Levy está oficialmente bêbada. Muito bêbada.
Já é uma da manhã, e a festa se mudou do bar para a minha casa, e, por mais que eu queira estar com ela, acho que está mais do que na hora dela ir embora.
O time está aqui em peso e tem Maria-patins para todos os lados. Todos batem oito pontos na escala Redfox para bêbados.
E Levy está fora de controle.
Ela está dançando e, se antes não tinha nada de sugestivo, agora nem parece ela ali. Álias, suas atitudes não condizem com a garota que me dava aulas. Acho que agora entendi o que ela quis dizer com dar “vexame” quando bebe.
Ela se solta muito. Solta demais.
As danças não são só sugestivas, são sensuais pra caramba. As atitudes são atrevidas, o andar dela. Cacete, até o jeito dela sorrir é sensual.
Esta bem mais atirada do que eu pensei ser possível para ela.
— Preciso falar com você – grito por cima da música, enquanto grudo em seu braço e a tiro de uma dança com dois caras. Isso porque me distrai uns 15 segundos.
Ah, e um deles é o Sting. Meu amigo. Pra lá de bêbado.
— Estou dançando! – ela faz beiço
— Não está mais – digo apenas e Sting me segura.
— Estamos dançando cara – Sting tenta dizer com a fala arrastada.
— Vai dançar com outra pessoa – retruco duro.
Como se estivesse só esperando a deixa, uma parceira de dança disposta aparece do nada e puxa Sting, que não resiste.
Travo a mão ao redor do braço de Levy e levo-a para o segundo andar e só solto quando alcançamos a segurança tranquila do meu quarto.
— A festa acabou pra você mocinha – digo
— Mas eu estou me divertindo tanto G. – ela diz risonha, sem desviar os olhos de mim.
E me chama de G.. Primeira vez que uma garota me chama assim e eu gosto.
E não é qualquer garota, é a Levy. Uma Levy bêbada e muito mal intencionada. Isso é demais até pra mim.
— Sei que está – Cruzo os braços, firme – Só que você está se divertindo demais.
— Você é mau... mas eu gosto – Não sei nem nomear o olhar que ela me lançou agora, mas sei que me arrepiou inteiro. Sorte minha que ela está sendo vencida pelo álcool e com um suspiro exagerado, ela se joga de costas na cama – Estou com sono.
Aproveito a deixa para olha-la, detalhadamente. Não vou ter melhor chance, já que sóbria ela não deixaria. E no estado em que está, se eu me demorar muito, ela vai apagar e só despertar amanha.
Então só tenho esses poucos segundos para olhá-la, mas ela percebe.
— Está me devorando, sabia? Pervertido – ela sussurra baixo, sorrindo.
— Vamos, vou levar você de volta para o alojamento – sorrio, me aproximando vencido.
— Quer mesmo me levar embora? – ela sorri maliciosa, deslizando uma mão pelo meu peito e eu fico tenso. Não respondo, por precaução.
“Ela está bêbada”, repito mentalmente várias vezes.
Ajudo Levy a se levantar e seus braços me apertam ao redor do meu pescoço e ela planta um beijo na minha garganta e engulo seco.
— Você é muito alto – resmunga
— Você que é baixinha. Mesmo de salto. – Ela dá risada e não resiste enquanto a conduzo até o carro.
Falo coisas aleatórias o caminho todo para mantê-la consciente, mas ela cochila quase o tempo todo. Quando finalmente estamos no alojamento dela, a ajudo a subir.
Levy está tão alterada que não consegue se quer abrir a porta, então ri da falta de habilidade. Pego a chave da mão dela e eu mesmo abro a porta, e em seguida á levo, aos tropeços, para o quarto, por garantia.
Não acendo a luz pois uma luz vindo de um abajur ligado facilita a visão.
— Direto para a cama viu, mocinha – digo, colocando-a na beirada da cama e me abaixo para lhe tirar as botas.
— Não quer ficar um pouquinho? Só até amanhã... quem sabe? – Meu pulso dispara quando ela se aproxima. Suas mãos se prendem em minha nuca, me pegando totalmente desprevenido.
Respiro fundo.
— Linda, melhor você ir dormir, tá? – digo, fitando seu rosto que esta perigosamente próximo. Deslizo uma mão delicadamente pelo seu braço, tentando afastá-la, sem sucesso.
— Fica... – ela sussurra, se inclinando para mais perto de mim – Por favor...
Não consigo raciocinar assim, tudo o que eu desejei a noite toda foi beijar essa menina e é exatamente o que eu faço. No momento em que nossos lábios se tocam, meu coração se perde nas próprias batidas aceleradas.
É certamente uma blasfêmia dizer que essa menina não sabe beijar, porque ela sabe exatamente o que fazer. Mesmo bêbada.
Não impeço minhas mãos de descerem pela lateral do seu corpo. Aperto sua coxa com força e escuto ela arfar entre o beijo.
‘Você não vai deixar nada de ruim acontecer comigo, lembra?’
A frase dita anteriormente me faz recobrar o sentido. Não é certo me aproveitar dessa situação. Certamente ela não faria isso se não tivesse bebido tanto, então interrompo o beijo
— Levy, espera... Você não quer fazer isso... – me obrigo a afastar as mãos dela, com muito esforço, pois apesar da minha razão dar sinais de lucidez, meu corpo é teimoso.
Levanto, correndo as mãos pelos cabelos, tentando reorganizar meus pensamentos. mas Levy não quer colaborar. Ela aproxima-se novamente, me agarrando pela camisa. Como tem dificuldade em me alcançar agora que está um pouco mais baixa, sem o salto, enrosca uma das mãos nos fios da minha nuca, me puxando para ela.
— Você está errado. Eu quero sim – ela rebate e meu coração dispara em mais um galope acelerado – Então, pare de se fazer de difícil.
E então me beija.
Ah, merda.
Eu deveria impedi-la. Muito, muito mesmo. Mas ela é quente e macia e cheira tão bem que não consigo pensar direito. Sua boca se move ávida sobre a minha, e a beijo de volta, ansioso. Passo os braços ao redor dela, firmes e tensos. Levy faz os barulhos mais sensuais que já ouvi, chupando minha língua com força como se não conseguisse se saciar.
Espera, não! Está errado.
— Levy – me afasto e murmuro contra seus lábios, em tom de advertência – Nós não podemos.
Ela lambe meu lábio inferior, então morde com força suficiente para me provocar um rosnado vindo da garganta. Merda.
Merda, merda, merda.
— Não – Enfio a mão em seu cabelo e agarro-o entre os dedos – Nós não podemos fazer isso. Não hoje, olha pra mim.
— Mas eu quero – murmura – Eu te quero tanto Gajeel.
Levy acabou de pronunciar as palavras que todo cara quer ouvir: eu te quero tanto!
Cacete.
A beijo de novo, e esse beijo quem começa sou eu, porque simplesmente não consigo resistir a ela.
Minha razão não para de repetir que Levy está bêbada. Não posso deixá-la fazer isso.
Assim não.
Uso uma força sobre-humana para afastá-la do meu corpo. Coloco minhas mãos em seus braços, segurando-os firmes enquanto afasto-os de mim. Interrompo o beijo e respiro fundo.
Ouço choramingos de protestos vindos dela e então Levy se solta totalmente de mim e sinto falta imediata do contato. Do calor dela.
Aproximo apenas uma das mãos, por que tenho medo de minha resistência falhar, e quando toco suavemente sua bochecha, o gemido dela se transforma num suspiro feliz.
— Você bebeu muito. Nós não podemos fazer isso – digo baixinho – Você confiou em mim para cuidar de você, lembra? Bom, estou cuidando você.
— Ah! – ela exclama e me olha como se eu a fizesse se lembrar disso – É isso? Tudo bem então – ela me puxa pela camiseta e estala um beijo em minha bochecha tão rápido que mal acompanho.
Sorri e se joga na cama. Arranca a camiseta e atira na direção do guarda-roupas. Desvio o olhar por um momento, pasmo de suas ações rápidas.
— Tranca a porta pra mim? Boa noite G. – então se cobre com o edredom.
Pisco aturdido. Fico cinco minutos inteiros, apenas olhando o quarto semi escuro, enquanto escuto o ressonar baixo dela.
Ela dormiu.
"Tudo bem?" "Boa noite?"
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