História For You - Por favor.

Jeon Jungkook estava acordado, o relógio branco na parede indicará que era cinco e trinta e oito da madrugada, estava imerso nos pensamentos, como um navio em um grande mar pouco agitado, as cortinas estavam fechadas, pois havia uma grande tempestade acontecendo lá fora, e também na cabeça do Jeon que estava tão perdido em tudo.

Era incrível como perderá tanto tempo pensando, e pensando, por algum motivo aparente o garoto leucêmico estava sentindo que não ficaria tanto tempo naquela cama de hospital, estava sentindo a morte, no canto do seu quarto o observando sem expressão alguma, ele a encarou com todos seus sentimentos aparentes no seu olhar, as lagrimas não demoraram a aparecer, o seu olhar transparecia dor, infelicidade e um pedido de socorro inaudível. 

- Você veio me buscar? – murmurou.

Desviou o olhar da grande sombra que estava no canto do seu quarto.

- Se você ouvir o que estou dizendo... Não me leve ainda, tem alguém muito importante para mim, e esse alguém ele se chama – fez uma pausa-... Park... Jimin. - direcionou o olhar para a criatura. – Está me ouvindo? Não me leve ainda, por favor, por favor, por favor... - deixou-se chorar, pegou seu travesseiro e abafou os soluços altos, as lagrimas que pareciam sair sem permissão alguma, mas saia, e doía no seu peito tudo aquilo.

Mesmo sabendo que a criatura não estava nem ai pelo seu pedido, ele se entregou por inteiro nessas palavras que dissera, mesmo sendo inútil, às vezes temos que tentar...

Jeon Jungkook dormiu abraçando seu travesseiro que estava um pouco úmido por conta de suas lagrimas severas, a dor permanência, seu coração pulsava dentro do seu peito, já estava acordado por um bom tempo, apenas olhava o Sol pela janela, que Suzy recém abrira a cortina.

Olhou o quarto a sua volta e nenhum rastro de alguém, sentou-se na cama e pegou seu celular e seus fones, seus companheiros como Jeon chamara, colocou uma musica com a melodia triste para tocar, seu coração se aqueceu, abraçou seus joelhos e deitou sua cabeça nos joelhos e observou o céu com a melodia melancólica tocando em seus fones.

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SeokJin estava atendendo um novo paciente que recém saberá que estava com leucemia, era triste ver os pais de uma criança souber tal noticia que ele mesmo tendo tantos anos de experiência com o caso, se abalava com a tristeza dos familiares e do leucêmico, o garotinho não pareceu se abalar com tal noticia, sorriu e abraçou sua mãe e seu pai, SeokJin se segurava para as lagrimas pesadas não saírem dos seus olhos castanhos.

- Se me dêem licença eu volto em um instante. – sorriu e se dirigiu até a porta, saindo do quarto.

Foi até o seu escritório e deixou-se chorar, olhou por sua mesa e leu um nome ‘’Jeon Jungkook’’, lembrou que pediu exames do Jeon, limpou os rastros de lagrimas com as costas de suas mãos e foi conferir os exames.

Era incrível, parecia que nem a quimioterapia estava adiantando, a leucemia do garoto estava o matando aos poucos e cada dia avançará.

- O que a gente pode fazer? – pergunta Suzy entrando no escritório.

- Faça de tudo, aumente a dose, não vamos perder Jungkook. – disse firme.

SeokJin, já tinha perdido vários pacientes queridos por causa da leucemia, ele sempre acabava chorando e seu amigo, Namjoon tinha que consolar o medico, era incrível como se apegava por seus pacientes, os cuidava, até o fim, mesmo não querendo que não houvesse um fim...

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Park Jimin, estava se sentindo confuso por tudo que estava passando, principalmente as lembranças indesejadas e também era desejada o atormentava.

Sabia até agora que a garota se chamava Nayeon e era sua esposa, e tinha uma doença que não permitirá sentir-se sentimentos comuns.

 Levantou-se do piso de madeira e foi até o quarto de Yoongi.

- Yoongi, abre a porta, por favor. – disse e bateu na porta.

Yoongi abriu a porta do seu quarto e abriu espaço para o ruivo passar.

- Preciso te pedir um favor. – disse se sentando na poltrona perto da cama do esverdeado.

- Lá vem, o que é agora? – sentou-se na sua cama.

- Não conta para ninguém ok?

- Uhum. – assentiu.

- Eu estou tendo as lembranças...

- Uau, como você se sente?

- Não sei acho que, estranho.

- Por quê?

- Tem uma garota nas minhas lembranças chamada Nayeon, ela aparenta ser minha esposa e sofre de alguma doença que não faz sentir sentimentos ou algo assim.

- Mas o que eu tenho a ver com isso? - franziu a testa.

- Quero que procure sobre essa doença para mim, por favor, Yoongi.

- Não sei...

- Por favorzinho.

- Tá, tá, quando eu souber te chamo, é só pesquisar eu vou achar.

- Okay, te amo Yoongi. – levantou-se da poltrona e beijou a testa do amigo e saiu correndo do quarto.

- Aish. – diz Yoongi deitando na cama.

Já estava ficando de noite, e Park Jimin, não deu sinal de vida para o Jeon, Jungkook ainda estava na mesma posição, agora olhava o céu azul lentamente ganhando uma coloração laranja, indicando o por do sol.

- Acho que você está me esperando.

O coração de Jeon palpitou e um sorriso brotou em seus lábios finos, olhou em direção que a voz foi pronunciada, e sorriu ainda mais vendo Park Jimin, ali no seu quarto o observando.

- Jimin. – sorri.

- Olha o por do sol. – sorri e se senta na cama do Jeon encostando as costas na cabeceira da cama, igual Jeon Jungkook. – o que está ouvindo? – pega um dos fones do ouvido de Jungkook e insere no seu. – Uau ela é triste.

Jeon Jungkook o observava, era tão bonito, como podia ser tão perfeito aos seus olhos?

- Que tal vermos esse por do sol de um lugar alto? – sugere.

- Que lugar? – sorri.

- Uma roda gigante.

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Park Jimin e Jeon Jungkook estava embarcando na roda gigante com varias luzes colorida, então logo começou a girar.

- Eu nunca andei nisso antes. – disse Jeon apreensivo.

- Você pode pegar na minha mão se quiser. – sorri.

Jungkook corou então Jimin pegou sua mão com cuidado e entrelaçou-se na sua, a apertando de um jeito que nunca mais queria soltar.

O céu estava perfeitamente bonito, pareceu até que ficara apenas muito bonito por ser admirado por os dois ali. Jungkook sorria cada vez que a roda completava a rota, Jimin estava extasiado pelo sorriso bonito do garoto ao seu lado

- Tudo aqui é tão bonito. – sorri Jeon.

Jimin olhava Jungkook cada detalhe, seu sorriso bobo, por se surpreender com a altura e as luzes em conjunto.

- Olha aquela casinha pequena, um dia eu quero morar igual uma dessa. – sorri e aponta. – Está vendo Jimin?

*Flashback ON*

- Olha Nayeon, aquela casinha pequena, está vendo? Eu quero morar igual a essa, com você e nossos futuros filhos.

Nayeon olhou para a casinha e sorriu mesmo não sentindo a felicidade presente.

- Ela é bonita não é? Você quer morar comigo em uma casinha dessa?

Nayeon assentiu.

- Então amanhã mesmo iremos procurar uma casinha igual aquela. – sorriu. – Eu te amo Nayeon.

*Flashback OFF*

Park Jimin se desligou do mundo e seus olhos encheram de lagrimas, foi automático e uma lagrima saiu.

- Por que está chorando ChimChim?

Jimin olhou para Jeon sorriu pelo apelido, e o abraçou. Jungkook correspondeu o abraço, o brilho de Jimin aparecia e suas lagrimas saiam instantaneamente.

Era uma das cenas mais bonitas vista por Jungkook, o brilho saindo de Jimin, e logo uma borboleta pousou no nariz fino de Jeon que não se assustou apenas se emocionou com a cena e abraçou ainda mais Jimin.

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Passou algumas horas e os dois já tinham saído da roda gigante, agora estavam sentados em um banco de madeira perto do lago do parque, Jungkook estava com sua cabeça apoiada no ombro do ruivo.

- Jimin...

- Sim?

- Eu a vi...

- Viu quem?

- A morte...

O corpo de Jimin gelou, sabia muito bem do que se tratava a morte, apareceu varias vezes para ele, e sentiu-se triste e preocupado.

- Quando?

- Hoje, de madrugada, ela tava me observando.

- Hey, não fique assim ok?

- Como?

- Eu estou aqui e essa morte não vai te tirar de mim. – sorri.

- Mesmo? – Jeon levantou sua cabeça e encarou Jimin.

- Sim. – Jimin imitou o movimento do Jeon.

Jungkook sorriu e o mundo parecia ter parado para Park Jimin, só existiam os dois ali naquele grande universo, ele e Jungkook com o sorriso mais bonito do mundo.

Jimin aproximou-se do rosto de Jungkook e depositou um selar em seus lábios finos e rosados que acabara de saber que tinha gosto de cereja. Jeon retribuiu o selar de Jimin, foi um beijo sem malicia, puro e inocente, as bochechas de Jeon virou duas maças de tão vermelho, o gosto dos lábios de Jimin foram a melhor coisa que provou em sua vida. Depois de alguns segundo, Jimin cessou o beijo e deu o seu maior sorriso, fazendo Jeon ficar mais constrangido e desviar o olhar.

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Quando Jeon já estava no quarto, estava sorrindo que nem um bobo para o nada, era até engraçado o ver daquela forma.

Park Jimin, já tinha ido embora, ficou muito constrangido, mas não deixou de beijar a bochecha magra do Jeon. Pareciam duas crianças bobas e inocentes.

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Jeon Jungkook acordou de repente, abrindo seus olhos e olhando ao redor da cama olhou para o relógio na parede que indicara duas e três da manhã, olhou ao redor e ela estava lá.

Arregalou os olhos e os aparelhos começaram a apitar freneticamente e o gosto de ferro invadiu a sua boca, ele ainda encarava ela, com os olhos marejados, dizendo suas ultimas palavras antes de apagar...

- P-p-por f-favor...

- Merda, merda, merda. – disse SeokJin raivoso, batia em sua mesa de vidro do escritório. – Por que eu ainda sou medico?

O seu celular logo começou a apitar, indicando uma chamada.

- Aló.

- Já estou vendo que você não está bem. – soltou um pequeno riso nasal.

- O que quer? Pode falar. – suspirou cansado.

- Aconteceu alguma coisa?

- Muita coisa...

- Quando for sua hora de almoço eu estarei ai, me espere na lanchonete.

A ligação encerrou e Jin se levantou, pegando seu jaleco saindo do escritório.

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Os aparelhos apitavam lentamente, Jeon estava pendente do aparelho de respiração, e outros vários aparelhos ligados ao seu corpo, e estava ali, a criatura com um traje preto, estava ali o observando e se aproximando lentamente, parecendo estar esperando à hora de algo.

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- Como você está?

-Eu não sei.

- É aquele paciente de novo? Jung... Jungkook?

SeokJin suspirou e assentiu passando os dedos longos no cabelo rosa.

- O que aconteceu desta vez? -  perguntou.

- Ele está piorando, eu não sei Namjoon, mas acho que podemos perder ele. – suspirou.

- O que você poderia fazer para salva-lo?

- Uma cirurgia para retirar a medula óssea e colocar outra...

- Então porque não faz essa cirurgia?

- Por que não tem doador. – olhou para os olhos negros de Namjoon. – Não tem...

- Não fique assim. – levantou-se e abraçou SeokJin. – Logo, você ira achar um doador para ele, não será difícil ele logo estará forte de novo e você vai se orgulhar. - distribuiu um beijo no topo da cabeça do medico. – No final tudo fica bem, eu acho. – sorri.

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A criatura com aura melancólica se aproximava cada vez mais do corpo magro de Jeon Jungkook, já estava por uma pequena distancia. Jeon respirava lentamente, os aparelhos apitavam devagar, seu rosto estava sereno, sem nenhuma expressão aparente, apenas parecendo estar em paz.

Então a criatura, já estava do lado da maca de Jeon, aproximou-se e acariciou o rosto magro do garoto ali. Logo os aparelhos começaram a apitar freneticamente, a criatura sorriu triste e continuou a acariciar o rosto do Jeon.

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Park Jimin estava sentado na grama perto do lago, estava com uma rosa em sua mão, e a olhava sem expressão, a rosa bonita logo começou a murchar, e ganhando uma coloração cinza.

- Jungkook... – largou à rosa e levantou-se rapidamente, sentindo um incômodo no peito, passou pelos arbustos e já estava em frente à porta do quarto de Jeon, engoliu em seco pegou na maçaneta sentindo suas mãos soarem.

Quando abriu a porta, lá estava Jeon, com expressão serena, e os aparelhos apitando freneticamente e uma criatura acariciando seu rosto, parecera que o mundo parou, Park Jimin gelou e arregalou os olhos.

O aparelho que antes apitava sem parar fazia um som agudo saído dele.

As lagrimas brotaram nos olhos de Jimin.

- Jungkook...

A criatura o olhou e retirou a mão lentamente do rosto de Jeon encarando o rosto de Jimin.

- Por que você está fazendo isso? Por favor, não o leve o embora, por favor, por favor. – caiu de joelhos no chão se entregando as lagrimas e deixando os soluços altos ecoarem por aquele quarto.