Numa estação de trem
Um garoto espera sentado
Sem incomodar ninguém
Repara o mundo, calado
O que a moça está ouvindo?
Uma música triste, para a alma cansada?
O que o senhor está pensando?
Como queria tudo e como terminou sem nada?
Para onde o trem está indo?
Está decidindo a próxima parada?
O garoto se levanta discretamente
Os olhos perdidos na luz
Confuso com a bagunça da mente
Ultrapassa a linha amarela
O limite da paciência, a linha do perigo
Sem ter medo dela
Caminha rumo aos trilhos
Ao ver o trem chegando
Seus olhos se poe a brilhar
A luz no fim do túnel
Literalmente falando
Um milésimo de segundo
Para o mundo parar de girar
Eles veem o garoto lá no fundo
E tentam o alcançar
Um milésimo de segundo
Para ele parar de se importar
Se partem as correntes do mundo
E ele pode se libertar
Numa estação de trem
Um público reza chocado
Sem reparar ninguém
Além do garoto estraçalhado
O que ele estava sentindo?
A dor metálica das engrenagens quebradas?
O que ele estava pensando?
Como detestava a vida e como dar uma escapada?
Para onde eu estava indo?
Não me lembro, mas devia ter pego a estrada
A plateia se dispersa lentamente
Olhos perdidos na luz
Confusos no meio de tanta gente
Ultrapassam a saída
O limite da tristeza, a saída da realidade
Sem ter medo dela,
Caminham rumo à cidade
Porém ao ir caminhando
Os pés se põe a resistir
Nenhum deles quer realmente voltar
A rotina que vivem aceitando
Um milésimo de segundo
Para o mundo parar de girar
Eles veem o garoto lá no fundo
E tentam o alcançar
Um milésimo de segundo
Para eles passarem a se importar
Ali se formam as correntes do mundo
As quais todos querem quebrar
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