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História For the love of my family - Capítulo 21


Escrita por: Believe8

Capítulo 22 - Capítulo 21


A viagem de Daniel, Alicia, Mário e Jorge estava marcada para o dia 10 de setembro. Tudo que precisariam levar para construir a nova máquina já estava pronto e embalado, e todos os preparativos feitos. A única diferença é que quem os levaria para o passado seria Alice e Marcos.

No dia 6, um dia após o aniversário de Eric, os dois saíram de casa com uma desculpa qualquer, indo se encontrar na oficina. Os quatro responsáveis pela construção da máquina estavam ali, trabalhando a todo o vapor nos últimos ajustes.

“Eu ainda acho uma péssima ideia.” Resmungou Daniel. “As mães de vocês vão me matar, sabem disso, não é?”

“Tio, tá tudo bem. Meu pai vai te ajudar, e vocês vão domar as ferras.” Alice abraçou Daniel apertado. “E logo todos vamos estar de volta, com o meu irmão, a Ella, a Mili e o Eric.”

“Traz meu filho de volta, Lice.” Pediu o homem, exausto. “Eu já perdi a Carmen, não posso perder ele também.”

“Nós todos vamos estar de volta logo, tio Dan, eu prometo.” Ela sorriu para ele, encarando a máquina. “Tudo pronto?”

“Só colocarmos as coisas dentro.” Koki começou a carregar as caixas. “Essa máquina é quase um elevador, né?”

“Bem maior do que a primeira, mas tem que caber tudo.” Concordou Daniel. “Adriano, ela vai conseguir transportar todas as coisas sem se perder, não é?”

“Isso foi revestido com material de foguete da NASA, gente, é para resistir até a uma viagem de anos-luz.” Garantiu o loiro, rindo.

“Cara, essas caixas estão pesadas para burro.” Resmungou Davi, e todos foram ajudar a carregar as coisas.

“Bom, é isso.” Suspirou Daniel, encarando os dois jovens. “Vocês já sabem o plano, certo?”

“Nós vamos pedir a ajuda do pessoal no passado e construir a máquina. Essa vai estar em constante funcionamento, e assim que ligarmos aquela, as duas vão se conectar e nós vamos conseguir voltar com os quatro.” Recitou Marcos, ansioso.

“É, basicamente isso.” Adriano abraçou os dois pelos ombros. “Boa sorte, meninos.”

“Boa sorte, crianças.” Daniel abraçou os dois, emocionado. “E quando virem o Eric, digam para ele que eu o amo, por favor. E que eu to com muita saudade dele.”

“Nós vamos dizer, tio, fica tranquilo.” Prometeu Marcos, puxando Alice para dentro da máquina.

Fecharam a porta e selaram. Marcos foi até o painel de controle interno, começando a colocar os controles.

“Dan?” Ouviram a voz de Alicia e gelaram. “Está aí?”

“Puta merda.” Resmungou o homem, vendo que Marcos terminava de colocar os últimos controles. “Rápido, Marcos.”

“Marcos?” A voz de Marcelina se fez presente e ouviram passos apressados. “MARCOS GUERRA AYALA.”

“Vai, Marcos.” Gritou Davi, e o rapaz apertou o último botão, ligando a máquina.

“No que merda você está pensando, Daniel?” Mário tentou avançar contra o amigo, mas foi impedido por Adriano e Koki. “O que vocês quatro estão pensando?”

“Paulo, a Alice disse que você ia nos ajudar nisso.” Ao ouvir isso, Alicia fuzilou o marido.

“Você concordou com isso, Guerra?” Ela rosnou.

“Alicia, a Alice sabe o que está fazendo. Ela e o Marcos são as nossas melhores chances de trazer o Pietro, a Mili, a Ella e o Eric de volta.” Explicou o Guerra, segurando o rosto da esposa.

“Mas o Nicholas e o Paulinho não eram parte do plano.” Observou Davi, mortificado.

Todos encararam o interior da máquina, inclusive Alice e Marcos. Paulinho e Nicholas estavam escondidos dentro das caixas, assustados. Os dois saíram correndo e tentaram empurrar a porta, mas a máquina já estava funcionando.

“Segura eles.” Gritou Koki.

“Eles têm que sair daí.” Gritou Margarida.

“A máquina já está funcionando, Margarida. Se eles saírem, eles podem sofrer consequências.” Explicou Daniel, se esforçando para ajudar Paulo a segurar Alicia, que tentava correr até a máquina. “Precisamos nos proteger.”

“Proteger, Daniel? Nossos filhos estão ali dentro.” Marcelina estava exaltada, desesperada.

“Mas agora não tem mais o que fazermos, amor. Só rezar para que eles tenham sorte.” Mário encarava o filho, que abraçava Nicholas. “Se cuidem, crianças.”

Eles foram atrás para a área de proteção, enquanto o zumbido da máquina se tornava mais forte. As três mães começaram a chorar intensamente, sendo amparadas por Paulo, Mário e Jorge, os três também mortificados.

Dentro da máquina, Alice tentava acalmar os dois mais novos.

“Fiquem calmos, está bem? Vai dar tudo certo.” Ela prometeu, agarrada com Paulinho. Puxou Nicholas e Marcos, os abraçando também. “Se segurem.”

Como haviam calculado, a máquina não se moveu, mas enviou os quatro e os itens que estavam dentro da área de revestimento. Eles caíram no centro da sala da casa abandonada com uma explosão, sem escoriações e com as embalagens intactas.

“Conseguimos.” Suspirou Alice, sorridente.

“A-Alice?” Ela se virou ao ouvir aquela voz, sem acreditar no que estava vendo.

“Pietro.” Paulinho gritou antes dela, correndo até a escada e abraçando o irmão com força, os dois chorando. “Pietro de volta, Pietro de volta.”

“Paulinho.” O mais velho caiu sentado na escada, abraçando o irmão. “Que saudade eu senti de você, cara.”

Alice não disse uma palavra, apenas correu a distância que a separava dos dois e os abraçou apertado, os três chorando copiosamente. Pietro encheu o rosto dela de beijos, fazendo-a rir.

“Eu te amo, seu imbecil.” Ela resmungou.

“E eu você, sua peste. Vocês não fazem ideia do quanto eu senti a falta de vocês dois, eu amo vocês demais.” Ele se declarou, agarrado com eles.

“Cadê a minha irmã?” Marcos perguntou preocupado e Ella riu.

“Oi para você também, malinha.” Os dois se abraçaram, já que os irmãos Guerra não pareciam dispostos a se soltar. “Sua irmã e o Eric estão com nossos pais, acalmando eles. O Pietro teve um surto e explodiu, contando tudo para eles. Vocês chegaram no meio de uma pequena crise.”

“Essa é a minha irmã?”

Só naquele momento Ella e Pietro perceberam a presença de Nicholas. O garotinho os observava de forma tímida, afastada, ansioso para se aproximar. Ele era, realmente, muito semelhante à Jorge, principalmente os olhos, e isso fez a irmã mais velha ficar confusa por um momento.

“Mas... Mas...” Ela gaguejou.

“O Nicholas é filho do Jorge e da Margarida, Ella.” Marcos sussurrou para a amiga, que o encarou. “É uma longa história, mas ele é seu irmão. Ele não é filho de outro, mas sim do seu pai.”

“O papai sente a sua falta, sabia?” Nicholas se aproximou sem jeito, e Marcos incentivou a amiga a se aproximar dele.

“Eu também sinto muito a falta dele, Nicholas.” Ella sentou no braço do sofá, ficando da altura dele. “Dele e da mamãe.”

“Ela também sente muito a sua falta.” Ele se sentiu mais seguro. “Eu... Eu posso te dar um abraço, Ella?”

“Hã, pode. Pode sim.” A mais velha abriu os braços, deixando que ele se encaixasse ali, sorrindo. “Irmãozinho.”

“Falando nisso, eu quero ver a minha irmã. Onde eles estão?” Marcos perguntou, ansioso.

“No prédio dos nossos avós.” Avisou Pietro, se levantando com Alice e Paulinho.

“Pietro!”

“Ella!”

“É a mamãe.” Paulinho e Nicholas reconheceram as vozes na hora.

“A Mili deve estar junto.” Avisou Ella, e Marcos disparou a correr porta afora.

“Vamos, nossas mães parecem estar preocupadas.” Chamou Alice, ainda abraçada com o irmão.

~*~

Todos estavam sentados de novo no salão de festa do prédio dos Guerra. Com a bagunça causada pela falta de energia, os adultos acharam melhor voltar depressa para o prédio, longe da confusão que se formaria depressa.

Paulinho ainda não havia soltado Paulo e Alicia, embora os dois estivessem chocados. Eles seguravam a mão do rapazinho, que estava encolhido diante dos olhares curiosos.

“Gente, já bebemos duas garrafas de vodca e ninguém falou uma palavra.” Observou Davi, virando mais um gole.

“Então eu começo.” Valéria se manifestou. “Puta que pariu, meu forninho tá na merda com tantos filhos dos meu shipps.”

“Valéria, não fode.” Gritaram os quatro casais, e Paulinho largou a mão dos pais, cobrindo as orelhas.

“Pietro, ele está bem?” Perguntou Alicia, preocupada.

“Hey, carinha, fica calmo.” Jaime tentou se aproximar, mas Alice correu e se colocou na frente dele.

“Não toca nele.”

“Calma, garota, eu sou amiga dos seus pais.” Avisou o rapaz.

“Não é isso, Jaime. O Paulinho é autista, não deixa ninguém tocar nele.” Explicou Pietro, se aproximando do irmão. Todos se surpreenderam com a informação, até mesmo Roberto e Lilian. “Paulinho? Sou eu, o Pietro. Abre os olhos, vamos.”

“Barulho, barulho, barulho.” O menino se balançava no lugar, assustado. Paulo e Alicia estavam estarrecidos, sem saber o que fazer.

“Calma, meu amorzinho.” Alice se ajoelhou ao lado do irmão gêmeo, os dois acariciando o cabelo do caçula.

“Achei que não podíamos tocar nele.” Observou Marcelina.

“As únicas pessoas que o Paulinho permite que toquem nele, sem pedir autorização, são os pais e os irmãos.” Explicou Marcos, ainda abraçado com a irmã.

“Vocês não trouxeram nenhum dos hobbies dele?” Perguntou Eric, curioso.

“Ele não devia ter vindo, Pietro, ele apareceu de surpresa dentro da máquina.” Explicou Alice.

“Ele ainda usa o violão do papai?” Perguntou Pietro. Alice assentiu e o rapaz levantou, correndo até o canto do cômodo e voltando com um estojo preto. “Então vamos resolver isso.”

O rapaz tirou o instrumento da capa e puxou a mão de Paulinho, colocando sobre o mesmo. O mais novo parou de tremer, abrindo os olhos e sorrindo.

“Martin, Martin, Martin.” Ele repetiu a marca gravada no instrumento. “Violão do papai.”

“Isso, pode tocar.” Concordou Alice, vendo-o ajeitar o instrumento e tocar uma nota.

“Desafinado, muito desafinado.” Ele reclamou, começando a afinar o instrumento.

“Como ele faz isso?” Paulo quebrou seu silêncio, surpreso.

“Autistas tem interesses obsessivos; violão, piano e quebra-cabeça no caso do Paulinho. Ele aprendeu a tocar sozinho, e tem um ouvido muito bom para isso, consegue afinar sem precisar de nenhum aparelho.” Contou Alice, vendo o irmão se acalmar. “Tá mais calmo, meu lindo?”

“Afinar, melhor.” Paulinho sorriu para a irmã.

“Acho que agora que o Paulinho se acalmou, podemos conversar.” Pediu Daniel.

“Mas com ele tocando aqui, não vai dar. Ele gosta de silêncio.” Observou Pietro.

“Adriano, o Paulinho te conhece e gosta de você. Chama ele para ir lá fora, assim nós não atrapalhamos ele, e vice-versa.” Pediu Alice, vendo o rapaz concordar. “Se aproxima, chama ele e estende a mão. Quando ele segurar, é sinal verde.”

O loiro assim o fez, logo tendo uma resposta positiva de Paulinho. Não demorou para os dois estarem do lado de fora e os acordes do violão sendo afinado se tornarem apenas um eco.

“Muito bem, acho que agora podemos conversar.” Pietro e Alice retomaram seus lugares. “Que tal começarmos com o fato de que minha irmã gêmea, que teoricamente é quinze minutos mais nova do que eu, estar parecendo anos mais velha?”

“Porque eu estou anos mais velha, Pietro.” Ele arregalou os olhos. “Vocês sumiram no nosso aniversário de dezessete anos. Nós partimos no dia seguinte ao aniversário de vinte do Eric.”

“Vinte?” Guinchou Eric. “Isso são três anos.”

“Sim, nós viemos de 2048.” Confirmou Marcos. “Agora, teoricamente, eu sou apenas um ano mais novo que você, Mili.”

“Então o Paulinho está com quinze?” Perguntou Mili.

“E você está com quanto, Nicholas?” Ella encarou o irmão.

“Treze.” Ele disse baixinho, ainda escolhido contra ela.

“Ok, essa voz eu não conheço.” Comentou Eric.

“É, dele vocês não tinham falado.” Concordou Alicia.

“Esse é o Nicholas, meu irmão mais novo.” Apresentou Ella, sorrindo para o menino.

“Ele é a cara do Jorge.” Comentou Rosana.

“Mas por que o Eric não conhece ele?” Perguntou Alberto.

“Eu não conhecia eles. Eu morava com a mamãe e o Celso. Ele era malvado e dizia ser meu pai. Mas ele não era o meu pai, ele só era mal.” Sussurrou o loirinho, com os olhos cheios de lágrimas.

“Nic, é melhor você ficar lá fora com o Paulinho e o Adriano, que tal?” Alice pediu com a voz doce, vendo o menino assentir. Ele deu um abraço em Ella e saiu apressado, enquanto todos voltavam seus olhares para a garota Guerra. “Gente, muita coisa aconteceu nesses três anos, e muita coisa se explicou.”

Como um clique, Pietro e Mili travaram, entendendo o que ela queria dizer. Paulo e Marcelina também entenderam, correndo os olhos de um para o outro, esperando o que a mais velha iria dizer.

“Tá tudo muito confuso.” Suspirou Maria Joaquina.

“Depois conversamos com calma.” Alice pediu ao irmão e a prima. “O importante agora é conversarmos sobre o que precisamos fazer.”

“Como assim?” Perguntou Eric.

“Bom, primeiro de tudo: Pietro, sua irmã é um gênio. Ela que descobriu todos os cálculos necessários para resolver a charada da viagem no tempo.” Dedurou Marcos, vendo a morena corar. “Não me surpreende que ela seja a primeira da turma dela na faculdade.”

“Faculdade do quê?” Perguntou gêmeo.

“Física quântica.” Contou ela, envergonhada.

“Deus, eu vivi para ver a filha do Paulo Guerra ser a primeira da turma em física quântica.” Se abismou Jaime, a boca escancarada.

“De onde saiu o cérebro deles dois?” Paulo sussurrou para Alicia, que deu de ombros.

“E qual seria a charada da viagem?” Perguntou Daniel.

“Como ela ser de ida e volta.” Explicou Alice. “Vejam, até o ponto em que eu, o Davi e o tio Dan chegamos, conseguimos viajar entre os anos, não entre os dias.”

“Até aí também tínhamos concluído.” Avisou Eric.

“Então, por isso viemos de tantos anos no futuro. Tivemos que esperar a máquina ficar pronta para voltar, mas não adiantaria nada voltar para o dia em que vocês chegaram. Porque, para fazer o caminho de volta, precisamos de outra máquina.”

“Fala mais devagar, por favor. A inteligência ficou com você e o Pietro, eu e o Paulo somos lerdos, e o resto aqui também.” Pediu Alicia, confusa.

“É bem simples, mãe: a viagem do tempo funciona mais ou menos como uma ligação telefônica. Temos dois aparelhos, e entre eles se forma um cabo, fio, sinal, chame como quiser.” A garota começou a explicar, vendo que Alicia estava travada. “Eu acho que ela travou na parte do mãe. Alguém traz outro copo de vodca para ela, por favor.”

“De onde vocês vieram, alguém tinha cirrose?” Perguntou Mário, enquanto entregavam outro copo para Alicia, que bebia em um gole.

“Não, mas creio que isso pode mudar rapidinho.” Riu Marcos.

“Prossiga, Alice, desculpa.” A Gusman deu sinal para a filha, que concordou.

“Bom, nossos pais recrutaram o Adriano, o Koki e o Davi no futuro. O Adriano trabalha para a NASA, o Koki era engenheiro mecânico chefe de uma grande montadora da Bélgica e o Davi é professor de física na USP. Com isso, mais os cálculos da Alice e o meu estudo de programação, nós conseguimos montar uma máquina mais resistente e imóvel.”

“E nós vamos precisar construir outra, aqui no passado?” Perguntou Mili.

“Sim, mas não se desesperem ainda. Nós trouxemos praticamente todo o necessário para isso. Tudo foi feito em duplicata no futuro, e enviado para o passado conosco. Nós só precisamos de ajuda para montá-la, e para isso que contamos com, bom, todo mundo que está aqui.” Alice indicou os presentes.

“Amiga, ninguém aqui é físico ou engenheiro ainda.” Lembrou Valéria.

“Mas não precisa ser. Ouçam, todos os cálculos estão prontos. O Marcos entende mais da montagem dessa máquina do que os quatro velhões juntos.”

“Ela chamou a gente de velhão?” Perguntou Koki, ultrajado.

“Eu não to conseguindo raciocinar.” Admitiu Jorge, enfiando o rosto entre as mãos. “São emoções demais para um dia, nem Roberto Carlos sentiu tantas de uma vez.”

“Acho que o melhor por hoje é descansarmos, e amanhã conversar com mais calma.” Propôs Frederico, se levantando. “Até porque, todos estão bem abalados.”

Todos observaram Carmen, que estava pálida e calada. Daniel suspirou, beijando o cabelo dela e a apertando mais contra si.

“Seria bom alguém ir até a casa abandonada, para ter certeza de que não entraram lá e mexeram nas coisas que trouxemos.” Pediu Alice.

“Nós podemos ir.” Se dispôs Cirilo.

“Seria bom, tio, obrigada.” A moça sorriu para ele. “Pietro, Eric, Mili, Ella... Nós precisamos conversar.”

“Precisamos.” Concordou o gêmeo. “Vó, vocês ficam de olho no Paulinho e no Nicholas?”

“Claro, querido.” Lilian já foi para o exterior do prédio.

“Como nossos pais autorizaram o Paulinho e o Nicholas a virem?” Perguntou Ella.

“Na verdade, eles não autorizaram ninguém a vir. Minha mãe, o tio Mário, o tio Jorge e o tio Dan que iam voltar. Mas eu e o Marcos convencemos o tio Dan a nos deixar vir, e meu pai ia ajudar a encobrir.” Explicou Alice, e Pietro a encarou, sério. “O Paulinho realmente saiu a nossa família e foi fuçar escondido nas caixas. Acabou levando o Nicholas junto e os dois acabaram na máquina do tempo. A essa altura já rolou algumas cabeças no futuro.”

“Quando você diz seu pai...” Eric começou a falar, mas Alice o interrompeu.

“Vamos conversar no jardim, nós seis. Agora.” Ela avisou, puxando o irmão e Ella, enquanto Marcos fazia o mesmo com Mili e Eric.

Todos encararam os pais dos mesmos, que estavam sérios.

“Vocês não vão espionar, não é?” Perguntou Alberto, sério.

“Como você sempre disse, pai: pais não espionam os filhos, supervisionam.” Rebateu Jorge, puxando a namorada e saindo com os amigos.

No jardim havia um círculo de bancos, no qual os viajantes se sentaram. Seus pais pararam atrás de um arbusto alto, escondidos, tentando não serem percebidos.

“Dá para vocês explicarem que porra é essa? Hein Alice?” Pietro estava irritado. “Como assim o papai voltou? E a tia Marcelina? A Margarida? Que merda é essa?”

“Pietro, o sumiço de vocês virou notícia nacional. A casa abandonada explodiu com a viagem no tempo.” Contou Alice. “A mamãe, o tio Mário, o tio Dan e o tio Jorge quase morreram, foi por um fio.”

“É o quê?” Os quatro gritaram, enquanto seus pais se encolhiam no esconderijo.

“A polícia se envolveu, o tio Dan quase foi preso, tudo virou uma confusão sem tamanho. A mídia, é claro, caiu matando. Se não fosse a Valéria, a verdade teria vazado de algum jeito. Ela difundiu a informação de um gerador experimental que deu errado, e o tio Jorge e a tia Ali conseguiram livrar a cara do Daniel com a justiça.” Continuou Marcos, sem ânimo.

“E o que isso tem a ver com a minha mãe?” Perguntou Ella.

“Nada, a princípio. O caso é que a notícia chegou até o papai e a tia Marcelina.” Explicou Alice, e Pietro e Mili resmungaram. “No hospital em que eles estavam internados.”

“No... Hospital?” Guinchou a jovem Ayala, assustada.

“Eles não foram embora sem motivo nenhum.” Alice sentiu a voz engasgar na garganta. “Existe uma doença, ela ainda não foi descoberta nesse tempo, mas é uma doença no sistema neurológico. Ela vem evoluindo ao longo das últimas décadas, e logo vão começar a estudá-la. Ela é hereditária, e a nossa família tem o gene da doença.”

“Doença... Gene? Do que você está falando, Alice?” Gritou Mili, nervosa.

“O papai descobriu que estava doente e foi embora, Pietro. E a tia Marce descobriu a mesma coisa, um ano depois. Eles foram atrás de uma cura para a doença, para que nós nos salvássemos.” A mais velha disse desabando de vez. “O tratamento funcionou na tia Marce, mas não no papai.”

“Você quer dizer que...” Pietro não conseguiu terminar de falar.

“Que o papai está morrendo, Pietro. Ele pode morrer a qualquer momento.”

Atrás do arbusto, todos encaravam os irmãos Guerra. Marcelina abraçou o irmão e começou a chorar, enquanto ele apenas encarava o nada, em choque.


Notas Finais


E o tiroteio continua, protejam suas cabeçaaaas!!!!
Gente, eu to saindo correndo aqui, só passei para postar! Depois respondo os reviews!
Beijos cheios de luz ;*


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