POV-MIGUEL
– Você disse Mikaelson? – Perguntei.
– Ah não! Meus irmãos já passaram por aqui, não é? – Henrik pergunta.
– Você sabe onde está? – Nataly pergunta.
– Não. – Henrik responde.
– Você está em New Orleans. – Falei.
– Ah meu Deus! Todos os meus irmãos estão aqui! Vocês não podem contar para eles! Nenhum Mikaelson pode saber que eu estou vivo! – Henrik diz.
Eu e Nataly nos entreolhamos.
– Um pouco tarde pra isso. – Falei.
– Como assim? – Ele pergunta.
– Eu sou Miguel Black Mikaelson e essa é Nataly Mikaelson. – Falei.
– Impossível! – Henrik diz.
– Não, não é. – Nataly diz. – Somos parentes!
(...)
– Então, Klaus teve uma filha e essa filha se casou com o Kol. Ai veio você. – Ele aponta para Nataly. – E então, Klaus se casou com outra mulher e teve você! – Ele aponta para mim.
– Sim. – Falei.
– E quem é sua mãe? – Henrik pergunta.
– Lavínia Black. – Respondi. Henrik arregalou os olhos.
– Lavínia Black? Olhos azuis, chama atenção onde quer que esteja? – Henrik pergunta. Eu assenti. – Ótimo! Nik é casado com a minha ex namorada!
– O quê? – Nataly pergunta.
– Ela não sabia quem eu era quando nos envolvemos. E foi um relacionamento curto. – Henrik disse. – E ela era relacionada com as mulheres que estão atrás de mim agora.
– Elas são vampiras? – Perguntei.
– Pior. Sereias. – Henrik diz. – Sybil e Seline. São irmãs. E são lindas. Elas e Lavínia eram melhores amigas e cantavam em um bar em Vegas nos anos 20.
– Sereias? – Perguntei.
– Sim. Loucura, eu sei! – Henrik diz.
– E por que elas estão atrás de você? – Nataly pergunta.
– Depois de um tempo, Lavínia foi para Chicago. Disse que ia fazer uma surpresa para velhos amigos. E eu tinha certeza que ela estava falando dos meus irmãos. – Henrik disse. – Nós terminamos pacificamente e eu comecei a namorar Sybil e Seline.
– Ao mesmo tempo? – Perguntei.
– Era um relacionamento aberto! – Henrik disse.
Nataly ri.
– E como isso funcionava? – Perguntei.
– Carolyn pode te explicar mais tarde. – Nataly disse. – Prossiga com a história.
– Sybil e Seline trabalhavam para Cade que era como o diabo. O dono de um limbo que era tão ruim que era chamado de inferno. – Henrik disse. – Apesar de não ser realmente o inferno, elas precisavam matar pessoas más e mandar suas almas para Cade. Eu até aceitava isso. Mas depois de um tempo, elas se libertaram disso e continuaram a matar. Então eu as mandei para o verdadeiro inferno.
– E agora elas estão de volta. – Falei.
– Sim. E já me mataram uma vez, mas algo estranho aconteceu. Eu fui parar em um lugar chamado de mundo dos ancestrais. Uma mulher coincidentemente chamada Carolyn me levou até um rio e disse que eu precisava nadar e voltar à vida. – Henrik diz. – Ela disse que eu não podia ficar lá.
– Por causa de Fe. – Nataly disse.
– E agora Sybil e Seline estão atrás de você. – Completei. – Naty, vá para casa. Eu vou chegar com Henrik lá e você vai fingir estar surpresa.
– Tudo bem. – Nataly diz e sai do Rousseau’s.
– Hnerik, se importa de não comentar de ter nos visto juntos? – Perguntei.
– Vocês também tem um incesto? – Ele pergunta.
– Não... É que... Você conhece Kol. Ele é maluco. Ele acha que porque ele se envolveu com a minha irmã eu e Nataly faremos o mesmo. Mas na verdade, nós somos apenas muito amigos. Enfim... Não queremos que ele tenha outro ataque achando que estamos juntos. – Expliquei.
– Claro. Não vou comentar nada. – Henrik diz.
(...)
POV-CAROLYN
Não conseguia dormir. Fui até a área da piscina esperando o sono chegar.
Me sentei na cadeira de sol e comecei a contar as estrelas. O que era ridículo, já que tudo o que eu tinha em mente era o corpo abençoado de Mason.
– Carolyn? – Me sentei na cadeira e vi Mason... Ou Richard.
– Richard? – Perguntei. – Desculpe, ainda não consigo distinguir vocês dois...
– Sem problemas... – Ele diz. – E você acertou... – Ele se senta ao meu lado na cadeira. – Se quer uma dica, Mason é o mais chato... – Eu ri.
– Eu até concordaria, mas não o conheço tão bem pra dizer isso. – Falei.
– Você gostaria? De conhecê-lo melhor? – Richard pergunta.
Olhei nos olhos dele e naquele momento eu tinha certeza: aquele não era o Richard.
– Talvez. Ele parece ser legal. – Falei indiferente. – Você faz isso o tempo o todo?
– Isso o quê? – Ele pergunta.
– Fingi ser o Richard para conseguir descobrir o que alguém pensa de você, Mason? – Perguntei com um sorriso convencido.
– Tudo bem, você me pegou... – Ele diz rindo. – E não, eu não faço isso o tempo todo. Mas quando eu tenho a chance, eu não desperdiço.
– É, vou ficar mais atenta sobre isso. – Falei.
– Então... O que faz aqui? – Ele pergunta.
– Perdi o sono então resolvi procurar ele aqui fora. – Falei. – E você?
– Eu geralmente durmo tarde, mas a bateria do meu celular acabou e eu não tinha nada para fazer no quarto então eu pensei: por que não dar uma voltinha... Eu posso encontrar algo interessante pelo caminho... – Ele diz me olhando diretamente nos olhos.
(MÚSICA = Bad Liar – Selena Gomez)
– E você encontrou? Algo interessante? – Perguntei com a voz falha.
– Pode apostar que sim. – Mason disse se aproximando de mim.
– Então... Como tem sido pra você? Quer dizer, deve ter sido um grande impacto descobrir tudo isso... – Falei me afastando dele.
– É foi bem impactante... Mas eu estou me acostumando... – Ele disse se aproximando ainda mais.
Eu estava me afastando cada vez mais e acabei me deitando na cadeira de tanto me afastar. Mason ficou por cima de mim e nossos lábios estavam perigosamente próximos.
Quando me dei conta, eu já estava o beijando. Mason estava no meio de minhas pernas, com uma mão em minha coxa e outra em minha cintura.
Ele parou de me beijar e se levantou para tirar sua camisa e depois grudou seu corpo ao meu novamente, continuando o beijo.
– Nataly eu... – Ouvimos a voz de Nataly e nos soltamos.
– Naty... Achei que estaria em um encontro agora... – Falei me colocando na frente de Mason enquanto ele vestia sua camisa.
– Eu estava... E eu achei que você estaria dormindo agora... – Ela disse.
– Mas eu não estou... – Falei.
– É, eu percebi! – Nataly disse. – Preciso da sua ajuda, se vocês já tiverem acabado aí...
– Ah, eu já estava indo dormir. Eu durmo cedo... – Mason diz e pisca para mim. – Boa noite meninas.
– Boa noite. – Falei enquanto o via entrar.
– Você entrou na orgia! – Nataly cochicha.
– Foi sem intenção, eu juro! – Falei. – Eu na verdade estava tentando evitar, mas ele é muito gostoso pra resistir...
– Carolyn, foco! – Nataly disse. – Uma coisa aconteceu.
– Ai meu Deus... Não me diga que você e o Romeu já fizeram coisinhas no primeiro encontro! – Falei.
– Por que você estaria tão surpresa? Vocês estavam fazendo coisinhas na cadeira de sol e sem esperar pelo primeiro encontro! – Nataly disse. – Mas não, não é sobre o Romeu.
– O que é então? – Perguntei.
(...)
POV-HOPE
Acordei me espreguiçando e percebi que Kol não estava na cama.
Eu já estava imaginando Miguel amordaçado de cabeça para baixo e Kol rindo feito o coringa.
Me sentei na cama e levei um susto quando a porta do banheiro se abriu e Kol saiu de lá.
– Por favor, me diga que Miguel não está ai dentro. – Pedi.
– Eca! Eu sei que eu cometi incesto com você, mas Miguel não faz o meu tipo! – Kol disse.
– Eu não quis dizer nesse sentido... – Falei. Olhei para o relógio e vi que ainda eram 03am. – Por que você estava tomando banho de madrugada?
– Porque existem apenas duas coisas que me acalmam para dormir: sexo e banho. A primeira opção seria mais divertida, mas você estava roncando... – Kol deu de ombros.
– Eu não ronco! – Falei.
– Você ronca quando está muito cansada. – Kol disse.
– Se você diz... – Dei de ombros.
Kol abriu a gaveta para pegar uma cueca e foi quando eu percebi que ele estava só de toalha.
Mordi o lábio inferior quando meus olhos capturaram suas costas e desceram para o seu bumbum.
(MÚSICA = Bom Bidi Bom – Nick Jonas ft. Nicki Minaj)
Empurrei o cobertor para o lado e me levantei indo até Kol. Quando cheguei nele, o abracei por trás e comecei a beijar suas costas.
– Sabe, eu já tomei o banho pra dormir. – Kol disse.
– Mas isso não é pra você... Isso é pra mim! – Cochichei no pé de seu ouvido e depois mordi o lóbulo de sua orelha enquanto minhas mãos faziam o caminho para chegar até sua toalha, pronta para tira-la.
Antes que eu pudesse fazê-lo, Kol usa sua velocidade de vampiro e me joga contra a parede.
– Você pode ser uma diabinha quando quer! – Ele disse e começou a me beijar.
O beijo foi se intensificando e Kol sobe uma de minhas pernas até a sua cintura enquanto sua mão acariciava minha coxa.
Kol começa a beijar meu pescoço e o morde de leve, mas foi forte o suficiente para me fazer morder meu lábio com tanta força que o fez sangrar.
Ele para de beijar meu pescoço e volta para a minha boca, que sangrava. Kol sorri e beija justamente onde havia o corte, assim podendo sentir o gosto do meu sangue.
– Odeio quando você faz isso! – Falei entre beijos.
– Mentir é feio, loira! – Kol disse e me pegou no colo.
Kol me leva até a cama e nos deitamos lentamente nela enquanto nos beijávamos. Ele começa a descer o shorts do meu pijama e logo o tira. Não demora muito para tirar a blusa do meu pijama e começar uma trilha de beijos pela minha barriga até chegar em minha intimidade.
Ele a beija por cima da calcinha o que me faz apertar o cobertor da cama. Kol percebe meu ato e sorri e então sobe e volta a beijar meu pescoço.
– Você enrola muito! – Falei o empurrando para o lado e subindo em cima de Kol enquanto puxava sua toalha.
Enquanto beijava Kol, sentia seu membro volumoso em minha intimidade.
Kol se sentou na cama e levou suas mãos até a minha bunda. Ele começa a descer o elástico da calcinha enquanto beijava meu pescoço, às vezes o mordendo.
Ele inverte as posições e fica por cima de mim. Kol tira a minha calcinha e a joga do outro lado do quarto.
– Você que pediu sem enrolação... – Kol diz. – Pronta?
– Vá em frente. – Falei.
Kol beijava meu pescoço e quando me dei conta, seu membro já estava dentro de mim.
Finquei minhas unhas em suas costas e arqueei a cabeça para trás.
Kol o retirava e o colocava lentamente e aos poucos o fazia mais rápido, ainda depositando beijos suaves em meu pescoço.
Subi minhas mãos até seus cabelos e os puxava conforme ele estocava seu membro dentro de mim.
Olhei para meus braços e percebi que as veias negras haviam sumido. Me empolguei e troquei as posições mais uma vez.
Kol abriu o fecho do meu sutiã e o tirou, o jogando na mesma direção onde havia jogado a calcinha.
Àquele ponto, nós já estávamos suados, o que deixava tudo ainda melhor. E então, nós dois chegamos ao nosso ápice.
Saí de cima de Kol e caí ao seu lado na cama.
– Deus, eu senti falta disso... – Kol disse ofegante.
Entramos debaixo dos lençóis e eu deitei em seu peitoral, apertando o lençol contra o meu corpo nu.
– Nós precisávamos tirar o atraso... – Falei enquanto Kol afagava meus cabelos. – Urgente!
– Acha que Nataly e Miguel fazem coisas assim também? – Kol pergunta.
– Não, porque eles não estão juntos! – Falei. – E eu me recuso a ouvir você falando disso depois de termos feito sexo!
– Eu só estou comentando... Quer dizer, de todas as mulheres com quem já dormi, a melhor foi a minha própria sobrinha... Talvez Miguel se sinta do mesmo jeito... – Kol diz.
– Eu te amo, meu amor... Mas vai ser bem melhor se você calar a boca. – Falei dando-lhe um beijo. – Acho que depois do banho e do sexo você vai dormir bem calminho...
– E você vai roncar mais do que nunca... Isso deve ter te deixado ainda mais cansada... – Kol disse.
– Eu não ronco! – Falei dando-lhe um tapa leve. – Vamos dormir!
– Hope... – Kol me chama.
– O quê? – Perguntei já com os olhos fechados.
– Eu te amo! – Ele beija o topo da minha cabeça. – E sim, você ronca.
Kol me abraça com força me impedindo de me mexer para lhe bater de novo.
Eu apenas desisto e começo a rir.
– Vai dormir! – Falei o abraçando.
Não demorou para que eu adormecesse com um sorriso no rosto – e talvez roncando.
(...)
POV-MIGUEL
Eu e Henrik chegamos em casa quando já estava amanhecendo. Entramos silenciosamente para não acordar ninguém.
– Então... Quais as chances de eu encontrar a sua mãe aqui? – Henrik cochicha.
– Acredite ou não, poucas. – Respondi.
Estava andando em passos leves.
Foi quando ouvi um barulho estrondoso atrás de mim. Me virei e vi Henrik juntando os cacos de vaso que ele havia derrubado.
– Desculpe... O vaso apareceu do nada! – Henrik disse.
– Nada nem ninguém aparece do nada, Henrik! Você que é desastrado! – Me virei e levei um susto ao ver meu pai. – Pai! Que susto! Você apareceu do nada!
– Achei que nada nem ninguém aparecesse do nada! – Henrik provoca.
– Cala a boca! – Cochichei. – O que faz acordado agora? Deveria estar dormindo!
– E eu digo o mesmo de você! – Meu pai responde. – Não vai me apresentar seu novo amigo?
– Novo amigo? – Perguntei.
– Certamente deve ser alguém novo. Eu nunca o vi antes. Espero que ele não se apaixone pela sua mãe também! – Meu pai diz.
– Nik... Você não sabe quantas coisas erradas acabou de dizer! – Henrik diz se aproximando de meu pai.
– Quanta intimidade... – Meu pai diz. Ele olha para Henrik por alguns segundos. – Eu sinto que te conheço.
– Você se lembraria se visse o sangue e meu corpo mutilado... – Henrik disse. – Vamos lá, irmão! Eu sei que você se lembra!
– Irmão? – Meu pai pergunta. Ele olha para mim. – Miguel? Pode explicar?
– Eu explico! – Henrik disse.
– Não, não explica! – Falei o empurrando. – Pai... Esse é o Henrik.
– Henrik? – Meu pai pergunta espantado.
– Não caçoe do meu nome... O seu é Niklaus! – Henrik disse cruzando os braços.
– Ele é o seu irmão mais novo. – Falei. – E ele está com problemas.
Eu não conseguia dizer se a expressão do meu pai era de raiva ou de espanto... Talvez um pouco dos dois.
(...)
– Isso não pode ser verdade! – Meu pai disse. – Elijah, concorde comigo!
Ele havia acordado todos para aquilo e agora todos estavam na sala – porque Scott estava no escritório.
– Niklaus... Apenas deixe-o falar. – Elijah disse.
– Obrigado irmão! – Henrik agradece. – Tudo bem. Vamos lá! Depois que eu morri, vocês viraram vampiros originais. Anos depois disso, Dahlia me trouxe de volta à vida. Ela queria fazer um acordo comigo.
– Que acordo? – Rebekah pergunta.
– Ela me transformaria em um vampiro original para protegê-la e em troca eu não teria filhos para entregar o primogênito à ela. – Henrik diz. – Eu aceitei.
– Teve um tempo em que Dahlia esteve em perigo. Muitas pessoas estavam se virando contra ela. Nunca entendi como havíamos sobrevivido. – Freya conta.
– Porque eu a protegi. E depois ela me libertou, mas eu deveria volta se ela chamasse novamente. Ela nunca chamou. – Henrik disse.
– E onde você esteve todo esse tempo? – Rebekah pergunta.
– Por todo lugar. – Henrik disse. – Eu teria ido atrás de vocês, mas depois descobri o que vocês se tornaram. Eu não queria virar aquilo também.
– Sério? Um segundo Finn? – Kol pergunta.
– E nos anos 20 foi quando eu conheci as sereias que estão me perseguindo agora. Elas e Lavínia. – Henrik disse.
– Lavínia? – Meu pai pergunta. – Minha esposa Lavínia?
– Ao que parece sim. Você é casado com a minha ex! – Henrik disse.
– Ela sabia que você estava vivo e nunca me contou? – Meu pai perguntou entre dentes.
– Ela não faria isso! – Hayley disse.
– Ah, ela faria! Lavínia é imprevisível! – Meu pai diz. – Quero só ver a desculpa que ela vai inventar pra isso!
– Não a culpe. Lavínia não sabia quem eu era. Eu usava um nome falso. – Henrik explica. – E de qualquer forma, nós terminamos quando ela resolveu ir atrás de vocês em Chicago. Depois disso eu nunca mais a vi!
Kol olhou para o chão.
– Culpado! – Kol diz erguendo uma das mãos.
– Ela definitivamente vai amar saber que se envolveu quatro de cinco irmãos Mikaelson. – Meu pai diz com raiva.
– Falando nela... Onde ela está? Faz um tempo que não a vejo. – Todos ficam em silêncio. – Pai?
– Ela está onde ela deveria estar. – Meu pai responde sem me encarar.
– E onde seria isso? – Perguntei.
– Miguel, temos coisas mais importantes para resolver, como o problema de Henrik. Sua mãe não pode ajudar a resolvê-lo! – Meu pai diz.
– Na verdade, ela talvez seja a única que pode ajudar. – Henrik corrige. – Sybil e Seline confiavam muito em Lavínia. Talvez tenha dito o único jeito de enfraquecê-las.
– Você as namorou! Elas nunca contaram para você? – Hope pergunta.
– Elas não confiam em homens. – Henrik dá de ombros.
– Então você vai ter que dizer onde a minha mãe está de um jeito ou de outro. – Falei encarando meu pai.
– Não, não vou. Não pra você! – Ele responde. – Kol, Josh irá levar Katherina até Lavínia. Você vai acompanha-lo e vai falar com ela.
– Por que você não vai? – Hope pergunta.
– Lavínia e eu não estamos em um bom momento. Nós tivemos uma briga na noite passada. – Meu pai responde. – Não quero vê-la tão cedo. – Ele sobe as escadas e deixa todos confusos.
– E o que o resto de nós vai fazer? – Marcel pergunta.
– Vocês eu não sei, mas eu tenho alguns adolescentes para treinar. – Joe entra na casa. – E o Harry também. – Ele puxa o mesmo, que não parecia querer estar ali. – Tudo bem, temos 1, 2... 8 adolescentes... Vai ser difícil treinar todos eles...
– Por isso nós estamos aqui! – Caroline aparece com Stefan, Bonnie, Elena, Damon, Tyler e Jeremy.
– Tudo bem... Vamos usar a bruxinha maravilhosa... – Joe puxa Bonnie. – E o caçador! – Ele puxa Jeremy.
– Ah, ótimo! – Damon disse. – Não tenho paciência com os mini Lockwoods mesmo...
– Carolyn e... Um dos mini Lockwoods. Comigo! – Joe diz.
Carolyn e um dos gêmeos – não sei qual – seguiram Joe.
– Eu vou com o Harold. – Falei.
– Tudo bem. – Harold diz. – Ah... Nataly? Vai vir com a gente?
– Ah, não é uma boa escolha! – Kol interfere. – Nataly deveria praticar um pouco de magia com a Bonnie!
– Mas eu estava a treinando da última vez! – Harold diz.
– Eu sei. Mas nós vamos revezar agora. – Kol disse. – Bonnie, você fica com a Naty e uma das gêmeas da Caroline.
Nataly e Josie seguem Bonnie.
– Tudo bem... Então... A outra gêmea da Caroline vem comigo. – Harold disse desanimado.
– E eu acho que sobraram Ansel e Richard para mim. – Jeremy disse.
– Acho que eu deveria falar com o meu pai. – Hope disse subindo as escadas.
– E eu vou falar com a Lavínia. – Kol diz saindo de casa.
POV-HOPE
Entrei no quarto do meu pai, lentamente.
O encontrei com um copo de Bourbon, na sacada.
– Se veio aqui defender a Lavínia, saiba que a culpa foi dela de termos brigado! – Meu pai disse sem me encarar.
– Não vim defender ninguém. – Falei. – Vim saber o que aconteceu.
– Aconteceu que Lavínia acha que eu não a amo! – Meu pai disse se virando para mim.
– Por que ela acha isso? – Perguntei.
– Porque ela é dramática e está sempre procurando motivos para brigar! – Meu pai diz. – E eu sou viciado no drama dela! – Ele quebra o copo em sua mão. – Eu continuo me dizendo que estou farto dos joguinhos perversos dela e continuo encontrando milhares de motivos para acabar com essa relação, mas eu não consigo! Por que eu não consigo?
– Porque você a ama! – Falei.
– Diga isso à ela! – Meu pai diz.
– Ela sabe disso. – Falei.
– Não foi o que pareceu. Ela disse na minha cara que eu a trocaria por outra como fiz com Aurora e Caroline... Deus, ela citou a Caroline! Nós nunca tivemos nada sério! – Meu pai diz.
– Ela está insegura. Só isso! – Falei.
– Lavínia Black? Insegura? – Ele pergunta.
– É, isso soou estranho pra mim também... Mas acho que isso se trata de ela te amar tanto que tem medo de te perder. – Falei. – Milagres acontecem... Lavínia Black pode ser insegura!
– Eu já provei meu amor de milhares de formas... Por que ela ainda duvida? – Meu pai pergunta.
– Ela não duvida... Só deve estar confusa... Ou fazendo um draminha, como você disse. – Falei. – A questão é que isso é ridículo. Vocês estão agindo como crianças! Talvez você devesse falar com ela e resolver isso.
– Não. – Ele diz. – Eu preciso de um tempo dos dramas de Lavínia Black. E ninguém vai me fazer mudar de ideia sobre isso!
– Tudo bem... Se é assim que você quer... – Falei dando de ombros. – Mas acho que você está cometendo um erro.
– Não seria a primeira vez. – Ele diz olhando para o chão.
Fui até ele e depositei um beijo em seu rosto.
– Vou te apoiar não importa o que você faça. – O abracei.
– Eu sei. – Ele disse com um sorriso fraco. – Obrigado.
– Eu te amo, pai! – Falei dando outro beijo em sua bochecha.
– Eu também te amo. – Ele diz.
O soltei e saí de seu quarto. Dei de cara com a minha mãe.
– Alguém está de muito bom humor hoje. – Ela diz.
– E alguém estava ouvindo atrás da porta! – Falei rindo.
– E então? Como ele está? – Minha mãe pergunta.
– Magoado. Lavínia acha que ele não a ama mais. – Falei. – Ás vezes eles parecem adolescentes.
– Eles podem ter milhões de anos, mas o espírito vai ser sempre de adolescentes complicados. Principalmente Lavínia. Talvez o espírito dela seja de uma pré-adolescente. – Minha mãe graceja. – E Kol? Ainda acha que Nataly e Miguel estão juntos?
– Está desconfiado, mas ao menos não vai mais bater no Miguel. – Falei. – Como você reagiu quando descobriu que eu e Kol estávamos apaixonados? – Perguntei enquanto andávamos pelo corredor.
– Eu meio que desconfiava... Quer dizer, eu vi vocês quase se beijarem na cozinha quando você chegou em New Orleans... – Ela diz.
– Isso foi embaraçoso! – Falei rindo ao me lembrar da cena. – Mas você conhecia Kol o suficiente pra saber que ele não era confiável, não é?
– Hope, você esquentou o coração daquele hibrido maluco naquele quarto... – Ela aponta para o quarto do meu pai. – Você o preparou para amar as pessoas, para ser uma pessoa melhor. Isso só pelo fato de existir, já que você estava em New York com a Rebekah. Baseado nisso, eu sabia que se Kol estivesse planejando te machucar, ele mudaria de ideia no meio do caminho, porque você ia esquentar o coração dele também. Só não achei que fosse esquentar tanto assim... – Ela me olhou maliciosa.
– Mãe! – A repreendi, sem graça.
– A sua existência foi a salvação dos Mikaelson. Você acreditou que eles poderiam ser concertados, mesmo depois de eles próprios terem chegado a conclusão de que era impossível. – Ela diz. – Kol só levou um pouco mais de tempo para ser afetado. Por isso eu nunca me preocupei.
– Acha que a Nataly poderia fazer o mesmo com o Miguel. Fazê-lo uma pessoa melhor? – Perguntei. – Quer dizer, você conhece Miguel melhor do que eu...
– Miguel... Ele não é uma pessoa ruim... – Minha mãe diz. – Ele é teimoso e orgulhoso como os pais... Convencido, mulherengo...
– Isso é um sim ou um não? – Perguntei.
– Um talvez. – Minha mãe diz. – Nunca se sabe se Nataly herdou a magia da redenção de Hope Mikaelson...
– Magia da redenção? – Perguntei rindo.
– A questão é que Miguel e Nataly não estão juntos. Certo? – Minha mãe pergunta.
– É... – Falei. – Talvez eu esteja delirando. Como o Kol... Ontem a noite ele deve ter me passado o delírio dele...
Minha mãe me encarou com uma expressão maliciosa.
– O que poderia ter acontecido noite passada para ele te passar os delírios dele? – Ela pergunta.
– Você sabe... Coisas de casais... – Falei sem graça.
– Você aqueceu o coração dele de novo, não é? – Minha mãe pergunta rindo.
– Digamos que sim... – Confirmei. – Foi bom... Para darmos uma pausa nisso tudo. Eu estava começando a ficar louca com todo esse papo de Fe e as passagens.
– Estamos ficando todos sobrecarregados. – Minha mãe disse. – E se tirássemos um dia de folga? Eu, você, Rebekah, Freya... Todas as mulheres da casa.
– Não sei se vai ser uma boa ideia... – Falei.
– As crianças tiraram o dia de folga ontem. Nada mais justo de fazer o mesmo! – Minha mãe diz. – E eu preciso de alguém pra falar sobre o Elijah e sobre...
– Sobre o quê? – Perguntei.
– Sobre o pedido... – Ela diz baixinho.
– Pedido do quê? – Perguntei.
– Elijah... Ele me pediu em casamento. – Minha mãe diz.
– O quê? – Perguntei. – Mãe, isso é incrível! – Falei a abraçando. – E o que você disse?
– Que ia pensar. – Ela diz meio apreensiva. – Eu achei que Lavínia estaria aqui depois que vocês voltassem de Mystic Falls... Mas ai tudo isso aconteceu...
– Mãe, por que você não aceitou? Vocês estão juntos faz 17 anos! – Falei.
– Eu... Não sei! – Ela diz. – Eu perdi os crescentes... Eles passaram para o lado dos Strix! Porque eu fiquei muito ocupada estando com o Elijah! E agora, eles não confiam mais em mim! Vão confiar menos ainda se eu me casar com o Elijah.
– E você vai sacrificar a sua felicidade por causa dos crescentes? – Perguntei. – Isso é estupido!
– Eu era a alfa. Tinha responsabilidades! E eu meio que os abandonei. – Ela diz. – Eu só sei que preciso muito do dia de folga.
– Se for esse o caso, então... Eu estou dentro! – Falei segurando sua mão. – Posso não ser Lavínia Black com sua razão e seus conselhos, mas posso chegar perto!
– Você é ainda melhor que a Lavínia. Você é a minha filha! – Ela me abraça. – E eu estou feliz que você aceita esse casamento. Deve ser estranho ver a sua mãe casando com o seu tio...
– Seria se eu mesma não estivesse casada com o meu tio. – Falei. – E lembrando que vocês só pararam com essa frescura depois das minhas cartas de despedida... Então eu sou meio que o seu cupido!
– Você é o cupido de todo mundo! – Minha mãe diz. – Vamos chamar as garotas! – Ela diz me puxando para a sala.
(...)
POV-KOL
Josh estava segurando Katherine pelo braço quando entramos na cripta dos Black.
Quando entrei vi Lavínia se virar esperançosa. Provavelmente imaginou que era o Klaus.
– Ah... É só você. – Ela diz.
– Olá pra você também, amiga! – Falei fingindo estar magoado.
– Então... A que devo a honra da sua visita? – Ela pergunta.
– Eu sou vim fazer uma visitinha de rotina. – Falei. – E fazer o meu papel de melhor amigo e te ajudar a superar essa briga com o Klaus. Parece ter sido feia! – A abracei e acariciei seus cabelos. – Vai ficar tudo bem, você vai sair dessa!
– Que meigo! – Lavínia diz se soltando do abraço. – O que você quer, de verdade?
– Henrik está de volta. – Falei.
– Henrik? O caçula? – Lavínia pergunta. – Por quê? Ele não era humano quando morreu?
– A questão é que ele está vivo faz um bom tempo. Ele é um vampiro original. E seu ex. – Falei.
– Eu acho que não. – Lavínia diz. – Eu me lembraria de ter namorado um Mikaelson.
– Não se você não soubesse quem ele era. – Falei. – Foi antes de você ir para Chicago e nos encontrar.
– Então, antes de você me matar? – Ela pergunta. – Espera, você está falando do Charles?
– Eu não sei. Foi ele que você namorou? – Perguntei. – Henrik disse que você tinha duas amigas. Elas eram sereias.
– Sybil e Seline. – Ela diz. – Tudo bem, aquele não podia ser o Henrik. Ele era... Extremamente diferente de vocês!
– Em que sentido? – Perguntei.
– Em todos! Ele era meigo e odiava machucar as pessoas! – Ela responde. – Meu Deus! Klaus já sabe que eu e Henrik namoramos?
– Sim! – Confirmei.
– Ah! Droga! – Ela exclama. – Quão nervoso ele está?
– Você conhece a peça... “Ela deve estar feliz que namorou outro Mikaelson!” “Ela escondeu isso de mim!”. – Falei imitando a voz de Klaus.
– E por que você veio aqui? – Perguntei.
– As sereias estão bravas com o Henrik e nós pensamos que talvez você soubesse um jeito de mata-las. – Falei.
– Você não vai mata-las! – Ela diz. – São sereias! Vão passar a perna em você!
– Eu vou correr o risco! – Falei.
– Kol, sereias tem a beleza dos anjos e a crueldade dos demônios. Elas vão entrar na sua cabeça. Acredite, você não quer tê-las como inimigas! – Lavínia diz. – Mas se vocês conquistarem a confiança delas, elas serão suas amigas. E será uma grande vantagem.
– A questão é que elas querem o Henrik morto! Ele as mandou pro inferno! Elas querem vingança! – Falei.
– Inferno? Inferno tipo: Abaddon, Lúcifer, bruxos negros... – Ela pergunta.
– Sim. – Confirmei.
– Acho que eu as tirei de lá! – Lavínia diz. – Quando eu estava no inferno procurando pela Kate, Abaddon me encontrou e então vieram essas vozes cantando... As vozes atrasaram Abaddon para eu fugir!
– E como isso pode ter as tirado do inferno? – Perguntei.
– Dizem que quando uma sereia salva sua vida, inconscientemente você vai salvar a delas quando elas precisarem. – Lavínia explica. – Eu as tirei do inferno!
– E como tudo isso vai nos ajudar a coloca-las do nosso lado? – Perguntei.
– Elas confiam em mim. – Lavínia diz. – O suficiente para dizer onde está a arma que pode enfraquecê-las. Não mata-las, enfraquecê-las. E vocês podem devolver a elas!
– Mas se isso as enfraquece, por que não usar para mata-las? – Perguntei.
– Kol, Henrik as matou para manda-las para o inferno. Elas voltaram. Se elas conseguirem voltar da próxima vez, não vão vir atrás do Henrik, vão vir atrás de todos vocês! – Lavínia diz. – Tê-las como aliadas vai ser mais útil. Especialmente agora.
– E onde está essa arma? – Perguntei.
– Em Mystic Falls. Provavelmente os Salvatore devem saber de alguma coisa. Eles sempre atraem esse tipo de coisa. Já devem ter lidado com as sereias. – Lavínia diz.
– Você é a diabinha mais abençoada desse universo! – Falei dando um beijo em sua testa. – Henrik agradece!
– E como estão as coisas por lá? – Lavínia pergunta.
– Bem... – Respirei fundo. – Não me mate... Mas eu quase bati no seu filho.
– Por quê? – Ela pergunta.
– Porque eu achei que ele e Nataly fossem mais que amigos e eu achei que ele fosse magoa-la... – Expliquei.
Eu e Lavínia nos sentamos no chão, encostados na parede.
– Miguel não iria machucar a Nataly. – Ela diz.
– Como pode ter tanta certeza? – Perguntei.
– Porque eu ensinei que ele nunca deveria quebrar o coração de uma boa garota. Só o das vadias de plantão! – Ela responde. Eu ri.
– E como ele iria saber que Nataly é uma boa garota? – Perguntei.
– Ela é a filha da Hope! É imperfeitamente perfeita. Sempre diz a coisa certa. É corajosa... Não deixa alguém mudar sua opinião sobre alguma coisa... – Lavínia olha para Katherine, que estava adormecida e com um curativo no pescoço. – Eu não sou uma boa garota, sou? – Ela olha para mim.
– A briga deve ter sido feia mesmo. – Falei. – O que aconteceu?
– Eu estraguei tudo. Como geralmente faço! – Ela responde. – Eu nunca deveria ter duvidado do amor dele! Ele me ama, certo?
– Klaus? Acho que amar não é o suficiente para descrever. – Falei.
– Talvez Hope estivesse certa. Eu sou uma vadia egoísta, não sou? – Lavínia pergunta.
– Hope te chamou disso? – Perguntei. Lavínia fez que sim com a cabeça. – Estou tão orgulhoso da minha loira! – Lavínia me dá um soco leve no ombro. – E respondendo a sua pergunta, não, você não é uma boa garota. Você é a uma vadia. A vadia mais fodona que eu conheço! E isso, no seu caso, é bem melhor que ser uma boa garota. Ser uma boa garota não combina com você. Não faz o seu estilo!
– E ser um bom amigo não faz o seu estilo! Cadê o cabeça dura que sempre quebra o meu coração? – Ela pergunta deitando a cabeça em meu ombro.
– Ele se aposentou quando se casou com essa loira milagrosa. – Respondi. – Agora você vai ter que se acostumar com o cabeça dura que vai ser um bom marido, um bom irmão e um bom amigo!
– Parece entediante. – Lavínia diz. – Esse cabeça dura ainda vai matar inocentes por diversão e torturar seus inimigos até fazê-los desejar a morte?
– É claro que vai! – Falei. – Se eu parasse de fazer isso talvez virasse um padre. Padres não fazem sexo. Isso seria horrível! – Lavínia ri.
Katherine começa a acordar.
– Eu tenho trabalho a fazer. – Ela diz se levantando. – E acho que sei exatamente o que fazer!
– Essa conversa toda te inspirou, não é? – Perguntei me levantando.
– Tirando a parte do padre... – Lavínia diz. – Você deveria ir. E dê um beijo no Henrik por mim. Escondido do Klaus, é claro!
– Não vou beijar o meu irmão! – Falei.
– Ah, não custava tentar... Você já está acostumado com incestos... – Ela dá de ombros.
– Você adora jogar baixo! – Falei rindo. – A Vadia Black está de volta!
– Sim, ela está! – Lavínia diz olhando para Katherine. – E não vai embora tão cedo!
Dei um beijo em sua bochecha e joguei meu braço em cima de seus ombros.
– Acaba com ela! – Cochichei para Lavínia e depois fui embora.
POV-ANSEL
Eu, Richard e Jeremy estávamos correndo em volta da piscina – escolhemos aquela área para treinar.
– Vamos lá madames! Mais rápido! – Jeremy gritava enquanto eu e Richard corríamos.
– Jeremy, você podia ser o treinador dos Timberwolves! – Richard disse.
– Não é muito a minha praia! – Jeremy responde.
– Sério? A ignorância é perfeita para o emprego! – Richard disse.
– Haha! Engraçadinho! – Jeremy disse. – Essa é a última volta.
Demos a última volta e então paramos de correr, ofegantes.
– Isso me lembra as aulas de educação física! – Falei pegando minha garrafinha de água.
– Isso foi só um aquecimento! – Jeremy disse. Ele começa a procurar algo em sua mala.
Vi Henrik se sentando na cadeira de Sol.
– E então? Tio novo? – Richard pergunta jogando água na cabeça. – A família vai só aumentando...
– Pois é! A cada dia as coisas ficam mais loucas! Tipo: sereias? Tem como ficar pior? – Perguntei.
Antes que Richard pudesse responder algo, Jeremy pega a sua besta e dispara uma flecha.
Quando me dei conta, eu já havia empurrado Richard para o lado e a flecha passa reto.
– Bons reflexos, Ansel! – Jeremy disse.
– Sabe que nenhum de nós dois tem reflexos sobrenaturais ainda, não é? Ainda não ativamos a maldição de lobisomem. – Richard disse.
– Eu sei. Isso foi parar deixar vocês espertos! – Jeremy disse. – Tudo bem, quero que vocês simulem uma luta. Ansel, você vai tentar atacar o Richard.
Respirei fundo e tentei dar um soco em Richard, mas ele segura meu punho. Tento dar-lhe uma joelhada, mas ele me vira e prende meus pulsos em minhas costas.
– Se quiser que eu te dê uma colher de chá... – Richard cochicha para mim.
– Eu odeio chá! – Respondi e dei-lhe uma rasteira. Richard caiu de costas no chão. O segurei no chão, colocando meu pé em cima dele.
– Isso foi bom, Ansel! Bom trabalho! – Jeremy elogia. – Richard, o que aconteceu? Você já foi melhor!
– Acho que estava meio desconcentrado, Jer. – Richard disse olhando diretamente para mim.
Eu lhe estendo a mão e o ajudo a levantar.
– Então procure se concentrar! – Jeremy disse.
– Vou tentar... Mas não prometo nada! – Richard graceja.
– Tudo bem, vamos dar uma pausa. – Jeremy disse e foi para dentro de casa.
– Não sabia que você era bom assim... – Richard comenta.
– Nataly quis fazer defesa pessoal quando tínhamos 14 anos. Eu, como o irmão gêmeo, tive que acompanha-la. – Contei. – Nunca achei que usaria aquilo pra alguma coisa.
– E pelo visto eu tenho muito que aprender sobre Ansel Mikaelson. – Richard sorriu. – Vou adorar aprender tudo o que puder! – Ele pisca para mim.
– Você ouviu o Jeremy... Procure se concentrar! – Falei.
– Ah, eu estou me concentrando... Só não é o tipo de concentração que o Jeremy quer... – Richard diz.
Vi que minha água tinha acabado.
– Eu vou encher a minha garrafa. – Falei rindo para tentar disfarçar meu nervosismo.
Passei por Richard e entrei em casa. Fui até a cozinha e me assustei ao ver Henrik lá, atrás de mim.
– O que foi aquilo? – Henrik pergunta.
– Fiz algumas aulas de defesa pessoal. – Falei dando de ombros.
– É, eu ouvi essa parte... Mas eu estava falando de toda aquela tensão entre você e o Lockwood. – Henrik disse.
– Que tipo de tensão? – Perguntei.
– Tenho mesmo que responder isso? – Henrik pergunta abrindo a geladeira. – Seja lá o que for, eu nunca vi algo assim. Na verdade eu vi... Entre eu e Vincent...
– Vincent? – Perguntei.
– Vincent Van Gogh! – Henrik responde como se fosse óbvio. – Aquele holandês deixava qualquer um doido!
– Eu não entendo... Você namorou Van Gogh? – Perguntei.
– Por um tempo... – Henrik disse.
– Mas você também namorou Sybil, Seline e Lavínia. – Me lembrei.
– E qual a confusão nisso tudo? – Henrik pergunta. – Ah... Claro... Minha orientação sexual... Vamos apenas dizer que eu jogo em ambos os times!
– Você é bissexual. – Falei finalmente entendendo.
– Se é assim que vocês chamam hoje em dia... Eu costumava dizer que tinha muito amor para dar... – Henrik deu de ombros.
– Espera, então você quis dizer que Richard e eu... – Não completei a frase. – Henrik, é incrível você ser bissexual, mas eu não sou!
– Não, você só é gay! – Henrik disse.
– O quê? – Perguntei.
– Eu não conhecia a expressão “bissexual”, mas conheço a expressão “gay”! Não sou tão desantenado assim! – Henrik diz.
– Não é isso! – Falei. – Eu não sou gay!
– Ah, agora eu entendi! Você ainda está dentro do armário! – Henrik disse agora me encarando. – Vamos lá, Ansel... Apenas aceite o que você é! É bem mais divertido depois disso!
– Henrik, eu não estou dentro do armário. Eu não sou gay! – Falei.
– Então o que foi aquilo tudo na piscina? – Henrik pergunta.
– “Aquilo tudo” foi eu e um amigo treinando alguns movimentos... Só isso! – Falei.
– Ah, claro! Imagino que devam treinar algumas posições depois, não é? – Henrik graceja. – Ansel, está tudo bem! Ninguém vai te julgar por isso! Não tenha medo de se assumir!
– Eu não tenho medo de nada. Só não sou gay! – Falei dando de ombros.
– Você tem medo de Richard não gostar de garotos também, não é? – Henrik pergunta. – Se quer saber, ele definitivamente estava flertando com você!
– Eu sei que Richard é gay. E isso não muda nada! Eu vou continuar sendo hetero e amigo dele! – Falei. – Simples assim!
– Também é simples assim se assumir. – Henrik disse.
– Eu acho melhor pararmos essa conversa por aqui! – Falei.
– Por quê? Seus argumentos acabaram, não é? Aliás, que argumentos? “Eu não sou gay!”. Por favor, Ansel... Mas é como dizem... Contra fatos não há argumentos! – Henrik dá de ombros. – Você é gay... Supere isso!
– Acho que tenho uma ideia do porquê Sybil e Seline querem te matar. – Falei. – Vou voltar para o meu treinamento.
– Para o treinamento ou para o seu Romeu? – Henrik pergunta arqueando as sobrancelhas.
– Você era bem mais legal nas histórias... Pessoalmente consegue ser bem irritante! – Falei e voltei pra área da piscina.
POV-CAROLYN
– Tudo bem... Mason, não é? – Joe pergunta para o mesmo. – Eu vou fazer algo que não estou acostumado a fazer. Vou te dar a chance de só assistir hoje. Considerando que eu e Carolyn já estamos treinando faz um tempo, acho que seria maldade te deixar treinar sem uma preparação.
– Eu não preciso de uma preparação... Acho que dou conta. – Mason responde. – Estou acostumado à treinar... Sou tipo a estrela dos Timberwolves!
– Timberwolves? – Joe pergunta.
– É o time de futebol americano em Mystic Falls. – Expliquei.
– Ah... Futebol americano! – Joe diz. – Sabe, por mais legal que seja, não é a mesma coisa que lutar contra um vampiro!
– Eu posso tentar... É pra isso que estamos aqui, não é? – Mason diz.
Joe olhou para mim.
– Vamos dar uma demonstração e se você ainda quiser participar, então tudo bem. – Joe diz. – A primeira lição: esteja sempre atento!
Sem que eu percebesse, Joe usa sua velocidade e me derruba no chão.
– Você adora fazer isso, não é? – Falei deitada no chão.
– Você não estava atenta! – Joe disse rindo e me ajudando a levantar. – Vamos lá, me ataque!
– Tem certeza que quer fazer isso? Quando estávamos salvando Nataly daquela maluca, eu lutei maravilhosamente bem! E a maluca era mais velha que você! – Falei.
Joe me derruba mais uma vez.
– A maluca era mais nova que eu! Elizabeth foi transformada depois de mim! – Joe diz me ajudando a levantar, de novo! – Sem preguiça Car! Vem com tudo!
– Tudo bem! – Falei me alongando.
Quando me senti pronta, respirei fundo e tentei chutar Joe, que desviou do meu chute.
– Seus chutes estão mais altos... – Joe diz. – Mas precisa melhorar o equilíbrio!
– Não, eu não preciso! – Falei sorrindo e passei a perna em Joe, que caiu. – Você não estava atento!
– Boa! – Joe disse se levantando.
Olhei para Mason, que estava encostado em uma parede, me observando com um sorriso malicioso.
Sou surpreendida por Joe, que joga um bastão para mim. Eu o pego no ar, meio atrapalhada.
– Você é extremamente irritante, Joe! – Falei.
– Você diz isso, mas sei que me ama! – Joe graceja. – Pronta?
– Se eu disser que não, não vai mudar nada, então... – Falei.
Joe sorri e tenta me acertar com o seu bastão, mas eu o impeço colocando o meu no caminho. Ele tenta mais uma vez e eu o impeço novamente.
Joe deu uma pausa e depois me passando uma rasteira ele consegue me virar de costas para ele e colocar seu bastão contra o meu pescoço.
– Mason, outra regra muito importante: não cante vitória antes da hora! – Joe diz.
– A não ser que seja óbvio que você vai ganhar! – Completei dando uma cotovelada no estômago de Joe, o fazendo me soltar.
Ele se recupera rapidamente e tenta me acertar com o seu bastão, mas eu o bloqueio com o meu bastão enquanto recuava para trás.
E então, Joe me cerca entre ele e a parede.
– Acho que esse não era o seu caso! – Ele diz.
Encostei as costas na parede e empurrei Joe colocando um dos meus pés em sua barriga.
Quando ele recuou, não demorei para bater meu bastão no seu e derruba-lo, fazendo Joe ficar desarmado.
– Você fala demais! – Falei girando o meu bastão nas mãos e então o quebrando no meio, acertando um dos pedaços na barriga de Joe.
O mesmo caiu no chão, de joelhos e tirou o bastão de si.
– Bom trabalho! – Ele disse se recuperando.
Joguei o outro pedaço do bastão em meu ombro e me virei para Mason.
– Ainda quer participar do treino? – Perguntei.
– Acho que vou ficar só assistindo hoje! – Mason disse.
POV-MIGUEL
– Harold, você tem que saber onde ela está! Ela é sua irmã! – Falei ainda insistindo para Harold me dizer onde minha mãe estava.
– Isso é algo que o seu pai deveria te dizer, Miguel. Não eu! – Harold diz.
– Então isso significa que você sabe, não é? – Perguntei.
– Mas não significa que eu vá te dizer alguma coisa! – Harold disse.
– Tanto faz! Eu vou descobrir o que vocês estão fazendo com a minha mãe de qualquer jeito! – Falei.
– Eu não estou fazendo nada com a sua mãe. – Harold disse.
– Mas também não está fazendo nada para ajuda-la! – Falei.
– Miguel, escute! – Harold disse pela primeira vez me encarando. – Ela é minha irmã. Eu a conheço. Odeio ter que admitir isso em voz alta, mas seu pai realmente não faria algo assim se não fosse realmente necessário.
– Como pode ter tanta certeza disso? – Perguntei.
– Porque ele a ama. E porque nós dois sabemos como a sua mãe pode exagerar em algumas coisas... Lavínia Black é a rainha do drama! – Harold disse revirando os olhos. – Não tente entender os métodos do seu pai para acalma-la! Os dois têm parafusos a menos. Apenas saiba que funciona.
– E eu deveria ficar aqui, sentando, enquanto a minha mãe está em... Sei lá eu aonde?! – Perguntei.
– Não. Você deveria treinar enquanto isso! – Harold disse apontando com o olhar para Lizzie, que socava um saco de boxe. – Tenho certeza que a rainha do drama concordaria comigo!
Revirei os olhos e fui até Lizzie.
– E então? Descobriu onde a sua mãe está? – Ela pergunta ainda socando o saco de boxe.
– Não. Eles não vão me dizer nada. – Falei.
– E você vai desistir? – Ela pergunta parando de socar o saco de boxe e me encarando.
– Não. – Falei olhando para Harold, que estava distraído com algo em seu celular. – Mas vou dar um tempo.
– Seja lá o que você está planejando, eu estou dentro! – Lizzie dá de ombros e pega sua garrafa de água.
– O que te faz pensar que eu estou planejando algo? – Perguntei agora a encarando.
– Algo nos seus olhos. – Ela diz dando de ombros de novo.
– E por que você aceitaria me ajudar sem nem me conhecer direito? – Perguntei arqueando as sobrancelhas.
– Algo nos seus olhos! – Ela repete sorrindo enquanto tira as luvas de boxe. – Lindos olhos, se você quer saber!
Sorri e desviei o olhar para o chão.
– Seu namorado sabe que você está flertando comigo? – Perguntei pegando as luvas de boxe que ela havia jogado no chão.
– O que te faz pensar que estou flertando com você? – Ela pergunta enquanto eu colocava as luvas.
– Algo nos seus olhos! – Gracejei dando um soco no saco de boxe. Lizzie sorri. – E você não respondeu a minha pergunta.
– Mason e eu temos um relacionamento complicado... – Lizzie diz. – Não é como se ele se importasse que eu flerte com outros caras.
– Deve ser horrível! – Falei.
– Nem tanto... Somos livres para nos envolvermos com quem quisermos. É, na verdade, bem saudável. – Lizzie diz.
– Se você diz... – Dei de ombros. – Mas eu tenho que dizer que eu estou meio que em um relacionamento agora!
– “Meio que...”? – Lizzie pergunta.
– É complicado. – Falei. – Mas não no mesmo sentido que o seu relacionamento.
– Tentar não custa nada, não é? – Lizzie disse. – Mas não pense que eu entrei no seu plano só por estar flertando com você. Eu estou realmente dentro!
– Isso quer dizer que vai parar de flertar comigo? – Perguntei.
– Não! Ainda acho que você vai me dar uma chance! – Lizzie disse.
– Talvez aconteça... Mas não enquanto eu estiver nesse relacionamento, te garanto! – Falei pensando em Nataly e sorrindo.
POV-NATALY
Eu e Josie havíamos feito um simples feitiço de localização com Bonnie. Até um momento estávamos nos saindo bem.
– Tudo bem garotas, isso foi ótimo! – Bonnie disse.
– É claro que foi! Não tem como falhar num feitiço de localização! – Scott disse. Estávamos treinando no escritório e ele não podia sair de lá.
– Scott, eu mandei não atrapalha-las! – Kate disse. Ela também estava no escritório, com os olhos fechados, sentada no chão com as pernas cruzadas e um mapa na sua frente, tentando encontrar as sereias que estavam atrás de Henrik.
– Esse treinamento é horrível! – Scott diz. – Nataly é uma bruxa negra! Você deveria treina-la! – Ele diz se sentando ao lado de Kate.
– Nataly precisa ter controle sobre a magia ligada à natureza antes de começar a usar a magia negra. – Kate disse ainda sem encara-lo. – Mas nenhuma das duas coisas vai acontecer se você não calar a sua maldita boca e deixa-las treinar!
– Eu não consigo ficar quieto assistindo essa tortura! Ela é uma Bennett! Deveria ter mais emoção nesse treinamento! – Scott diz.
– Ela, eu já não sei, mas eu posso deixar tudo bem emocionante quando arrancar a sua língua! – Kate abre os olhos e fuzila Scott com o olhar. – E esse é só um dos meus métodos de te fazer calar a boca e eu te garanto que são todos bem dolorosos, mas se não quer que nada aconteça, então pare de falar!
– Suas ameaças estão melhorando! Deve ter aprendido com a minha irmã! – Scott disse se deitando no colo de Kate.
– Talvez devêssemos terminar o treinamento em outro lugar! – Bonnie sugere.
– Não vai ser necessário! Scott vai ficar bem quietinho! – Kate disse o empurrando de seu colo. – Não é, Scott?
– Só porque você pediu de uma forma bonitinha eu vou tentar ficar quieto! – Scott disse se levantando do chão. – Agora, falando sério... Um feitiço de localização não vai ajuda-las em nada!
– É começo para ter controle dos seus poderes. – Bonnie debate.
– É, eu sei essa parte. Mas as duas têm problemas diferentes de controle! Ela é uma herege, e a Nataly é uma bruxa negra! – Scott disse. – Você deveria treina-las de um jeito diferente!
– Eu aceito sugestões! – Bonnie disse cruzando os braços.
– Não! Não aceita! – Kate disse se levantando. – Pelo menos não dele! – Kate puxa Scott para trás. – Vai por mim, Bennett... Ele vai sugerir explodirmos essa casa! Ou pior!
– Seria engraçado... – Scott disse. – Mas eu estava pensando em algo assim... – Scott coloca a mão de Josie no pulso de Nataly. – Agora, Nataly vai fazer o feitiço de localização com sua magia negra e sozinha!
– Scott! – Kate o repreende.
– Confie em mim! – Scott disse.
– Eu não confio em você! – Kate disse.
– Kate, eu fui um herege ao mesmo tempo que fui um bruxo negro! Eu combinei os dois! Posso ajuda-las! – Scott disse. – Por quem você estava procurando?
– Não interessa agora! – Kate disse.
– Ela estava procurando duas sereias. – Bonnie responde. – Sybil e Seline.
– Bonnie, você está louca? – Kate pergunta.
– Quero ver até onde ele vai. – Bonnie diz. – Em caso de passar dos limites, eu mesma vou para-lo!
– Obrigada, Bennett! – Scott disse. – Viu? Alguém confia em mim! – Ele disse olhando para Kate. – Tudo bem, o que você estava usando para localiza-las?
– Isso! – Kate entrega um colar na mão de Scott. – Henrik deu um para cada uma. Mas uma delas o perdeu e ele guardou.
– Tudo bem... Nataly... Se concentre! – Scott disse entregando o colar na minha mão. – Josie, enquanto Nataly estiver fazendo o feitiço, você vai tentar não sugar a magia dela!
– Ela não tem controle disso! – Kate diz.
– Se você me deixasse terminar... – Scott disse impaciente. – No começo, você vai sugar parte da magia dela e junto com isso, vai vir o descontrole. Mas você não quer se descontrolar, certo? Mas infelizmente, você tem que levar ambos quando se trata de magia negra. Então, pensando nisso, você vai se controlar e não vai sugar nem a magia e nem o descontrole!
– Esse é o seu plano genial? – Kate pergunta. – Josie ainda tem a magia ligada à natureza para sugar!
– Você é muito chata! – Scott diz. – Você sabe como funciona isso, não é? Para acessarmos a magia negra temos que usar toda a magia ligada à natureza! Josie não vai conseguir sugar essa parte se Nataly usar a magia negra!
– Isso não vai funcionar! – Kate dizia.
– Nunca saberemos se não tentarmos. – Falei acabando com a briga dos dois. – Eu estou pronta!
– Eu também! – Josie disse.
– Só uma coisinha: como eu faço isso? Não sei como usar toda a magia da natureza. – Falei.
– Quer fazer as honras, meu amor? – Scott pergunta se virando para Kate.
– Concentre toda a sua magia no feitiço até que se esgote. Automaticamente, você vai começar a usar a magia negra. – Kate diz.
– Esse é o jeito chato. – Scott disse revirando os olhos.
– Eu não vou ensinar o outro jeito para ela! – Kate diz. – Eu sei que você quer que todos sejam psicopatas como você, mas Nataly não vai entrar no meio disso!
– Se você não vai ajudar, então eu falo! – Scott disse. – Imagine quando você encontrar as sereias... Elas estavam atrás do seu tio! Não seria uma boa ideia fazer um sushi de sereia?
– Você quer dizer, mata-las? – Perguntei.
– Se você quiser chamar assim... – Scott dá de ombros.
Olhei para o colar em minha mão. Imaginei o coração de uma das sereias no lugar do colar.
Automaticamente, fechei os olhos e comecei o feitiço.
– Meu Deus! – Josie diz. Sinto uma pequena dor no pulso que Josie estava segurando.
– Controle, Josie! – Scott disse. – Lembre-se que com o poder, vem o descontrole. Você não quer o descontrole, então você não vai pegar nenhum dos dois!
Ouvi Josie respirar fundo e então a dor no meu pulso parou.
– Funcionou! – Ouvi Kate dizer.
– É claro que funcionou! – Scott disse convencido.
Foi quando imagens se passaram pela minha cabeça. Imagens de duas pessoas. Ah meu Deus!
Soltei o colar e abri meus olhos.
– Encontrou algo? – Kate pergunta.
– Está na cara que ela encontrou! – Scott disse. – Onde elas estão?
Me virei para Bonnie.
– É... Até que não demorou tanto! – Bonnie disse.
Bonnie se transforma em uma mulher de cabelo comprido, muito bonita.
– Ah meu Deus! – Kate e Scott disseram ao mesmo tempo.
Josie sai correndo do escritório e Kate me puxa para trás de si.
– Deixe eu me apresentar: Seline! – A mulher diz. – Espero que a garotinha não tenha ido atrás da mamãe, Caroline... Ela vai encontrar a minha irmã, Sybil, e ela não gosta muito de crianças!
– Kate... – Scott diz e olha para a mesma. – Sabe o que fazer, não é?
– Só vamos deixar claro que isso não muda o fato de que eu te odeio! – Kate diz. – Naty, saia daqui e encontre a sua mãe.
Assenti com a cabeça e saí do escritório.
POV-KATE
– Isso vai ser divertido! – Scott disse se alongando. – Vamos finalmente relembrar dos nossos momentos na seita!
– Cale a boca! – Falei revirando os olhos.
– Deus! Vocês até parecem casados de tanto que brigam! – Seline diz. – E eu não quero briga. Só quero saber onde está o Henrik!
– Uma pena. Estava esperando por uma briga desde que acordei. – Scott disse e impulsionou as mãos para frente, fazendo Seline bater de costas com a parede. – Senti falta disso!
Seline se levanta, parecendo estar com raiva.
– Sempre odiei bruxos negros. – Seline disse. – Especialmente os convencidos, como você, Scott!
– Como sabe meu nome? – Scott pergunta.
– Eu posso não conseguir entrar na sua cabeça, Scott... Mas estive no lugar de Bonnie Bennett por tempo suficiente para saber o básico. O seu nome e que os Mikaelson não confiam em você. Então, você não faz ideia de onde Henrik está, o que te faz inútil e nesse caso, eu posso te matar!
– Não tão cedo, Ariel! – Falei puxando Scott para trás. – Somos dois contra uma! Somos mais poderosos! Não quer ir contra nós!
– Está se importando com o irmão errado, Kate! – Seline disse. – Seu namorado é o Derek, não o Scott. Na verdade, você não faz questão da existência de Scott, por que se importa se ele vai morrer ou não?
– Ele pode não saber onde Henrik está, mas sabe de várias outras coisas que eu possa precisar futuramente. – Falei.
– Será que é só isso mesmo? – Seline pergunta. – Talvez, por ele ter ajudado as garotas, você tenha achado um pouquinho de esperança para ele.
– Você é bem louquinha mesmo, não é? – Perguntei.
– Só estou dizendo o que consigo ler na sua mente! – Seline diz. – E outra coisa que eu consigo ler é que Henrik está nessa casa em algum lugar, certo? – Ela sorri vitoriosa. – Acho que agora vocês dois são inúteis e podem morrer!
Quando Seline começou a cantar, senti minha cabeça doer tanto que achei que explodiria a qualquer momento.
Comecei a me agachar com as mãos na cabeça.
– Kate! – Scott diz se agachando comigo. – Droga! – Vejo ele tirar seu colar e o enrola em meu pulso, como se fosse uma pulseira. Quando ele termina de enrolar, a dor para.
– O que você fez? – Perguntei me virando para Scott, que não parecia muito bem. Vejo seu nariz sangrar. – Scott! – Segurei seu rosto com as duas mãos tentando entender o que estava acontecendo.
Seline para de cantar e Scott parece melhorar.
– Isso foi bem fofo, Scott. Você deu para a Kate a única coisa que me impedia de entrar na sua cabeça e te machucar com a minha voz. – Seline diz rindo. – Você não está acostumado, não é? Ter pessoas que tem esperança em você. Deve ser por isso que quer preservar a vida das poucas que existem.
– Vá para o inferno, sereia de merda! – Scott disse se levantando.
– Na verdade eu acabei de sair de lá. – Seline diz.
– SeSe... Você não precisa machuca-los. – Uma mulher de cabelo curto entra no escritório com Henrik. – A garotinha que você espantou do escritório já me ajudou a encontrar o nosso amado Henrik! Tadinha... Ela estava desesperada!
– Garotas, vocês não precisa fazer isso! – Henrik disse.
– Você também não precisava nos mandar para o inferno. – A mulher de cabelo curto diz. – Aliás, você deve ser o Scott, não é? – Ela pergunta para o mesmo, que estava sentado no sofá, tentando se recuperar. – Abaddon mandou lembranças!
Hope entra no escritório, acompanhada de Kol, Hayley, Klaus, Elijah, Freya e Rebekah.
– Ah, que ótimo! Todos vieram para o nosso showzinho! – Seline diz. – Antes de qualquer coisa, eu sou Seline e essa é a Sybil!
– Klaus já me conhece... Ele e Caroline estavam tendo uma conversinha... – Sybil diz olhando para Klaus.
– O que está acontecendo aqui? – Miguel chega no escritório.
Sybil e Seline olham para ele e simplesmente param tudo o que estavam fazendo para encara-lo.
– O que está acontecendo? – Perguntei.
– Sereias são servas de bruxos originais. – Scott diz se levantando do sofá. – Por isso podem nos machucar.
– Esses olhos... Eu já os vi antes! – Seline diz se aproximando de Miguel.
– É claro que viram! – Henrik diz. – Esse é Miguel Black Mikaelson. Ele é filho do meu irmão, Klaus, com a Lavínia!
– Lavínia? – Sybil pergunta. – Onde ela está?
– Boa pergunta! – Miguel diz olhando para Klaus.
– Lavínia não iria querer que vocês fizessem isso! – Henrik disse.
– Nem Miguel quer! – Scott disse. – Certo, Miguel?
– É claro que eu não quero! – Miguel diz.
– E o que você quer que façamos? – Seline pergunta.
Todos se entreolharam, confusos.
– Achei que eu tinha dito que elas são servas de bruxos originais. – Scott repete.
– Isso quer dizer que fazem tudo o que Miguel quer. – Henrik disse. – Ele é meio que o chefe delas!
– Bom saber disso. – Miguel disse.
– Nesse caso, Miguel quer que vocês me perdoem! – Henrik diz.
– Não vamos obedecer só porque você diz que Miguel quer! – Sybil diz.
– Henrik, eu acho que esse drama com as sereias precisa terminar! – Klaus diz.
– Nik, eu as amo. – Henrik disse dando de ombros.
– Se nos ama, então por que nos mandou para o inferno? – Seline pergunta.
– Ou uma pergunta melhor, por que namorou as duas ao mesmo tempo? – Scott diz.
– Elas devem ter o enfeitiçado. – Rebekah disse.
– Não podemos fazer isso. Pelo menos não enquanto ele tiver esse cordão. – Sybil diz apontando para o cordão de Henrik, que era como o de Scott.
– Eu realmente as amo, irmã! – Henrik diz olhando para as duas. – Mas odeio que elas matem inocentes.
– Precisamos disso para sobreviver! – Sybil diz.
– Eu sei! Mas é como bife e cebola. Vocês são o bife. Eu amo bife! A cebola é o que vocês fazem. Eu odeio cebola! – Henrik disse.
– Mas você sempre comeu cebola. – Seline diz.
– Se formos pensar bem, ele come o bife! – Kol disse malicioso.
– A questão aqui é que eu amo vocês duas. E eu sei, vocês precisam matar para comer, mas talvez, com um pouquinho de trabalho duro, nós podemos achar algo que resolva o nosso problema. – Henrik diz.
Klaus olhou para o chão e se direciona para sair do escritório.
– Aonde você vai, Nik? – Rebekah pergunta.
– Eu já tenho muitas mulheres complicadas na minha vida. Não preciso ver o nosso irmão tentar resolver o relacionamento dele. Tenho o meu próprio para tentar ao menos entender! – Ele diz. – E se no final disso tudo elas ainda quiserem mata-lo, Miguel pode manda-las embora! Ou apenas deixem-nas mata-lo! Tanto faz!
Ele vai embora.
– Quanta consideração! – Henrik diz.
– Sobre o que você disse... – Sybil diz. – Acho que podemos chegar num meio termo.
– Eu concordo! – Seline diz.
Henrik sorri e abre os braços. As duas vão abraça-lo.
– Isso pede uma comemoração! – Henrik diz. – Festaaaaa!
– Deus, isso parece o final de um dos episódios de Dora a Aventureira! – Miguel disse revirando os olhos.
– Por que você assiste Dora a Aventureira? – Scott pergunta.
– Eu não assisto. – Miguel diz. – Mas minha mãe sempre colocava em um desses desenhos idiotas quando eu era pequeno. Prefiro psicose!
– É... Nós sabemos disso... – Hope disse trocando olhares com Kol.
– Talvez tivesse sido melhor assistir Dora a Aventureira. Lá eles ensinam que incesto é feio! – Kol comenta fuzilando Miguel com o olhar.
– Nesse caso, eu acho que vocês dois nunca pararam para assistir Dora a Aventureira! – Miguel disse olhando para Hope e Kol enquanto saía do escritório.
– Que tal aquela festa que o Henrik tinha falado? – Hayley diz percebendo que o clima tinha ficado pesado.
(...)
POV-LAVÍNIA
– E então? Sua ideia de tortura é ficar ai, me encarando? – Katherine pergunta.
– Eu não estou só te encarando... Eu estou imaginando. – Respondi.
– Imaginando Klaus com uma garota diferente? – Katherine provoca.
– Engraçadinha... – Falei. – Na verdade, eu estava me lembrando de algo... Você se lembra dos York? Quer dizer, com certeza deve ter ficado amiguinha da Elizabeth em algum momento!
– É, eu me lembro. Fugimos dos Mikaelson juntas por um tempo. Mas ela percebeu que Kol não estava atrás dela, que ele achava que ela estava morta. Depois disso nunca mais a vi. – Katherine diz.
– Você deve saber do massacre que fizemos com a família dela... – Falei.
– Você matou o irmão dela. – Katherine diz.
– Exatamente! Mas agora, um fato desconhecido... – Me levantei e fui até Katherine. – Duque York tinha um filho. Foi um caso rápido com uma empregada, mas ele cuidou da criança em segredo.
– E você matou a criança também, não é? – Katherine pergunta.
– Eu não sou tão má... Mas eu definitivamente teria me livrado da criança de alguma forma. – Falei. – Mas então, Duque York me propôs algo.
– O que isso tudo tem a ver comigo? – Katherine pergunta.
– Nada, mas eu quero contar essa história. Talvez te inspire a abrir a boca. – Falei dando de ombros. – Duque não iria lutar. Ele não iria mandar que vingassem sua morte, vindo atrás dos vampiros... Se eu protegesse o resto da linhagem dele.
– O que não te atrapalhou tanto assim. Você não mataria a criança de qualquer jeito. – Katherine diz.
– Você não entendeu... Ele disse “resto da linhagem”. – Corrigi. – Eu teria que proteger toda a linhagem York. A criança, os filhos da criança, os filhos dos filhos e assim por diante! – Expliquei. – E uma das exigências é que nenhum York poderia se transformar em vampiro.
– E o que você fez? – Katherine pergunta.
– Eu aceitei. – Falei. – Até depois do meu último suspiro, preservei a vida dos York.
– Como assim “depois do meu último suspiro”? – Katherine pergunta.
– Kol me matou em 1920. Mas mesmo depois disso, eu dei meu jeito para protegê-los. – Falei.
– Joe! – Katherine disse e eu assenti. – Kol sabe disso?
– Provavelmente não. Mas de certa forma, eu matei o Duque York como o combinado. – Falei. – Ele não tem motivos para ficar bravo comigo, então nem tente dar com a língua entre os dentes!
– E por que você me contou isso? – Katherine pergunta.
– Sem motivo... Só percebi que de uma forma ou outra nós vamos descobrir quem é o lobisomem... Depois que fecharmos a barreira, nós até poderíamos te matar... Mas não seria tão divertido quanto matar a sua filha. Eu certamente teria coragem de mata-la!
– Se encostar um dedo em Nádia, você vai se arrepender! – Katherine disse vindo para a frente com o corpo para tentar me atacar.
– Ela vai morrer de qualquer jeito! – Falei rindo. – E se vocês fugirem, Klaus vai persegui-la como fez com você. Mas dessa vez vai ter a minha ajuda... Você sabe que é fácil assim para eu te achar... – Estalei os dedos. – E nós vamos mata-la na sua frente! – Sorri me ajoelhando na frente de Katherine.
– Isso antes ou depois de resolver sua situação com o Klaus? – Katherine pergunta.
– Antes, durante ou depois! – Falei. – Nada muda o fato de que nós vamos mata-la. Quer dizer, isso se ninguém chegar antes...
– Como assim? – Katherine pergunta.
– Katherine, você tem vários inimigos... Sem contar que minha irmã ficou no seu corpo por um bom tempo... Talvez ela tenha criado alguns inimigos também! – Falei. – Se não for pelas minhas mãos, vai ser pelas de alguém. Eles vão atrás de você e da sua amada Nádia! Uma pena que você não pode fazer um tipo de acordo com alguém bem poderoso para proteger a sua filha... – Falei olhando para o alto, com indiferença. – Ah, espera, eu fiz isso, não é? Quer dizer, até hoje os York existem...
– Eu não confio em você! - Katherine disse. – Mesmo se eu fizesse esse acordo, o que me garante que você o cumpriria? Afinal, o acordo protegeria Nádia, mas tenho certeza que na primeira oportunidade você vai arrancar minha cabeça... Principalmente agora que eu estraguei o seu casamento...
– É... Você estragou! – Falei. – Estamos na mesma, Kit Kath... Apenas os nossos filhos nos amam independente das coisas que falamos ou fazemos... Ao menos o meu, já que a sua não vai viver por tanto tempo assim! – Falei dando de ombros. – A não ser que...
Katherine parece pensar no assunto.
– Me dê a sua palavra. – Ela diz. – Você aprendeu a honrar a sua palavra com os Mikaelson. Se me der a sua palavra, eu sei que vai cumprir com o acordo.
– Eu te dou a minha palavra! – Falei sem hesitar.
– Em troca do nome do lobisomem, você vai proteger Nádia como se fosse o seu próprio filho e mesmo depois de morrer, você vai protegê-la! É isso ou nada! – Katherine diz.
– Então, temos um acordo? – Perguntei me levantando.
– Fazer um acordo com o diabo é arriscado, mas... Sim. Nós temos um acordo! – Katherine diz.
– E então? O nome do lobisomem! – Falei.
– Antes de qualquer coisa, eu posso saber quem é, mas não quer dizer que eu saiba onde ela está. – Katherine diz. – Ela é considerada a passagem mais fácil de se passar. Talvez pela idade...
– Ela? – Perguntei engolindo em seco imaginando quem poderia ser.
– Você já deve ter uma ideia de quem é, não é? – Katherine pergunta.
– Apenas diga, Katherine! – Falei com raiva.
– Sua querida Lis! – Katherine disse. – Se eu fosse você, iria rápido procura-la. A pobrezinha deve estar em pura dor com tantas pessoas passando por ela!
Olhei para o portão da cripta e vi Josh, me encarando assustado.
– Nem precisa dizer! – Josh disse. – Vou avisar Klaus!
Continua...
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