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História For the love of my family - Capítulo 41


Escrita por: Believe8

Capítulo 43 - Capítulo 41


“Hey, calma. Não surta, linda, calma.” Jaime tentava consolar Alice, que chorava sem parar.

“Jaime, está tudo perfeito com a máquina. Os cálculos corretos, a montagem perfeita, a corrente elétrica estável.” A moça estava desesperada.

“Aconteceu uma tempestade solar na hora, Lice, ela pode ter influenciado.”

“Mas e o futuro, Jaime? Porque a máquina dos nossos pais explodiu? O que aconteceu com eles?” Questionou a garota. “E se o futuro de onde eu vim realmente deixou de existir?”

“Ok, vem aqui.” Suspirou Jaime, tirando a camiseta e a calça.

“O que você está fazendo, garoto?”

“Eu percebi, nos últimos dias, que você dorme melhor assim. Quando estamos de roupa íntimas e abraçados, e você consegue sentir o calor do meu corpo.”

“Você esteve me analisando?”

“Só por todos os segundos possíveis.” Jaime sorriu para ela, deitando no colchão. “Vem, deixa eu te acalmar um pouco.”

Alice o encarou com um sorriso, tirando o short e a camiseta e deitando ao lado dele, os dois se aninhando. Foi instantâneo o acalmar na sua respiração, a diminuição das batidas do seu coração, a sensação de paz que a invadiu.

Ficaram ali, se curtindo por um tempo, até que a porta foi violentamente aberta e Paulo Guerra apareceu espumando de raiva.

“Que merda é essa?”

“Pai?” Gritou a garota, assustada.

“Agora fodeu.” Gemeu Jaime, engolindo em seco.

“Eu te mato, seu gordo dos infernos.” Gritou Paulo, avançando contra o amigo.

O Palilo apenas empurrou Alice para longe, evitando que ela acabasse sendo atingida. O Guerra começou a tentar socar Jaime, mas Mário e Jorge o seguraram antes, enquanto Daniel puxava o amigo para longe.

“Paulo Guerra, se acalma.” Alicia entrou no quarto, segurando os punhos do namorado.

“Você sabia, Alicia?” Gritou o rapaz.

“Claro que sabia, Paulo, eu sou a mãe dela.”

“E você não me contou?”

“Quer mesmo que eu diga o porquê?” A morena arqueou a sobrancelha.

“Jaime, você está bem?” Alice abaixou ao lado do namorado, vendo que o canto da boca sangrava.

“Alice, dá para você colaborar e colocar roupa, caralho?” Gritou Pietro, possesso.

“Você também sabia, Pietro?”

“Não, pai. Eu sabia que ela gostava do Jaime, mas não que as coisas estavam nesse ponto.” O Guerra mais novo estava irritado também.

“Muito bem, Alice e Jaime coloquem roupas, agora. Paulo e Pietro, vocês dois vão descer e se acalmar, e então nós todos vamos conversar. Conversar, Paulo, e não bater. Estamos entendidos?” Mandou a Gusman, séria.

~*~

Todos os observavam Paulo andando de um lado para o outro na sala, quase deixando uma trilha de fogo por onde passava. Pietro já havia sido acalmado por Ella, apesar de ainda estar chateado e um pouco irritado.

“Ok, Paulo, vamos conversar.” Jaime desceu de mãos dadas com Alice, tomado pela coragem. “Não era assim que eu tinha imaginado, mas tudo bem.”

“Imaginado o quê? Vai pedir a mão da minha filha em namoro?” Zombou o Guerra.

“Bom, é.” Concordou o rapaz.

“Eu sei que foi errado escondermos de você, pai, mas...”

“Não, vocês não sabem. Vocês não entendem, não é?” Paulo cortou Alice, a voz firme. “Eu não estou bravo por vocês terem escondido isso de mim: isso não é nada além do esperado. Você é minha filha, era mais do que óbvio que você esconderia seu primeiro namorado de mim! Eu estou é puto por vocês serem tão descuidados e relapsos.”

“Descuidados e relapsos?” Questionou Jaime, e todos encaravam Paulo em expectativa.

“Alice, você em algum momento parou para pensar que você só vai nascer daqui a oito anos? Isso, é claro, se nós realmente não tivermos alterado completamente a linha do tempo e até isso mudar.” A menina abaixou a cabeça. “Você pensou nisso?”

“Claro que pensei, pai! É tudo em que eu penso desde o momento em que eu percebi que estava apaixonada pelo Jaime.” Ela rebateu, nervosa.

“Pensou, é? Como uma pessoa adulta e responsável? Porque se tivesse pensado dessa forma, não estaria fazendo essa merda! E se você engravidar, Alice? Hã? Já não basta essa incerteza e medo que seu irmão e a Ella estão vivendo, esse medo por duas pessoas do mesmo tempo estarem esperando um filho fora do seu tempo, você vai querer arranjar um filho no passado, de alguém do passado?”

“A gente se cuida, pai.”

“Marcelina, o que a mamãe sempre nos disse?” Ele perguntou para a irmã, sério. A garota suspirou, encarando a sobrinha.

“Você só deve dar um passo importante como iniciar uma vida sexual se tiver plena certeza que estará apto a arcar com as responsabilidades que foram geradas por isso. Afinal, o único modo 100% seguro de evitar filhos é abstinência, todos os outros podem falhar.” Recitou a Guerra, indicando que o irmão tinha um ponto.

“A gente é prova disso.” Ella ergueu a mão. “Se bem que fomos um tanto descuidados.”

“Bastante descuidados.” Endossou Jorge.

“Paulo, você sabe que eu sempre vou tomar todo o cuidado, assim como você toma quando está com a Alicia.” Jaime prometeu.

“E de que isso vai adiantar se uma merda acontecer? Uma prima da minha mãe engravidou de uma ejaculada na coxa, Palilo. Eu observo, todos os dias, o medo que o Jorge e a Margarida tem pelo que vai acontecer com a Ella, por causa da gravidez, e penso comigo: porra, Paulo, que sorte a sua que não tem que passar por isso com a Alice. E então agradeço a Deus por não ter que temer mais isso, além de tudo o que já temo pelo futuro dela, do Pietro e do Paulinho.” O rapaz riu sem humor. “E sabe o que mais dói, nesse exato momento? Saber que eu tenho duas escolhas: conviver com esse medo e insegurança para deixar que a minha filha seja feliz, ou ser um monstro e tirar dela algo que ela não pôde ter no futuro, por mais um reflexo do que eu fiz. De um jeito ou de outro, eu vou ser um monstro, não é? De toda a forma, eu sou um péssimo pai, hã?”

O desabafo dele foi seguido pelo silêncio. Ele encarou Alice por um longo tempo, antes de virar nos pés e sair da casa, batendo a porta atrás de si. A garota, é claro, caiu no choro, logo sendo amparada pela mãe, que não estava em muito melhor estado que ela.

“Acho que eu nunca esperaria ouvir algo do tipo... Não do Paulo, pelo menos.” Confessou Jorge, surpreso.

“É porque vocês superestimam o meu pai.” Rebateu Pietro, tentando esconder o quanto estava emocionado. “Eu tive raiva dele por muito tempo, por ele ter ido embora, mas eu tive essa raiva porque ele era o melhor pai do mundo, e isso não parecia algo que ele faria. Quando nós descobrimos que o Paulinho era autista, ele carregou todo o peso disso sozinho! Eu e a Alice não entendíamos o que estava acontecendo, estávamos assustados, e a mamãe ficou derrubada. Ele que foi atrás de saber de tudo, de todos os melhores tratamentos e coisas para se fazer com ele, ajudou a mamãe a se levantar e fez eu e a Alice entendermos que, não é porque o Paulinho era diferente da gente, que nós deveríamos tratar ele mal ou como um ET.”

“Parece realmente coisa de outro mundo.” Garantiu Daniel.

“Não, não parece.” Marcelina se manifestou. “Isso que vocês viram, o que o Pietro falou... O Paulo é assim comigo quando eu preciso.”

“Ele te tratava muito mal, Marce.”

“Você também tratava os outros mal quando erámos mais novos, Jorge, assim como o Mário. Mas já há muito tempo que o meu irmão mudou de atitude, começou a cuidar mais de mim, me proteger.” Garantiu a Guerra.

“Ele é assim comigo há anos.” Lembrou Alicia.

“Vocês olham para o meu pai e veem um cara ciumento, possessivo, briguento, agressivo. Vocês veem o que ele foi, não o que ele é. Por dentro, Paulo Guerra é muito diferente do que vocês imaginam, e aposto que o que mais chateia ele é a Alice ter achado que tinha que esconder dele porque ele ia matar o Jaime por um ciúme irracional da filhinha dele, e não pela preocupação que ele tem com o que vai acontecer com a gente.” Continuou Pietro, sério. “Nos dias antes de ele sumir no futuro, eu percebi mudanças nele. Ele emagreceu, estava com olheiras, o cabelo dele ficou mais opaco, ele fazia menos graça. Tudo isso, agora eu entendo, porque ele estava preocupado com tudo o que estava acontecendo. Desde que nós descobrimos da gravidez da Ella, eu tenho percebido as mesmas coisas nele.”

“É verdade.” Concordou Margarida. “Eu comentei com o Jorge que o Paulo estava parecendo um pouco doente.”

“Eu também perguntei se ele estava bem, alguns dias antes de ligarmos a máquina de novo.” Suspirou Alicia, encarando a filha. “Acho que você devia conversar com ele, querida.”

“Ele me odeia, mãe.”

“Claro que não odeia, Alice, que besteira. Você sabe que seu pai nunca odiaria você e seus irmãos.”

“Eu não confiei nele, mãe, além de ter escondido coisas, ter feito você mentir, causado preocupação nele...” Suspirou a menina. Alicia sorriu, segurando o rosto dela.

“Sabe o que seus avós me disseram, durante uma das nossas últimas conversas?” A mais nova negou, vendo que a mãe estava emocionada. “Que o trabalho de um pai é amar seu filho independente das atitudes e travessuras dele; porque, quando tudo der errado, o amor do pai é tudo o que ele ainda tem. Não importa o que vocês façam, Alice, eu e o seu pai sempre vamos amar vocês, agora ou no futuro, porque se algo vir a dar errado, nós vamos ser o que vocês têm para se apoiar e levantar!”

“Agora eu emocionei.” Resmungou Mili, secando os olhos.

“Eu vou falar com ele.” Suspirou a Guerra, se levantando. “Tato, você vem comigo?”

“Se você me chamou assim, é porque a coisa está realmente feia.” Pietro levantou, a abraçando. “Vou, tata, eu vou com você.”

Os dois saíram abraçados, em silêncio. Todos ficaram os encarando, suspirando depois de um tempo. Alicia encarou Jaime, negando com a cabeça.

“Espero mesmo que você ame a minha filha, Jaime... Porque vocês dois tem um longo e complicado caminho pela frente.”


Notas Finais


OLÁÁÁ! Sim, essa treta de Jailice segue causando. Eu queria explorar um pouco mais esse lado do pai, essa relação que ele tinha com os filhos no futuro, antes de desaparecer. Sinceramente, estou gostando do resultado.
Bom, tenho um aviso: estamos REALMENTE, nos últimos capítulos. Teremos uma passagem de tempo de mais de um mês depois do capítulo que vem, e então estaremos oficialmente nos capítulos finais. Sim, a fic vai acabar no capítulo 50, isso está definido!
Espero que estejam gostando, e digam o que estão achando! A opinião de vocês é muito importante para mim!
Um grande beijo e perguntas no ask ;*
ask.fm/WPKiria


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