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História Fora do Gelo - Noite de festa


Escrita por: Otsumiyamoto

Capítulo 17 - Noite de festa


  O bar que escolhemos chama-se Edolas, e já não é um bar muito grande, então parece ainda menor hoje. Está absolutamente tomado de jogadores de hóquei. O espaço está tão pequeno que é impossível encontrar lugar para sentar. Até para ficar em pé está difícil.

O time inteiro veio para a festa do Sting, e, por acaso, segunda -feira é dia de karaokê, portanto o ambiente apertado está também bem barulhento e empanturrado de corpos.

Levy chega uns vinte minutos depois da gente e está absolutamente linda de legging, bota de salto alto e camiseta canelada. Todas as peças são pretas, o que destaca sua faixa de cabelo, que hoje não é a amarela, como de costume. É vermelha com listras amarelas.

Acho que eu já sei qual é a sua cor favorita.

A primeira coisa que ela faz é cumprimentar o Sting, depois vem em minha direção.

— Oi. Está sufocante aqui dentro. Ainda bem que não trouxe casaco.

— Oi – Eu me inclino e beijo sua bochecha. Preferia que fossem nos lábios deliciosos, mas, embora considere isso um encontro, tenho certeza de que Levy não pensa da mesma forma – Como foi o ensaio?

— O de sempre – ela dá de ombros, com o semblante triste.

— O que o imbecil fez dessa vez? 

— Nada demais – ela sorri amarelo – Só continua agindo como o idiota que é – suspira – Vai ter o bendito coral.

— Ah, baixinha. Você cedeu nisso?

— Acredite, estava fora do meu alcance.

Ela está obviamente chateada, então aperto seu braço e digo:

— Quer uma bebida?

 Ela demora um pouco a responder. Me olha nos olhos, decidindo o que fazer. Ou ela vai colocar sua confiança em minhas mãos, ou vai trancá-la a sete chaves, o que seria o equivalente a um soco de sacudir o esqueleto, porque, caramba, como quero que Levy confie em mim.

— Com certeza – ela finalmente responde e sorri.

Com essas duas palavrinhas, meu coração infla feito um balão. Luto para manter a felicidade para mim mesmo, contentando-me com um aceno indiferente de cabeça enquanto a levo na direção do bar.

— O que vai querer? Cerveja? Uísque?

— Não, quero algo gostoso, doce.

— Não me diga que você vai pedir uma bebida de mulherzinha – digo zombeteiro.

— Mas sou uma mulherzinha. Por que não posso tomar uma bebida de mulherzinha?

— É você quem manda linda.

No bar, peço a bebida dela e esperamos ansiosos o barman preparar. E eu faço questão de colocar a taça nas suas pequenas mãos.

Ela levanta o copo em uma saudação para mim e dá um pequeno gole, então sorri.

— Hmm. Delícia.

— Agora vamos rodar, quero te apresentar ao resto do time.

Pego seu braço de novo e caminhamos em direção ao grupo barulhento na mesa de sinuca, onde a apresento a alguns caras.

Rogue e Gray nos veem e se aproximam, os dois cumprimentam Levy com um abraço. Tenho a impressão que o de Rogue é um pouco longo demais, mas quando vejo seu olhar, a expressão é inocente.

Ótimo, estou paranóico agora.

Mas que inferno, já estou competindo com Léo pela atenção dela, e a última coisa que quero é o meu melhor amigo entrando na disputa.

Isso é muito estranho pra mim. Ainda estou confuso do que quero com ela. Digo, quero ficar com ela. Quero muito, muito mesmo. Mas, se por algum milagre, ela ficar comigo, e aí? O que acontece depois? Ela, com certeza, merece mais do que eu tenho oferecido as outras garotas.

E então? Finco uma bandeira no chão e aviso para o mundo que Levy é a minha namorada?

Namoradas são uma distração, e não posso ter distrações agora, sobretudo porque há duas semanas corria riscos de perder meu lugar na equipe.

Não ganhar o campeonato não é uma opção pra mim.

Mas ver Levy ficando com outro cara também não é uma opção.

— Puts, isso aqui esta muito bom – diz Levy, ao dar mais um gole profundo – Quero outro.

— Que tal você terminar esse primeiro, depois a gente decide sobre um refil? – dou risada.

— Sem problema – Então vira a bebida num dos goles mais rápidos que já testemunhei, lambe os beiços e sorri para mim – E aí. Que tal um refil?

Não posso lutar contra o sorriso que se estende por todo o meu rosto. Rapaz, tenho a impressão de que Levy vai ser uma bêbada muito… Interessante.

E estou absolutamente certo.

Ela não brincou quando disse que tinha um fraco para bebida. Três dessas bebidas doces depois e Levy está no palco cantando no karaokê.

Isso mesmo. Bêbada do tipo que sobe no karaokê.

O que salva é que ela é uma cantora fenomenal. Não posso imaginar quão deprimente seria se estivesse bêbada e tivesse uma voz de taquara rachada.

O bar inteiro está louco por ela e quase todo mundo está acompanhando, até alguns dos meus colegas de time mais embriagados.

Pego-me sorrindo feito um idiota enquanto olho para o palco. Não há nada de indecente no que está fazendo. Nenhuma sugestão de que vai tirar a roupa nem movimentos sugestivos ou vergonhosos, então está tudo bem, por enquanto.

Levy joga a cabeça para trás animada, as bochechas coradas e os olhos brilhando ao cantar, e é tão bonita que me dói o peito.

Engulo em seco. Ela não só entrou na minha cabeça de um jeito que eu não sei controlar... ela me dominou por inteiro.

Foda-se, quero outro beijo.

Quero sentir seus lábios nos meus. Quero ouvir aquele barulho sensual que ela fez na primeira vez que chupei sua língua.

— Ela é incrível! – grita Rogue, me trazendo de volta dos meus bons pensamentos. E ele está com um sorriso enorme, também assistindo a Levy.

— Ela é aluna de música – digo, distraído com a expressão dele. Sei que ele disse que não tentaria nada com ela, mas é isso que me preocupa.

Ele não precisaria me dizer isso se aquele beijo era só pra me provocar. Se ele disse é por que considerou a idéia e desistiu por minha causa.

Gostar da mesma garota que seu melhor amigo...

— Quanto ela já bebeu? – Ele pergunta

— Só três doses de pinacolada – digo e nós dois sorrimos da situação.

Ao final da música, Levy é ovacionada. Um segundo depois, alguém sobe no palco e sussurra algo em seu ouvido. Parece estar tentando convencê-la a cantar com ele, mas fica tocando seu braço e não há dúvidas sobre o desconforto nos olhos de Levy.

— Minha deixa para salvá-la – digo, antes de abrir caminho entre a multidão. Quando chego ao pé do palco, coloco as mãos ao redor da boca e grito:

— Baixinha, traga esses peitos pra cá!

Sua expressão se ilumina ao me ver. Sem hesitar nem por um momento, ela mergulha do palco para os meus braços à sua espera e gargalha quando a giro no ar.

— A gente precisa vir sempre aqui! – Com o riso fazendo cócegas em minha garganta.

Coloco-a no chão e avalio seu rosto, tentando estabelecer em qual grau da minha escala, incrivelmente precisa de bêbados, ela se enquadra. Considerando que um é sóbrio e dez é acordei sem roupas e sem a menor lembrança de como cheguei aqui.

Como seus olhos estão vivos e ela não está enrolando as palavras nem tropeçando, decido que deve estar entre quatro e cinco — muito alegre, mas consciente.

E talvez isso faça de mim um arrogante, mas amo ser o cara que a deixou assim. Em quem ela confiou o bastante para cuidar dela de forma que pudesse se soltar e se divertir. Com outro sorriso reluzente, Levy pega a minha mão e começa a me arrastar para longe da pequena pista de dança.

— Para onde estamos indo? – pergunto com uma risada.

— Preciso fazer xixi! E você prometeu ser meu guarda-costas, o que significa que vai ter de esperar fora do banheiro e ficar de guarda – Seus olhos âmbares hipnotizantes me fitam, brilhantes, e seu sorriso é, provavelmente a coisa mais bonita que eu já vi na vida – Você tem que ter certeza de que nada de ruim vai acontecer comigo, lembra?

Puta merda... meu coração está tão acelerado que eu vou ter um ataque cardíaco se não beijar essa menina!



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