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História For the love of my family - Prólogo


Escrita por: Believe8

Capítulo 1 - Prólogo


Família Gusman-Guerra

A vida deles deveria ser perfeita, ou pelo menos, foi para isso que se esforçaram tanto. Fizeram tudo dentro dos conformes, não apressaram nada. Se apaixonaram de vez aos 14 anos, esperaram até ela ter quase 17 para começar a namorar e ter certeza de que aquilo vingaria.

Esperaram os dois estarem formados na faculdade, ela em direito e ele em análise de sistema, para ficarem noivos. Mais dois anos para se casar, após terem financiado um apartamento e estarem firmes nos devidos empregos.

Um ano depois decidiram que estavam prontos para aumentar a família, e não foi preciso tentar muito tempo. Pouco antes de completarem o segundo aniversário de casamento, nasceram os gêmeos. Ela escolheu Pedro, ele escolheu Alice. Na hora de registrar, mais uma brincadeira daquele eterno moleque travesso e o filho foi batizado de Pietro.

Nas palavras dele, “para combinar com o nome da mãe, que é uma versão afrescalhada de Alice”.

E então eles começaram a viver a melhor época de suas vidas e descobriram que ser pais era algo maravilhoso. Quando as crianças tinham três anos e começaram a ir para a escola, ambos foram promovidos no trabalho e começaram a discutir a chegada de um novo membro para a família.

E a surpresa de quatro anos para os filhos foi que ganhariam um irmãozinho em breve. Como sempre, os dois apostaram, e o prêmio seria o nome do bebê. Ele jurava que era menino, ela batia o pé que era menina, mas no final o pai levou a melhor e batizou o filho de André Paulo, apesar dos protestos da mãe da criança.

“Ora, Alicia, os gêmeos ficaram com as nossas iniciais, nada mais justo que ele fique também. E outra, ninguém vai chamar ele pelos dois nomes, vai ser meramente ilustrativo.” Foi o que Paulo disse para ela na maternidade, enquanto ela ainda reclamava.

Mas para a surpresa dos dois, o que pegou mesmo foi o Paulinho, e às vezes até se esqueciam que o primeiro nome do filho era André, de tão perfeito que o segundo nome encaixava com ele.

E enquanto Pietro e Alice pareciam cópias, respectivamente, do pai e da mãe quando crianças, Paulinho era a perfeita mistura dos dois e a cereja daquele milk-shake de amor e felicidade que a era vida da família Guerra.

Até que o caçula começou a apresentar um comportamento estranho. Se irritava com qualquer barulho, tinha problemas no desenvolvimento, não gostava que o tocassem. Logo após o primeiro aninho foram em busca de um especialista, que deu o diagnóstico: Paulinho era autista.

O que viria pela frente seria uma vida de terapias e tratamentos para ajudar a minimizar os sintomas e efeitos, além de deixar a vida do garotinho e sua convivência com o mundo melhor e menos assustadora.

Alicia passou a trabalhar só no período da tarde, quando os três estavam na escola, para poder se dedicar a eles na parte da manhã. Relutaram muito em colocar Paulinho na escola, mas foram muito aconselhados a fazer isso, buscando um lugar com preparo para receber uma criança com necessidades diferenciadas.

Pouco a pouco, a vida foi retomando uma leve calmaria, e a família foi novamente aprendendo a viver feliz. Ou pelo menos, era o que ela pensava, até o dia em que chegou do mercado e descobriu que Paulo havia ido embora.

 

Família Guerra-Ayala

Ele nem sabia dizer quando havia se apaixonado por aquela baixinha, só sabia que esse sentimento o acompanhava por toda a sua vida. E por isso, era tão difícil acreditar que ela os havia deixado. Preferia pensar que ela tivesse morrido do que acreditar que ela havia escolhido deixá-los.

Assim como os cunhados, havia feito tudo sempre com calma e dentro dos conformes, nunca agiram por impulso. Certo, se casaram antes de ele se formar, porque ele demorou dois anos para passar na faculdade que queria, mas nada disso afetou seus planos.

Milena nasceu poucas semanas depois dos primos gêmeos, e desde o primeiro momento se tornou o centro do mundo dos pais. Mário havia acabado de abrir seu consultório veterinário e Marcelina cuidava da administração do lugar, enquanto a filha crescia em meio aos gatos e cachorros, se apaixonado por animais.

Depois que ela fez três anos, começaram a tentar ter mais um. Marcos nasceu seis meses antes de Paulinho, e era uma miniaturinha do pai. Esperto, animado, brincalhão, virou logo o xodó da irmã mais velha e os pais só podiam agradecer a sorte de ter uma família feliz.

E então Paulo foi embora, deixando não apenas Alicia e os filhos para trás, mas também Marcelina. E foi então que as coisas começaram a desandar, já que a baixinha perdeu seu rumo.

Seu irmão era sua maior referência, seu grande herói, e a decepção a derrubou de formas inimagináveis. Ela chorou, se questionou, praguejou. Tentou estar lá pela melhor amiga e ser forte, já que havia sido ela a ser abandonada com três filhos, sendo um deles uma criança especial.

Mário se desdobrou para manter as coisas funcionando naquele primeiro ano, especialmente no que dizia respeito a ajudarem Alicia com as crianças. Àquela altura seu consultório já virara uma pequena clínica e o trabalho era muito.

Quando as coisas pareciam estar se ajeitando, outra bomba: Marcelina queria ir procurar o irmão. Ela não sabia onde ele estava, mas sabia que podia encontrá-lo. Ela precisava descobrir o que tinha acontecido para ele ir embora daquele jeito.

E ele, como sempre, não conseguiu negar. Jamais conseguiria negar algo a ela, até porque sabia que não adiantaria. Ela fez as malas e foi, planejando não demorar mais que um mês. A princípio ligava todos os dias, depois de dois em dois. Quando se completou um mês, deixou de atender as ligações e ele nunca mais teve notícias.

 

Família Garcia-Cavalieri

Eles eram antíteses perfeitas, sempre foram. O riquinho fresco e a caipirinha simplória. E por serem antíteses, foi óbvio e comemorado quando eles resolveram ficar juntos.

Porém nunca se entregaram completamente um ao outro, talvez de corpo mas não de alma. Se amavam, isso era fato, mas tinham medo de ficar juntos. E então, como o maior dos clichês, ela engravidou.

Agora, com suas vidas entrelaçadas para sempre pelo amor àquela criança, não viam mais motivos para ficarem separados um do outro. Se casaram em uma grande cerimônia, com a toda a pompa e circunstância que Jorge podia bancar, e logo celebravam o nascimento de Ella.

Mas cuidar de uma criança não é fácil, mesmo com todo o amor do mundo. Ainda estavam aprendendo a ser um casal para valer, e ao mesmo tempo tinham que aprender a ser pais e uma família.

A chegada de Ella também interrompeu bruscamente a carreira de Margarida como modelo, quando ela estava prestes a decolar. A princípio isso não incomodou, embebida como estava pelas pequenas descobertas que tinha em sua vida como mãe. Mas conforme a pequena foi crescendo e se tornando menos dependente, a mulher começou a se frustrar.

Recebeu uma proposta para trabalhar no Chile por dois anos e não hesitou em aceitar. E foi aí que as coisas desandaram de uma vez, já que Jorge proibiu de forma terminante que ela levasse a filha com ela.

A briga foi parar no tribunal e o pai ganhou a guarda da criança, já que a mãe entraria em uma vida errante e imprecisa. Ela quis desistir mas era tarde demais, então tomou seu rumo para o Chile, sofrendo em deixar a filha para trás.

Foram precisos dois anos e muito incentivo dos amigos para que Jorge repensasse sua decisão, vendo como a ausência da ex-mulher estava afetando sua princesinha. E, mesmo que não admitisse, ele também sentia muito a falta de Margarida.

Nessa altura ela estava morando em Porto Alegre, e foi para lá que ele pegou um avião com a filha. Chegou no estúdio fotográfico onde sabia que ela estaria, com a criança de oito anos quicando ao seu lado, ansiosa por afinal rever sua mãe.

Ouviram risos infantis e caminharam na direção, encontrando Margarida brincando com uma criança no fundo branco. Ela sorria, o garotinho sorria, e o fotógrafo que os registrava sorria ainda mais.

“Vem, Nicholas, vem com o papai.” O fotógrafo chamou, sorrindo e se ajoelhando. Estendeu o braço e o menininho correu até ele, enquanto Margarida colocava as mãos na cintura.

“Trocando a mamãe tão fácil assim, é Nicholas?”

A seguir a porta bateu e a assustou. Ela correu na direção, vendo Jorge sumindo com Ella no colo. A mulher gritou pela filha, que estava agarrada no pescoço do pai. Ela correu atrás dos dois, mas quando alcançou a rua, Jorge já colocava a menina no carro.

Ela pediu que ele a escutasse, que deixasse ela ver a filha, mas nem a filha queria ver a mãe. Jorge bateu a porta do carro e saiu cantando pneus, deixando Margarida aos berros para trás.

 

Família Carrilho-Zapata

A probabilidade de duas pessoas se apaixonarem quando jovens e ficarem juntas até o fim de suas vidas é ínfima. Existem muitas variantes que podem mudar o rumo das coisas, o que torna tudo imprevisível. Carmen e Daniel eram pessoas baseadas na razão, e com isso calcularam toda a sua vida e viram que eles estariam fora das probabilidades. Ficariam juntos até o fim e seriam felizes.

Traçaram um caminho, pontos que seriam percorridos. Entraram na faculdade, noivaram e casaram. Planejaram a gravidez com tanta precisão que até a data de nascimento conseguiram acertar, e coincidiu que Eric acabou nascendo três dias antes de Milena.

Sua vida era uma parábola passando pelos pontos certos, em uma crescente bonita de se ver. Mas como tudo o que sobe, uma hora desce. No momento em que a felicidade atinge seu ápice, a crescente vira decrescente.

Era sábado à noite, mas ele estava preso no trabalho. Chovia muito em São Paulo, e Carmen odiava dirigir na chuva ou a noite, quanto mais nos dois. Mas Eric estava com muita febre, e Daniel não conseguiria chegar em casa logo para levá-lo para o hospital.

Ela pegou o carro, deitou o menino de nove anos no banco traseiro e saiu pelas ruas da cidade, pegando o fluxo intenso a caminho do hospital. A chuva estava realmente forte, os carros cometendo barbáries, Eric chorando de dor.

Uma olhada para trás, um descuido, um motorista que não freou a tempo. Quando Daniel chegou ao hospital, todo o seu mundo tinha desandado da sua programação. Sua mulher estava morta e seu filho bastante machucado. O garoto havia atravessado o para-brisa de cabeça e era um milagre não ter morrido na hora.

Ao fim, Eric, que era um pequeno artista, excelente desenhista e que logo começaria a estudar pintura, ficou cego. O vidro danificou todo o seu rosto, mas especialmente seus olhos. E a parábola continuou a descer.

Daniel enlouqueceu, não suportando ter errado. Nunca errava cálculo algum, mas logo aquele, o mais importante, ele tinha errado. Tinha perdido o amor de sua vida e tinham tirado o que seu filho mais amava.

Saiu de seu emprego, foi com Eric para a casa dos pais, que o ajudavam a cuidar do garoto. Transformou a antiga casa abandonada em seu refúgio, para onde sempre ia trabalhar, mesmo que ninguém soubesse no que. Quando perguntavam, ele apenas dizia que era um jeito de fazer as contas voltarem a dar certo.

 

E com tudo isso dito, chegamos ao ano de 2045.


Notas Finais


Mais um surto, nem vou me desculpar HAHAHAH Jurei que só ia ter uma fic, to com 4 já! HAHAHAH Vida tem dessas!
Espero que gostem da proposta, mesmo que ela ainda não tenha ficado clara. Nos próximos capítulos tudo vai ser mais explicado!
Beijos e queijos ;*


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