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História For the love of my family - Capítulo 2


Escrita por: Believe8

Capítulo 3 - Capítulo 2


Era só mais um final de tarde comum. O grupo de amigos estava reunido na casa abandonada, da qual haviam recentemente conseguido se tornar proprietários com a ajuda de seus pais e alguns advogados.

Fazia semanas que eles reformavam o lugar depois da aula, e agora nas férias o trabalho começava de manhã e ia até de tarde. Os quartos de cima foram limpos e pintados, um de rosa e outro de azul, apesar dos protestos de Alicia. Colocaram vários colchões infláveis e dois engradados para deixar algumas roupas, já que a ideia era que a casa se tornasse seu refúgio.

A sala comum ganhou um TV gigante, presente do pai de Jorge, e os meninos revezariam seus videogames ali. As meninas prepararam um canto para ser um salão de beleza, onde poderiam fazer as unhas e suas coisas de menina.

“E todos agradecem a Laura por ter pensando em arrumarmos a cozinha.” A garota vinha da cozinha com uma bandeja repleta de sanduíches.

“Laurinha, eu te amo tanto.” Suspirou Jaime, apanhando um dos sanduíches e caindo deitado no chão, todo sujo de tinta. “Nunca vou ser pintor.”

“Pintar aqui dentro até que foi de boa, o duro foi terminar de pintar o lado de fora da casa.” Resmungou Paulo, deitado no tapete felpudo que compraram para revestir o chão.

“Acabei de trocar a fechadura das janelas, gente.” Alicia veio com Daniel, Mário e Jorge reclamando atrás. “Esses três molengas só serviram para carregar as coisas.”

“Acho que terminamos a reforma, não é?” Perguntou Valéria, deitada sobre as pernas de Davi, que se escorava na parede.

“Deus te ouça, amiga, porque eu to moída.” Marcelina se largou em um dos pufes, observando o local. “Nem parece aquele lugar velho e empoeirado que os meninos encontraram anos atrás.”

“Agora está com a nossa cara.” Sorriu Carmen, enquanto o namorado sentava ao seu lado. “Talvez um dia moremos todos aqui.”

“É ruim, hein?” Maria Joaquina estrilou, encarando a amiga. “Esse lugar está mais ajeitadinho, mas é cheio de umidade, acabaria com o meu cabelo e a minha pele.”

“Você ficaria linda até de cabelo arrepiado, Maria Joaquina.” Suspirou Cirilo, a encarando de seu lugar no parapeito da janela.

E então ficaram em silêncio, perdidos em pensamentos e cansados. Pouco a pouco fecharam os olhos e começaram a respirar com lentidão, e logo estariam dormindo, se algo estranho não acontecesse.

“Estão ouvindo esse zumbido?” Perguntou Adriano, levantando a cabeça.

“Está forte.” Concordou Margarida, preocupada.

“Será que a gente mexeu em alguma coisa da parte elétrica?” Marcelina estava preocupada, e os meninos levantaram, começando a caminhar pela casa.

“O barulho está mais forte aqui no meio da sala.” Avisou Paulo, parando bem no centro do cômodo. “Mas que merda é essa?”

O que parecia um buraco negro começou a tomar forma no ponto central da sala. Os jovens encararam o que acontecia com espanto, vendo que o zumbido ganhava mais e mais intensidade.

“Se protejam.” Gritou Daniel, agarrando Carmen pela cintura e correndo para a cozinha.

Paulo não pensou duas vezes e puxou Marcelina e Alicia, que estavam ao seu lado, as jogando atrás do armário da TV e entrando, colocando o corpo por cima do delas. As duas se abraçaram com força, tremendo, enquanto Mário surgia pelo outro lado e fazia o mesmo que o amigo.

Um grito alto veio da sala, assustando todos. Não ousaram se mexer por alguns minutos, e o primeiro que o fez foi Paulo.

“Não saiam daqui.” Ele pediu para a irmã e os amigos, se levantando devagar.

“Volta aqui, Guerra, seu imbecil.” Alicia sussurrou, mas ele já estava se afastando.

O lugar, alguns instantes atrás impecável, agora estava repletos de pedaços de algo que ele não conseguia identificar, e o tapete novinho todo chamuscado. Por cima dele, quatro jovens estavam caídos. Três deles estavam inconscientes, mas um se esforçava para se levantar.

Correu até ele e se ajoelhou à sua frente, mas travou ao encarar seu rosto. Era quase como ver um espelho, de tão parecido que o rapaz era com ele mesmo. Antes que pudesse falar algo, o desconhecido se manifestou:

“Pai?” Sussurrou alto, caindo na inconsciência logo depois. Paulo o segurou e colocou sua cabeça em seu colo, enquanto os amigos começavam a sair de onde estavam abrigados.

“Eu ouvi direito?” Perguntou Jaime, sendo o primeiro a alcançá-lo. “Mas que porcaria é essa?”

“Paulo, esse menino te chamou de pai?” Perguntou Marcelina, em choque.

“Que tal comentarmos o fato de que esse menino é a cara do Paulo?” Pediu Valéria, em choque. “Eles estão mortos?”

“Não, ele está respirando.” Paulo colocou a mão em frente ao nariz do garoto e encarou os demais. “Alguém viu de onde eles surgiram?”

“Não, estávamos todos escondidos.” Contou Jorge, temeroso. “Isso são pedaços do quê?”

“Parece ser uma cabine telefônica.” Observou Daniel, segurando alguns. “Tem uma parecida com essa naquela ruela perto da casa da Carmen, é bem antiga.”

“Tem muito vidro espalhado, é melhor tirar eles daí.” Aconselhou Cirilo, andando com cuidado.

“Mário, me ajuda a levantar ele.” Paulo chamou o melhor amigo, que correu ajudá-lo a segurar o menino em seu colo. Jaime e Adriano fizeram o mesmo com o outro, contando com a ajuda das meninas para desvencilhá-los dos cacos que poderiam machucar.

“Dani, me ajuda aqui.” Jorge chamou o amigo, se abaixando ao lado de uma das garotas, que estava de boné. Os dois a pegaram com cuidado, deixando a menorzinha ali, acreditando que algum dos outros garotos conseguiria carregá-la, mas esqueceram que Davi, Cirilo e Koki tinham pequeno porte, até para uma menina baixinha daquelas.

“Mário, pega ela, por favor.” Pediu Marcelina, angustiada. “Ela tá cheia de vidro em volta.”

“Então me ajuda aqui, Marce.” Pediu o rapaz, abaixando ao lado da jovem desmaiada e começando a levantá-la. A outra baixinha o ajudou a tirar os cacos que estavam enroscados nela, e Mário a levou até o sofá, onde os outros desconhecidos estavam.

“É melhor nós recolhermos isso.” Sugeriu Carmen, aparecendo com vassoura, jornais e sacolas.

“Nós vamos dar uma olhada na rua, se tem algum fio de força solto. Jaime, Dan, olhem a caixa de fusíveis da casa.” Pediu Cirilo, vendo que Paulo estava travado, encarando o menino desconhecido.

Todos se puseram a trabalhar, exceto o rapaz peralta, que parecia em outra dimensão. Alicia parou o que fazia e o encarou, séria. Olhou do rosto dele para o do garoto adormecido, sentindo algo estranho no peito. Medo? Apreensão? Não sabia definir.

“Gente, tem alguma coisa aqui.” Avisou Maria Joaquina, pegando um porta-retratos do meio dos escombros. “Ai, caramba.”

“Isso não é nosso, não temos porta-retratos aqui ainda.” Margarida já foi logo falando, sem perceber a cara de espanto da amiga.

“O que foi, Maria Joaquina?” Perguntou Valéria, preocupada.

“Cadê os meninos?” Ela perguntou, abraçando a moldura. “Rápido, chama eles aqui.”

“Ai meu Deus.” Alicia correu e abriu a janela, encarando os amigos na rua. “Gente, corre aqui! Depressa.”

Laura tinha ido até a entrada do porão e chamado Jaime e Daniel, que subiram correndo. Paulo foi tirado de seu transe pela movimentação, e agora estavam todos encarando Majo, que estava pálida como papel.

“Maria Joaquina, o que é isso na sua mão?” Perguntou Cirilo, curioso.

“Ela tirou isso do meio dos escombros e ficou assim.” Contou Bibi.

“Gente, vocês me achariam louca se eu dissesse que essas pessoas vieram do futuro?” Perguntou a patricinha e alguns risos nervosos ecoaram.

“Está maluca, Majo?” Perguntou Mário, coçando a nuca.

“Talvez ela esteja certa.” Sussurrou Paulo, incerto.

“Maria Joaquina, o que você está escondendo aí?” Jaime se adiantou e puxou a moldura, encarando a imagem e arfando. “Meu santo Deus.”

“O que tem aí, Jaime?” Perguntou Daniel, vendo o amigo encarar o garoto de óculos apagado no sofá.

“Você, Dan. Você e a Carmen. E uma versão pequena daquele garoto apagado ali.” Avisou o goleiro do grupo, virando a imagem para que todos pudessem ver.

Os olhos de Carmen e Daniel se arregalaram enquanto os amigos arfavam. A garota puxou a moldura para suas mãos, analisando a imagem bem de perto. O namorado se aproximou, a abraçando pelos ombros e observando a fotografia.

Sem dúvida alguma eram os dois ali, uns bons anos mais velhos. Daniel a abraçava pela cintura e ela escorava a cabeça em seu ombro direito, enquanto um menininho abraçava o lado esquerdo, sendo segurado no colo pelo pai. Seus olhos começaram a correr do menino da imagem para aquele deitado no sofá, os dois em choque.

“Tem alguma coisa escrita nela, data?” Perguntou Alicia, vendo o choque dos amigos.

Daniel pegou a moldura e a quebrou de vez, tirando a foto impressa de dentro. Na parte de trás, na caligrafia inconfundível de Carmen, encontrou os dizeres “Aniversário de oito anos do Eric. Parabéns, filho, nós te amamos. Papai e mamãe. 05 de Novembro de 2036”.

“2036?” Guinchou Margarida, que lia por cima do ombro dos amigos.

“Papai e mamãe?” Valéria falou alto, surpreendendo a todos. “Em circunstâncias menos estressantes, eu estaria surtando.”

“Eu estou surtando, Valéria.” Gritou Carmen, nervosa. Ela se virou para o namorado, que parecia tão em choque quanto ela. “Dan...”

“Calma, a gente vai descobrir o que está acontecendo.” Prometeu ele, a abraçando com força.

“Então, se esse garoto, esse tal Eric, é realmente filho da Carmen e do Dan...” Concluiu Marcelina, encarando Paulo, que encarava o outro garoto no sofá.

“Esse menino é meu filho...” Sussurrou ele, em estado de choque.

E naquele momento Alicia soube o que sentia. Era medo, o mais puro medo. Desde que percebeu que estavam apaixonados, aos 14 anos, ela tinha certeza que no futuro ficaria com Paulo. Porém, naquele momento, vendo o que poderia ser o filho dele, teve medo de que não fosse a outra parte daquela equação.


Notas Finais


CHEGARAM AO PASSADO E O QUE VAI ACONTECER? Meu forninho cair, obviamente! E aí, o que estão achando? O que vocês acham que vai acontecer a seguir? Será que os viajantes vão contar sua real identidade? NÃO PERCAM SEXTA, NO GLOBO REPÓRTER #brinks
Espero que tenham gostado do capítulo!
Beijos e queijos ;*


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