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História For the love of my family - Capítulo 40


Escrita por: Believe8

Capítulo 42 - Capítulo 40


A vida entrou em uma espécie de espiral letárgica, na qual as coisas aconteciam de uma forma automática, mecânica, estranha. Os pais de Alicia foram cremados três dias depois, um dia antes dos Guerra saírem da UTI. Para alívio de Paulo e Marcelina, os pais não tinham ficado com nenhuma sequela grave.

Os pais dos demais amigos os ajudaram a lidar com tudo, a burocracia do funeral, inventário dos bens, parentes, contas de hospital e afins. E em meio a tudo isso, nenhum deles voltou à casa abandonada ou pensou no que teria acontecido com a máquina.

Nesse meio tempo, também, os viajantes ficaram afastados, recolhidos na casa dos Cavalieri, se corroendo em culpa e raiva.

“Nós não podíamos ter ficado tanto tempo sem ver eles.” Se culpou Marcelina, enquanto iam para a casa abandonada.

“Isso porque eles estão na minha casa. Mas aconteceu muita coisa, Marce, todos precisávamos de um tempo para colocar a cabeça no lugar.” Jorge tentou tranquilizar a amiga.

“Não sei você, mas o que eu menos pensei foi nessa situação toda.” Confessou Alicia. “Agora eu to preocupada com eles.”

“O Jaime ficou fazendo companhia para eles, gente... Ele teria nos avisado se tivesse algo de ruim acontecendo.” Lembrou Carmen.

“Por que o Jaime?” Questionou Paulo.

“Bom, a Alice e o Marcos se culparam pelo que aconteceu, né? As contas foram deles, e a máquina causou toda essa merda. E como o Jaime estava ajudando na parte mecânica, ficou com eles, revendo os cálculos e tudo o mais.” Explicou Daniel. “Do que o Eric me disse no telefone, eles não acharam nada de errado. Então resolveram vir aqui hoje, ver se encontram algo na máquina.”

“Eles ainda estão se culpando?” Perguntou Mário, chateado.

“Todos eles, né? Toda a cidade ficou um caos com o que aconteceu, e foi tudo por conta da máquina. Eles devem estar se sentindo da mesma forma que eu me senti no futuro.” Comentou o nerd. “Do que o Jaime falou, a Ella foi a que ficou pior, porque está mais emotiva. Mas o Pietro segurou bem a barra.”

“Ótimo, abandonamos nossos filhos no pior momento, de novo.” Resmungou Margarida, segurando a mão do namorado. “Pelo visto, continuamos com tudo para ser excelentes pais.”

“Acho que algumas coisas não dão para mudar.” Suspirou Paulo, abrindo a porta da casa.

Entraram, vendo que a máquina continuava ocupando o centro da sala. Os filhos estavam sentados ao redor da mesma, com cara de derrotados. O primeiro a perceber a presença deles foi Paulinho, que correu para os pais.

“Mamãe, papai.” Ele gritou, abraçando os dois com força.

“Oi, meu amor.” Alicia beijou o topo da cabeça dele, vendo que ele tremia. “Calma, Paulinho.”

“Ele está incontrolável tem dias, tia. Não parava de pedir por vocês dois.” Explicou Mili, cabisbaixa.

“Nós estamos aqui, filho, não precisa ficar assim. Calma.” Paulo acariciou as costas do garotinho, que ia se acalmando. “Cadê meus outros filhos?”

“A Alice tá tendo crise por causa da máquina e o Pietro tá com a Ella, que não para de vomitar por nada.” Explicou Marcos, enquanto ouviam a descarga.

Pietro saiu do banheiro com Ella apoiada nele, pálida como cera. Ele a sentou no sofá, apanhando um pacote de bolachas e entregando para ela.

“Ah, hey... Tudo bem?” Ele saudou os mais velhos, sem graça.

“Ok, isso está estranho.”

“O que, pai?” Resmungou Ella.

“Esse climão todo. Nem quando vocês chegaram aqui estava esse clima pesado.” Rebateu o loiro.

“É que ainda não tinha acontecido nada, né?” Sussurrou Pietro, chateado.

Alicia suspirou, se desvencilhando do namorado e do filho mais novo. Ela caminhou até o mais velho, segurando o rosto dele e fazendo com que ele a encarasse. Naquele momento, pôde ver as lágrimas nos olhos dele e parou para pensar que não havia sido só ela a perder algo: Pietro, Alice e Paulinho perderam os avós, além de quase terem perdido Lilian e Roberto também.

“Nada do que aconteceu é culpa de vocês, filho.”

“Tudo aconteceu por causa da máquina, mãe, que só foi ligada por nossa causa. Então é nossa culpa sim.” Rebateu o rapaz.

“Não, não é. A culpa de nada disso é de vocês... Vocês são tão vítimas de tudo isso quanto a gente.” Marcelina sentou entre Mili e Marcos, puxando os dois para o seu colo. Os irmãos deitaram a cabeça ali sem reclamar, recebendo cafuné.

“Se for para culpar alguém, culpem nossos futuros eus do passado, por toda a merda que fizemos.” Garantiu Daniel.

“Pai, isso foi confuso e contraditório.” Reclamou Eric.

“Tudo na nossa vida está sendo, filho, não tem muito o que fizer.” Carmen riu levemente, abraçando o filho e beijando sua testa. “Como você está, meu anjo?”

“Bem, mãe. Estava com saudades de vocês dois.”

“Nós também, filho, garanto.” Daniel abraçou os dois, sorrindo.

“E como você está, moranguinho?” Jorge caminhou até a filha, a abraçando.

“Uns quilos mais magra, de tanto que vomito.” Resmungou a garota, se aninhando à ele.

“Eu to fazendo ela comer sempre, papai.” Prometeu Nicholas.

“Isso mesmo, querido, está certinho.” Margarida abraçou o filho, encarando Ella com preocupação. “Você quer ir no médico?”

“O Miguel já me examinou, mãe, tá tudo bem. Minha barriga tá até durinha, formando calombo. Ele falou que emagrecer com os enjoos é normal.” Explicou a menina, acariciando a barriga distraída.

“E voltamos a realidade bizarra de ser avós aos 17 anos.” Relembrou Paulo, com o filho ainda agarrado nele.

“Isso me lembra que o laboratório me ligou para ir buscar o resultado do seu exame, e eu não fui.” Disse Margarida.

“A vovó foi. Eles ligaram lá na casa dela também, e ela buscou e me entregou. Mas eu não abri ainda, não estava muito disposta.” Explicou Ella. “Acho que está na minha mochila ainda.”

“Então vamos abrir.” Jorge puxou a mochila da filha para ela, indicando que ela pegasse o resultado.

“Posso perguntar se vocês pensaram em nomes? Que considerando a capacidade do Paulo de escolher nomes, eu fico preocupada que o Pietro seja igual.” Comentou Alicia, recebendo um olhar azedo do namorado e do filho.

“Ele deu algumas ideias, tia, mas quem bateu o martelo fui eu.” Riu Ella. “E ele gostou das duas ideias, então...”

“E qual são?”

“Se for menino, vai ser Theo. Se for menina, Clara.” Contou o futuro pai, orgulhoso. “Nós já estamos com isso decidido desde o começo, mas estávamos guardando segredo.”

“E vocês não estavam curiosos para saber o resultado?” Perguntou Margarida.

“Até estamos... Mas acho que estamos mais curiosos para saber se vamos continuar existindo por tempo o bastante para o bebê nascer.” Explicou Ella, cabisbaixa.

“Que tal fingirmos que esse elefante não está na sala e só abrir o resultado, descobrindo se teremos um neto ou uma neta?” Sugeriu Alicia, de forma doce.

“Acho que tem elefantes demais sendo ignorados nessa sala, mãe.”

“E eu prefiro assim, Pietro. Tem coisas que é melhor se deixar quietas por hora.”

“Bom, eu vou abrir então.” Avisou Ella, rasgando o envelope. Desdobrou o exame, lendo-o de forma impassível. “Toma.”

“Deixa eu ver.” Pietro pegou o papel, lendo e sorrindo. “Você estava certa, não é?”

“E então? Theo ou Clara?” Questionou Mili, ansiosa.

“Theo. É menino.” Contou Ella com um sorriso.

“Graças a Deus.” Suspirou Jorge, com todos o encarando. “Qual é? É difícil cuidar de menina.”

“Sendo ciumento como você é, definitivamente.” Resmungou Margarida, sentando e abraçando a filha. “Parabéns, meu amor.”

“Valeu, mãe.”

“Parabéns, filho.” Alicia beijou o rosto de Pietro, que sorriu para ela.

“É, campeão, parabéns.” Paulo também o abraçou, com Paulinho ainda agarrado nele. “Mas eu queria saber uma coisa...”

“O que, pai?”

“Cadê a tua irmã? Faz um tempo que estamos aqui, e nem sinal dela ainda.”

“Alice, triste. Jaime, cuida dela.” Comentou Paulinho, e alguns engoliram em seco.

“Jaime cuida dela? Mas os dois se odeiam.” Paulo estava confuso. Foi quando algo pareceu se acender na cabeça dele. “Se odeiam até demais...”

“Hã, tio...” Mili tentou intervir, mas Paulo já estava espumando.

“Desgraçado.” Rosnou o Guerra. “Paulinho, onde sua irmã está?”

“Lá em cima.” O menino indicou, vendo que o pai o largava. “Papai?”

“Paulo, se acalma.” Pediu Alicia, mas o namorado já estava pulando os degraus da escada. “Os elefantes ficam na sala, mas a cobra fumou agora.”

“Melhor irmos atrás.” Avisou Mário, já no meio da escada. Daniel e Jorge o seguiram depressa.

No andar de cima, Paulo encontrou a porta do dormitório masculino aberta e o local vazio. Restou então o dormitório feminino, com a porta fechada, e ele não teve dúvidas de abri-la de supetão.

“Que merda é essa?” Ele gritou ao encontrar Alice e Jaime abraçados na cama, só de roupas intímas.

“Pai?” Gritou a garota, assustada.

“Agora fodeu.” Gemeu Jaime, engolindo em seco.

“Eu te mato, seu gordo dos infernos.” Gritou Paulo, avançando contra o amigo.


Notas Finais


Agora a cobra fumou meeeeesmo. Será que o Paulo vai matar o Jaime? Quebrar ele em dez? E os elefantes, continuarão na sala ou vai explodir mais merda?
E baby Piella agora tem nome: Theo <3 Sim, mais um dos meus sobrinhos, ME JULGUEM AHAHAHAHAH
Perguntinhas no ask, ok? http://ask.fm/WPKiria
Beeeijos ;*


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