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História For the love of my family - Capítulo 16


Escrita por: Believe8

Capítulo 17 - Capítulo 16


Eles foram reaprendendo a lidar com a vida. Enterraram Rabito no quintal do QG e fizeram um belo monumento em homenagem a ele, em uma cerimônia que contou com a presença de diversas pessoas que conheceram o cachorro em vida.

Os documentos de Pietro, Ella, Eric e Mili chegaram, e na semana seguinte eles passaram a frequentar a escola Mundial, com uma forcinha da diretora Helena, que como sempre encobriu as loucuras dos seus “santos diabinhos”.

Eles passaram a viver com seus pais, o que era bom e ruim de certa forma. Ella não gostava de ficar longe de Pietro, principalmente após um mês de convívio intenso e direto, muito menos de ter que voltar para a escola. Porém, agora que Margarida e Jorge estavam juntos, era mais prazeroso ficar perto da mãe. Ela só não gostou quando, algumas semanas depois, sentiu o mesmo desconforto que os amigos. Depois disso, passou a chamar o pai de hipócrita a cada vez que ele tentava repreendê-la por estar com o namorado.

Para Eric também estava sendo ótimo. Os avós maternos sempre deixavam Carmen passar a noite na casa de Daniel, para poder ficar perto dele, então ele estava praticamente vivendo com o pai e a mãe. O que, agora que ele não tinha mais Rabito para ajudar, era muito bom, porque sempre tinha alguém para ajudá-lo no que precisasse.

Já Pietro e Mili queriam poder sumir da casa dos Guerra. Não pelos avós, eles estavam sendo ótimos. Lilian cuidava dos dois muito bem, vivia conversando com Mili sobre o que ela sentia, e Roberto fazia o mesmo com Pietro. O problema é que Marcelina e Paulo estavam ficando com ciúmes dos filhos, e a convivência se tornando insuportável.

Os dois irmãos se irritavam cada vez mais com a atenção frequente dos pais para com os dois viajantes no tempo, a vontade de agradá-los, as conversas “particulares” e os segredos que eram escondidos entre avós e netos. Além da proximidade dos dois com Alicia e Mário.

A marrentinha parecia ter elegido o jovem Guerra como seu novo melhor amigo, e agora fazia tudo com ele. Estavam sempre indo andar de skate, jogando videogame, conversando sobre banalidades. Ela se sentia confiante em falar para ele sobre sua família e seu relacionamento com Paulo, dois assuntos que ela não se sentia à vontade de discutir nem com Marce. O garoto preferia não saber tanto sobre a intimidade dos pais, mas sabia que ela precisava desabafar, e se sentia feliz por poder estar perto dela dessa forma.

Já Mili havia se aproximado muito de Mário após a morte de Rabito. Ela falava com ele sobre sua própria experiência de perder um animal, que foi Apolo, depois de um acidente. Ela propôs o que o próprio Mário havia feito com ela no futuro: se tornaram voluntários de uma ONG para animais abandonados e passavam algumas horas por dia trabalhando com os animais, o que estava ajudando o rapaz a lidar com o luto pela perda do melhor amigo. Mas não estava agradando nada sua namorada.

“Será que o Eric e a Ella não ligam? Sabe, nenhum pouquinho?” Perguntou Paulo certa tarde, quase um mês depois. “Digo, os namorados deles ficam para cima e para baixo com os nossos namorados.”

“Eu sei, Paulo, não precisa me lembrar. Vieram me perguntar se eu e o Mário tínhamos terminado, e outro veio insinuar que ele estava me traindo com a minha prima. Não foi assim que eu imaginei meu começo de namoro com o Mário, sabe?” A baixinha estava emburrada no sofá, após ter um convite para cinema recusado pelo namorado para ficar na ONG com Mili.

“Nem eu, maninha.” Ele caiu sentado ao lado dela, chateado. “A Alicia e o Pietro foram levar a Kira passear. A Kira é minha e da Ali, nós dois que tínhamos que passear com ela, não ele.”

“Eu acho que vocês dois tinham é que parar de reclamar que estão sendo deixados de lado e tentar fazer parte.” Lilian entrou na sala, séria. “Marcelina, o Rabito era o único cachorro que você gostava, e agora a Kira. Se você largasse de frescura e fosse na ONG com o Mário e a Mili, veria que as coisas não são bem como você imagina e que eles dois adorariam sua companhia. O mesmo para você, Paulo. Sempre gostou tanto de skate e videogame, e sempre nega os convites da Alicia e do Pietro para estar junto com eles.”

“Eu não quero ficar de vela para eles, mãe. Deixa a minha namorada e o amante dela.” Resmungou Paulo, enquanto a mais velha suspirava.

“Só toma cuidado, meu filho... Vocês dois, na verdade. Ou vão perder muito mais do que apenas o Mário e a Alicia.” Avisou ela, voltando para o que fazia e deixando os dois filhos emburrados no sofá.

~*~

“Você e meu pai estão brigados de novo, hã?” Perguntou Pietro, enquanto deixavam Kira fazer xixi em uma árvore.

“Ele não gosta que eu fique com você, acho que tem ciúmes. Você podia tentar ser mais legal com ele, fazer as coisas vocês dois. Acho que ele ficaria menos grilado.” Comentou Alicia, chateada. “Eu não gosto de ficar brigando com ele.”

“Mas vocês brigaram a vida inteira.” Lembrou o rapaz, rindo.

“É diferente, Pietro, brigar com seu amigo bobo e com o cara que você ama, mesmo que eles sejam a mesma pessoa. Eu amo tanto o seu pai, tanto.” Ela se escorou em uma árvore, escondendo o rosto nas mãos. “Eu passei anos esperando para ficar com ele, e agora a gente só discute. Talvez tivesse sido melhor esperar mais, ou ter desistido disso tudo.”

“Não fala isso, Ali.” Pietro a abraçou, consolando.

“Eu entendo porque você e a Mili não querem nos contar o que acontece no futuro. Minha história e do seu pai deve ser complicada, assim como a da Marce e do Mário. Eu só espero que eu seja uma madrasta legal, sabe?”

“Como?” O garoto pensou não ter escutado direito.

“Essa nossa relação, Pietro, de amigos e confidentes, de eu ficar falando com você sobre o seu pai... Eu já vi colegas meus tendo essas relações com suas madrastas, e eu fico feliz que nós tenhamos isso. Eu não quero saber o que aconteceu entre o Paulo e a sua mãe, ou como as coisas entre eu e ele chegaram a esse ponto. Eu fico feliz de ter um enteado incrível que nem você.”

Naquele momento, mais do que nunca, ele queria dizer que ela estava errada. Que ela não era sua madrasta, mas sim sua mãe, a pessoa que o havia colocado no mundo e lhe dado amor, carinho e cuidado desde o primeiro segundo de sua vida.

Mas a relação dela e de Paulo estava abalada, estremecida, machucada, e a culpa disso era dele. Talvez, se ele contasse a verdade naquele momento, ela se zangasse ou chateasse, o culpasse pelas coisas estarem ruins. E ele, Alice e Paulinho já carregavam bastante culpa no futuro, não precisavam da do passado também.

“Você é muito importante para mim, Ali, de verdade. É minha melhor amiga.” Ele disse com a voz embargada, vendo-a sorrir.

“Você também é meu melhor amigo, cara. Alguma coisa decente seu pai fez, hã?” Ela brincou, e ele riu baixinho.

Vocês dois fizeram, ele pensou em silêncio. Contaria para ela logo, estava decidido. Mas primeiro deixaria as coisas certas entre ela e o babaca que chamava de pai, para que não existisse ressentimento.

Afinal, aquele Paulo Guerra só provava o que ele havia concluído desde que o Paulo Guerra do futuro tinha ido embora: que ele era um babaca, egoísta, que só pensava em si e suas vontades, e não estava dando a mínima para Alicia, Pietro ou seus dois irmãos.

~*~

“Mili, eu posso te perguntar uma coisa?” Pediu Mário, enquanto cuidavam de uma ninhada de filhotes que havia sido resgatada.

“Claro que pode, Mário.”

“Eu e sua mãe... Nós estamos juntos, no seu tempo?” A pergunta a pegou de surpresa. Ele sabia que era mais uma tentativa dele de descobrir se era seu pai.

“Não, Mário... Você e minha mãe se separaram há muito, muito tempo.” Ela não mentiu, só omitiu parte da verdade.

“E como é a sua relação com o seu pai?” Perguntou ele, chateado. Não era legal saber que seu relacionamento não havia dado certo, como ele tanto queria.

“Incrível. Eu e ele nos entendemos como ninguém. Ele que me ensinou tudo que eu sei sobre, bom, tudo. Ele que me criou, né?” Ela contou, avoada.

“E a Marcelina?” Mili deu de ombros. “Sua relação com ela não é boa, não é? Por isso você sempre se estranha com ela nesse tempo.”

“Não é como a da Margarida e da Ella. Elas duas não se dão bem no futuro, mas ela conseguiu se entender com a mãe dela aqui no passado. Já eu... Bom, eu e a Marcelina não conseguimos chegar em um acordo.” Contou a menina, pensativa. “Ela não gosta que eu e você fiquemos perto um do outro.”

“E o Eric liga que você passe tanto tempo comigo?” Perguntou o rapaz, preocupado.

“Ele está se divertindo conhecendo os pais nessa idade. E ele sabe que você se tornou meu melhor amigo, e isso é ótimo. Eu sempre tive só o Eric e o Pietro para contar, de amigos meninos. Eu era muito bobinha, sabe? Os meninos se aproximavam de mim com segundas intenções e eu não percebia.” Ela tratou de desviar do assunto, para que ele não perguntasse mais sobre seu pai.

Por sorte funcionou, e Mário passou a próxima hora falando sobre como um homem deve respeitar uma mulher, um discurso que ela e Marcos já tinham ouvido um milhão de vezes e já sabiam de cor.

Ela sabia que precisava contar a verdade para Mário logo, afinal essas desconfianças de Marcelina estavam afetando o relacionamento dos dois. Mas não faria nada sem falar com Pietro e os avós, para juntos encontrarem a melhor forma de fazer isso sem gerar grandes choques e confusões.

Até porque, algo já havia ficado claro para todos os habitantes daquele tempo: a exceção de Eric, os outros três viajantes vieram de lares com pais separados ou em situação complicada. E talvez não fosse a melhor ideia jogar isso em cima de Mário e Marcelina, ou Paulo e Alicia, enquanto o relacionamento estava estremecido por ciúmes. Ainda mais um ciúme que se provaria tão bobo como aquele.

~*~

“Pediram para nós virmos?” Paulo e Marce entraram no QG mais azedos do que nunca.

“Nossa, alguém pega o saco de açúcar para adoçar esses dois, que o humor está pesado.” Resmungou Valéria, vendo os Guerra se largarem no sofá. “Cadê a Alicia e o Mário?”

“Com os amantes.” Avisou Paulo, irritado. “O que vocês querem?”

“Bom, o aniversário do Eric é depois de amanhã. E três dias depois, o da Mili.” Lembrou Carmen, sem querer discutir muito com os dois.

“Eu nem lembrava disso.” Confessou Marcelina, desinteressada. “E qual o ponto?’

“Bom, eu e a Carmen vamos dar uma volta com o Eric no aniversário dele, como o Paulo fez com a Alicia. Mas nós pensamos em fazer uma festinha, chamar nossos pais, e comemorar o aniversário deles dois juntos.” Explicou Daniel, animado. “E se você não ligar, a Mili vai ficar com a gente no aniversário do Eric. Nós queríamos descer para a praia cedinho e voltar à noite.”

“Me fazem um favor, quem sabe assim eu posso ter um tempo com o meu namorado. Isso se ele não quiser ir para a praia atrás dela.” Marcelina deu de ombros. “E quanto ao aniversário, é só falarem com os meus pais. Tenho certeza que eles vão adorar ajudar e fazer tudo o que puderem.”

“Acho que tem gente com falta de sexo.” Jorge sussurrou para Ella e Margarida, que concordaram. A primeira, porém, estava preocupada.

“Eles estão com raiva da Mili e do Pietro.” Comentou a menina, séria.

“Os dois estão morrendo de ciúmes dos filhos com os namorados.” Deduziu Marga.

“Ella, você precisa convencer eles a contar a verdade para a Marce e o Paulo.” Jorge pediu. “Ou vai dar merda, logo menos.”

Mal sabia ele o quanto estava certo.


Notas Finais


Tem treta chegando, tem treta chegando, tem treta chegaaaaaando!
Respondo os reviews amanhã cedo, gente, porque eu to caindo de sono!
Já aviso uma coisa: a verdade sobre a paternidade de Pietro e Milena virá entre os capítulos 19 e 20. Então vamos que vamos, comentem bastaaaante! Porque um capítulo tem 23 reviews e o outro tem só 14, comassim? #chateada
Até amanhã ;*


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