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História Forbidden Love - Nós estaremos aqui por você!


Escrita por: SahKatrina

Notas do Autor


Oh meu Deus, eu mesma não acredito que estou aqui! Acho melhor me explicar nas notas finais...
Se alguém ainda lê, boa leitura, espero que gostem!

Capítulo 47 - Nós estaremos aqui por você!


Fanfic / Fanfiction Forbidden Love - Nós estaremos aqui por você!

Escorreguei pela parede em que eu me apoiava até o chão. Às lágrimas já tomavam conta do meu rosto. Eu estou grávida! Isso não podia ser verdade.

  - Anne...

  - Quantos testes você comprou? - perguntei interrompendo-a, não estava com cabeça para escutar nenhuma lamentação ou sinal de pena que fosse vindo de ninguém.

  - Três.

Levantei-me, secando meu rosto com a palma das mãos. Segui em passos rápidos até o quarto e peguei minha carteira.

  - Toma, compra mais. Compra quantos der com esse dinheiro. - falei, em desespero, jogando algumas notas de dólares que eu tinha em cima dela.

  - Anne...

  - Vai Jullie! Eu sei que esse teste está errado. Vai logo! - gritei.

  - Anne, para! Para com isso! Você está grávida, aceite!

  - Não pode ser! Eu não tenho condições, Jullie! Como eu vou cuidar de um bebê?

  - Pede dinheiro para o pai! Aquele idiota ajudou a fazer, vai ajudar a criar!

  - Não. Eu não vou ter esse bebê! - gritei. - Eu não posso! Eu vou abortar!

  - Anne! - Jullie deferiu um tapa estalado em meu rosto. - Para, olha as merdas que estão saindo da sua boca. - pisquei algumas vezes e só então voltei a realidade e me deixei chorar de verdade. - Vem, chora. - ela me abraçou e acariciou meus cabelos.

Perdi a conta de quanto tempo fiquei ali, daquele jeito, deixando-a me reconfortando.

Na minha mente, a única coisa que se passava era: como irei sustentar mais uma criança? Eu não tenho como. Mas... Eu não posso tirar essa criança. Como isso pode passar pela minha cabeça? Ia ser difícil? Sim, com certeza, mas fui eu que transei sem camisinha, eu estava lá na hora do bem e bom, agora, eu que aguente as consequências. A única coisa que posso prometer é: essa criança terá todo o amor do mundo e nada lhe faltará... Nada!

Acordei, sentindo uma pequena pressão sobre minhas pernas e ombros, então percebi que Mellanie estava deitada ao meu lado, toda agarrada a mim. Sua respiração suave batendo contra o meu rosto. Eu devia ter dormido enquanto era aconchegada por Jullie e ela trouxe Mellanie para cá. Era normal minha menina dormir comigo, ela quase nunca usava seu quartinho. Tirei-a de cima de mim vagarosamente e com cuidado para não acordá-la, então beijei sua testa, me levantando da cama. Peguei meu pijama no guarda-roupa, junto a peças intimas e minha toalha, e segui até o quarto ao lado, o de Mel. Tomaria um banho ali, para deixá-la descansar em paz. Minha cabeça ainda rodava um pouco, deixando-me tonta, e meu rosto estava inchado e medonho, refletido no espelho. Eu estava um trapo. Também pudera após aquela noticia. Parecia que anos se passavam desde que eu recebi a noticia, mas não deviam ter se passado muitas horas.

Soltei meus cabelos do coque todo bagunçado que os prendia, deixando-os cair sobre meus ombros todo embaraçado e desgrenhado. Suspirei, passando minhas mãos pelo eu rosto e comecei a despir-me. Eu estava levemente mais inchada que há alguns meses atrás, a gravidez começava a tornar-se perceptível, apenas eu que não imaginava o que podia ser. Aposto que muitos já desconfiavam. Meus enjoos constantes, meus, poucos, mas, já perceptíveis desejos. Eu estava apenas tentando manter essa ideia longe da minha mente, e estava conseguindo até Jullie chegar com aquele choque de realidade sobre mim.

Quando o resultado do exame me foi dado, meu mundo havia desabado literalmente em minha cabeça. Todos os planos que eu pudesse ter formado, desapareceram. Eu tinha Mellanie, e essa já era uma grande responsabilidade. Algo grande demais para uma pessoa que há menos de cinco meses nem mesmo tinha que se preocupar com a gasolina de seu carro, ou com a mensalidade de sua faculdade. Eu sempre fui dependente de minha mãe, não me sustentava ou algo assim. Nunca passou por minha mente que estaria nessas condições em plenos dezoito anos.

Porém, agora não adiantaria eu chorar, reclamar, ou lamentar qualquer que seja o meu futuro. Eu teria que ser responsável o suficiente por Mellanie, por esse bebê e por mim. Eu colocaria comida na mesa, arcaria com os custos da escola, com babás, com o que fosse preciso, continuaria com a minha faculdade, pois ainda preciso dar-lhes um futuro promissor. Eu agiria como uma guerreira. Eu seria essa guerreira. Não importa o que aja, nenhum de meus filhos sofreria por falta de algo. Eles teriam tudo. Tudo que um dia eu pude ter, e tudo que eu possa dar.

Distraidamente, peguei-me alisando minha barriga desnuda. Sorri fraco, observando a imagem no espelho.

  - Eu vou te amar mais que tudo, meu pequeno. - sussurrei.

...

  - Dona Anne, com licença. - Antonia entrou em minha sala, segurando alguns papéis. - Temos uma sessão de fotos para a próxima edição agora.

  - Ah, sim. Vamos? - murmurei, levantando e seguindo até o sofá da sala, pegando minha bolsa e indo com ela para fora da minha sala.

Eu estava me adaptando bem ao meu novo cargo e Mrs. Manson deixara Antonia, uma secretária experiente, me orientando. Ela me ajuda em quase tudo. Outra pessoa que está me ajudando é Leonor. Ela está vindo todos os dias em minha casa e prepara comidas maravilhosas, me ajuda com a limpeza da casa e com Mellanie. Uma verdadeira mãe para mim.

Eu estava conciliando o trabalho a família e a faculdade. Eu fiz um trato com meus professores e com o reitor da faculdade. Tenho aulas a noite, via internet. Sim, eu tive muita sorte em pegar uma faculdade que também oferece cursos a longa distância. Mas, eu estou sempre tendo que entregar trabalhos, ás vezes, até mais que quando ia à faculdade. Parece que via internet eles precisam te testar mais.

Estava sendo puxado, e, por mais que essa não tenha sido a vida que escolhi para mim, foi essa a responsabilidade que meus atos trouxeram a mim. E eu não reclamo. Tem sido ótimo tudo isso.

Chegamos ao prédio onde estava ocorrendo a sessão de fotos e logo estávamos na cobertura, onde várias pessoas corriam de lá pra cá e Scarlath Johanson posava para Mauro, fotógrafo. Escondi meu lado tiete e segui até ali.

  - Anne! - Mauro parou o que fazia e beijou meu rosto. Ele era um homem muito bonito. Olhos azuis, cabelos escuros, pele branquinha, lábios finos, uma voz de tirar o fôlego e muito charmoso. Realmente, um homem e tanto e muitas mulheres pagavam pau para ele, devo dizer que eu também... Um pouquinho... Ou muito! - Scarlath, essa é Anne, nossa nova editora chefe. - apresentou-me, porém me senti desconfortável com o termo “nova editora chefe”, era como se eu estivesse tomando o lugar de Mr. Manson, e está não é a verdade.

  - Prazer. - veio até mim e cumprimentou-me com um beijo.

  - O prazer é meu. - fiz o mesmo, me sentindo uma adolescente conhecendo sua atriz favorita. - É uma grande honra tê-la aqui.

  - Obrigada. Eu adoro a revista. - sorri abertamente.

  - Bom, que tal voltarmos à sessão? - Mauro perguntou e eu assenti.

A loira voltou para o seu lugar e fazia o que Mau pedia. Ela era espontânea e divertida. Brincava, fazendo algumas poses engraçadas, e agia seriamente quando precisava. Eu me intrometia em poucas coisas, em algumas roupas, ou poses que eu imaginava ficar melhor em alguma coisa que eu tinha em mente. Eu gostava daquilo. Após algumas horas ali, já estava no horário de ir buscar Mel na escola.

  - Mau, tenho que ir. Encontramos-nos mais tarde para selecionar as fotos.

  - Tudo bem, pode ir.

  - Scarlath, você é incrível, muito obrigada por aceitar o meu convite.

  - Imagina, está sendo ótimo. - ela sorriu e nos despedimos com beijos no rosto.

Antonia ficou para terminar de fiscalizar todas as coisas e eu corri até o centro de New York. Aquele lugar ficava um grande inferno nesse horário. Mães malucas dirigindo seus enormes carros importados, tentando passar por cima das outras para conseguir uma vaga e ser o mais rápida possível para pegar seus filhos, tudo para não perder o horário no salão, ou algo assim. Ou motoristas que eram encarregados de pegas as crianças e corriam atrás das mesmas que escapavam querendo algo que algum vendedor vendia por ali. Eu sentia pena vendo os coitados. Aquelas crianças mimadas me pareciam ser os próprios capetinhas em Terra. Agradeci por encontrar uma vaga perto da entrada da escola.

Bati a porta do carro, e joguei a bolsa por cima dos ombros. Atravessei a rua, me equilibrando em cima do salto alto, desviando de algumas mães e babás afobadas, e adentrei os enormes portões da escola, logo avistando Mel ao lado da professora. A mesma se agitou e me chamou com a mão, para que eu me aproximasse. Aquilo estava me cheirando à confusão. Geralmente ela se despede da professora e corre até mim, poupando-me de ir até a entrada. Caminhei até a mesma.

  - Oi, meu anjo. - agachei ao seu lado e beijei sua bochecha, a peguei no colo. - Tudo bem? - perguntei olhando para ela e em seguida para a professora, a mesma sorriu.

  - Tudo sim, Anne. Mellanie é uma menina muito aplicada. - sorri orgulhosa, beijando o rosto dela novamente, apertando-a contra mim. - Eu apenas pedi para que ela lhe chamasse - a professora continuou -, pois a diretora quer falar com você.

  - Hm... Já imagino o motivo. - fiz bico. - Obrigada, Tara. - agradeci e ela balançou a cabeça. Adentrei a escola, seguindo pelo corredor cheio de salas de aulas e laboratórios, até chegar ao final do mesmo, a secretaria parecia me esperar.

  - Bom dia. - sorriu, levantando-se e me acompanhando até a porta da diretora, abriu a mesma e murmurou algo com a cabeça para dentro, liberando minha passagem em seguida. A diretora pediu para que eu me sentasse a sua frente e, assim que o fiz, despejei tudo sem freio:

  - Olha, eu sei que eu ainda não paguei o valor requerido para as atividades e nem as primeiras mensalidades, mas eu vou dar um jeito de pagar. Meu...

  - Senhorita Winks, não lhe chamei para isso.

  - Ah... Não?

  - Não. Pedi para que lhe chamasse, pois, essa manhã, recebemos um pagamento anônimo - franzi o cenho. - Não há um nome de quem possa ter feito esse depósito, porém, foi pago todo o ano escolar de Mellanie, e todo o tipo de atividade extracurricular, como viagens ou qualquer outra coisa assim.

  - Como? Isso não é possível. Quer dizer, quem faria isso?

  - Não deixaram nomes, apenas fizeram o depósito e nos mandarão um email falando.

  - E esse email? Qual é?

  - Desconhecido. Desculpe-me.

  - Quem poderia ter feito isso? - perguntei mais a mim mesma.

  - Bom, minha obrigação era avisa-la para que a senhora tente descobrir quem é.

  - Muito obrigada, de qualquer modo. Irei ver sobre isso. - apertei sua mão, saindo de sua sala com Mellanie ao meu lado.

Caminhamos para o lado de fora da escola, bem mais sossegado no momento. Coloquei Mel no banco de trás, aconchegada em sua cadeirinha, e entrei no banco do motorista, dando partida. A pé nossa casa ficava há minutos dali, mas de carro em precisava dar a volta e passar pela ponte do Brooklyn. Em menos de dez minutos estávamos em casa.

A mandei diretamente para o banho. Hoje eu ainda tinha consulta no ginecologista.

Eu ainda não havia contado a ninguém sobre a suposta gravidez, quero ter certeza de que realmente estou grávida e que esse bebê esteja saudável. Tomei um banho rápido, me troquei e desci, encontrando Mellanie sentada no sofá, assistindo um programa infantil na TV,

  - Venha, Mellanie. Hoje você vai jantar na casa da tia Jullie.

  - E você, mamãe? - perguntou, descendo do sofá e desligando a TV pelo controle.

  - A mamãe vai ao médico, amor. - falei, puxando-a pela mãozinha delicada e saindo do apartamento.

Deixei-a na casa da Jullie, que ainda não havia tomado jeito e se mudado da casa de sua mãe. Tia Marissa sabia de tudo o que estava acontecendo em minha vida, até mesmo sobre Justin, levando em consideração a enorme boquinha de Mellanie, que liberou que Justin é seu pai para todos os efeitos.

Parei o carro em uma das vagas do estacionamento daquele enorme prédio e desci do mesmo, acionando o alarme. Joguei a chave na bolsa e coloquei a mesma apoiada em um de meus ombros, caminhando em passos rápidos até o elevador. Apertei o botão do andar em que meu médico particular - que eu fiz questão de continuar a pagar, mesmo depois de ter saído da casa de Tracy - fica e encostei-me a uma das paredes de aço do mesmo. Não me preocupei em me fiscalizar, olhando no espelho e observando minha cara. Eu não dormia bem há dias, estava gorda, me sentia inchada, e meus cabelos precisavam de uma boa hidratação. Resumindo: estou um lixo!

A pouca maquiagem em meu rosto deixava isso menos aparente, mas, infelizmente, não fazia milagres.

Sai apressadamente do elevador assim que suas portas se abriram e caminhei até a recepcionista.

  - Boa tarde, eu tenho uma consulta com o Doutor Homs. Anne Marie Winks.

  - Um minuto. - pediu, verificando a tela a sua frente. - Em cima da hora. - comentou. - A senhorita é a próxima.

  - Obrigada. - agradeci, me sentando para esperar.

Peguei uma das revistas que estavam pousadas sobre a mesa e a folheei, passando meus olhos rapidamente pelas páginas. Parei em uma, especificamente, a qual me fez gelar.

"Grandes obras de Tracy Winks! Leia a entrevista onde a estilista conta sobre os próximos lançamentos, relacionamento e planos para o futuro. ELA AINDA QUER TER MAIS UM FILHO, E O PAI JÁ ESTÁ ESCOLHIDO!"

Não sei explicar como, mas aquilo me dilacerou por dentro. O homem era Justin. O homem que era para ser meu. O homem que devia estar ao meu lado. Continuei lendo a entrevista e meus olhos grudaram na pergunta tão aguardada: “O casamento vai sair?”.

“Bom, sim. Eu e Justin nos casaremos logo. - disse, mostrando o belo anel de brilhantes a nossa jornalista. - Seremos felizes.

  - Aposto que sim. E seus filhos? Parou por aqui, ou não?

  - Não... Eu pretendo ter outros filhos, com certeza. Justin será um ótimo pai. - risos”.

Limpei uma lágrima que desceu, rapidamente. Não era justo comigo!

Fechei a revista e a coloquei de volta no lugar. Respirei pesadamente, pensando em como minha vida estaria de ele estivesse comigo. Talvez melhor... Talvez pior. Pelo menos Mellanie teria um pai, e eu um marido.

Meus pensamentos foram interrompidos por alguém chamando meu nome, e não era o médico. Virei-me lentamente, depois de passar as mãos pelo rosto, limpando qualquer resquício de lágrimas.

  - Logan! - murmurei com um tom animado, porém, contido. Eu não esperava ver alguém justo agora.

  - O que faz aqui, mulher?

  - Vou me consultar. - falei como se fosse obvio.

  - Rotina? - beijou meu rosto e se sentou ao meu lado.

  - Hm... Digamos que sim. - murmurei incerta.

  - O que esse "digamos que sim" significa?

  - Bom... É rotina! - afirmei, rindo nervosa.

  - Não me convenceu. - falou, balançando a cabeça em negativa.

  - Não é nada demais. - sorri. - Então, como anda a faculdade?

  - Bem... Estudos não são legais. - enterrou o nariz, fazendo-me rir. - Mas, você sumiu.

  - Estou trabalhando. Editora Chefa da Vogue. - ele abriu a boca, espantado.

  - Vogue?

  - Vogue.

  - Oh meu Deus! Eu não acredito nisso! - gritou e eu abaixei a cabeça ao ver todos nos olharem curioso.

  - Não grite Log! - o repreendi e ele riu.

  - Menina, mas isso é sorte! Deve estar vivendo a vida que pediu a Deus: festas, famosos, dinheiro.

  - Não exatamente. - ele me encarou com os olhos negros em curiosidade. - Sou mãe agora. - murmurei rápido e ele deixou um gritinho agudo vazar por entre seus lábios.

  - Do boy magia que era seu padrasto? Ai meu Deus! Vão se casar quando? - perguntou rápido e animado.

  - Nunca. - respirei fundo. - Não estamos mais juntos. 

  - Como não? - perguntou estupefato e eu enrolei para respondê-lo. Tanto que o médico me chamou e eu sorri aliviada.

  - Eu vou entrar, mas quem sabe um dia não nos encontramos de novo. - falei, beijando seu rosto e sai correndo, em direção à sala.

Respirei fundo, adentrando a mesma e sorri de lado ao médico. Ele era grisalho, grande, com ombros largos e marcas de cansaço em seu rosto, seus olhos uma imensidão verde esmeralda.

  - Boa tarde. - falou com a voz aveludada.

  - Boa tarde. - a minha, diferente da sua, saiu vacilante.

Sentei-me a sua frente e ele me encarou, esperando algo de minha parte. O doutor me acompanhava desde a primeira vez que menstruei e fui obrigada por minha mãe a vir até ele. Eu confiava no mesmo.

  - Eu... Eu estou grávida. - murmurei, fechando os olhos.

  - Oh, isso é uma boa notícia, não?

  - Não sei... Falam que crianças são bênçãos.

  - E são. - sorriu. - Bom, vamos fazer uns exames de sangue, pelo que vejo em seu tom de voz está receosa.

  - Sim. Fiz um teste de farmácia, três na verdade.

  - Não acho que há duvidas. Há quantos meses sua menstruação está atrasada?

  - Hm... Acho que a última vez que veio eu ainda estava no Canadá. Um pouco antes do natal. - fiz careta, lembrando-me que da ultima vez eu estava na casa de Justin, no Canadá, assistindo a um filme.

  - O momento mais propenso a mulheres engravidar são as festas de final de ano. - comentou.

 Ele me fez mais algumas perguntas, pediu alguns exames, e logo eu estava liberada. Mas, com uma certeza: estou grávida.

Respirei fundo, apertando o botão do elevador. As portas de aço se abriram e tinha apenas uma pessoa nele, nem olhei para a cara daquele ser. Funguei, apertando a porta do nariz, lutando contra a enorme vontade de chorar. Tudo que eu precisava agora era de um abraço e de um "tudo vai ficar bem". Eu realmente estava grávida, e por mais que eu estivesse alegre, eu estava com medo. Peguei o celular e antes que pudesse discar o número de Jullie, uma voz me interrompeu.

  - Como foi? - a voz de Logan me fez pular.

  - O que faz aqui?

  - Estava te esperando. Fiquei descendo e subindo até você sair.  - resmungou.

Suspirei, cansada demais para explicar algo agora e depois para todos.

  - Vamos para a minha casa. - ele assentiu.

Disquei o número de Jullie e esperei ela atender.

  - Anne, e ai?- sua voz era animada.

  - Mellanie está bem?

  - Sim, claro! Está assistindo TV com minha mãe.

  - Leve todos para casa.

  - O doutor confirmou?

  - Sim, confirmou. 

  - Ai! Tudo bem, estamos indo. - gritou, desligando na minha cara.

Olhei para Logan e suspirei, ele sorriu.

  - Vou te contar parte da história. - falei, saindo do elevador, já no estacionamento, e apertando o botão de alarme do meu carro. Ele me seguia lado a lado em silencio. Assim que entramos no mesmo e eu dei partida, dando ré para sair da vaga, comecei a contar parte de tudo o que aconteceu, sobre Justin e eu, sobre eu sair de casa após ele me chutar, sobre Mellanie e minha forma de vida agora, e sobre meu futuro bebê. Ele exclamava palavras tristes e alegres, ou soltava alguns palavrões, eu acabava rindo dele. - Eu vou contar agora que estou grávida a todos os meus amigos. - falei e ele assentiu.

  - Não faz nada mais que o certo. - falou convicto.

Logo, ele engatou em um assunto disperso do que falávamos anteriormente, me perguntando sobre a Vogue e se eu podia arrumar serviço para ele lá dentro. Ele foi uma ótima distração para a minha mente eletrizada.

Adentrei a porta de casa e a bagunça já tomava conta. Mellanie corria pela casa, fugindo de Chaz enquanto Jullie gritava para eles pararem; Ryan e Christian discutiam sobre alguma luta, enquanto gritavam zoamentos à Chaz que mandava o dedo e mais palavrões a eles; Ashley e Jennifer conversavam animadas sobre o filme que passava na TV. Assim que bati a porta eles pararam e me olharam.

  - Anne, mande essas crianças pararem! - Jullie gritou, batendo o pé, com os braços cruzados.

  - Mellanie, pare. E não me faça falar uma segunda vez! - falei firme e ela parou, encolhendo os ombros perto de Chaz, mas ele a pegou no colo e a fez pegar fogo novamente. - Somers, irei arrancar sua cabeça se não aquietar o facho. - encarei-o com os olhos semicerrados.

  - Desculpe baixinha. - murmurou, ajeitando Mel em seu colo.

  - Então, cunhadinha, o que fez você nos chamar? - Ryan falou animado.

  - Eu, bom... Esse é Logan. - contornei o assunto.

  - Olá pessoas lindas. Ai que fofa! Você é a filha da Anne, certo? - perguntou indo na direção de Chaz e Mellanie. - Que linda, Anne. - falou e eu sorri. - Vem aqui, amorzinho, você gosta da Barbie? - perguntou, pegando-a no colo e ela assentiu meio acanhada. - Ai, vocês são uma família linda e unida, gostei disso. - falou, gesticulando com a mão livre e todos riram, falando palavras de recepção.

  - Agora calem a boca, animais! - Jullie gritou. - Por favor, Anne. - sorriu meiga e eu lancei-lhe um olhar medonho. Estava apreensiva.

  - Olha... Eu chamei todos vocês aqui por que... Bom, eu estou... Não sei, eu...

  - Ela está grávida! - Jullie gritou animada, me interrompendo e todos me olharam perplexos.

  - Como? - Chaz gritou me encarando de boca aberta. - Do Justin?

  - Não, idiota, do padeiro! É obvio que é do Justin! - Jullie deu um tapa em sua nuca e ele resmungou.

  - Oh meu Deus! - Jennie colocou as mãos na boca, chocada com a noticia. - Eu serei tia! - exclamou animada.

Meus ombros ainda estavam carregados com um peso indescritível, mas pelo menos um de meus problemas estava resolvido.

  - Eu... Eu não sei como eu vou criar essa criança, mas... Eu não sei. - falei meio perdida. Não sabia exatamente o que dizer a eles. Todos ali sabiam que não era esperado, e também sabiam que eu não iria tirar. Não tinha o que dizer.

  - Nós iremos te ajudar. - Chris disse, me abraçando de lado. - Não faltará nada a essa criança, pode ter certeza, pequena.

  - Obrigada. - sorri fraquinho, o abraçando fortemente, e logo senti todos os outros atrás de mim.

Aquela sensação de paz, tranquilidade, proteção, tudo eles me proporcionavam, e da melhor maneira possível. Eu nunca poderia dizer que não tenho os melhores amigos do mundo, porque tenho. Não existem pessoas que suportariam tanta coisa por alguém como eles o fazem. Eles são exatamente como anjos da guarda. Protegem-me e me guardam. Sempre me ajudam e me salvam. Eu os amava incondicionalmente.

Após aquele momento amigos, nos separamos e eu cai em um sofá, enquanto os observava conversar animadamente sobre nomes, sexo, dinheiro, enxoval. Tudo o que era preciso eles já estavam começando a se preocupar.

O fato de essa criança ser de Justin, não significava que ele seria o pai. Ele perderia tudo isso. Eu não perderia meu tempo contando sobre a gravidez a ele, nem queria que eles fizessem.

  - Pessoal! - chamei, eles viraram suas atenções para mim. - Só tem uma única coisa que quero pedir a vocês - eles assentiram, para que eu continuasse. -, não quero que Justin fique sabendo da existência dessa criança.

Todos ficaram em silencio por alguns míseros segundos, até Jullie se pronunciar.

  - Mas, amiga, ele precisa ajudar com tudo. Ele será pai também, precisa saber.

  - A partir do momento em que ele me abandonou com Mellanie, ele não é mais pai de nada. - falei com raiva explícita em minha voz. - Não preciso do dinheiro dele. Estou me virando bem sem ele para cuida de Mellanie, cuidarei dos dois. Eu não quero aquele homem na vida dos meus filhos. - Chaz soltou um suspiro alto e cansado.

  - Sabe - falou. -, eu não entendo você e ele. Vocês se amam, está na cara. Eu não consigo entender o porquê dele fazer tudo isso, e o porquê de você ser tão cabeça dura. Conta para ele, Anne. - concluído sua frase, todos pararam em silencio para observar-me.

Eu já tinha uma opinião formada desde quando descobri a possibilidade, nenhuma palavra mudaria isso. Era algo que eu havia decidido para mim e para os meus filhos.

Levantei, com uma travessa vazia de salgadinhos na mão e sorri de lado.

  - Eu o amo, não nego isso, mas esse sentimento passará um dia... Ou não. - dei de ombros. - Mas, minha decisão está tomada. Por favor, não interfiram nisso, senão, serei obrigada a me afastar. - concluí, seguindo para a cozinha.

Coloquei a travessa em cima do balcão e me apoiei no mesmo, com a cabeça baixa.

  - Que noticia! - encarei a porta da cozinha, Ryan estava ali. - Como Chaz disse, eu também não entendo muito bem a história de vocês dois. - ele disse, sorrindo de lado. Preparei-me para um novo sermão de como eu era estúpida por não contar a Justin. - Mesmo acompanhando de perto, sempre foi confuso para mim. Tudo aconteceu rápido, de certo modo. Ele começando a namorar uma mulher mais velha que ele, por mais que eu soubesse que ele as preferia, logo em seguida nós descobrindo que essa mulher era mãe da pirralha que havíamos conhecido em uma balada qualquer por ai. E então, o relacionamento de vocês. Para ser sincero, todos já haviam notado o clima que rolava entre vocês, mesmo antes do beijo na praia, e, creio eu que, até mesmo Tracy percebera. Eu sempre achei que você era a mulher perfeita para ele, mesmo sendo mais nova, nunca me importei com esse detalhe. Eu via vocês dois juntos, apenas no mesmo lugar, e os olhos dele brilhavam, e você ao menos notava, pois não parecia ligar para ele ali. Eu conheço Justin desde que nasci, e nunca havia o visto olhar para alguém daquele jeito, protetor, amável, carinhoso... Ele me contava o modo como te conheceu de uma maneira encantada, dizendo que nunca conheceu alguém tão enfezado quanto você - sorri de lado, limpando uma lagrima que descera teimosamente, lembrando-me de tudo. - Anne, eu sou o melhor amigo de Justin, o conheço melhor que muitos, até mesmo sua família, e posso afirmar com toda a certeza do mundo que ele te ama. Te ama muito, como nunca amou ninguém. Eu sei que talvez eu não seja A pessoa para me intrometer em algo assim, mas eu vejo como ele realmente está depois de ter se afastado de você. Ele anda mal, muito mesmo. Até mesmo sua gentileza não existe mais. Tenho dó de sua secretária. Tem algo errado nisso tudo, e eu não acho certo o que você quer fazer...

  - Ryan... - comecei, mas ele balançou a cabeça.

  - Shiu! Deixe-me terminar. - assenti. - Não acho certo o que você está fazendo, sobre não contar a ele dessa gravidez. Conheço Justin, sei o como seu mundo se iluminaria, mas também respeito sua decisão. O que ele te fez deve estar doendo, imagino como seria se acontecesse algo parecido entre eu e sua irmã. Querer afastá-lo é natural por mais errado que pareça. Infelizmente, não posso mudar sua decisão, apenas apoiá-la está dentro do meu alcance, e eu quero deixar claro, que te ajudarei em tudo que você precisar. Tudo que essas crianças estiverem precisando, pode me ligar, não importa a hora que for. Eu cuidarei delas como sei que Justin faria. Eu prometo nunca sair do seu lado, e sei que aqueles idiotas também não irão sair. - sorriu de lado e eu senti meu coração disparar. Eu nunca havia falado muito com Ryan, mesmo ele sendo um grande amigo, e isso... Isso havia me deixado em prantos. Ele caminhou até mim e me abraçou, confortando-me em seus braços. Aquele discurso serviu para me fazer lembrar-se dos melhores momentos da minha vida. Mesmos que foram destruídos por Justin. Porém, ele também estava me trazendo coisas que proporcionariam momentos melhores e mais felizes, talvez nunca pudesse apagar o passado para que eu não sentisse mais dor, ninguém pode, porém, eu seguiria em frente com toda a ajuda necessária.

  - Obrigada. - sussurrei minha voz fraca. - Obrigada, obrigada, obrigada. - o abracei fortemente.


Notas Finais


Oh! Eu não acredito... Eu estou aqui, postando, depois de meses!
E lá vai eu começar com as desculpas, não? Mas, dessa vez, elas realmente são válidas - não que das outras não tenham sido. Eu passei na ETEC (a de Jundiaí, para quem estava perguntando, uma das, na verdade). Aquele lugar é... Incrível! Eu juro, ás vezes esqueço que é escola pública. Porém, como tudo que é bom, isso tem um lado negativo. Para falar a verdade, um lado negativo enorme! As pessoas, pelo menos da minha classe, são escrotas! Têm duas Beliebers, uma delas é um grande amor, temos tanto em comum, porém, a outra... Oh, só Deus para me ajudar a manter a paciência! Ela é daquelas que se acham até com o que não têm, sabe? Parece até que ela andou espalhando coisas sobre mim, dizendo que sou uma ridícula a talz... Nem dei bola, não ligo pra essas coisas. E, mal começou as aulas e a estúpida aqui já estava gostando de alguém. Bom, acho que era só atração, porque depois que comecei a conviver melhor com ele, descobri como ele é horrível, peguei nojo dele. E ele também andou dizendo coisas de mim, que bom... Melhor não ligar. Ele também me zoa por ser Belieber. Mas, sabe quando você odeia a pessoa, mas mesmo assim não para de olhar pra ela? eu to sofrendo disso! Porra, é um saco! Em fim, a escola é muito puxada, puxada até demais! Eu tenho deveres todos os dias, tirei I (que é a pior nota) em todas as provas, então refarei todas as provas; tenho uns seis trabalhos, para mais, e tenho que ler uns livros ai pra aula de Português, que são um saco. Como é integrado, saiu de casa ás seis da manhã, chego ás cinco e meia da tarde, não tenho tempo para respirar, nem para conseguir escrever. Esse é o grande motivo da minha demora. A falta de inspiração também, por isso não vou postar Common Denominator, ok? Ainda não tenho o capitulo completo.
Ahh, e a falta de internet tá foda! To pelo note do amigo da minha mãe, que me emprestou para que eu faça meus inúmeros trabalhos, pegando wifi do vizinho, que tá uma merda, mas é alguma coisa!
O próximo está quase pronto, espero que não demore quase três meses, como demorei, agora. Qualquer coisa, posso atualizar vocês via Instagram, postando algo sobre um capitulo novo, porque é onde eu estou atualizando mais; também, tem o twitter, que vocês sabem que eu estarei sempre, mesmo o mobile sendo ruim, eu ganhei um celular novo e tá um amorzinho mexer por ele. Só não digo que o face também porque lá tem parentes, e sabem como é... Não dá para eles saberem. Uma leitora queria fazer um grupo da fic, não tenho certeza se ela seguiu com a ideia, mas qualquer coisa, mocinha, pode me deixar informada, ok?
Bom, eu acho que é isso... Já devo ter escrito um livro aqui, né? Pra quem leu, obrigada, e para todas, me desculpe a demora, espero não demorar tanto no próximo.
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