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História For Lovers (Or Just Friends) - Um


Escrita por: iwsnt

Notas do Autor


Oi gente
Como muitos de vcs devem saber, meu negócio é escrever fics curtinhas não me perguntem pq
Essa vai ter uns 3 ou 4 capitulos, não sei bem como vou dividir ainda
Enfim, espero que gostem <3

Capítulo 1 - Um


Fazia dois anos que eu não via Brendon Urie. Há muito tempo eu tinha me convencido que eu tinha perdoado ele. Mas eu não o perdoei por ele, eu o perdoei por mim. Eu precisava seguir em frente e toda aquela mágoa, aquela angústia, só me fazia mal. Eu cheguei a conclusão que eu devia ser mais maduro que isso, e eu o perdoei. Mas eu nunca o contei.

Lá fora, o vento batia em seus cabelos castanhos. Sua expressão incomodada deixava claro para mim que ele estava com frio. Ele esfregava suas mãos, dentro de luvas, contra suas bochechas enquanto andava em direção ao Café Bar que eu estava.

Quando eu o vi pareceu que tudo congelou e eu tinha todo o tempo do mundo para analisar como ele estava. Em apenas alguns segundos eu fui atingido por milhares de pensamentos e sensações diferentes. Eu senti um aperto enorme no peito, uma mágoa que eu achava que havia desaparecido. Senti também algo que doía mais ainda, e eu deduzi que era saudade.

Seus cabelos estavam diferentes, um pouco mais curtos do que antes, jogados para o lado em um pequeno topete.  Aquele dia parecia extremamente feio para mim, um daqueles dias que eu queria passar dentro de meu quarto. Mas de repente, no meio daquele vento, daquela manhã fria e escura, eu o vi e lembrei como ele era estonteante.

Quando vi que ele entraria onde eu estava, finalmente acordei de meu transe e olhei para baixo, tentando ocultar meu rosto. Percebi meus olhos encherem. Minhas mãos suavam e de repente eu queria sair naquele dia frio porque o aquecedor daquele lugar parecia quente demais. Eu batia os pés no chão de nervoso. 

Bebi o resto do meu café em um gole, queimando a língua mas não dando tanta importância para isso. Tirei uma nota do meu bolso e larguei na mesa no que levantei apressadamente, peguei meu casaco e andei em direção a porta. Obriguei-me a não olhar ao redor, e quando eu encostei na maçaneta...

- Ryan?

Hesitei. Se eu fingir que eu não ouvi, não preciso responder. Abri a porta e saí. Vesti meu casaco atrapalhadamente enquanto eu me apressava na calçada em direção à faculdade. Senti uma mão em meu ombro.

- Ryan? - Ele repetiu.

Agora eu realmente não tinha mais para onde fugir. Respirei fundo preparando a minha melhor cara de desentendido e olhei para trás. Brendon sorriu quando me viu, e então minha atuação desapareceu no que meu coração amoleceu, e eu apenas sorri de lado.

- Oi! - Ele disse e eu senti minhas bochechas esquentarem mesmo com aquele vento gelado atingindo meu rosto.

- Hm... Oi, Brendon.

- Como você está? Faz tanto tempo que eu não te vejo!

Não seja rude, pensei comigo mesmo. Respirei fundo e encarei seus olhos.

- Eu... estou bem. E você?

- Estou bem também.

Brendon parecia não saber mais o que fazer e seu sorriso desapareceu aos poucos conforme ele percebia que eu não tinha nada a dizer. Ele desviou o olhar e voltou a me olhar pouco depois.

- Você... Está ótimo. Você não quer entrar de novo? Pra conversarmos.

- Eu tenho aula agora.

- Oh. E você... Mudou de número? Eu tentei te ligar um tempo atrás.

- É, mudei.

- Hm, isso é bom, eu acho... Porque eu pensei que você estivesse me evitando e... Você podia me passar seu número.

Eu desviei meu olhar, pensativo. O que ele poderia querer de mim, depois de tudo que ele fez?

- Ok. 

Brendon sorriu novamente e tirou seu celular do bolso. Eu o ditei meu número e ele voltou a guardar o celular.

- Eu tenho que ir. - Falei.

- Ok. Foi bom te ver.

Eu sorri de lado e virei as costas, deixando Brendon para trás, mas o levando na minha cabeça durante o dia inteiro.

 

Essa história de superioridade talvez não fosse para mim. Era difícil ser maduro. Eu queria gritar com Brendon, xingar ele, chorar na frente dele, e então desaparecer, deixando ele viver com a ciência de que tinha me magoado profundamente. Mas não. Eu o passei meu telefone. E agora, idiota como eu era, estava esperando Brendon me ligar. Não só estava esperando, estava torcendo, ansiando, olhando meu telefone o tempo todo. Até ligar para mim mesmo do meu fixo eu liguei, para saber se meu celular estava funcionando normalmente.

Brendon não me ligou na sexta-feira daquela semana. Eu sabia que, como já eram dez horas da noite, ele não ligaria mais. Talvez ele não quisesse nada com meu telefone, apenas queria salvá-lo em sua agenda caso ele precisasse um dia de qualquer coisa. Talvez ele tivesse mudado de ideia, se arrependido de ter ido falar comigo. Ou talvez ele fosse uma pessoa horrível e queria fazer com que eu ficasse pensando em quais deveriam ser suas intenções ao pegar meu telefone, ou o motivo de ele ter sorrido quando viu meu rosto, quando disse que eu "estava ótimo".

Eu não podia acreditar que depois de dois anos Brendon Urie estava me fazendo sofrer novamente.

 

Eu vi o número de Brendon no visor do meu celular. Era inútil não ter seu número salvo na minha agenda se eu o sabia de cor. Eu pensei em demorar para atender, mas talvez eu tenha falhado miseravelmente, porque eu acho que atendi segundos depois que começou a tocar.

- Alô? - Eu disse, torcendo para que ele pensasse que eu não sabia quem era e simplesmente não tinha mais o número dele na minha agenda, tampouco estava esperando por sua ligação.

- Oi, Ry.

- Oi.

- Queria saber se você não queria me encontrar em algum lugar pra gente conversar. Desde que te vi aquele dia estive me perguntando como você está, e...

Brendon não terminou sua frase de fato, mas ficou em silêncio.

- Ok. - Concordei.

- Hm, onde você quer ir?

- Não sei, você que está me chamando para ir em algum lugar.

Talvez eu não precisasse ser tão seco assim, mas eu simplesmente fui.

Brendon sugeriu que nos encontrássemos no mesmo Café Bar que o vi poucos dias atrás. Eu concordei e nós desligamos assim que combinamos direito.

Eu estava nervoso e não sabia o motivo de estar indo encontrar Brendon. Nós éramos muito amigos, e de repente perdemos tudo que tínhamos. E eu não sabia o que aconteceria se a gente começasse tudo de novo agora.

Eu finalmente cheguei no local onde encontraria Brendon. Nenhum dia havia demorado tanto para passar quanto aquele sábado. Eu olhei ao redor e não o vi, então sentei em uma mesa qualquer. Não pedi nada pois não sabia quais eram as intenções de Brendon. Ele queria simplesmente tomar um café e conversar? Ele queria encher a cara? Eu não fazia ideia.

Os mais longos cinco minutos da minha vida se passaram quando eu vi Brendon entrando pela porta do estabelecimento. Ele olhou para os lados e então seu olhar encontrou o meu. Ele sorriu e andou até mim.

- Oi. - Ele disse timidamente.

- Oi. - Respondi da mesma forma, porém sério.

Ele puxou a cadeira que estava na minha frente e se sentou. Tinha uma mesa entre nós e ela parecia bem maior agora que Brendon estava do outro lado dela.

- Você quer pedir algo? - Ele perguntou e eu o olhei pensativo, mas não era sobre o que pedir que eu pensava.

Antes que eu pudesse responder, um garçom parou ao nosso lado na mesa. Brendon pediu um café, e eu apenas disse que queria o mesmo. Então ele me olhou novamente. Ele parecia satisfeito em me ver, e eu me sentia idiota por estar ali, mas não sabia dizer não.

Brendon, aquela pessoa que um dia havia sido meu melhor amigo, e que de repente desapareceu da minha vida, não atendia mais minhas ligações, não respondia minhas mensagens, se mudou para a casa da namorada e a última coisa que eu havia escutado dele era "eu não posso falar agora, estou ocupado".

E depois daquele dia ele aparentemente esteve ocupado demais para retornar minhas ligações. Ocupado demais para impedir que seu melhor amigo se tornasse um mero desconhecido. Porque foi o que me tornei para ele, e ele para mim. Dois anos é tempo demais, e eu não era mais o mesmo.

Eu estava magoado ainda, eu queria explicações, eu me esforçava muito para agir normalmente na frente dele, mas o pior, para minha decepção, ainda era a saudade. O que mais doía era vê-lo e lembrar de tudo que a gente passou juntos, de como nossa amizade sempre foi diferente, das vezes que nos beijamos e transamos e percebemos que a intimidade que tínhamos era muito maior do que em qualquer amizade.

Eu me lembrava das vezes que havíamos conversado sobre o que realmente éramos um para o outro - amigos com benefícios, a famosa amizade colorida? - e então chegamos a conclusão que não importava. Apenas nos dávamos tão bem e tudo parecia tão certo e natural entre a gente, que não tínhamos necessidade de avaliar nossa amizade, ou chamá-la de algo diferente porque a gente ia para a cama juntos.

Eu me lembrei de como nos conhecemos em Las Vegas. De quando ele me disse que se mudaria para Nova Iorque porque havia sido aceito em uma faculdade. Naquele dia nós choramos e passamos o dia inteiro juntos. Quase não falávamos nada, porque sempre voltávamos a chorar. Minha cabeça doía e meus olhos estavam inchados. Não conseguíamos imaginar nossa vida um sem o outro.

E então eu recebi uma carta. Eu corri até a casa de Brendon para contá-lo que eu também iria para Nova Iorque. Eu havia sido aceito em uma universidade diferente, mas isso não importava. Nós choramos de novo nesse dia, e então nós nos beijamos e transamos e rimos sem motivo.

Quando Brendon começou a namorar aquela garota que conheceu quando já estávamos em Nova Iorque, Vicky, eu não esperava que eu o perderia. Eu sabia que nossa amizade mudaria, e que não faríamos mais muitas das coisas que fazíamos antes, mas nunca pensaria que ele viraria outra pessoa. Que eu não teria mais importância nenhuma para ele.

Sem saber o que fazer ou dizer, eu estava extremamente desconfortável. Não o olhava nos olhos, e para não ficar tão perdido eu mexia o açúcar dentro do meu café por muito mais tempo que o necessário, enquanto olhava minha xícara atentamente como se tivesse algo extraordinário para se ver ali.

- Você ainda está morando sozinho? - Ele perguntou de repente.

Ergui meu olhar do café para o seu rosto. Ele parecia nervoso como eu.

- Sim. E você ainda mora com...

- Não. - Brendon me interrompeu. - Eu moro sozinho agora.

- Hm. O que houve?

- Vicky e eu... Terminamos há um tempo. Alguns meses depois que... - Ele fez uma pausa. "Que você esqueceu que eu existia?", pensei. - Que eu me mudei para a casa dela.

Assenti, tentando parecer desinteressado.

- Como eu disse, eu tentei te ligar, mas como não consegui, pensei que você estivesse me evitando.

- Tentou me procurar quando ficou sozinho de novo, hm?

Brendon desviou o olhar de mim. Não podíamos fingir que nada havia acontecido entre nós. Que estava tudo bem. Ele voltou a me olhar. Mordeu o lábio inferior e suspirou.

- Ryan, eu...

- Não sei se eu quero ouvir o que você tem a dizer sobre isso, Brendon. Eu quis, há muito tempo atrás. Mas agora... Não sei mais.

Aquilo provavelmente era uma grande mentira. Eu queria saber o que tinha acontecido, mas não sabia se seria a melhor coisa naquele momento. Eu não conseguiria me manter sério ao ouvir Brendon dizer que minha amizade já não tinha mais importância uma vez que ele tinha ela.

- Por que estamos aqui? - Perguntei, vendo que Brendon estava sem graça e sem saber o que dizer.

- Oi?

- Por que você veio atrás de mim, me chamou para sair?

- Eu... Queria saber como você estava. Eu senti sua falta.

Eu ri sarcasticamente. Ele juntou as sobrancelhas, parecendo magoado. 

- Eu pensei que poderíamos ser amigos de novo. - Ele disse e eu fiquei sério novamente.

- Não tenho certeza sobre isso.

- Podemos tentar?

Eu o olhei. A expressão em seu rosto partiu meu coração. Odiei-me por estar sentindo coisas por Brendon novamente. 

- Ok. - Cedi.

Ele sorriu discretamente. Ele introduziu uma conversa sobre o que estávamos fazendo atualmente. Como eu, ele estava trabalhando e estudando. Brendon disse que desistiu da vida de tentar ser músico, pois não estava o levando a lugar algum. Eu me lembrei de quando tocávamos juntos. Sempre havia sido divertido, mas com certeza não conseguíamos viver daquilo.

Enquanto Brendon contava de sua vida atual, eu me lembrava do que tínhamos e de como era estranho pensar que alguém que foi um dia tão importante para mim havia vivido dois anos de sua vida e eu não sabia absolutamente nada do que havia acontecido. Quase nada, pelo menos, porque ele tagarelava sobre sua vida acadêmica, sorrindo às vezes e gesticulando, me olhando para se certificar que eu prestava atenção, e mal sabia ele que eu não podia olhar para mais nada nem se eu quisesse.

Quando ele finalmente parou de falar, olhou para sua xícara vazia. Pareceu sem graça. Ajeitou seu óculos com o dedo e voltou a me olhar.

- E como está sua vida?

- Ah... Não está acontecendo muita coisa. Estou sempre na correria. Vou para a aula, depois para o trabalho, chego cansado. 

- E o que você faz nos fins de semana?

- Eu... Durmo. - Confessei.

Brendon sorriu. Eu havia acabado de confessar que não fazia nada interessante na minha vida e ele sorria como se fosse algo bom.

Eu não mudei minha expressão, então ele voltou a ficar sério.

- Você se forma esse ano, não é? - Perguntou,

- Sim. Está acabando. E você?

- Também. 

Assenti. Voltamos para o silêncio constrangedor e eu desviei o olhar para trás de Brendon, embora eu não visse de fato o que tinha ali. Eu olhava, mas minha mente estava em qualquer outro lugar.

- Você acha que podemos voltar a ser o que éramos antes?

A pergunta de Brendon me pegou de surpresa e eu o encarei sem reação. 

- Por que você está tão estranho comigo? - Perguntou antes que eu pudesse responder sua pergunta anterior.

Eu não responderia pergunta nenhuma, pois levantei da cadeira bruscamente.

- Você não pode simplesmente me deletar da sua vida de um dia pro outro, aparecer de novo depois de dois anos e me perguntar por que estou estranho com você! 

Eu dei as costas, decidido a deixá-lo e voltar para casa. Eu o ouvi me chamar, mas saí, só então me lembrando que eu ao menos paguei pelo café que tomei. Brendon resolveria isso, pensei enquanto andava rápido para longe dali.


Notas Finais


Falem comigo <3

P.s. pra quem não sabe, tirei o nome da fanfic de algo que Ryan escreveu no Livejournal em 2006 e é super ryden:


Sun, Jun 25 2006

The moon bred new Atlantic life tonight.the salt burned you right out of my eyes.and secrets we’re not proud of were taken with the tide. We were all newborns with blurred vision and no sense of direction.

Today I saw cancer, cigarettes and shortness of breath. this is why I walk to the ocean.swim with jellyfish.I may never get this chance again. this is why if you want to kiss you should kiss. If you want to cry you should cry, and if you want to live you should live. You don’t have to love me. You already did. At least enough to keep me smiling from South Carolina to Virginia.it’s for lovers (orjustfriends) This is why I do it.


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