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História For the love of my family - Capítulo 30


Escrita por: Believe8

Capítulo 31 - Capítulo 30


“Bom dia.” Alicia cumprimentou ao descer a escada, encontrando Paulo sentado no chão com Paulinho, enquanto Alice e Pietro os observavam. “Acho que perdi a hora.”

“Hoje é sábado, mãe, não tem problema.” Prometeu a menina, sorrindo para ela. “Além do que, ficamos até bem tarde ontem na casa abandonada.

“Graças a Deus as coisas estão começando a ir mais rápido com a máquina.” Suspirou Paulo. “Paulinho, como você tem paciência para esse quebra-cabeça? É muito grande.”

“Grande, bom, grande, difícil.” Riu a garotinho, analisando todas as peças que tinha à sua frente.

“Um dia a mamãe comprou um de vinte mil peças para ele, achando que ia levar um ano para ele montar. Ele terminou em duas semanas.” Contou Pietro, rindo. “Ele é realmente obcecado com eles.”

“Eu realmente não sei como eles ficaram tão inteligentes, Ali.” Comentou Paulo. “A Alice é física, o Paulinho um gênio da música e dos quebra-cabeças, o Pietro é bom em matemática... Nós tomamos biotônico enquanto fazíamos eles?”

“Informações desnecessárias, pai.” Os gêmeos disseram em uníssono, enquanto Alicia ria.

“Me ocorreu uma coisa agora.” Comentou a morena. “O Paulinho não vai mais para a escola?”

“Desde que o Pietro sumiu, ele não foi mais. Foi um baque grande para ele, e nos primeiros meses ele estava muito difícil de controlar, então você achou melhor tirar ele da escola.” Explicou Alice. “E como não vamos ficar aqui por muito tempo, nem pensei em falar disso com vocês.”

“Nós precisamos providenciar documentos para eles também, amor. Daqui a pouco vão estar perguntando sobre o Paulinho.” Lembrou Paulo.

“Eu já fiz isso, pai.”

“Já?” Ele, Alicia e Pietro perguntaram, surpresos.

“Como nós sabíamos que iria demorar um tempo para arrumar a máquina, providenciamos tudo para produzirmos identidades falsas, para nós e para os quatro. Mas vocês já tinham feito isso, então usamos o que trouxemos para criar identidades para o Nicholas e o Paulinho.” Explicou Alice. “Mas não podemos chamar ele de Paulinho em público.”

“Sendo parecido comigo e com a Ali, vai bugar o cérebro de todo mundo.” Concordou o Guerra.

“Exato, ele é André Machado, meu irmão mais novo. Meu nome é Alice Machado, prima de segundo grau da Alicia.” Explicou a filha, sorrindo.

“Afinal, de onde saiu esse André? Porque André Paulo é tenso.” Reclamou a mãe do menino, fazendo os dois filhos rirem.

“Não André, Paulinho.” Resmungou o mais novo, analisando minuciosamente uma peça.

“Para variar um pouco, vocês dois apostaram, né?” Riu Pietro. “A mamãe jurava que era menina, o papai que era menino, e quem acertasse escolhia o nome do bebê.”

“E quando vocês estavam esperando a gente, fizeram um acordo de termos as mesmas iniciais que vocês. Então o papai tinha que escolher um nome com A, e a mamãe um com P.” Completou Alice. “E quando decidiram fazer o chá de revelação, resolveram que cada um ia escolher o nome do bebê que revelasse. Então o papai me chamou de Alice, e a mamãe chamou ele de Pedro.”

“Pedro?” Estranhou Alicia.

“É, na hora de registrar a gente, ocorreu a esse ser iluminado a brilhante ideia de mudar meu nome para Pietro, que é, nas palavras dele, a versão afrescalhada de Pedro, assim como Alicia é a versão fresca de Alice.” Explicou o rapaz, enquanto o pai gargalhava.

“Realmente, é minha cara fazer isso.”

“E eu não matei ele por que?” Perguntou a Gusman.

“Porque por quase um mês depois que a gente nasceu, você não conseguia andar sozinha.” A boca dela foi para o chão. “O Pietro te detonou mesmo, mãe.”

“Menino do céu, o que você fez com a minha vagina?”

“Só para a informação, quase todas as mulheres precisam tomar ponto depois de um parto normal, tá? Eu não fiz esse estrago todo na saída.” Reclamou o rapaz. “É só que eu era muito grande, e nós erámos dois. Você sentiu mais é para tudo se ajeitar no lugar depois que a gente saiu. Mas não foi nada do tipo precisar de uma cadeira de rodas. Você só sentia dor, então ficava mais deitada ou, quando andava, o papai te ajudava. Só isso.”

“E como você dependia dele, não o matava.” Riu Alice.

“Tá, mas como chegamos ao André Paulo?”

“Ah, sim. Bom, você venceu a aposta e resolveu que ia escolher um nome composto, com as iniciais de vocês. Teve Antônio Patrício, Arthur Pedro, Patric Arnaldo...” Foi narrando a garota.

“Paulo do céu, como você tem tanto mal gosto para nome?” Se horrorizou Alicia.

“Até eu to surpreso, gata, porque eles são realmente terríveis.”

“Aí ele perguntou de quais nomes nós dois gostávamos. Eu falei André, e o Pietro falou que gostava do nome do papai. E aí ficou André Paulo.” Terminou Alice. “Mas acho que ele foi chamado de André meia dúzia de vezes na vida. Você até tentou chamar ele assim nos primeiros dias, mãe, mas o Paulinho pegou todo mundo, muito rápido.”

“Nota mental: nunca envolver o nome das crianças nas nossas apostas.” Resmungou Alicia, enquanto o namorado ria.

~*~

Sentada no chão, diante do espelho do quarto que habitava, Ella se encarava séria. Observava seu reflexo e tentava descobrir quem era aquela pessoa que via à sua frente.

Ninguém mentia quando dizia que sua mudança havia sido da água para o vinho. Da menina doce, delicada e sonhadora para a rebelde sem causa, de roupa escuras, um pouco masculinas, e pontuadas pela maquiagem pesada e pelo cabelo longo e reto.

Por muito tempo, se sentiu confortável e segura em se mostrar assim, colocar aquela como a verdadeira Ella. Mas já tinha semanas que não sentia mais isso. Sendo bem honesta, não se sentia mais essa garota desde que as coisas entre ela e sua mãe haviam começado a entrar no lugar.

“Ella?” Margarida entrou no quarto, encontrando a menina pensativa. “Tudo bem, filha?”

“Tudo sim, mãe.” Ella sorriu amarelo.

“Muito bem, mocinha, posso ainda não ter te colocado no mundo, mas sigo sendo a pessoa que melhor te conhece.” Avisou a mais velha, sentando ao seu lado enquanto ela ria. “É o bebê que está te afligindo?”

“Não, não é nada com ele. Você sabe que eu estou evitando pensar muito nisso por enquanto, para não surtar.” A garota acariciou a barriga plana.

“Então o que é, querida?”

“O meu reflexo.” Ella disse simplesmente, encarando o espelho.

“O que tem ele?”

“Eu não sei mais se ele mostra quem eu sou.”

“Hum, explique isso melhor, filha, por favor.” Pediu Margarida, confusa.

“Você viu as fotos de quando eu era criança, ouviu o Pietro e a Mili falarem milhões de vezes sobre a minha guinada de visual. Eu era uma princesinha, me vestia como a menina que eu era: delicada, sonhadora, carinhosa. E então você foi embora, e o papai foi atrás da Majo, e eu não me sentia mais essa menina. Eu queria gritar, brigar, me rebelar, então eu comecei a me vestir desse jeito. Na verdade eu gostava de como a tia Alicia era, e eu invoquei que queria ser como ela.”

“Por isso vocês se vestem de forma tão parecida.” Margarida não conseguiu evitar a mágoa na voz.

“É, por isso. Ela que me ajudava a comprar roupas, porque a Maria Joaquina só queria coisas rosa e o papai ficava meio perdido para comprar roupas para mim.” Ella não percebeu o que a mãe sentia, absorta em seus pensamentos. “Só que, agora, eu não me sinto mais isso que o meu casco demonstra.”

“E como você se sente, meu anjo?”

“Feliz, leve, amada, em paz.” A menina respondeu, após pensar por alguns segundos.

“Bom, para a sua sorte, seus avós são ricos e deixaram um cartão de crédito especial para você.” Margarida sorriu para a filha, que riu baixinho. “Quer ir no shopping? Não sei se vou ser tão boa quanto a Alicia, mas posso te ajudar.”

“Sem ciúmes besta da minha sogrinha, mãe.” Ella revirou os olhos, se levantando. “Eu vou adorar que você vá comigo, de verdade.”

“Então vamos, Ella.” Marga deu a mão para ela, as duas saindo do quarto.

~*~

“Daqui a pouco vão começar a perguntar o porquê de tantos parentes nossos terem vindo para São Paulo.” Comentou Jorge, vendo os documentos falsos de Nicholas.

“E eu ainda me pergunto como as pessoas tem tempo de se meter tanto na vida alheia.” Comentou Jaime, enfiado embaixo da base da máquina. “Hã, alguém me passa a chave inglesa?”

“Aqui.” Alice estava ao lado da ferramenta e a arremessou, acertando no meio das pernas do garoto.

“Ai, caramba.” Ele gritou alto, batendo a cabeça e gritando outros impropérios. “Você tá maluca, menina?”

“Desculpa, calculei errado.” Ela sorriu angelicalmente.

“Nossa, Paulo, sorte tua que te respeito, viu... Se não, já tinha mandado essa menina para um lugar bem feio.” Jaime levantou, cambaleando até a cozinha atrás de gelo.

“Filha, esse lugar é bem importante para um homem. Tenta não machucar.” Pediu Paulo para Alice. “Do resto sinta-se à vontade.”

“Paulo Guerra.” Alicia o repreendeu, sentada com Paulinho no canto da sala.

“Tá bom, tá bom... Não machuque lugar nenhum, ok?”

“Alguém viu a Mili?” Perguntou Mário, ajudando Marcos com alguns componentes eletrônicos.

“Ela subiu com o Eric agora de pouco.” Avisou Koki, vendo o amigo fechar a cara.

“Ah, vingança. Tão doce...” Suspirou Paulo, um sorriso sacana no rosto.

“O Eric fez um desenho para a Mili e queria entregar para ela.” Explicou Carmen, tentando tranquilizar Mário.

“E por que ele não pode entregar o desenho aqui?” Marcos fez a pergunta no lugar do pai, enquanto Marcelina fuzilava os dois.

“Quer mesmo que eu responda?” Riu Laurinha. “Ele é tipo o Jack, do Titanic...”

“Então vou colocar eles dois em um transatlântico.” Resmungou Mário.

“Hey, você está falando do meu filho.” Reclamou Daniel.

“Seu filho está corrompendo a pureza da minha filhinha, não merece meu respeito.”

“Mário Ayala, nós vamos ter que conversar de novo?” Marcelina perdeu a paciência.

“Por que sempre nós estamos no meio de uma discussão que parece absurdamente bizarra?” Perguntou Margarida, parada na porta da casa.

“Porque a nossa vida está absurdamente bizarra, amiga.” Lembrou Alicia.

“Onde você estava, linda?” Perguntou Jorge, enquanto Nicholas corria abraçar a mãe.

“Ela foi no shopping comigo, papai.” Margarida sorriu ao ver a cara que todos fizeram para Ella. “O que foi?”

“Ella?” Perguntou Bibi, abismada.

“Você está diferente.” Observou Nicholas, indo até a irmã. “Está com menos cara de brava.”

“A ideia era essa, Nic.” A mais velha riu, o abraçando.

“Como assim você faz uma transformação na sua filha e não me deixa participar, Margarida?” Perguntou Maria Joaquina, indignada.

“Eu não fiz nada, Majo, foi a Ella que fez tudo. Eu apenas fui junto, como mãe dela.” Margarida sorriu, admirando a filha.

“É mais um ato de rebeldia sua, amiga?” Perguntou Alice.

“Na verdade, não. Eu só não me enxergava mais daquele jeito.” Ella deu de ombros, envergonhada. “Sabe, irritada, frustrada, abandonada... E eu acho que o meu externo reflete o que eu sou por dentro, então eu quis mudar.”

“E não é só a sua aparência que deve ter mudado. Sua voz está diferente, Ella... Bem menos pesada, e mais dócil.” Eric e Mili vinham descendo as escadas. “Mas, por favor, continue irônica. Adoro isso em você.”

“Pode deixar, meu ceguinho querido.” A garota riu, logo encarando o namorado. “Não vai falar nada, Pietro?”

Ele se levantou e caminhou na direção dela, enquanto Margarida puxava Nicholas e se afastava. O Guerra parou em frente a namorada, a analisando minuciosamente. Ela havia cortado os cabelos na altura dos ombros, e feito algumas mexas mais claras. Ao invés de roupas escuras e com frases ofensivas, usava um vestidinho claro, com a saia rodopiada.

Não era a Ella que conhecia quando criança, que imitava a mãe; nem a Ella adolescente, que tentava copiar Alicia para ter sua “força” e aguentar toda a loucura que a vida havia se tornado. Aquela era a Ella que ele via por trás de todas as barreiras, e que ele amava.

“Está maravilhosa.” Pietro elogiou, a envolvendo pela cintura e dando um beijo suave.

“Você gostou?”

“Eu adorei, linda. Mas o mais importante é que você tenha gostado e esteja se sentindo bem.” Garantiu o rapaz, deixando ela se aninhar em seu peito.

“Não que minha opinião valha muito, afinal eu sou apenas o pai dela, mas eu também achei que ficou bom.” Jorge resmungou, fazendo todos rirem.

“Ciumentinho.” Ella largou o namorado, correndo e abraçando o pai. “Você era a pessoa que mais reclamava do meu visual. Com certeza vai adorar me ver assim no futuro.”

“Vou adorar te ver de qualquer jeito que você se sinta feliz.” Garantiu o loiro, beijando a testa dela. “Preferivelmente não seria grávida, mas a gente aprende a aceitar essas coisas.”

“Cada vez que eu escuto isso, sinto uma ruga nascer na minha cara.” Alicia fez uma careta. “Ainda não assimilei o fato de que, aos 17 anos, eu estou para ser avó.”

“Ontem eu passei em frente à igreja e fiquei pensando: como seria se fossemos nos confessar para o padre?” Contou Mário, fazendo todos rirem.

“Ele chamava o Vaticano para exorcizar a gente, no mínimo.” Riu Cirilo.

“Olha, se fosse o padre amigo do meu pai, ficaria mais horrorizado por estar todo mundo vivendo em pecado.” Contou Adriano.

“Como assim vivendo em pecado?”

“Ué, você e a Alicia estão morando com seus três filhos, Paulo. O Mário já quase se mudou para a casa dos seus pais, assim como a Carmen e a Margarida. E ninguém aqui é casado para viver embaixo do mesmo teto e fazendo safadeza.” Explicou o rapaz.

“Realmente, com tudo o que está acontecendo na nossa vida, a pior coisa é não sermos casados.” Jorge revirou os olhos.

“Eu já sou noivo, estou um passo à frente.” Carmen e Daniel deram um toque de mãos, rindo.

“E se vocês se casassem? Digo, os quatro casais.” Valéria pensou alto, fazendo os amigos rirem.

“Claro, Valéria, nós vamos na igrejinha ali da esquina e falar: hey, seu padre, casa a gente.” Ironizou Alicia.

“Mas não precisa ser um padre de verdade.” Maria Joaquina sorriu. “Ou devo lembrar quem casou o Rabito e a Maria Antonieta?”

Todos encararam Jaime, que voltava da cozinha com um saco de gelo nas partes baixas.

“O que foi?” Perguntou o rapaz.

“Jaime, você ainda tem sua batina de padre?”

“Olha, deve bater no meu joelho hoje e ficar mais agarrada que camiseta de bombado, mas tenho sim.” Ele concordou.

“Fantástico, então você vai fazer o casamento quat... quadra... quart...” Koki foi se engasgando tentando achar a palavra certa.

“Quadruplo, Koki.” Corrigiu Carmen.

“Isso, quadruplo.”

“E qual a necessidade disso?” Mário perguntou aos risos.

“Ah, pai, seria legal ver você e a mamãe casando, mesmo que de brincadeira.” Admitiu Mili.

“É, considerando que só a Ella presenciou o casamento dos pais dela. E foi de dentro da barriga, então...” Alice concordou com a prima.

“Casamento legal, casamento bonito.” Paulinho comentou distraidamente. “Amor, amor, amor.”

“Se o Paulinho falou, tá falado.” Eric riu.

“Vai, gente, por favor.” As meninas começaram a implorar, enquanto os casais conversavam pelo olhar.

“Tá bom, vai.” Alicia cedeu por fim. “Casa a gente logo então, Jaime.”

“Meu cu que vai ser um negócio simples, querida.” Valéria gritou, assustando a todos.

“O que o cu dela tem a ver com isso, mãe?” Nicholas perguntou para Margarida, que riu.

“Vai mandar fazer vestido de noiva, Val?” Marcelina revirou os olhos.

“Não, eu e a Majo vamos com vocês nas suas casas, escolher uma roupa bem bonita. A Laurinha e a Bibi vão providenciar comida, e os meninos vão caçar uma roupa descente. Gorro está proibido, Guerra.” Ela avisou, vendo o rapaz murchar. “E nós vamos pedir para a mãe da Majo arrumar o jardim da casa do Jorge, para fazermos o casamento lá hoje à noite.”

“Para que tudo isso, Val?” Perguntou Carmen aos risos.

“Querida, meus shipps vão casar. E vai ser o casamento do ano.” Avisou a Ferreria, possuída. “Então preparem seus forninhos... Porque hoje nem Giovana vai sobreviver.”


Notas Finais


Oi gente, sei que to sumida. Mas amanhã é a festinha de um ano do meu sobrinho, e to pirando para terminar o vídeo homenagem dele, então to meio em off esse finde.
Vai ter casameeeeeeento! E vocês vão adorar!
Beijos na alma ;*
PS: gostaram da mudança da Ella? Eu adorei <3 Tava programando isso desde o começo da fic!


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