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História For the love of my family - Capítulo 36


Escrita por: Believe8

Capítulo 38 - Capítulo 36


O quarto estava no mais profundo silêncio. Apenas a respiração dos dois presentes fazia um barulho leve, harmônico, suave. Deitados na parte de baixo do beliche, envoltos pelo lençol, Jaime e Alice se encaravam, um tentando memorizar os detalhes do rosto do outro.

“Você é linda.” Ele disse baixinho. “Inteiramente, da cabeça aos pés.”

“Sério? Eu sempre me achei muito magrela.”

“Eu te acho bem gostosa.” Ele passou a mão pelo corpo dela, causando arrepios na garota. “Eu não acredito que essa foi a sua primeira vez, Lice... Você tem 20 anos.”

“Eu já te contei sobre o Caíque, Jai... Meu coração foi machucado mais vezes do que eu consigo contar, não precisava envolver relação carnal nessa equação de merda.”

“O que te deu coragem agora?” Perguntou o rapaz. “Nós vamos sofrer, Lice, vamos nos separar. Você vai para o futuro e eu vou ficar aqui, e nós dois vamos sofrer.”

“Mas nós tivemos o hoje, Jaime, tivemos um ao outro por uma noite que seja. E eu não ligaria se, por acaso, eu levasse uma lembrancinha sua comigo.” Ele arregalou os olhos ao ouvir aquilo. “Você sabe que eu não estou brincando, Jaime.”

“Alice, você já viu a situação maluca em que o seu irmão e a Ella se enfiaram, e quer se enfiar em uma dessa também?”

“Eu quero você, Jaime! Eu queria não ter que voltar para o futuro, poder ficar aqui no passado com você.”

“Como, Alice? Você nem nasceu ainda, como vai ficar no passado?” Ele secou as lágrimas dela, tremendo para segurar suas próprias. “Nossa história está fadada é ter um fim breve, meu amor... Nosso infinito será pequeno, mas será inesquecível para nós dois!”

“Eu te amo.” A morena disse baixinho, se virando e ficando por cima dele, enchendo seu rosto de beijos.

“Eu também te amo, minha marrentinha.” Ele a abraçou com força. “Vai ficar tudo bem, ok? Nós vamos ficar bem.”

~*~

“Você não sabe o que tem aí dentro, Ella? Se é um menino ou uma menina?” Perguntou Nicholas, sentado na cama ao lado da irmã.

Os dois estavam deitados na cama à noite, já que Ella estava bastante enjoada. Jorge e Margarida tinham acabado de sair do banho e agora encaravam os filhos da porta do quarto. A camiseta do pijama da menina estava levantada, revelando a pequena saliência que começava a ganhar forma no abdômen dela.

“Eu não sei, Nic... Não sei nem se essa coisinha está viva aí dentro.” Suspirou a menina, o dedo passeando pela pele.

“Claro que está, mana... Se não, sua barriga já tinha parado de crescer.” O garoto disse o óbvio, fazendo a irmã rir. Era impressionante como ele transitava da criança pelo adolescente de forma tão rápida.

“Seu irmão está certo, filha.” Os pais entraram no quarto, se esparramando pela cama com os dois.

“Vocês sabem que eu prefiro não ficar pensando nisso.” Ella se ajeitou melhor na cama, encarando a barriga. “Nós vamos voltar para o futuro depois de amanhã, e eu vou descobrir se eu ainda vou estar grávida ou não. E então eu posso começar a sentir algo por essa coisinha, ou seguir com a vida sem dor.”

“Você já sente algo por essa coisinha, filha, sabe disso. Você já o ama desde o momento em que soube da existência dele e se desesperou pela possibilidade de perdê-lo.” Lembrou Jorge, colocando a mão ali.

“E do que isso adianta em meio a todas essas incertezas, pai?” Questionou a menina.

“Você tem alguma incerteza quanto ao seu amor pelo Pietro, filha?” Ella negou para a mãe. “Então que incerteza você tem sobre isso? O que você tem aí dentro é o fruto, a materialização do amor entre vocês dois. Não importa o que aconteça de agora em diante, querida, se o amor de você for uma certeza, seu filho estará protegido.”

“Isso foi lindo, mãe.” Ella a abraçou, fungando.

“Vocês nem imaginam o quanto já tem nos ensinado sobre o que é amor, Ella.” Garantiu Jorge, com Nicholas deitando a cabeça em seu colo. “Tá com sono, filho?”

“Um pouco.”

“Então descansa... Amanhã nós temos um dia bem cheio, porque é aniversário da Ella e nós vamos nos divertir em família.” Prometeu o pai, vendo-o bocejar. “Você também, gravidinha... Eu sei que você está uma pilha de sono e enjoo.”

“Eu posso fazer um pedido de aniversário? Antecipado?”

“Pode.”

“A mamãe sempre cantava para eu dormir quando eu era pequena. E eu sinto muito a falta disso.” A menina se ajeitou no colo da mãe, assim como Nicholas fazia com o pai.

“E o que eu cantava para você dormir, filha?” Perguntou Margarida, mexendo no cabelo dela.

“Chama Butterfly Kisses, ela é bem antiga, de antes de vocês nascerem. Mas você disse que o vovô cantava ela para você, quando você era bem pequena.” Os olhos da menina já começavam a se fechar.

“Ele cantava mesmo.” A moça sorriu, beijando a testa da filha.

Ela então começou a cantar com a voz doce, vendo os dois filhos sorrindo. Os olhos foram se fechando devagar, e depois com mais força, até que adormeceram. Quando a música terminou, os dois já dormiam em sono alto.

Jorge a encarava com um grande sorriso no rosto. Margarida corou diante do olhar dele, sem graça.

“Sabe que, nessas horas, eu quero que o tempo voe.” Ele admitiu, deixando-a confusa.

“Por quê?”

“Para que chegue logo o dia em que a Ella vai nascer, e eu vou poder ver o quão lindo é vocês duas, juntas, realmente como mãe e filha. Se já é lindo te ver cuidando deles agora, em que nós somos dois moleques e eles tem quase a nossa idade, imagina ver isso quando formos adultos e eles apenas bebês, que nós teremos que ensinar, amar, cuidar e proteger de tudo?” O loiro explicou com um sorriso enorme.

“Você me deixa sem graça assim, lindo.” A moça riu. “Mas eu sinto a mesma coisa. Eu nunca tinha pensado nisso de ser mãe, e agora... Agora eu não penso em outra coisa para o futuro. Na verdade, tem mais uma, sim.”

“E posso saber o que é?”

“Quando nós voltarmos da Inglaterra, eu vou tentar entrar em psicologia. Vou ser terapeuta infantil, para ajudar crianças com traumas, como a Ella e o Nicholas.” Ela contou, sorrindo.

“Você e o Paulo podem abrir um consultório junto, hã?” O rapaz segurou sua mão. “Tenho certeza que você vai ser uma ótima psicóloga, tanto quanto tenho que vai ser uma mãe incrível.”

“Eu acho que nós vamos fazer tudo certo dessa vez, Jorge... Eu tenho essa certeza no meu coração.” Sorriram um para o outro. “Eu te amo, loirinho.”

“Não mais do que eu te amo, caipirinha.”

~*~

Daniel estava sentado na poltrona do seu quarto novo, admirando sua cama. Eric e Carmen estavam dormindo ali, o garoto deitado com a cabeça sobre a barriga da mãe, que havia apagado fazendo cafuné nele.

Eric sempre dormia no próprio quarto, mas naqueles últimos dias, com a volta ao futuro se aproximando, tinha começado a dormir junto dos dois. Na verdade ele estava bastante apegado à mãe, e Daniel entendia isso.

Até onde sabiam, ele voltaria para uma realidade em que Carmen não estava viva, e queria curtir a companhia dela ao máximo enquanto podia. Por esse motivo, o Zapata não estava reclamando de ser deixado um pouco de lado.

Na verdade, esse tempo o fazia pensar e refletir. Tinha medo que quando Eric se fosse, eles dois se esquecessem das coisas, voltassem a ser o que eram. E isso era o que Daniel menos queria.

Se levantou e rumou para o quarto que, no futuro, seria para o bebê Eric, ao lado do quarto de hóspedes. Encarou as paredes e pegou o spray no chão. Suspirou e escreveu novamente na parede.

“Família primeiro, trabalho depois. Eles sempre vêm antes. Nada é mais importante que ela e o Eric. Esteja sempre perto por eles. A Carmen e o Eric são a sua vida.” Ele leu um a um os escritos na parede, do primeiro ao último que havia escrito nos últimos dias.

Colocou a lata de volta no chão e fechou a porta, colando um papel na parede.

“Não abrir até a Carmen engravidar.” Escreveu com um canetão, trancando a porta e colocando a chave em uma gaveta.

Caminhou até o quarto, encontrando os dois da mesma forma. Deitou ao lado da noiva, e abraçando e colocando a mão junto com a dela na cabeça do filho, encarando as alianças brilhando.

“Dessa vez, eu vou saber fazer certo.” Ele prometeu, fechando os olhos e caindo no sono logo depois.

~*~

“Alicia, cadê a Alice?” Perguntou Paulo depois do jantar.

“Foi dormir com a Mili nos seus pais. A sua irmã e o Mário estão vindo para cá com o Marcos, para elas duas terem uma noite do pijama.” A garota contou a mentira que tinha bolado com a cunhada mais cedo, para que Alice pudesse passar a noite na casa de Jaime.

“Deixa eu adivinhar, meus pais saíram da cidade?”

“Estão em Campinas, na casa dos seus tios. Eles voltam amanhã à noite, para estarem aqui quando ligarmos a máquina.” A morena lhe deu um selinho. “Pelo menos os seus estão a algumas cidades de distância, e não em outro país.”

“Pelo menos vocês voltaram a conversar, amor.” Lembrou o rapaz, sorrindo. “E eles conheceram os meninos. Mesmo que por Skype.”

“Você acha que isso vai ser consertado também, amor? Minha relação com os meus pais?” Perguntou Alicia, ansiosa.

“Eu tenho certeza, amor. Eles vão ser avós tão presentes quanto os meus pais, vão cuidar dos nossos filhos e amar eles, cuidar deles para podermos sair e aproveitar o final de semana.” Os dois riram com aquilo.

“Mãe, pai... A tia Marce e o tio Mário chegaram com o Marcos.” Pietro gritou da sala, chamando a atenção dos dois.

“Vamos logo, antes que eles comecem a falar merda.” Pediu o Guerra, saindo do quarto com a namorada.

~*~

Era 1h37 quando Ella levantou e correu para o banheiro, começando a vomitar desesperadamente. Jorge nem se mexeu, babando copiosamente à Nicholas. Já Margarida sentiu a movimentação e levantou correndo, indo acudi-la.

“Você só enjoava de manhã e antes de dormir.” Observou a mais velha, a ajudando.

“É o horário. Eu sempre acordo nesse horário no dia do meu aniversário, não sei porquê. Quer dizer, eu sei, é a hora em que eu nasci. Mas você e o papai não entendiam o motivo de eu sempre acordar nessa hora certinha, e o papai sempre falava isso, todos os anos.”

“Você nasceu de madrugada?”

“O Eric foi o único de nós que nasceu durante o dia, todos nós fomos de madrugada. Na verdade, o Pietro e a Lice nasceram com o dia nascendo. Eu e a Mili fomos no meio da madrugada mesmo.” Explicou, apoiada na parede fria do banheiro.

“Nesse caso, feliz aniversário, meu amor.” Margarida a abraçou e a menina deitou a cabeça sobre os seus joelhos. “Nós vamos nos encontrar, oficialmente, daqui a oito anos agora, né? Acho que dá até para fazer contagem regressiva.”

“Ia ser uma contagem bem longa, isso sim.” Ella fechou os olhos. “Eu amo ele, mamãe.”

“Ele quem, filha?”

“Meu bebê.”

“Eu sei que ama, meu anjo.” A mãe sorriu, a abraçando e beijando o topo de sua cabeça.

“Você acha mesmo que isso vai ser o bastante para protegê-lo, mãe?”

“Amor é coisa mais importante e poderosa que temos, Ella. Eu confio no amor do seu pai para sobrevivermos a tudo o que está por vir e fazermos as coisas diferentes dessa vez. Eu confio no amor que eu e ele teremos por você e seu irmão para nos guiar na direção certa. E eu tenho certeza que o seu amor e do Pietro vai proteger essa coisinha que está crescendo dentro de você, Ella, não importa o que aconteça.” Disse Margarida, fazendo cafuné da garota.

“Eu sei que temos planos para amanhã, mas você acha que conseguimos ir a uma médica? Eu queria ver se está tudo bem com o bebê. E eu queria que você, o papai, a tia Ali e o tio Paulo estivessem com a gente. Acho que, pelo tempo que eu estou agora, vamos conseguir ver o bebê, não é?” Perguntou a grávida, totalmente insegura.

“Creio que sim, filha. Vou ligar para o Miguel logo cedo e pedir que ele conseguir uma consulta com ultrassonografia, você sabe que ele consegue. E nós vamos juntos, ok? A primeira visão desse bebezinho será com a presença dos avós adolescentes."

“Obrigada. Agora eu vou dormir aqui, tá? O chão gelado está ajudando com os enjoos.” Ella se aconchegou no colo da mãe, que sorriu.

“Pode dormir, filha... Eu vou estar cuidando de vocês, eu prometo.” 


Notas Finais


Só pra avisar, o capítulo da Marcelina lendo as fichas está enorme. E hilário HAHAHAHAHAH Bastante idiota também, é preciso dizer.
Capítulo que vem veremos o baby Piella e a máquina será ligada. Mas ainda temos 15 capítulos pela frente, ok?
Alice está meio desorientada, é preciso dizer. E os outros estão se orientando.
Ah, tem mortes chegando, mas disso vocês sabem!
Mais spoilers em http://ask.fm/WPKiria
Ah, e por último mas não menos importante: MINHAS REDES PRIVADAS NÃO SÃO LUGARES PARA COBRANÇA E/OU PERGUNTAS. O ask está aí para isso, ele pode receber perguntas com ou sem conta. Agora vir no privado do meu Instagram ou no meu Facebook, isso está FORA DO ACEITÁVEL. Respeitem meu tempo e privacidade, por favor. Já deixei bem claro que não posto todo o dia, atualizo quando tenho tempo.
Até o próximo, amadenhas!
Beeeijos ;*


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