P.O.V.- Ian
Depois de duas semanas de buscas por, pelo menos, uma pista de onde pudesse estar a Thyana, finalmente estamos perto do castelo onde, supostamente, ela está prisioneira. Só pode ser aqui, principalmente porque está um grande exército de soldados a rodear o castelo.
-Tens algum plano para resgatar a minha filha, sã e salva? - perguntou-me o rei Richard.
-Estava a pensar em distraírem o exército inimigo, enquanto eu entro pelas traseiras, e tiro de lá a Thyana.
-Que assim seja!
Fizemos o que eu planeie, enquanto eles distraem as forças inimigas, eu já estou dentro do castelo. Tenho um dos cães comigo para me ajudar a encontrar a Thyana. Trouxe uma peça de roupa dela para o ajudar a farejar melhor, e, enquanto o cão faz o seu trabalho, eu estou atento a qualquer pessoa que possa aparecer.
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P.O.V.- Thyana
A porta da masmorra abriu, e entrou na divisão um rapaz que parece ser ligeiramente mais velho que eu.
-Olá docinho! – disse ele, aproximando-se de mim.
Ele segurou o meu rosto com alguma força, e obrigou-me a beija-lo forçadamente.
-Só vim avisar que os teus amiguinhos chegaram, mas sabes…- continuou ele, passando a mão pelo meu rosto-… eles não vão conseguir tirar-te de mim. Eu não deixo que te levem! És minha!
Ele voltou a beijar-me, e depois foi embora. O rapaz que entrou é o filho do meu sequestrador, o rei deste castelo. Chama-se Saymon, tem o cabelo castanho, olhos da mesma cor, pele ligeiramente morena, e com pouca barba, é um pouco mais alto que eu, mas é um magricela, não tem quaisquer vestígios de músculos e para além disso, é um mimado que tem de ter sempre aquilo que quer, ou dá-lhe um ataque de raiva e chega a fazer birra, porém, para além dos beijos forçados que me obriga a dar-lhe, não me trata tão mal como o seu pai, que me chega mesmo a bater quando não lhe dou as respostas que ele quer.
Desde que estou cá descobri que foram eles que andaram a invadir e a atacar o meu reino. O plano deles era, primeiro, atacar constantemente para ferir e cansar o maior número de soldados possível, depois, foram diminuindo os ataques para que baixássemos a guarda, o objetivo de, depois, terem parado completamente de nos atacar era o meu pai dar-me mais liberdade, para vigiarem todos os meus passos, e a minha rotina, sendo mais fácil raptar-me desta maneira. Por fim, depois de me terem raptado, querem que pareça fácil resgatar-me, para porem em prática a sua arma secreta, que ainda desconheço.
Estava distraída em pensamentos, quando a porta é aberta de novo, desta vez é o Clayton, o rei, que entrou.
-Estás a gostar da estadia, queridinha? - perguntou-me ele, aproximando-se de mim.
Não lhe respondi.
-Devias ter mais respeito pelo teu rei! - gritou ele, dando-me uma estalada na face- Vou perguntar de novo, estás a gostar da estadia?
-Como haveria de gostar? Este sitio é inundo, tal como tu! E nem se quer posso descansar, que não tem nada para me sentar.
Voltei a sentir a sua mão vir com força contra o meu rosto.
-Não ouses repetir isso novamente!
-O quê? Que és um inundo, não tens qualquer tipo de respeito pelas pessoas, não sabes educar o teu filho, e que nunca estás satisfeito com o que tens, e por isso tens de roubar o que é de outros?
Senti de novo a sua mão a bater-me no rosto.
-Vou calar essa tua língua afiada! Vou fazer com que te comportes como a boa menina que sei que consegues ser.
-Só sou para quem fale a pena!
-Oh, mas vais ser, nem que te obrigue.
-Experimenta!
Vi no seu olhar puro ódio e fúria, mas não me arrependo de nada do que disse, apesar de estar com receio do que ele vai fazer comigo.
Ele começou a despir-se, ficando vestido apenas com a parte de cima das suas roupas, e aí sim, arrependi-me de o ter provocado.
O Clayton aproximou-se de mim, e tentou-me beijar nos lábios, mas eu consegui desviar o rosto para o lado, o que o fez não conseguir o seu objetivo.
P.O.V.- Ian
O cão guiou-me até às masmorras do castelo, percorremos todo o local, sem a encontrar.
Ouvi uns gritos no fundo do corredor, e apresei-me a seguir o som.
-Pára! - ouvi eu.
É a Thyana, sem sombra de dúvidas. Aproximei-me da porta de ferro e consegui ver um velho com uma coroa a tentar beijar a minha princesa. Tenho de ser esperto, eu não posso simplesmente arrombar a porta, ele pode fazer chantagem, pode matá-la na hora, ou prender-me também. Não posso fazer um único ruído enquanto tento abrir a porta.
P.O.V.- Thyana
-Olha que se resistires vai ser pior! Principalmente para o teu papá.
Ele começou a levantar o meu vestido, porém, antes de o fazer completamente, caiu aos meus pés, com o corpo ensanguentado. Olhei para cima, e vi o Ian a sorrir para mim.
-Já te tiro daí, minha princesa!
Ele retirou a sua espada do corpo do Clayton, remexeu nas roupas do rei morto, e tirou de lá umas chaves.
-Bem… deve ser uma destas.
O Ian tirou-me as algemas que me prendiam à parede, e, quando estava finalmente livre, abracei-o.
-Tive tantas saudades tuas! - disse eu, e, sem me dar conta, já tinha lágrimas a rolarem pelo meu rosto.
-Ei! Não princesa, não chores- disse ele, limpando-me as lágrimas.
-Eu…
-Thyana, eles fizeram-te alguma coisa?
-Para além de me beijarem, ambos, o rei e o seu filho, de não comer nada de jeito desde que estou aqui, de não ter um sítio para descansar as pernas ou para dormir, e de o rei me bater, não muito mais do que isso.
-E estás bem?
-Agora que estou contigo, sim.
-Vamos, tenho de te levar para um lugar seguro.
Ele pegou-me na mão, guiou-me para fora do castelo, e escondeu-me na floresta.
-Tens que ficar aqui, eu vou avisar o teu pai que já estás em segurança.
-Mas…
-Sem mas. Vai tudo correr bem, eu prometo.
-Ele disse que ia…
-Eu sei, princesa.
Ele passou a mão pelo meu rosto, e beijou-me.
-Ian…
-Amo-te! - disse ele, beijando-me novamente.
Depois, subiu para cima do Spirit, e foi para o meio do campo de batalha.
Continua…
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