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História For the love of my family - Capítulo 28


Escrita por: Believe8

Capítulo 29 - Capítulo 28


Quando Ella retomou a consciência, estava em um quarto branco. Reconheceu o cheiro de hospital imediatamente, porque sempre o tinha detestado. Sentiu a cabeça pesada e resmungou ao mexê-la, encontrando Pietro sentado ao seu lado.

“Hey.” Disse baixinho para ele, que sorriu minimamente.

“Que belo susto você me deu, hein?”

“Desculpa. Acho que minha pressão caiu.”

“Foi exatamente isso. O Dr. Miguel te examinou e disse que foi pelo nervoso da situação.” Ele explicou, segurando a mão dela. “Ainda está cedo para você começar a ter sintomas.”

“Sintomas?”

“Da gravidez, Ella.” Só naquele momento ela lembrou de tal fato. “Você está com três semanas de gestação.”

“Como você tem certeza?”

“O obstetra calculou, com base no dia que você tomou o antibiótico e na data da sua última menstruação. Não sei se a viagem no tempo influenciou alguma coisa, porque o médico disse que é bem surpreendente você ter engravidado tão fácil, já que era injeção.”

“Ótimo, herdamos a super fertilidade dos nossos pais.” Ela revirou os olhos, fazendo o namorado rir. “Isso não podia acontecer, Pietro.”

“Eu sei que não, Ella. Você ainda tem dezesseis anos.” Ele suspirou.

“Não por isso, amor...” Ela virou para ele angustiada. “O que vai acontecer quando a gente voltar para o futuro?”

“Sua preocupação é essa, linda?” Ele sorriu para ela, apaixonado.

“Eu não ligo de estar grávida tão nova, Pietro. Honestamente, eu acho até que isso demorou para acontecer, contando o tanto de merda que a gente fez.” Os dois riram. “Mas o nosso filho foi concebido no passado. Se ele tivesse vindo do futuro na minha barriga e nascesse aqui, é uma coisa. Mas ele foi concebido nesse tempo, será que ele vai conseguir para o futuro?”

“Não sei, Ella, e acho que ninguém vai saber dizer.” Ele desabafou, se apoiando no encosto. “Eu acho que tudo o que acontecer na nossa vida daqui para a frente será uma incerteza.”

“E você sabe o quanto eu odeio incertezas.” A garota suspirou. “Onde está o pessoal?”

“Ficaram quase todos na casa abandonada. Só os nossos pais vieram com a gente.” Ele fez uma careta.

“Eles estão muito surtados, não é?”

“Bom, eles têm dezessete para dezoito anos e descobriram que vão ser avós. Eu acho que qualquer um surtaria nessa situação.” O rapaz disse, fazendo a namorada rir. “Seus pais pediram para avisar quando você acordasse.”

“Chama eles... Uma hora nós vamos ter que enfrentar as feras.”

~*~

Na sala de espera, os dois casais estavam sentados imóveis, encarando o nada, perdidos em seus próprios pensamentos. Queriam muito poder puxar uma garrafa de vodca de algum lugar, mas era impossível considerando que estavam em um hospital.

“Eu não tenho preparo psicológico para uma criança me chamar de vovó.” Disse Alicia, depois de um tempo. “Eu não sei lidar nem com os três me chamando de mãe, como eu vou fazer com uma pessoinha me chamando de vovó?”

“Nem começa a falar, amiga, que eu já tenho vontade de chorar.” Margarida fechou os olhos, escondendo o rosto nas mãos. “Meu Deus, que bagunça virou a nossa vida.”

“Avô. Puta que pariu, eu vou ser avô. Eu não fui nem pai ainda, e já vou ser avô.” Resmungou Jorge, encarando o nada.

“E eu achei que não ia viver o bastante para ver isso.” Suspirou Paulo, escorando a cabeça na parede. Alicia segurou sua mão, deitando em seu ombro.

“Hã, gente?” Pietro apareceu, sem graça. “A Ella acordou.”

“Ah, certo. Bom, eu e o Jorge vamos conversar com ela. Você, é, você fica aqui com os seus pais um pouco.” Pediu Margarida, desorientada. “Vamos, lindo?”

“Vamos.” Jorge concordou, fuzilando o jovem Guerra. “Minha conversa com você vai ser depois, moleque.”

“Mal posso esperar.” Ele suspirou, vendo o casal se afastar. Encarou os pais, que estavam sérios. “Vai, pode começar o sermão.”

“Você não consegue imaginar a vontade que eu estou de te socar, Pietro.” Garantiu Alicia, possessa. “Eu acabei de fazer dezessete anos, menino.”

“Eu sei, mãe, eu também acabei de fazer dezessete anos. E a Ella ainda vai fazer.” Ele rebateu, em voz baixa. “Mas a gente nunca ia imaginar um rabada dessa, né? O remédio sempre funcionou perfeitamente, nós nunca usamos camisinha.”

“Caralho, Pietro, você consegue entender essa situação? Vocês são dois adolescentes, nós também... Se a gente não tem maturidade para ser seus pais, quem dirá que teremos maturidade para sermos avós dessa criança?” Paulo tentava falar baixo, para que ninguém ao redor escutasse.

“Ninguém aqui trabalha, estamos todos na escola ainda. A nossa sorte é que meus pais não estão nem aí para a bosta, não perguntam no que eu gasto a mesada que eles me mandam ou o que acontece com as contas da casa. Mas mesmo assim, sustentar um bebê vai ser bem difícil.”

“Isso se o bebê nascer.” Desabafou o rapaz.

“Se você estiver insinuando o que eu estou pensando...” Alicia já repreendeu, irritada.

“Eu não sei o que vai acontecer, mãe... Para e pensa: nós dois só nascemos daqui a oito anos, e a Ella está grávida agora. Nós precisamos voltar para o nosso tempo o mais rápido o possível, porque não sabemos o que vai acontecer se ficarmos muito tempo aqui. E o nosso filho foi concebido em 2019, então...”

“Vocês não sabem o que vai acontecer com ele quando vocês voltarem para o futuro.” Entendeu Paulo, vendo que Pietro ia começar a chorar. “Ah, merda.”

“Ah, meu amor.” Alicia se levantou, abraçando o menino e deixando que ele deitasse a cabeça no seu ombro. “Calma, não precisa chorar.”

“Eu não aguento mais toda essa loucura, mãe.” Ele confessou, cansado. “A cada dia é uma porrada diferente, uma surpresa pior, uma confusão maior.”

“Para a gente também é, Pietro.” Paulo levantou, parando ao lado da namorada e colocando a mão no ombro dele. “E o que nos resta é ir aguentando.”

“Mas é o meu filho que está na corda bamba, pai.”

“Agora você entende por que nós estamos tão pilhados? Pietro, vocês também estão na corda bamba.” Alicia sorriu para ele, triste. “Se nós não conseguirmos fazer essa máquina funcionar logo, nós realmente não sabemos o que pode acontecer com vocês.”

“E da mesma forma que você foi pego de surpresa pelo seu sentimento pelo bebê que está na barriga da Ella, nós fomos pegos de surpresa pelo que sentimos por vocês.” Completou Paulo. “De certa forma, estamos todos no mesmo barco furado.”

“Só resta a dúvida de se vamos conseguir remendá-lo a tempo.” Suspirou o rapaz, se deixando ser abraçado pelos pais.

~*~

“Tente não matar a Ella, Jorge.” Pediu Margarida, quando estavam na porta do quarto.

“Eu estou tentando não me matar, Marga, e isso já o bastante.” Ela riu ao ouvir aquilo, dando a mão para ele e entrando no quarto. “Mas o quê?”

“Filha, por que você está chorando?” Os dois se aproximaram da cama, preocupados.

“Ella, calma, nós não vamos brigar com você.” Prometeu Jorge, acariciando a cabeça dela. “Mas não adianta agora ficar chorando sobre o leite derramado também.”

“E você também não precisa se preocupar com o desmaio. Foi só uma queda de pressão, o médico disse que está tudo bem.” Continuou Margarida, ansiando por acalmá-la.

“Mãe, pai... Só me abraça, por favor.” Ella pediu, fungando.

“Claro, moranguinho, sempre que você quiser.” Mesmo ainda estando cabreiro, Jorge não sabia negar nada a Ella, especialmente naquele estado. Ele a puxou para os seus braços e Margarida se juntou a eles, os três em silêncio.

“É isso que vocês sentem? Essa angústia, esse medo, cada vez que param e pensam o que será que vai acontecer com a gente quando voltarmos para o futuro?” Perguntou Ella, depois de um tempo.

Foi naquele momento que a ficha dos dois caiu e eles entenderam o que estava angustiando Ella. Talvez ela, sendo a mãe, tenha sido a única pessoa a ignorar o fato de que era uma adolescente grávida e se atentado ao fato de que estava grávida no tempo errado, na época errada, e que quem pagaria esse pato seria o bebê.

Realmente, o ditado que diz que a mulher se torna mãe no momento em que descobre estar grávida é verdadeiro.

“Eu tenho certeza de que o que nós sentimos é muito menor do que você, Ella.” Margarida sorriu docemente para a filha. “Porque são formas diferentes. É por mais que eu te ame muito, eu sei que é infinitamente menor do que o quanto eu vou te amar em alguns anos, ou do quanto você já ama o seu filho. Porque ele está aqui, dentro de você, sendo parte de você. E a sua vontade de protegê-lo é maior e mais urgente do que a nossa.”

“Não tem o que nós ou ninguém dizermos, Ella. Eu queria que pudéssemos ter alguma certeza do que vai acontecer, mas não temos. O que nos resta agora, filha, é termos fé em Deus.” Completou Jorge.

“Deus não tem a ver com a ciência, papai.”

“Mas eu acredito que a ciência vem de Deus, Ella. Tudo vem Dele, filha. É difícil misturarmos ciência com religião, mas eu acho que uma não existe sem a outra.” Margarida acariciava o cabelo dela. “Uma viagem no tempo iria contra o que Deus estipulou para o mundo, mas o Daniel conseguiu através da ciência dos homens. O que nos resta é esperar que, quando a ciência dos homens colocar vocês de volta no lugar, Deus coloque todo o resto.”

~*~

“Amor?” Eric chamou Mili, enquanto todos estavam na sala da casa. “Você chegou no meio da confusão, e eu acabei me esquecendo de te dar parabéns. Me desculpe, por favor.”

“Claro que desculpo, lindo.” Mili riu, o abraçando.

“Feliz aniversário, anjo da minha vida.” Ele desejou baixinho, beijando o pescoço dela. “Que você seja a cada dia mais feliz.”

“Você deseja isso todos os anos.” Ela riu, tentando disfarçar o arrepio que sabia que ele estava sentindo em sua pele.

“E vou desejar para sempre.” Prometeu, lhe dando um selinho e se afastando, para que os demais pudessem cumprimentá-la também.

Pouco depois, os pais de Paulo, Jorge e a mãe de Margarida chegaram. Cumprimentaram Mili, e os avós lhe deram seu presente de aniversário, assim como Paulinho, mas ninguém estava em clima de comemoração.

Já era perto das 20h quando Pietro e Ella entraram, acompanhados de seus pais. A cara dos dois adolescentes era bem marcada pelo choro, e isso assustou a todos.

“Está tudo bem.” Paulo se apressou em responder a pergunta muda. “Foi só uma queda de pressão, por conta do estresse. Nada que uma noite de sono não vá resolver.”

“E quanta a gra...” Roberto tentou falar, mas o filho o cortou com o olhar.

“Nós já conversamos com eles sobre isso, e esse assunto está resolvido. Ou pelo menos, o quão resolvido é possível.” Pediu Margarida, séria. Sabia que depois teriam que explicar, mas não queria perturbar mais Pietro e Ella naquele momento.

“Nós na verdade temos outro assunto importante para tratar...” Suspirou Jorge. “Alice, Marcos, de quanto tempo vocês precisam para que a máquina esteja pronta?”

“Hã, eu estimo que um ano, talvez. Está sendo mais complicado do que tínhamos imaginado, isso sem contar toda a ligação de energia elétrica que vamos precisar fazer, o tempo para estabilizar...” A Guerra começou a calcular.

“Não pode demorar todo esse tempo.” Se desesperou Pietro.

“Cara, não é questão de poder ou...”

“Marcos, não pode demorar tudo isso para nós voltarmos.” Ella avisou. “Se ele nascer nesse tempo...”

E então a ficha de todos caiu, assim como a dos seis havia caído no hospital. Entenderam o porquê da reação tão estranha dos dois casais, que horas antes queriam matar os filhos e agora os estavam “protegendo”.

“Se o bebê nascer aqui, talvez nós não consigamos levar ele com a gente para o futuro.” Pietro confirmou o que eles imaginavam.

“E não só isso... Vocês já estão há muito tempo aqui, no passado. Nós não sabemos o quanto isso vai afetar o futuro, as nossas vidas. E eu não estou querendo pagar para ver.” Explicou Alicia, chateada. “Não tem mesmo como adiantar isso?”

“Dois meses.” Avisou Marcos, surpreendendo a todos. “Se todo mundo se empenhar em nos ajudar, e fizer o seu melhor, nós conseguimos fazer isso logo depois do aniversário da Ella. Com a gravidez ainda no começo e se Deus quiser sem mais grandes mudanças. Mas quando eu digo todos, são todos mesmo, incluindo nossos avós e talvez os pais de todos vocês.”

“Mas isso vai envolver muitas pessoas na história, Marcos.” Lembrou Mili.

“Mas é a melhor chance que nós temos, amor. O pai do Jaime é mecânico, já vai ser de grande ajuda. E todos os outros são mãos para a obra, porque tem muita coisa para ser feita ainda.” Eric segurou a mão dela. “A Alicia está certa, nós já estamos aqui há tempo demais, e mudando coisas demais. E agora tem o bebê da Ella e do Pietro.”

“Então está decidido.” Decretou Daniel. “Essa máquina fica pronta em dois meses, e no começo de novembro vocês voltam para o futuro. E que seja o que Deus quiser.”


Notas Finais


CONSEGUI RESPONDER OS REVIEWS TODOS, AMÉM IRMÃOS!
Gente, Ella é minha vida mor. E ela vai passar por uma grande transformação nos próximos capítulos, se preparem.
E para todos que pediram: capítulo que vem tem algo MUITO especial para Eric e Mili.
Aguardem, porque vocês vão se emocionar tanto quanto eu me emocionei para escrever!
Um beijos ;*


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