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História For Lovers (Or Just Friends) - Dois


Escrita por: iwsnt

Notas do Autor


Olá
Eu ia postar no fds mas aí lembrei de todas as coisas que eu tenho que fazer e talvez não dê tempo
Então vamos lá

Capítulo 2 - Dois


Bati a porta de casa quando voltei, ainda um pouco irritado. Depois de tudo que Brendon fez e nunca pediu desculpas, ele tinha a coragem de questionar o motivo da minha atitude. Eu estava decidido a não me encontrar mais com ele quando ouvi minha campainha tocar. 

Congelei. Ele sabia onde eu morava e ele podia muito bem estar na minha porta naquele momento. Eu não sabia o que fazer. Havia acabado de entrar em casa e havia grandes chances de eu ter sido visto.

- Ryan, eu sei que está aí, acabei de te ver entrar. - Ele disse, confirmando minha suspeita. 

Suspirei. Abri a porta lentamente e tentei encará-lo de forma indiferente. 

- O que você quer? - Perguntei. 

- A gente não pode conversar? 

- Sobre o que exatamente? 

- Esclarecer as coisas... Deixa eu entrar. 

- Olha, na verdade acho que não tem nada para ser esclarecido. Você não me quis mais na sua vida e passou a me ignorar. Agora você está sozinho e está tentando ter contato comigo novamente. Parece bastante claro para mim. 

- Ryan, pare com isso. Vicky me contou. 

Eu o olhei confuso. Contou o quê? 

- Ela me contou, ok? E se você me deixar entrar a gente senta e conversa sobre o que aconteceu, nossos motivos para fazer o que fizemos e... Eu realmente não me importo mais, eu gostaria de ter você de volta na minha vida... 

- Do que você está falando? 

Brendon deu um passo a frente e eu recuei. Ele entrou em minha casa. Fechei a porta ainda querendo entender. Ele agia naturalmente, como se estivéssemos falando de algo óbvio. Sentou em meu sofá e eu sentei na outra ponta. 

- Brendon, do que você está falando? 

- De você ter contado para a minha namorada que a gente transava... Às vezes. 

- Quê? Brendon, eu nunca... 

- Ryan, tudo bem. - Ele me interrompeu. - Eu quis saber o motivo de você ter feito isso, mas eu fiquei um pouco chateado, porque parecia que você queria acabar com meu namoro. E fiquei confuso, por que você faria isso? Ela não precisava saber, você sabia que ela era bastante possessiva e ciumenta... 

- Brendon! - Eu falei mais alto e ele parou de falar, encarando meu rosto em seguida. - Você pode calar a boca por um segundo?! Eu nunca disse pra sua namorada que a gente transava! Eu nunca nem troquei uma palavra com ela sem ser na sua presença. 

Brendon agora juntava as sobrancelhas em uma expressão confusa. 

- Você... Quê? 

- Eu nunca falei nada disso pra ela. 

- E como... Como ela sabia? 

- Não sei! 

- Não é possível! Ela me perguntou se alguma coisa já tinha acontecido entre a gente e... Eu fiquei confuso e ela disse que você a contou.

Eu pensei um pouco até deduzir o óbvio. 

- Ela disse isso para fazer você dizer a verdade, e funcionou. 

- Mas... Ela ficou com tanto ciúme e pediu para eu prometer que eu não veria nem falaria com você. 

- Ela o que? - Eu observava Brendon absolutamente incrédulo, enquanto seu rosto confuso me indicava que ele estava fazendo descobertas.

- Por isso que ela pediu para eu não falar com você sobre isso... 

Brendon estava extremamente confuso e parecia que pensava para juntar as coisas em sua cabeça. E eu ainda não estava conseguindo absorver a parte que ele prometeu a ela que não me veria mais. 

- Você prometeu a ela que não me veria mais? 

Brendon me olhou e de repente pareceu que a ficha caiu para ele. Ele parecia culpado, e parecia arrependido. 

- Sim, mas... Eu só fiz isso porque estava chateado com você. E ela me persuadiu. Ela me cegou. Ryan, me desculpe. Foi por isso que eu e ela terminamos. Eu demorei, mas finalmente percebi que ela passava dos limites em relação a algumas coisas. Eu sempre quis te perguntar o motivo de você ter feito aquilo. Eu tentei te ligar quando meu relacionamento terminou. Mas quando você não me atendeu eu pensei que você estava me evitando. 

- Eu não acredito que você jogou nossa amizade fora por causa de uma mentira que sua namorada ciumenta inventou! Você nem mesmo me perguntou se era verdade! Como você pôde pensar que eu faria uma coisa dessas, ainda mais pra prejudicar você?! Você era meu melhor amigo. Você... Fez eu pensar por todo esse tempo que eu nunca signifiquei nada pra você. - Meus olhos encheram nessa hora e eu não tentei me controlar. Estava inconformado e magoado, e realmente não estava pensando em esconder meus sentimentos naquele momento. - Você simplesmente sumiu da minha vida, tudo porque a gente transou algumas vezes antes mesmo de você conhecê-la.  

- Ryan, eu fiquei muito mal também, e eu estou muito mal agora em descobrir que tudo não passou de uma mentira. Mas você precisa me perdoar, você precisa entender que eu achava que... Achava que era ela a garota certa pra mim e eu simplesmente aceitava tudo que ela dizia. Eu não acredito que... Todo esse tempo passou e ficamos longe um do outro. Por causa de nada. 

Eu me levantei irritado do sofá e comecei a andar pela minha sala completamente perdido. Tudo que eu tinha com Brendon foi perdido porque uma garota que ele conhecia a alguns meses inventou alguma coisa para nos afastar. Eu estava bravo e não sabia com quem. Se era com ela, com ele, comigo mesmo, ou um pouco de tudo. 

Eu olhei Brendon, mas seu olhar de cachorro sem dono me deu mais raiva ainda. 

- Brendon, acho melhor você ir embora agora. 

- Ryan... Me desculpe. 

- Isso aconteceu há muito tempo, a gente nem deveria ter se encontrado de novo. Vai embora. 

Brendon se levantou do sofá, mas andou até mim. Ele encostou em meu braço e eu me afastei bruscamente, o fuzilando com os olhos. Ele demonstrou certo medo. Como se eu fosse capaz de fazer algo contra ele. Ele sabia que eu não era. 

Todas as vezes que brigávamos, nós nos xingávamos e gritávamos, mas agora eu sentia tanta coisa que não sabia como reagir. Eu não poderia gritar.  

Ele, ainda intimidado por meu olhar, se afastou de mim lentamente e deixou minha casa sem dizer mais nenhuma palavra. 

 

Pensar em Brendon doía. Lembrar do que tínhamos e como perdemos tudo isso, doía demais. Eu sentia saudades, eu queria explicações. Eu sentia raiva, eu queria enfrentá-lo, perguntar o porquê de tudo aquilo. Tudo isso e mais um pouco eu senti por todo esse tempo que estávamos distantes. Às vezes eu pensava nele e era horrível. Mas eu podia superar. Eu estava acostumado e um dia não doeria mais. 

Mas agora eu não tinha mais certeza. Agora que eu sabia o que havia acontecido, parecia que doeria para sempre. Eu não queria ser dramático, exagerado, não queria gostar tanto assim dele. Mas eu não podia evitar pensar que mais dois anos poderiam passar, até mesmo mais cinco, dez, tanto faz, e sempre doeria. 

Eu acordei com uma forte dor de cabeça. Fazia duas semanas desde que vi Brendon pela última vez. Desde que o vi deixar minha casa, com seus olhos cheios de mágoa, esperando que aquilo fosse me amolecer, fosse fazer com que eu me jogasse em seus braços. 

Eu suspirei e esfreguei os olhos. O dia anterior não estava muito claro na minha cabeça. Eu saí, bebi, e... 

Ouvi uma respiração profunda ao meu lado e me virei assustado. Alguns fragmentos da noite anterior vieram a minha cabeça quando vi um cara em minha cama. Ele estava sem camisa e minha coberta cobria da sua cintura para baixo. Levantei da cama e vesti uma roupa rapidamente quando percebi que eu estava nu. 

Eu nunca havia levado um completo estranho para cama antes e eu não sabia o que fazer naquele momento.  

Fiquei tanto tempo confuso o encarando que ele abriu seus olhos azuis e me encarou, igualmente confuso. Eu observei enquanto ele assimilava onde estava. Sentou na cama e colocou as mãos na cabeça com uma careta. 

- Hm, bom dia. - Ele resmungou. 

- Bom dia. - Respondi. 

Seria muito errado mandá-lo embora agora? Porque eu realmente não sabia lidar com aquilo. 

O sujeito que eu nem sabia o nome se vestiu sem parecer se importar que eu estava bem ali. Ele disse que o que havia acontecido foi um erro, usou meu banheiro e foi embora. Suspirei aliviado por não ter que pedir para ele se retirar. 

Eu estava fazendo café quando ouvi a campainha. Suspirei, torcendo para ele não ter voltado.  

Vi Brendon parado na minha porta com os olhos cheios. Ele parecia magoado, mas parecia irritado também. Eu não soube o que dizer, então ele simplesmente passou por mim, invadindo minha casa. 

- Quem era aquele cara? - Ele perguntou. 

- Quê? 

- O cara que acabou de sair da sua casa. Vocês dormiram juntos? 

Eu ri sarcasticamente. 

- Você tá me espionando? E que direito você tem de me perguntar isso? 

- Ryan, vocês dormiram juntos? - Ele perguntou de novo, olhando diretamente em meus olhos e parecendo que teria um colapso a qualquer momento. 

- Não acredito em você. - Falei, voltando para a cozinha. - Estou com dor de cabeça e não vou discutir com você, então por favor se retire da minha casa que eu estou fazendo café. 

Brendon me seguiu até a cozinha. Obriguei-me a não olhar para ele. Continuei fazendo meu café como se ele não estivesse ali. 

- Ryan...  

- Por que você se importa? - Eu o olhei. - A gente nunca teve nada! A gente ficava com outras pessoas quando ainda éramos amigos. Você arrumou uma namorada e desapareceu, por favor, preste atenção no que você está fazendo! Nós nunca fomos comprometidos um com o outro, e você não tem mais nada a ver comigo. 

- Ok, tudo bem, então você está namorando com ele? 

Eu esfreguei a testa, sentindo aquela conversa fazer minha cabeça doer ainda mais. 

- Não, eu bebi, encontrei com ele, a gente transou e ele foi embora assim que acordou, está feliz agora? 

- Ele era... Um estranho? 

- Sim, Brendon, um estranho, por que, você vai me julgar? 

Brendon suspirou. 

- Por favor, me dá outra chance. Eu queria... Ser seu amigo de novo. 

- Brendon, eu acabei de acordar. Eu estou com dor de cabeça. Eu... Quero que você vá embora agora. Pode ser? 

- Ok, Ryan, tudo bem. Eu realmente queria que você enxergasse que eu fui enganado e manipulado, e que você não é o único que está sofrendo com isso. 

Brendon virou as costas e foi embora. Eu sentei na cadeira e tomei meu café refletindo se eu estava tomando a decisão certa ou não. 

 

Mais duas semanas se passaram e eu estava decidido a sair de casa novamente. Da última vez eu levei um estranho para casa e encontrei Brendon na minha porta na manhã seguinte, mas eu não poderia me esconder para sempre. Era sábado e eu estava entediado. 

Eu entrei no mesmo barzinho que eu sempre ia. Alguns rostos nunca mudavam, mas eu sempre via pessoas diferentes. Eu estava andando até o bar quando vi Brendon sentado na frente do balcão. Eu não sabia o que sentir. Estava enfurecido porque aquilo não poderia ser coincidência. Andei até ele. 

- Você está me seguindo? - Perguntei um pouco alto por causa da barulheira. 

Brendon pareceu se assustar comigo. 

- Quê? 

- Você está me espionando, Brendon? Você aparece na porta da minha casa querendo satisfações da minha vida, e agora eu encontro você aqui. 

Brendon juntou as sobrancelhas e se levantou. 

- Ryan, eu fui até a sua casa aquele dia para falar com você, e coincidentemente vi aquele sujeito saindo. E neste momento eu estou tão surpreso em ver você quanto você está em me ver. 

Eu suspirei. Sentei na frente do balcão e pedi uma bebida. Brendon sentou ao meu lado, onde ele estava antes. 

Por algum motivo eu acreditava nele. Não falei mais nada sobre aquilo, apenas aceitando como verdade o que ele havia dito. Estava cansado de discutir e não chegar a lugar nenhum. Era perdoar Brendon e ter ele na minha vida novamente, ou nunca mais falar com ele de novo. Isso que estávamos fazendo agora não podia mais continuar acontecendo. 

- Eu fiquei dois anos sem te ver, e agora eu te encontro aqui. - Eu disse e ri seco. 

- Eu fiquei bastante tempo sem fazer muitas coisas. Passava muito tempo em casa. Eu não estive muito bem nesses últimos tempos. Talvez por isso você nunca me viu por aí. 

Eu não respondi. Brendon e eu bebíamos um pouco rápido demais. Era bebida atrás de bebida, sem dizermos uma palavra. Até que uma dúvida me bateu. 

- Por que você foi até minha casa aquele dia? 

- Pelo mesmo que eu fiz as últimas vezes que te encontrei. Pra tentar te convencer a me perdoar. 

- E por que você ficou tão bravo quando viu alguém saindo da minha casa? 

Brendon riu. Eu o olhei. Ele encarava o chão. Sua risada era cheia de mágoa. Ele ficou sério novamente. 

- Porque ainda dói. 

Eu o olhei confuso.  

- O que? 

- Eu... Me apaixonei por você. Anos atrás. Quando ainda éramos amigos. 

- Você o que? 

Brendon me olhou nos olhos finalmente. 

- Eu me apaixonei por você. - Ele disse e sorriu de lado, e eu sabia como aquele sorriso era falso, como ele ainda era o mesmo e eu conseguia ler tão bem suas expressões. - Eu... Nunca quis te dizer nada, porque para você éramos apenas amigos com benefícios. Amigos que transavam às vezes, mas que nunca passaria disso. E eu me obriguei a tentar esquecer você. E... Quando eu conheci Vicky, eu me obriguei a me apaixonar por ela. Eu prometi a mim mesmo que eu faria tudo por ela, porque eu precisava me apaixonar por alguém que realmente quisesse ficar comigo. Talvez por isso eu fiz tudo que eu fiz. Quando ela estava com ciúmes de você, ela me pediu para eu não falar mais com você, e eu pensei em como eu estava sofrendo. Em como eu sofria por não poder ter você. E eu concordei, porque ela queria ficar comigo. E eu precisava esquecer você. Pior decisão da minha vida...  Eu podia ter tido você ao meu lado, mesmo que sofrendo, e ainda seria melhor do que ter te perdido para sempre. - Brendon fez uma pausa quando notei seus olhos encherem. Ele olhou para baixo. Eu estava completamente sem reação. Eu não podia acreditar em nada que ele me dizia. - Foi isso. Eu amava você. E eu não aguentava mais. 

- Eu... Não acredito que você nunca me disse isso. 

- Vai ficar bravo comigo por mais essa também, tudo bem, eu não sei se tenho mais esperanças mesmo. 

Ele parecia extremamente magoado ao dizer isso. Eu me levantei um pouco rápido demais e cambaleei. Achei que fosse cair mas Brendon segurou meu braço. Ele se levantou também. 

- Vou andar com você até sua casa. - Ele disse. - Acho que você já bebeu demais por hoje. 

Eu queria dizer que ele tinha bebido tanto quanto, mas ele parecia mais sóbrio do que eu. Ele parecia completamente sóbrio, na verdade, mas eu vi o quanto ele bebeu e eu sabia que não era possível.  

Nós saímos do bar e de repente o silêncio era maior que todo aquele barulho de antes.

Andamos dessa forma até a porta da minha casa. Eu parei na frente de meu portão e encarei Brendon por longos segundos. 

- Melhor você entrar. - Ele disse. 

Suspirei. 

- Você... Nunca respondeu minha pergunta. 

- Que pergunta? 

- Por que você ficou tão bravo? Você disse que estava apaixonado por mim, mas isso já faz anos. Você provavelmente superou. C-certo? 

- O que você quer que eu diga? Que eu ainda sofro por você? Que eu fiquei morrendo de ciúme porque eu queria que você retornasse meus sentimentos, e não ficasse com mais ninguém? Que ver você de novo mexeu comigo e eu ainda quero você? Ainda tenho... Esses sentimentos por você? 

- Eu quero que você me diga o que for verdade. 

- Então eu acabei de dizer. 

Eu acreditava nele. Seus olhos estavam tristes. Ele estava parado timidamente diante de mim, com as mãos nos bolsos, encarando meus olhos. Ele raramente parecia tímido, muito menos quando estava bêbado, e então parecia uma pessoa completamente diferente na minha frente. 

Eu dei um passo a frente e invadi seu espaço. Sua expressão mudou, ele parecia confuso agora. Eu segurei seu rosto delicadamente e beijei seus lábios. Brendon suspirou e sua respiração quente atingiu meu rosto. Ele soltou um quase inaudível som de surpresa. Eu pedi passagem com a língua e ele cedeu, então aprofundamos o beijo. Ele segurou em minha cintura, finalmente me tocando depois de tanto tempo.  

Puxei ele mais perto. Nos beijávamos intensamente agora. Ele ofegou entre meus lábios e eu me afastei dele. Brendon me olhou intrigado, e eu procurei minhas chaves desesperadamente nos bolsos de minha calça. Quando finalmente encontrei, abri o portão de minha casa. Eu estiquei a mão para ele e ele a pegou. Puxei-o comigo e entramos. 

Assim que eu fechei a porta de minha casa, eu voltei a atacar seus lábios. Brendon correspondia tão faminto quanto eu, e isso apenas me motivava ainda mais. Eu o conduzi até meu quarto e nós nos despimos pelo caminho. Quando eu o deitei em minha cama, estávamos só com nossas roupas íntimas. 

Brendon ainda era como eu me lembrava. Eu queria fazer tudo e mais um pouco com ele. Mas eu não estava em condição de pensar muito naquele momento. 

Tudo parecia acontecer muito rápido. Eu não lembrava como, mas Brendon já estava nu embaixo de mim, de costas. Minha ereção coberta de lubrificante. Suor escorria pela nuca dele. 

E então eu estava o acertando com força, segurando seu quadril com uma mão e puxando seu cabelo com a outra. Ele gemia alto, praticamente gritava, agarrando meu travesseiro e movendo-se contra mim.

 

Eu acordei. Minha cabeça doía. Eu esfreguei meus olhos e resmunguei. Virei para o lado e Brendon sorria para mim. Eu tomei um susto a princípio. Era a segunda vez em muito pouco tempo que eu acordava com alguém em minha cama sem me lembrar que essa pessoa estava lá. Pelo menos dessa vez não era um completo estranho. Apesar de que eu não sabia realmente o que era pior. 

Pelo sorriso que Brendon me dava, com aquela cara de sono que eu ainda me lembrava, os cabelos bagunçados, eu sabia que ele pensava que tudo estava bem entre a gente. Mas eu ainda não sentia isso. 

- Você fica realmente lindo dormindo. - Ele disse baixinho. 

Eu não sabia como reagir a isso. Eu sorri de lado. Sua voz rouca era realmente sexy. Eu não deveria estar na cama com Brendon. Eu não sabia nem se eu estava vestindo alguma roupa ou não. 

Ele aproximou seu rosto e beijou meus lábios. Era a primeira vez em muito tempo que eu não beijava seus lábios - sóbrio, é claro. Eu me lembrava que eu havia tomado a iniciativa no dia anterior. Mas eu não lembrava como tinha sido. Beijá-lo, tocá-lo. 

Eu afastei meu rosto rapidamente, olhando para o teto antes que o mero toque de nossos lábios se transformasse em um beijo de verdade. 

- Ei. - Brendon sussurrou e eu voltei a olhar em sua direção. - Não faz isso. 

Eu o olhei nos olhos por longos segundos. Eu não sabia se podia dar o que ele queria. Eu não sabia exatamente o que ele queria.  

- Bafo matinal. - Expliquei. 

Brendon revirou os olhos. 

- Não importa se nós dois temos. 

Ele aproximou o rosto novamente e agora eu não tinha mais para onde fugir. Nós nos beijamos. Sua mão tocou meu rosto e eu quase me afastei, me surpreendendo com seu toque, mas eu permaneci onde eu estava. Seu gosto ainda era o mesmo.  

Ele chegou mais perto de mim e, no que nossos corpos de tocaram, percebi que nem eu e nem ele estávamos usando qualquer roupa. Isso certamente não estava contribuindo para acabar com a pequena ereção que eu tinha desde que havia acordado. Pelo contrário, estava contribuindo para aumentá-la, principalmente quando senti Brendon duro contra a minha coxa. 

Eu separei nossos lábios, ainda incerto sobre tudo o que estava acontecendo. 

- Você pensa demais, Ryan. - Brendon disse, encarando meus olhos com uma expressão séria. - Você poderia deixar acontecer. Pelo menos uma vez. 

Suspirei. Ele se deitou por cima de mim e beijou meus lábios novamente. Então eu me entreguei. 

Eu segurei em seus quadris enquanto Brendon beijava todo o meu rosto e descia para o meu pescoço. Ele passou os dentes pela minha pele sensível e desceu beijando meu peito. A coberta já não estava em cima de nós, e eu estava exposto diante dele, assim como ele estava exposto diante de mim. 

Eu fechei os olhos e me permiti relaxar. Brendon beijava meu corpo, mas me pegou de surpresa quando de repente colocou a ponta de meu pênis em sua boca. Eu gemi seu nome involuntariamente. Achava que ele ainda enrolaria muito antes de fazer algo assim, mas ele simplesmente fez.  

Ele começou lentamente. Segurou minha ereção e começou a me masturbar no que chupava e lambia a ponta. Eu abri os olhos para vê-lo. Seus grossos lábios envolvendo minha glande era definitivamente a melhor visão que eu já tive na vida. Eu me lembrava que sempre gostava de vê-lo fazendo isso. Ele ficava extremamente sexy. 

Ele provavelmente também se lembrava de como eu gostava de assisti-lo, porque ele olhava em meus olhos o tempo todo. Brendon finalmente me envolveu todo em sua boca e eu me senti tocar sua garganta. Arfei. Ele repetiu o movimento algumas vezes, aumentando a velocidade cada vez mais. 

- Brendon, eu... - Falei ofegante, sem conseguir terminar a frase. 

Não era necessário. Ele me conhecia bem demais. Eu gemia mais alto agora e então gozei em sua boca. Eu fechei os olhos e, quando Brendon voltou a alinhar seu rosto com o meu, beijou meus lábios lentamente, fazendo com que eu sentisse meu próprio gosto. 

- Não me manda embora de novo. - Ele sussurrou, voltando a me beijar em seguida e eu realmente não podia dizer não para ele naquele momento, mesmo sem saber se eu podia dizer sim. - Eu sinto sua falta. 

Depois de dizer essa última frase, Brendon não voltou a beijar meus lábios e eu percebi que ele esperava eu dizer algo. Mas eu não sabia o que dizer. Então decidi ser sincero. 

- Não sei o que dizer.  

- Você pode dizer que vai fazer café da manhã pra gente, por exemplo, porque eu estou morto de fome. 

Eu sorri fraco e assenti. Brendon saiu de cima de mim e levantou da minha cama. Ele pegou sua boxer preta do chão e a vestiu naturalmente. Olhou-me e sorriu. Nesta hora eu soube que ele estava feliz por estar comigo, e se a gente voltasse a não sermos nada um para o outro, eu partiria seu coração. 

- Eu vou usar o banheiro. - Disse. 

Eu assenti novamente. Esperei Brendon deixar o quarto para me levantar e colocar uma roupa. Fui até a cozinha fazer café. 

Brendon e eu trocamos poucas palavras enquanto preparávamos o café. Quando finalmente sentamos para comer, ele resolveu dizer algo. 

- O que você vai fazer hoje? - Perguntou. 

- Não sei. 

- Eu tenho muitas coisas para fazer. - Brendon suspirou. - Trabalhar e estudar é muito difícil, sabe, eu quase não tenho tempo para fazer as coisas da faculdade. 

- É, eu entendo.  

- Tenho algumas provas para fazer. Última semana de aula. 

- Está animado? 

- Para me formar?  

- É. 

- Um pouco. E você? 

- Na verdade, não. Estou aliviado apenas. 

Ele sorriu de lado. 

- Eu preciso ir embora daqui a pouco. Mas eu preciso saber se eu vou poder te ver de novo. 

Eu o olhei. Brendon retornava meu olhar com expectativas. A forma como ele sorria quando eu o vi hoje de manhã veio em minha cabeça. Senti-me culpado por ele gostar de mim. Mas percebi que talvez não seria tão ruim. Talvez a gente pudesse se ver de novo. 

- Ok.  

- Isso é um sim? 

- Sim. - Eu sorri de lado. 

Brendon abriu um sorriso enorme.  

Eu o acompanhei até a porta quando ele disse que precisava ir, depois de comermos. Ele parou e me olhou nos olhos como se esperasse algo de mim. Eu me aproximei devagar e passei meus braços em volta de seu quadril, o puxando o mais perto de mim possível. Encostei a cabeça em seu ombro. Ele correspondeu meu abraço, apertando-me contra ele com certa força. 

Eu senti seu cheiro quando passei o nariz por seu pescoço, e então meus lábios encontraram os seus. Eu o beijei gentilmente por um certo tempo e, quando me afastei, Brendon abriu seu maior sorriso. Ele deu um passo para trás e trombou na porta. Parecia um pouco perdido. Eu sorri de lado e ele riu, abrindo a porta em seguida e saindo da minha casa após acenar para mim, ainda com aquele mesmo sorriso.


Notas Finais


Então, o próximo é o último
Como sempre, falem comigo pra eu ficar feliz e saber o que vcs acharam <3

bejas


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