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História For The Love Of a Daughter - You Give Love A Bad Name


Escrita por: mclaraaaaaaaa

Notas do Autor


Nome do capitulo: Você dá má fama ao amor.

Manasss!!!! Nem acredito que essa minha semana atoa já tá acabando. Ah não! Semana que vem vou precisar de uma super folga, e não sei se vou postar... Enfim, até amanhã.

Espero que gostem.

Capítulo 34 - You Give Love A Bad Name


- Você é o pior amigo do mundo! – Mutano cuspiu, entrando na oficina de Cyborg. O mais velho não se deu ao trabalho de olhar para amigo, soltando apenas uma risada debochada. – Ela podia ter morrido, Cyborg! Que merda você tem na cabeça?

- Você está sendo exagerado, mano.

- Exagerado? Sério?

- Por que é que as duas mocinhas estão discutindo a relação? – Asa Noturna perguntou, parando de braços cruzados na porta da oficina.

- Quem está discutindo é o Garfield – Cyborg deu de ombros. – Eu só estou escutando.

Mutano balançou a cabeça negativamente e soltou uma risada nasalada.

- O que você fez foi golpe baixo, latão.

- Só estou tentando te fazer enxergar a burrada que você está fazendo!

- Vocês não vão me explicar mesmo? – o líder perguntou impaciente.

- Ah – Mutano bufou. – Eu explico. O nosso querido amigo Cyborg, planejou um jantar com a Estelar...

- O tal jantar para você e a Rachel?

- Isso. Mas você sabe o que ele fez? Deixou o vinho estragar, colocou pimenta nos waffles e, a pior coisa de todas, colocou presunto na lasanha.

- Mas presunto é bom – Asa franziu o cenho. – Oh meu Deus... A lista de coisas que a Rachel não come... Chocolate e presunto.

Cyborg abaixou a cabeça e sorriu com vergonha.

- Tá bom... Talvez eu tenha exagerado um pouco.

- TALVEZ? – Asa Noturna e Mutano gritaram ao mesmo tempo.

- O que vocês querem que eu faça?

- Você precisa pedir desculpa – Asa ralhou. – É o mínimo que você pode fazer. Além do mais... Por que você fez isso? Pensei que tivesse ficado feliz quando o Garfield começou a se reaproximar dela.

- Por Deus, Dick! Será que você não percebe? – o mais velho perguntou incrédulo. – Esses dois vão acabar se machucando outra vez!

- Eu não sou tão alheio aos assuntos que não se resumem a crimes como vocês pensam. Sei bem o que pode acontecer, mas isso não é da minha conta. Garfield não tem mais 17 anos. Ele sabe o que está fazendo.

- Eu te amo, Dick Grayson. – Mutano riu, abraçando o amigo. – Viu, Cyb? Isso se chama confiança.

- Eu confio em você, cabeça de brócolis – Cyborg suspirou. – É na Rachel que eu não confio.

- Pensei que você gostasse dela, lata velha.

- Eu gosto. Mas... As coisas mudaram.

- Bom... – Asa começou a falar. – Cyborg tem razão. Nós precisamos ficar com os olhos bem abertos. De qualquer forma, eu torço para que vocês dois se entendam de vez, Garfield.

- É... – Mutano tentou sorrir. – Valeu.

- De qualquer forma – o líder continuou. – Só passei aqui para avisar que a Rita e o Patrick estarão aqui em uma hora.

- A Rita minha mãe?

- Quem mais seria?

- O que ela vem fazer aqui?

- Kori comentou sobre os poderes da Els em uma conversa pelo FaceTime... – Asa sorriu sem graça. – Eles ficaram preocupados e perguntaram se podem dormir aqui hoje. Eu não vi nenhum problema nisso, espero que vocês não se importem.

- Por mim tá tudo bem. – Cyborg deu de ombros.

- Por mim também... – Mutano suspirou. – Vocês acham que eu devo ir preparando a Rachel para enfrentar a fera? Quer dizer... Minha mãe não está muito satisfeita de saber que ela está aqui.

- Meninos – Estelar apareceu sorridente na porta. – Já estão sabendo da visita da tia Rita?

- Acabei de contar para eles, amor.

- Magnífico! Eu estava pensando... Com a Rachel aqui... O quarto de hóspedes está ocupado. – ela falou preocupada. – Pensei em liberar os outros andares da Torre, mas eles estavam cheios de poeira...

- Podemos pedir para a Rachel dormir no quarto da Eleanor essa noite. – Cyborg sugeriu. – Ou no seu quarto, Kori.

- Amigo Cyborg... Eu não vejo problema de dividir o quarto com ela, mas...

- Nós já temos planos. – Asa Noturna corou.

- De jeito nenhum que eu vou deixá-la dormir no quarto da Eleanor. – Mutano falou rapidamente. – Vocês estão ficando loucos?

- Então divide o quarto com ela. – Cyborg sorriu maliciosamente.

- Tudo bem, ela pode dormir com a Eleanor. Mas eu vou ficar de olho nas duas.

- Claro que vai. – Asa riu, abraçando Estelar. – Vamos pedir o almoço de uma vez? – ele perguntou, dando um beijinho na ponta do nariz dela.

- Vamos – ela sorriu, puxando-o para fora da oficina.

Cyborg lançou um sorriso amarelo para Mutano e continuou trabalhando no T-Car.

- Isso não vai ficar assim, latão. – o metamorfo disse, fazendo-o soltar uma gargalhada debochada. – Vai ter volta.

Uma hora depois, os quatro Titãs e Eleanor já estavam esperando seus convidados de última hora. Ravena ainda não tinha saído do quarto. Ou estava dormindo, ou conferindo as vendas e contas da Fearless.

- VÓ! – Eleanor gritou quando Rita abriu a porta principal da Torre, com um grande sorriso no rosto. As duas se abraçaram como se o mundo estivesse prestes a acabar e foram até os onde os outros estavam. – Eu senti tanta saudade.

- Eu também! – Rita sorriu, abraçando-a novamente. – Você está tão linda com esse cabelo...

- Concordo – Patrick falou, abraçando as duas. – Está ainda mais linda.

- Ah, vô Patrick – a menina riu envergonhada. – Obrigada. Foi ideia da Rachel. Ela achou que o meu cabelo estava muito grande e pesado...

- Rachel? Ela ainda está aqui? – Rita perguntou, olhando para Mutano. Ele concordou com a cabeça. – Pensei que vocês já tivessem se livrado dela.

- Você é sempre tão simpática, Rita – Ravena provocou enquanto descia as escadas. – Olá, Patrick.

- Oi, Rachel. – ele sorriu. – É um prazer ver você outra vez.

- O prazer é todo meu – ela deu de ombros, deixando Rita ainda mais irritada. – Eleanor, nós podemos conversar?

- Claro. – Eleanor respondeu, entendendo o recado. Estava na hora de praticar. – Vamos lá para o meu quarto.

As duas subiram as escadas e Rita soltou um suspiro pesado.

- Desde quando elas se dão bem, Garfield? – ela perguntou.

- Elas não se dão bem, mãe. – Mutano respondeu com indiferença. – A Rachel só está mais... Simpática com a Eleanor. Mais nada.

- Você sabe que eu não gosto dessa mulher.

- Eu também não gosto. Mas é melhor ter ela aqui, onde nós podemos vigiá-la do que em qualquer outro lugar.

- Ahn... Então, como vocês estão aproveitando esse inverno? Daqui alguns dias a neve vai começar a cair... – Patrick falou, mudando de assunto. Mutano respirou aliviado e o olhou de um jeito agradecido.

- Por falar em inverno – Cyborg disse. – O que vocês acham de irmos patinar no gelo depois do almoço?

- Mas amigo Cyborg... Os lagos ainda não estão congelados. – Estelar falou, confusa.

- Quem disse que nós precisamos de lagos, Kori? – ele riu.

- O que você quer dizer? – Mutano perguntou animado.

- Digamos que eu andei trabalhando em uma pista de gelo...

- Não brinca! – Asa Noturna exclamou. – É sério isso?

Cyborg concordou com a cabeça e sorriu ao ver a animação de seus amigos.

- Eu amo patinar no gelo! – Rita falou com os olhos brilhando.

- Eu também. – Patrick disse. – Essa é uma ótima ideia, Cyborg.

 

Ravena respirou fundo pela milésima vez em menos de cinco minutos. Eleanor não estava tendo muito progresso com a meditação, e isso a deixava irritada.

- Você precisa se concentrar! – ela disse mais uma vez. – Nunca vai conseguir meditar se continuar pensando no que está acontecendo do lado de fora desse quarto.

- Mas Rachel... Eu queria ficar um pouco com a minha vó. – Eleanor reclamou. Naquele momento, Mutano entrou no quarto e sentou-se na cama para vigiar as duas. Ravena lhe lançou um olhar de superioridade antes de voltar sua atenção para Eleanor.

- Nós começamos com isso ontem, e você já está cansada. Acha que vai conseguir alguma coisa desse jeito?

- É que... Olha todas essas coisas flutuando. Não está dando certo! Acho que eu não acredito muito nessa técnica de meditação.

- E é por isso que você está falhando. – Ravena ralhou. – Feche os olhos e faça a sua mente obedecer aos seus comandos.

- Eu estou tentando, ok? – Eleanor falou impaciente.

- Não! Faça ou não faça. Não existe tentativa.

Mutano arqueou uma sobrancelha e sorriu. Ravena usando as frases de Star Wars era uma coisa que ele não via há muito tempo. Eleanor respirou fundo e fechou os olhos mais uma vez, tentando esvaziar a mente. Alguns objetos tremeram, outros flutuaram, mas nenhum foi destruído.

- Desculpa, Rachel – ela disse envergonhada. – Está silencioso demais. Eu não consigo.

Ravena revirou os olhos e apoiou o rosto nas mãos, desistindo de fazer aquilo.

- Por que você não tenta um mantra? – Mutano perguntou, chamando a atenção das duas.

- O quê? – elas perguntaram juntas.

- Um mantra para quando você for meditar... – ele revirou os olhos. – Tipo Azarath Metri... Esquece.

- Azarath Metrion Zinthos – Ravena sorriu para ele. – É uma boa ideia. Quer tentar, menina?

- Ahn... Claro. – Eleanor concordou. – Mas o que seria esse mantra?

- Bom... Quando eu meditava, sempre usava esse ‘Azarath Metrion Zinthos’ que o seu pai falou.  – ela fez aspas com as mãos. – Azarath é de onde e...

- A personagem de uma história muito conhecida veio. – Mutano a interrompeu. – Metrion é como se fosse a Terra, e Zinthos, o inferno.

- Onde você aprendeu tudo isso, papai?

- Conheci uma pessoa que costumava dizer isso.

- A minha mãe? – a menina perguntou curiosa e ele concordou com a cabeça. – Ela gostava dessa história?

- É... Não exatamente.

- Um dia eu te conto essa história, menina – Ravena interrompeu. – Vamos voltar para o mantra, ok? – Eleanor concordou com a cabeça e Mutano suspirou aliviado. – Então, como eu estava dizendo, você pode usar qualquer palavra ou frase que te traga tranquilidade. Mas, por favor, nunca faça ‘auuuuummmmm’. É chato. E não adianta.

Eleanor assentiu com a cabeça e riu baixinho.

- Azarath Metrion Zinthos. – ela falou com os olhos fechados. Ravena arqueou uma sobrancelha ao vê-la daquele jeito: sentada em posição de lótus, repetindo seu antigo mantra. Era como olhar para o que ela costumava ser quando adolescente. – Azarath Metrion Zin... Não está funcionando.

- Não tem nada que você goste e que te traga paz? – Ravena perguntou. – Sei lá... Tofu, One Direction, Cinderela?

- O quê? – a menina riu. – Eu não gosto de One Direction, mas o meu pai gosta. E Cinderela não é o meu filme favorito.

- Pelo menos eu acertei o tofu.

Mutano riu alto e saiu de cima da cama, sentando-se no chão com as duas.

- Eu conheço um mantra. – ele disse animado.

- Sério? – Ravena perguntou confusa.

- Aham. Quando eu era pequeno... Algumas coisas ruins aconteceram... Meus pais morreram e eu precisei ir morar com o meu tio. E... Não era nada bom. Ele me deixava com muita raiva e eu não podia me dar ao luxo de perder o controle. – ele contou. – Antes de tudo isso acontecer, o Rei da vila onde eu morava com os meus pais... Me ensinou esse mantra.

- E como ele é, Garfield?

- Ahn... Tudo bem, me dá a sua mão, Els. – ele pediu, segurando as mãos dela. – Quais são as três coisas que não podem ser escondidas? – Eleanor balançou a cabeça negativamente e alguns objetos flutuaram. – Eleanor, olha para mim. Eu já te disse isso antes! Quais são as três coisas que não podem ser escondidas?

- O Sol... A Lua... A verdade. – ela disse com os olhos fechados. – O sol, a lua, a verdade. O sol, a lua, a verdade. – Mutano soltou as mãos dela, e os objetos caíram em seus respectivos lugares. – O sol, a lua, a verdade.

Ravena sorriu para Mutano, recebendo uma piscadela em troca. Ele voltou para cima da cama e deixou Eleanor terminar de meditar. Depois de alguns minutos, a menina já estava mais controlada e aliviada.

- Como eu fui hoje, Rachel? – ela perguntou.

- Muito bem. – Ravena respondeu. – De verdade, você deixaria qualquer professora de meditação morrendo de inveja.

- Eu disse que ela daria um jeito. – Mutano falou, passando o braço pelos ombros da filha. – Você está se sentindo mais controlada?

- Sim... Sinto que se alguém gritasse na minha cara, eu não teria nenhum problema com isso.

- É melhor nós não pagarmos para ver. – Ravena riu. – Mas você está indo realmente muito bem. Parabéns.

Eleanor concordou com a cabeça e mordeu seu lábio inferior, pensativa.

- Não quero ser chata, nem nada, mas... Como você sabe tanto sobre poderes, Rachel?

- De novo isso, menina? Pensei que já tivesse te explicado.

- Você explicou, mas ontem você me fez algumas perguntas, e... Quando você falou sobre uma parte de mim estar me dominando, como a raiva, por exemplo... Eu fiquei pensando... Isso tem a ver com aquelas perguntas que você me fez sobre os meus pesadelos?

- O quê? – Ravena riu nervosa. – Claro que não. Só estou te perguntando o que qualquer professor perguntaria. Os seus pesadelos... Com o tal demônio vermelho... Não tem nada a ver com isso.

- Como você sabe que ele é um demônio? – Eleanor perguntou desconfiada. – Quando nós conversamos, eu só disse que ele tinha chifres e era vermelho.

- Parece um demônio para mim.

- Que história é essa de pesadelos e demônio vermelho? – Mutano perguntou nervoso. – Desde quando você sonha com isso, Eleanor?

- Eu não sei, pai. Desde sempre... Eu acho. Ele está sempre nos meus pesadelos... Mas... Depois que eu comecei a ter esses poderes, não sonho mais com ele. Meus pesadelos passaram a ser... Normais.

- Defina normal. – Mutano pediu.

- Coisas bobas... Personagens de filmes de terror, ás vezes eu acho que estou caindo ou presa em algum lugar... Essas coisas.

Ravena olhou para Mutano e percebeu que ele estava quase tento um colapso.

- Eleanor, por que você não vai ficar um pouco com a sua vó? Já praticamos muito hoje... Você merece um descanso.

A menina deu de ombros ao perceber que não conseguiria arrancar mais nenhuma informação de Ravena, e saiu do quarto a procura de Rita.

- Desde quando você sabe desses pesadelos dela? – Mutano perguntou.

- Cyborg e Dick comentaram comigo em Paso Robles... Quando eu fui com ela ao shopping pela primeira vez, perguntei sobre isso.

- Você acha que pode ser... O seu pai?

- Você conhece mais alguém que corresponda ao que ela descreveu? – ele negou com a cabeça e suspirou. – Então, sim. É o meu pai. Trigon, para falar a verdade. Não quero que fique parecendo que nós temos algo em comum.

- Ah, vocês tem muita coisa em comum.

Ravena revirou os olhos com a comparação e fez de tudo para ignorar. Sabia que Mutano achava que ela tinha feito a mesma coisa que Trigon ao abandonar Eleanor.

- Ela nunca me contou o que via nesses pesadelos. – ele confessou. – Só acordava assustada e corria para a minha cama.

- Eu não a obriguei a contar.

- Eu sei. Ela provavelmente se sentiu segura com você.

- Que ironia, não?

Mutano soltou uma risada nasalada e balançou a cabeça negativamente.

- Você sabe o motivo dele aparecer nos sonhos dela?

- Não. – Ravena falou com sinceridade. – Quando nós lutamos contra ele pela última vez, o mandei para uma dimensão impossível de ser encontrada ou abandonada. Mas, pelo visto, ele conseguiu dar um jeito de contornar essa situação.

- Ahn... Você não pode usar os seus poderes para descobrir?

- Olha, Garfield. Eu vou ajudar a Eleanor até o dia em que eu for embora. Esse é o máximo que eu posso fazer. Não me peça para usar os meus poderes, porque é impossível. Eu não posso fazer isso. – ela disse com lágrimas nos olhos. – E eu não vou fazer isso. É arriscado...

- Arriscado por quê?

- Não te interessa! Só... Por favor, nunca mais me peça isso. Nunca mais.

Com isso, ela saiu depressa do quarto, deixando Mutano em estado de choque. Por que ela teve aquela reação quando ele a pediu para usar os poderes? O que ele tinha perdido daquela conversa? Alguma coisa não se encaixava. E ele não desistiria de descobrir o que era.

Depois do almoço, Cyborg montou a pista de patinação do lado de fora da Torre. Todos estavam vestindo casacos grossos, toucas e luvas. Todos, menos Ravena. Ela não tinha descido para o almoço, e Mutano estava começando a se sentir culpado. Antes que ele pudesse pensar em ir atrás dela, Eleanor o puxou para a pista, querendo apostar corrida.

- Posso brincar com vocês? – a voz de Ravena se fez ouvir do lado de fora da pista de patinação. Ela estava tão encapotada quanto qualquer um dos Titãs, e segurava um par de patins cor-de-rosa. – Kori, peguei isso no seu armário. Espero que não se importe.

- Amiga Rav...Chel! – Estelar corrigiu rapidamente. – Não tem problema!

Ravena soltou uma risada nervosa e calçou os patins, subindo na pista. Rita a olhou dos pés a cabeça antes de virar as costas e ir patinar com Asa Noturna.

- Precisa de ajuda? – Mutano perguntou, aproximando-se da empata. Ela negou com a cabeça e deu alguns passos com os patins antes de escorregar. – Precisa sim. – ele riu, segurando a cintura dela. – Você me ajudou no boliche, agora é a minha vez.

- Você estava fingindo no boliche! – ela revirou os olhos.

- Talvez. Mas você me ajudou mesmo assim. Vem comigo. Um passo com a perna esquerda e um com a direita, ok?

- Não precisa ficar segurando a minha cintura – Ravena reclamou, dando os passos que ele tinha dito. – Daqui a pouco, a sua mãe vem aqui e me bate.

- Eu gosto de segurar a sua cintura, boneca. – Mutano piscou o olho direito e deu um sorriso torto. – E a minha mãe pode não gostar de você agora, mas ela ainda consegue se controlar.

- Tanto faz.

- Por que você não desceu para o almoço?

- Não estava com fome.

- Conta outra, Rachel.

- O quê? Eu não quero ficar perto da sua mãe o tempo inteiro! Satisfeito? – ela perguntou com raiva. – Ela gostava tanto de mim... Pelo menos o Patrick não me trata mal.

- Patrick acredita que para tudo tem um motivo. – ele deu de ombros. – Quem você acha que controla os chiliques de Rita Farr? Ele é como a âncora dela.

- Eles são fofos. Mas... O que aconteceu entre ela e o Mento?

Mutano suspirou e aumentou a velocidade dos patins. Ravena arregalou os olhos e se agarrou nos braços dele.

- Eles brigavam muito. Se separaram quando a Eleanor tinha alguns meses. – ele contou. – O Mento não gostava quando a Rita passava dias aqui me ajudando. Depois de um tempo, nós descobrimos que ele estava a traindo há 3 anos.

- Sério?

- Aham.

- Eu sinto muito.

- Bom... Ela ficou triste no inicio, mas depois conheceu o Patrick. E eles estão juntos até hoje.

- E o que aconteceu com o resto da Patrulha? – ela perguntou.

- Homem-Robô e Homem Negativo são vizinhos dela, acredita? Eles não perderam o contato. Mento mudou para o Canadá e nós nunca mais ouvimos falar dele.

Ravena concordou com a cabeça e se segurou no muro de proteção da pista.

- Rachel... – Mutano começou a falar. – Sobre ontem... Eu sinto muito. Conversei com o Cyborg e ele se desculpou. – ele mentiu.

- Não tem problema. – ela deu de ombros. – De verdade. Vamos só esquecer... Que aquele jantar aconteceu.

- Claro. Por mim tudo bem.

- Eu estava meio bêbada por causa daquele vinho estragado... Não tinha noção do que estava falando.

- É. Você está certa.

- É...

- E... Sobre hoje mais cedo... Quando eu mencionei os seus poderes...

- Garfield, esquece isso. Passou.

Mutano engoliu em seco e se segurou para não gritar, pedindo por respostas que clareassem sua mente.

- Algum problema aqui? – Rita perguntou, aproximando-se dos dois. Eles se afastaram um do outro e negaram com a cabeça. – Ah, obrigada por ceder o seu quarto para mim e o Patrick essa noite, Rachel.

- Eu fiz isso? – Ravena perguntou confusa.

- Fez – Mutano riu sem vontade. – Foi a melhor ideia que você já teve na vida, boneca. Suas coisas já estão no quarto da Eleanor. Essa noite vocês poderão fazer uma ‘noite das garotas’ ou algo assim.

- A Rachel vai dormir no meu quarto hoje? – Eleanor perguntou com a voz alta. – Isso é demais! Vamos poder ver TV até tarde, comer besteira, fazer as unhas, e você pode me contar sobre os namorados que você já teve!

- Parece incrível. – Ravena falou, sem demonstrar emoção na voz.

Rita deu um sorriso debochado e os deixou sozinhos novamente.

- Está ficando tarde e mais frio – Asa falou. – Vamos entrar para tomar banho e jantar.

Todos concordaram e foram para seus respectivos quartos. Eleanor não parava de pular na cama, feliz por estar na companhia de Ravena. O colchão de solteiro no chão estava cheio de pacotes de bala, salgadinhos e vários DVD’s da coleção de Mutano.

- Eleanor, esse chuveiro não funciona? – Ravena perguntou incrédula. Por mais que ela tentasse ligá-lo, a água não caia de jeito nenhum.

- Não. – a menina deu de ombros. – Eu tomo banho no banheiro do corredor, mas acho que a Silkie entupiu a privada com alguma coisa.

- A Silkie?

- Sim, é a larva de estimação da tia Kori.

- A Silkie ainda está viva?

- Claro que sim, Rachel... Mas, como assim ‘ainda está viva’? Você já a conhecia?

- Não. Claro que não.

- Ah... Agora ela está um pouco velha, e não sai muito da casinha dela... Por isso você não a conheceu.

- Coitada... – Ravena falou com uma expressão estranha. – Vou ver se eu consigo tomar banho no quarto da Kori.

- Tudo bem – Eleanor sorriu. – Vou separando os filmes que nós vamos assistir.

Ravena suspirou cansada quando fechou a porta do quarto. Devagar, ela foi até o quarto de Mutano e entrou, certificando-se de que ele não estava lá. O quarto de Estelar não lhe trazia boas lembranças. Foi até o banheiro, colocou o iPhone na pia e escolheu uma playlist calma. Tirou a roupa, entrando debaixo do chuveiro. A água quente bateu em suas costas, fazendo-a relaxar.

Depois de quase uma hora, desligou o chuveiro e se lembrou de que Eleanor estava a esperando para uma sessão de filmes.

- Droga – ela murmurou, procurando por suas roupas. Em vão. Tinha esquecido tudo no banheiro do quarto da menina. Incluindo a toalha de banho. – Não tem problema, Rachel. As chances de você encontrar qualquer um no corredor são mínimas. Você só precisa sair desse quarto correndo e voltar para o da Eleanor. É. É isso que você precisa fazer.

Rapidamente, abriu a porta do banheiro e saiu correndo. Seu plano teria dado certo, se Mutano não estivesse no meio do caminho, com fones no ouvido e completamente nu. Os dois se chocaram, caindo no chão logo em seguida.

- Mas que porra... – ele começou a falar, tirando os fones do ouvido. Seus olhos pararam em Ravena e ele tentou desviar o olhar.

- Por que você está pelado? – ela perguntou com os olhos arregalados. – Oh Azar! Oh Azar!

- Ah, meu Deus! Rachel... O que você... O que você está fazendo em cima de mim? – ele perguntou ao mesmo tempo. – Por que você está molhada?

Ravena saiu de cima dele e tampou o corpo com as mãos, enquanto ele se levantava do chão.

- Oh Azar! Não olhe para mim! Não olhe para mim!

- Eu não estou entendendo. Por que você está molhada?

- Por que você está pelado? Não olhe para mim! – a empata pediu. – Ah, você está com tudo de fora. Se cobre! Se cobre logo! – ela falou, escondendo-se no lençol da cama dele. Mutano vestiu as calças e respirou fundo. – Se explique, por favor!

- Me explicar? – o metamorfo perguntou incrédulo. – Você está no meu quarto! Molhada e pelada! Não sou eu quem preciso me explicar!

- Garfield!

- Eu estava conversando com o Dick, Cyb e Patrick na cozinha quando resolvi vir tomar banho!

- E você não me escutou? Eu estava tomando banho!

- Eu estava escutando música... O que você está fazendo aqui?

- O chuveiro do quarto da Eleanor não funciona. O quarto da Kori me dá arrepios até hoje. Esse era o único lugar...

- Então você veio tomar banho aqui e resolveu pular em cima de mim? – Mutano perguntou.

- Eu não pulei em cima de você! Esqueci minhas coisas no outro quarto e... Bati em você sem querer! – Ravena contou. – Quer saber? Toma o seu banho. Vai! Anda!

Mutano riu alto e balançou a cabeça negativamente, aproximando-se dela. Ravena agarrou o lençol que enrolava seu corpo com mais força e prendeu a respiração.

- Você é louca.

- Você é um imbecil.

Ele concordou com a cabeça e a empurrou para cima da cama, segurando seus braços com firmeza. Sua boca encontrou a dela, fazendo-a soltar um suspiro pesado antes de beijá-lo de volta.

- Gar... Field – ela falou no meio do beijo. – Dessa vez eu não estou com nenhuma roupa por baixo.

- E você acha que eu não sei? – ele perguntou, beijando o pescoço dela. Ravena o puxou para mais perto e tentou abrir a calça jeans dele. Quando ele parou de beijá-la, ela apenas franziu o cenho e o olhou confusa. – Não. Não. Sai. Volta para o quarto da Eleanor.

- O quê?

- Volta, Rachel. Eu preciso tomar banho.

Ele saiu de cima dela e olhou para o lado oposto de onde ela estava. Devagar, ela balançou a cabeça negativamente e saiu do quarto. Para sua má sorte, Rita estava parada na porta, preparando-se para chamar Mutano.

- O que você está fazendo aqui? – ela perguntou, vendo Ravena segurar o lençol branco.

- Só estava tomando banho.

- Com um lençol?

- Olha Rita... É uma longa história e... Eu preciso colocar uma roupa.

- Eu vou com você. Temos muito para conversar.

Ravena revirou os olhos e voltou para o quarto de Eleanor, sendo seguida por Rita. A menina não estava no quarto, deixando o clima ainda mais tenso.

- O que você quer? – a empata perguntou, depois de ter se vestido.

- Por que você está ajudando a minha neta? – Rita perguntou séria.

- “Sempre passe adiante o que você aprendeu”. – ela respondeu, fazendo aspas no ar.

- Você não é o Mestre Yoda, Ravena. Não use frases dele para justificar o que você está fazendo, porque eu tenho certeza que tem alguma coisa por trás disso.

- Rita... Eu não tenho escolha. Sou a única que pode ajudá-la.

- Todo mundo tem escolha. E Cyborg pode ajudá-la com isso. Ele sabe tudo sobre os seus poderes.

- Cyborg sabe na teoria, já na prática...

- Como você está a ajudando sem contar a verdade?

- Garfield e eu inventamos algumas desculpas. Mas se você não quiser que eu a ajude, pode falar. Para mim não faz diferença.

- Se não fizesse diferença, você já teria voltado para Nova York.

- É meio difícil ir embora quando o seu filho me pede para ficar. – Ravena provocou.

- Ele só te pediu isso por causa da Els – Rita riu. – Ou você acha que ele te quer de volta?

- Você não conhece o Mutano, não é mesmo? Só fica com essa pose de mãe, mas não sabe metade do que está acontecendo aqui.

- Tenho uma ideia do que está acontecendo. Principalmente depois de ver você saindo pelada do quarto dele... Mas o coração dele já tem dona, Ravena.

- A Tara? Por favor... Ela não passa de uma traidora.

- Você também não, querida.

Ravena abriu a boca algumas vezes, pensando no que falar. Ela gostava de Rita. A tinha como uma mãe, mas sabia que a Mulher Elástica não a perdoaria com facilidade.

- Mas eu sou a mãe da Eleanor – a empata disse entredentes. – E pro Garfield, isso significa muito.

- Você nunca conheceria a sua filha se não fosse por uma infeliz coincidência do destino.

- Por que você está tão incomodada comigo, Rita? – ela perguntou, segurando o choro.

- Você é como um furacão que destrói tudo e depois vai embora, Ravena – Rita disse. – O Garfield sabe se cuidar, mas a Eleanor é só uma criança.

- Você tem medo de que ele volte a me amar?

- Não. Mas a minha neta já está apegada demais a você. O Garfield... Provavelmente nunca vai te esquecer, e por mais que eu odeie isso, não posso fazer nada. Isso é com você e ele.

- Eu o amei, Rita. Muito. E... Por mais difícil que seja, continuo aman...

- Mas mesmo assim você o traiu! Você é como uma arma carregada, Ravena. E o meu filho foi atingido, não tem como fugir disso. Você é a culpada. Você dá má fama ao amor. Esse amor que você sentia por ele... Era de verdade?

- Você pode falar o que quiser de mim. Mas nunca duvide do amor que eu senti por ele.

Rita soltou uma gargalhada debochada e olhou dentro dos olhos roxos de Ravena.

- Eu não sei o que está acontecendo entre vocês dois. E nem me interessa saber. – ela disse. – O Garfield pode te abraçar, beijar, rir e fazer outras mil coisas com você... Mas você o conhece, ele está morto por dentro. Ele não gosta de você. Não mais.

- Então, por que ele está fazendo tudo isso que você acabou de falar? – Ravena perguntou.

- Sacrifícios, é isso que fazemos pelas pessoas que amamos.  – Rita deu de ombros. – E o Garfield ama a Eleanor mais do que tudo nesse mundo.

A empata respirou fundo e engoliu o choro. Rita lhe lançou um sorriso amarelo e começou a sair do quarto de Eleanor, quando um grito ensurdecedor tomou conta da Torre.

- Eleanor! – as duas falaram juntas, antes de saírem do quarto correndo.

Asa Noturna, Cyborg, Patrick e Estelar já estavam no corredor, tão confusos e perdidos quanto Ravena e Rita.

- SOCORRO – Eleanor gritou. Mutano chegou correndo e parou ao lado de Ravena, olhando-a como se perguntasse o que estava acontecendo. Ela deu de ombros e arregalou os olhos. – SOCORRO!

Eleanor apareceu no corredor, voando descontrolada. Ela bateu nas paredes e quase caiu em cima de Cyborg e Asa Noturna. Quanto mais tentava descer para o chão, mais alto ela subia, quase alcançando o teto. Ela batia os braços como se fosse um pássaro e estava completamente assustada.

- É – Ravena sussurrou para Mutano, vendo a menina ser ajudada por Estelar. – Parece que nós vamos ter mais trabalho do que pensamos.


Notas Finais


Se alguém reconheceu a influência do filme A Proposta, vem aqui e me abraça <3

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