelido?

- Baozi, ele colocou esse apelido assim que o pegou no colo.

- JongIn é tão fofo. - ri baixo. - Ele está bem?

- A essa altura ele deve estar melhor do que nunca, vindo correndo pra cá. Ele estava todos os dias pedindo para vim ficar com você pela noite, mas eu sei que não gostaria de ver ele cansado.

- Muito obrigado, Jin. O JongIn tem essa de fazer o que quer, ainda bem que ele não ficou por quatro dias acordado.

- Aí que você se engana. - riu soprado. - Vou buscar alguns remédios para você, nada muito forte, não se preocupe.

. . .

Se passaram meia hora desde que eu tinha acordado e JongIn chegou alguns minutos depois. Quando ele voltou, eu estava com os olhos fechados, mas não estava dormindo, então senti ele se aproximar com passos pequenos até finalmente chegar perto de mim.

- Por que sempre que chego você está dormindo? Será que sou tão chato.. - murmurou baixo.

Eu tentei, juro que tentei não rir daquilo, mas fui derrotado pelo seu drama.

- Ei, o que está fazendo? - perguntou assustado assim que me viu rindo sem parar.

Voltei a ficar sério assim que senti o corpo de JongIn sobre o meu, ele me abraçou tão forte que ao invés de sentir dor, eu apenas senti uma enorme calmaria, eu estava necessitado daquilo.

- Que saudade eu estava de você, Soo. - falou abafado com uma voz fraca. - Você me deu um enorme susto, nunca mais faça isso de novo.

- Nini.. - tentei falar algo, mas eu não conseguia, não sabia muito bem por onde começar.

- Pode falar, mas não vou te soltar.

- Não quero que me solte. - retribui ao abraço meio desengonçado. - Que bom que esperou pacientemente.

- E sempre vou, não importa o que aconteça, nunca mais vou te deixar sozinho.

- Nunca me deixou sozinho, não fique pensando em coisas bobas.

- Isso acabou, não é?

- Acabou. Eu estou me recuperando, Minseok está ótimo, agora o resto nós lidamos bem. - sorri contra o pescoço de JongIn.

- Eu estou te machucando? - se afastou sutilmente, limpando o rosto molhado.

- Está chorando? - o fitei surpreso. - Oh, por favor, não chore assim.

- Não estou chorando. - continuou a limpar rapidamente. - Não estou.

- Nini, eu quero ir embora.

- Mas Jin ainda não liberou você.

- Não aguento mais ficar aqui, é muito ruim. Tenho certeza que ele não vai me deixar ir com você. - falei em um tom triste. - Queria ver o nosso bebê

- Não seja tão pessimista. Irei chama-lo.

JongIn foi até o lado de fora e voltou com Jin em poucos minutos.

- Preciso tirar esses aparelhos de você, não precisa mais deles.

- Vou poder ir para casa?

- Fique tranquilo, vai voltar para casa ainda hoje.

Pude ver um sorriso se abrir no rosto de JongIn, o sorriso mais lindo que já vi.

- Mas prometa manter com os cuidados em casa? - perguntou para JongIn e o mesmo assentiu freneticamente. - Ótimo, então acho que é isso. Vou chamar alguma enfermeira para ajudá-lo a se vestir.

- Eu ajudo ele.. A, enfim, você sabe. - coçou a cabeça envergonhado e Jin sorriu.

- Tudo bem, como quiserem. - falou saindo.

- É.. Vou pegar as suas roupas.

- Uma bonita, por favor.

- Deixe-me tirar essa roupa de seu corpo. - se aproximou com as peças escolhidas.

JongIn estava envergonhado o tempo todo e com medo de me tocar, era como se tivesse tocando em algo que poderia quebrar a qualquer momento. Ele tirou minha camisa e olhou assustado para algumas marcas roxas que tinha em meu corpo.

- O que é isso? - colocou a mão devagar e eu arfei de dor já que era recente.

- Não sei, mas espero que suma rápido. - observei as marcas.

- Isso deve ser muito ruim. - falou preocupado.

- São apenas algumas marcas bobas.

Continuou me vestindo e finalmente acabando, levantei do melhor jeito que consegui com sua ajuda.

- Consegue ficar em pé?

- Sim, está tudo bem.

- Não se mexa tanto. - me segurou em um lugar. - Calma, deixe-me pensar.

- JongIn.

- Espere, como vou fazer para te levar. - falou pensativo. - Andar daqui até o estacionamento não vai ser fácil. Você não deixa eu te levar.. - o interrompi. 

- JongIn, eu já disse que consigo andar bem. - falei um pouco mais alto e o outro pareceu entender.

- Diga tchau para essa sala de hospital, porque só vai voltar aqui de novo se for para ter um outro bebê.

- Acho que está animado com Minseok. - ri baixo.

- Pode ser isso.

                               (...)

Chegando em casa, JongIn deixou algumas bolsas ao lado da porta e pegou em minha mão, me guiando para o segundo andar. Entrei no quarto e estava Luhan e Sehun, junto com uma criança que era grande demais para ser Minseok, acho também que Minseok não nasceu andando nem correndo pela casa.

- Soo! - Luhan correu em minha direção e me deu um abraço que quase me fez cair junto com ele, sorte que JongIn estava atrás. - Soo, você não tem noção de tanto que estava sentindo a sua falta.

- Luhan, ele acabou de chegar do hospital, ainda está muito fraco.

- Oh, me desculpe, gatinho. - acariciou meu rosto.

- Esperou muito por mim, Hannie. Essa criança não me é estranha. - a encarei com um sorriso, enquanto ele me olhava de baixo com os olhinhos assustados.

- Se apresente pra ele, neném. - Sehun agachou perto dele.

- J-Jong-dae. - falou baixo com um pouco de dificuldade, mas sua voz ainda era doce.

- Ahh, Jongdae, como cresceu, quase não o reconheci. Você está muito lindo. - fui até ele e beijei sua bochecha, o mesmo cobriu o rostinho envergonhado. - Você conheceu o Minseok? - ele apenas assentiu.

- XiuXiu..

- Xiu?

- XiuXiu, ele é Xiumin.

- Oh, gostou tanto dele para dar um apelido carinhoso desses? - falei risonho e Jongdae correu para longe.

- Venha Soo. - JongIn me levou até o berço que tinha o bebê certo, com os olhinhos abertos e calado.

- É o Min.. - o tirei de lá com cuidado. - Como esperei por isso. - fitei seu rostinho sereno.

- Eu estava contando os dias para te ver assim com ele. - JongIn sentou ao meu lado. - Parece um sonho.

- Minseok parece com você, Nini.

- Eu acho que tem um pouco de cada. - vi Zitao entrar no quarto junto com Baekhyun.

- Meu Soo. - Baekhyun veio saltitante. - Finalmente de volta.

- Seu? - JongIn o olhou com as sobrancelhas arqueadas. - Ele não casou com você.

- Porque não me conheceu primeiro. - piscou para ele.

- Ainda brigam tanto por besteira. - falei risonho. - Byunnie, já contou a novidade para todos?

- Quase todos. O Chanyeol saberá quanto antes.

- Saia. - Zitao puxou JongIn do meu lado. - Você me deixou muito preocupado, Soo. Desculpe não estar aqui quando tudo aconteceu.

- Tudo bem, Tao. Eu sei que se pudesse não largaria do meu pé.

- Aish, criança convencida. - revirou os olhos. - Agora vou cuidar de você também.

- Ele não precisa de nenhum de vocês. - JongIn puxou um por um para fora do quarto, deixando apenas nós dois e JongDae. - Vão lá para baixo, andem.

- Ai, calma, deixe eu pegar o meu bebê também. - Zitao o chamou.

- Ele fica. - fechou a porta.

- Nini, você não muda mesmo. - ri alto com seu jeito divertido.

- Vem, Jongdae, ver o Xiumin de perto. - o pegou no colo sentando ao meu lado.

- Estou impressionado como ele está alto.

- Minseok vai ter que ralar para o passar. - brincou com ele.

- Acho que ele não vai ligar muito para isso, parece tão sereno. Eles irão se dar bem, não é JongDae. - perguntei de um jeito fofo para ele que apenas riu.

- Acho que isso foi um sim.

10 meses depois...

- Meu Deus, Minseok não para de chorar. - falei enquanto tentava o ninar no colo.

Escutei passos correndo pela casa, com certeza era JongDae.

- Tio Soo. - apareceu animado mas fechou a cara assim que viu Minseok choroso. - Por que o Xiumin está assim?

- Não sei, Jonggie.. - o deitei na cama sem saber o que fazer.

- Será que ele não quer brincar? - se aproximou da cama e o choro de Minseok se acalmou assim que o viu.

- Jong. - Minseok engatinhou na cama.

- Ele se acalmou? - franzi o cenho assim que vi os efeitos de JongDae sobre Minseok.

- Ahh, Xiumin estava com saudades de mim. - riu baixinho o abraçando.

Percebi JongIn encostado na porta observando tudo, junto com Zitao.

- Acho que Minseok já arrumou um pretendente desde cedo.

- O que está falando, Zitao. - revirou os olhos. - Ainda é o meu bebê.

- Chanyeol vai ser pai e ele nem o Baekhyun são ciumentos.

- Acho que o Nini vai ser mais ciumento com Siwan do que os próprios pais.

- Eu não sou ciumento, só estou cuidando do que é meu. - deu de ombros.

- Vem Minseok e JongDae. - Zitao o chamou e prontamente os dois foram. - O filme de vocês já vai começar. - falou saindo.

- JongDae passará o fim de semana aqui, terão tempo para brincar muito.

Falta apenas dois meses para Minseok completar um aninho de idade e ainda era super pequeno. Jongdae estava quase com seus três anos, é tão esperto que as vezes me assusta. Baekhyun estava nos seus últimos meses de gravidez e diferente do que o mesmo achava, Chanyeol ficou tão feliz quanto uma criança que acabou de ganhar o doce preferido.

Uma coisa estranha aconteceu esses dias, não contei para JongIn nem para ninguém. Taeyong de alguma forma havia conseguido contato comigo, foi uma mensagem, uma simples mensagem que me deixou muito assustado, mas lá estava..

"Meus parabéns, papai. Minseok é muito bonito, desculpe por ter sido algo ruim na sua vida."

Eu podia não responder, apagar seu número, bloquear, tanto faz.. Mas eu me senti na obrigação de responde-lo.

"Não imaginei que falaria com você de novo, mas mesmo depois de tudo, muito obrigado, não sinto e nunca senti raiva de você."

"Sei que talvez não queira me ver nunca mais, mas precisa saber que eu fiz tudo aquilo por rancor, me desculpe."

"Siga em frente com a sua vida, se esqueça desse passado ruim, tente melhorar."

"Espero nos vermos de novo."

"Fique bem, Taeyong."

Sinceramente, eu sei que não é certo nos vermos de novo, coisas assim não são esquecidas.

- No que tanto pensa? - JongIn disse parado em minha frente, nem tinha o percebido. - Espero que seja em mim.

- Eu.. Eu só estava pensando como a nossa vida mudou de uns tempo pra cá.

- Ahh, tem razão, mudou muito. Mas seu rostinho não parece feliz. - segurou em meu maxilar devagar, fazendo o encarar.

- Mas eu estou bem, sabe que sim.

- Então não vai ficar bravo se eu disser uma coisa?

- Não vou.

- Você está me dando medo.. - riu alto, ele sabe o quanto me irritava dizer isso.

- AISH! - o empurrei para longe. - Faz isso de propósito.

- Desculpe, meu pequeno. - voltou novamente segurando em meu rosto, mas dessa vez se aproximou um pouco mais me deitando na cama. - Ultimamente tenho te irritado demais, acho que não merece isso. - mordiscou meu pescoço.

- J-JongIn, não é hora para isso.

- Mas eu nem fiz nada.. - riu contra meu pescoço. - Ainda.

Deslizou sua mão por dentro de minha camisa me deixando bem arrepiado, ofeguei com os toques o que só o animou mais ainda. Ele me olhou com um sorriso malicioso e assim que fui colocar a mão para tirar de dentro da minha roupa, ele segurou meu pulso em cima da minha cabeça impedindo que eu o atrapalhasse novamente. Subiu distribuindo beijos pelo meu rosto até chegar em minha boca, que de simples selares, foi se intensificando, então dei passagem para JongIn que estava impaciente, aquilo estava muito bom.

- Só não faça muito barulho. - sussurou contra minha boca e em seguida mordeu meu lábio inferior.  

- APPA! - ouvimos Minseok gritar entrando no quarto chorando junto com Jongdae.

Empurrei JongIn de cima de mim, o mesmo quase voou longe e se encolheu na cama, por sorte eu ainda não estava tão animado como ele.

- M-Minseok, o que aconteceu? - andei lentamente até eles.

- Xiumin caiu. - Jongdae abaixou olhando para seu joelhinho ralado.

- Ow, Jonggie, não fique triste também, Minseok se machucou pouquinho.

Peguei um remédio que tinha em cima da escrivaninha e coloquei em seu joelho.

- Omma..

Acho que Minseok deveria aprender mais palavras, até agora só se comunica com Omma e Appa.

Jongdae foi até JongIn com um semblante de pena e acariciou seus cabelos.

- O tio Soo bateu em você? - perguntou baixinho e JongIn riu alto.

Abracei Minseok e tentei esconder meu rosto nele mesmo, eu estava mais vermelho do que uma pimenta.

- Ele é tão mau, Dae. - fez um biquinho. - Eu só estava querendo deixar ele feliz e ele me bate.

- JongInnie não merece isso, tio Soo. - negou com a cabeça. - Você tem que pedir desculpas.

- Jongdae, vai ficar do lado dele? - arregalei os olhos quanto JongIn tinha um sorriso vitorioso.

- Nós somos bons amigos, claro que ele vai me defender.

- Ok. Desculpe, Nini. - limpei a terra da roupa de Minseok e o peguei no colo. - Tente resolver seus probleminhas sozinho agora.

- M-Mas..

- Venha, Jongdae, vamos nos vestir para ir na piscina.

O mesmo veio correndo até a mim.

- Zitao já deve ter ido com Kris, não é?

- Sim.

- Tudo bem, vamos chamar o Baekhyun. - Minseok desceu do meu colo e pegou na mão de Jongdae, saindo com ele do quarto.

- Ei, Soo. - me chamou com a voz fraca e rouca. - Estou sofrendo.

- Que pena, JongIn. Eu avisei.

- Vai me deixar nesse estado? - olhou para o volume em sua calça.

- Vou. Jimin daqui a pouco está chegando, e bom.. Não seria um bom jeito de recebe-lo.

- Aquele anão de jardim atrapalha até quando não está perto.

- Ele é meu melhor amigo, não fale assim dele. - saí para ir atrás das crianças.

                                (...)

5 meses depois...

Já tinha se passado o aniversário de Minseok, o mesmo tinha ficado tão doentinho que esperamos até que ele se recuperasse para comemorar. Ele já falava bastante, Jongdae tinha que estar aqui todo fim de semana, mesmo com eles se vendo todos os dias na escola, eles adoravam ficar brincando na piscina. Uma criança de sua escolinha havia o empurrado, mas JongDae viu e não gostou nem um pouco, então empurrou o menininho de volta, não vou nem falar no problema que isso deu pra ambas das famílias.

Baekhyun havia tido Siwan há três meses atrás, o bebê é tão fofo que amoleceu até o coração de Sehun. Ele agora é nosso vizinho e toda hora eu estou lá ou ele aqui, como sempre foi. Mas no momento ele está longe, foi passar uma semana fora com Chanyeol e o bebê, estão aproveitando como sempre quiseram.

- Eu vou fritar nesse sol, como eles aguentam? - Jimin reclamou tentando ir para uma sombra.

- Pare de reclamar, seu anão. - JongIn o provocou, Minseok achou bastante graça do que ele falou, Jimin cruzou os braços e desviou o olhar.

- Não fale assim do Jiminnie. - JungKook o abraçou. - Ele é bonito assim.

- Credo. - fez uma careta. - Venha, Soo. - estendeu os braços mas eu neguei. - Qual é, venha logo, entre.

- Não quero, parece fria.

- Peça para ele, Min.

- Omma, brinque comigo. - fez um biquinho fofo, não tinha como resistir aquilo.

- Oown, ele te chama de omma. - Luhan falou encantado. - Sehun, vamos ter um filho.

- O quê!?

- Meu Deus, é muita criança para apenas um JongIn.

- Eu quero um filhinho do tio Luhan. - Jongdae falou e Minseok fez uma cara de bravo.

- Não quer não!

- Eu quero, Xiumin, ele vai poder brincar com a gente.

- Não, é melhor não. - franziu o cenho.

- Minseok, por que está com ciúmes do Jong? - Zitao perguntou risonho.

- Ele tem que ser só meu amigo. - choramingou.

- Tudo bem, Xiumin, você é o meu melhor amigo. - falou corado. - Vamos brincar agora, não chore.

- Eu quero gritar. - Luhan falou mordendo sua mão, Sehun ria descontroladamente. - Que fofooo! Sehun, por que não é assim comigo? - bateu em seu braço.

- Não ouviu o JongDae? - JongIn perguntou. - Eles são melhores amigos, idiotas.

- KyungSoo, você precisará de paciência.

- Sim, acho que vou precisar.

Nós passamos o resto do dia juntos, no final, JongDae acabou por dormir aqui também, precisei ficar com eles no quarto até que dormissem.

- Essa historinha que o tio Soo contou parece com ele e o Nini.

- Parece por que, Jongdae? - o fitei curioso.

- É que o príncipe nessa história parecia mau, mas na verdade ele ama a princesa.

- Meu appa é mau só as vezes quando ele tá cansado.

- Mas ele cuida do Soo.

- Eu também cuido da meus appas.

- Xiumin, você está mentindo, é muito pequeno para cuidar deles, você não tem dinheiro. - Jongdae falou parecendo indignado, extremamente fofo.

- JongDae, você não cuida de mim? - Minseok perguntou e ele assentiu. - Você também não tem dinheiro. - cruzou os braços com um bico nos lábios.

- Ahh.. Verdade. - falou decepcionado.

- Não precisam de dinheiro para cuidar bem de alguém, é só dar muito amor que a pessoa ficará muito feliz também. - guardei o livro. - Agora vão dormir que é muito tarde.

- Boa noite, omma.

Os dois me deram um beijo em cada bochecha e deitaram para dormir. Apaguei as luzes e saí rapidamente, estava morto de cansaço.

. . .

- O que achou de hoje? - JongIn perguntou com uma toalha em suas costas.

- Quero mais dias assim, fiquei muito feliz vendo Minseok se divertir.

- Teremos muito mais. - deitou comigo na cama. - Parece cansado.

- Você mais ainda. - abracei sua cintura.

- Durma bem, Soo.

Eu achei que aquele pesadelo nunca acabaria, que nunca seria bem aceito, que não superaria a morte de meus pais, mas ainda bem que JongIn apareceu, ele era misterioso e eu não o entendia. Me arrependo muito de no começo ter desejado que ele por algum motivo me mandasse embora da casa, eu não me sentia bem até ele se mostrar não só um cara malvado que não liga para nada, mas alguém que era ferido, eu tive paciência em cuidar silenciosamente de suas decepções e no final nos tornamos um só, e eu só quero viver ao seu lado para sempre.

"Mil palavras não são suficientes para expressar o que penso, para a vida."