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História Forbidden Love - Tempo...


Escrita por: SahKatrina

Notas do Autor


Ah! Olá <3 falo lá embaixo? Okay. Okay.

Capítulo 48 - Tempo...


Fanfic / Fanfiction Forbidden Love - Tempo...

Março, 2014

- Mellanie, querida, por favor, esqueça isso e vá fazer seu dever. - pedi, tentando me concentrar na tela de meu notebook.

- Não, mamãe! - exclamou, batendo os pezinhos. - Eu quelo saber se o que aquelas pessoas dizem é verdade.

- Amor, eu já te disse, eu não sei.

- Claro que sabe. - me desafiou e eu bufei. - Você era namolada do papai, sabe quando é o aniversário dele!

- Venha aqui. - pedi, deixando de tentar prestar atenção na tela do computador e virando a cadeira, ficando de frente a ela. A mesma, mesmo brava, veio até mim e se sentou em minha perna. A agarrei e suspirei. - Olhe, sim, hoje é aniversário de Justin, querida.

- Eu sabia. - sorriu. - Eu quelo ligar para ele.

- Você não pode meu amor. - ela fez bico e eu me senti horrível.

Mellanie havia visto em meu Facebook, em alguma página de fofocas, que hoje é aniversario de Justin, dia um de março, e desde então insiste em ligar e desejar-lhe feliz aniversário, pedir para que ele venha visitá-la. Parte-me o coração ver minha menininha assim, mas não posso permitir que ela ligue para ele. Não sei se ele pode tratá-la mal, ou se ela pode ficar ainda pior após falar com ele. Eu não o quero mais conosco, por mais que ainda o ame muito. Ele foi um monstro comigo, e não quero contato. E se ela contar a ele que eu estou grávida e ele quiser vir atrás de mim e tirar essa criança de mim quando ela nascer para que cuide dela ao lado de minha mãe? Não, isso não posso permitir. Sei que Justin tem um bom coração, por mais canalha que ele tenha sido, mas não posso parar de pensar na hipótese dele me tirar minhas crianças. Antes mesmo dessa criança que está em meu ventre nascer, já sinto uma ligação fora do comum com ela, e o mesmo vale para Mel. Essa menina dos olhos cor do mar, que parecem uma tempestade quando está chateada, é a minha vida. Eu morreria por ela. Não posso deixar que me tirasse ela.

- Por que eu não posso? - perguntou, em seus olhos já posso ver as tempestades se formando. Eles viram um furacão azul opaco quando ela está irritada.

- Porque não, Mellanie. - comecei a ficar irritada com essas perguntas. Não tenho respostas para elas.

- Mas eu quero! É meu pai, o Biebs! Ele me deu um montão de plesentes no meu niversário, por que não posso fazer o mesmo?

- Por que... Porque ele está ocupado. Ele não pode falar agora.

- Mas a mulher disse que tinha festa! Por que ele não me chamou pra festa dele? - agora seus olhos estavam começando a se encher de água, magoados.

- Oh, meu bebê - a abracei forte, prensando-a contra meu corpo. -, eu sinto muito por isso. Ele não... Ele não quer nos ver. - ela negou, se soltando de mim com brutalidade.

- Não! Meu papai me ama! Você que é uma bruxa! - gritou, e correu escada a cima, enquanto chorava.

Boquiaberta, me senti uma inútil. Comecei a chorar descontroladamente, enquanto suas palavras ecoavam em minha mente. Mesmo de longe, Justin estava colocando minha própria filha contra mim? Como ela podia dizer isso depois de tudo o que faço por ela. Eu tendo suprir a falta que eu sei que ele faz na vida dela, tento dá-la tudo o que precisa e quer, realizo seus caprichos e vontades. E, ela me coloca como a bruxa da história? Mas o que foi que eu fiz de errado? Apenas estou tentando protegê-la, por que me trata assim?

Peguei o telefone fixo, já que não fazia ideia de onde meu celular estava, e disquei o numero de Jullie. Há essas horas, se ela não está com Chaz, está por ai com algum homem. Mesmo não querendo atrapalhá-la em plena noite de sábado, preciso de alguém aqui. Estou perdendo o controle da minha filha, não sei mais como agir com ela, como tocar no assunto “pai”. Disquei os números, e logo minha amiga atendeu, e após eu explicar-lhe o que houve, disse que estava vindo pra cá no mesmo instante.

 

AUTORA POV.

A pequena garota dos olhos cor do céu se trancou em seu quarto e um sentimento horrível de culpa a atingiu. Não devia ter chamado sua mãe de bruxa, ela a amava. Mas, quando aquelas palavras foram proferidas a ela, a menina se sentiu muito chateada. Sentiu-se brava com a mãe por dizer que o pai não gostava dela. É claro que ele gostava. Ele a amava. Ele mesmo deixou claro quando foram comemorar seu aniversário. Ele mesmo disse que a amava.

Ela achava os adultos muito confusos. Não entendia como sua mãe podia chorar quase todos os dias por seu pai, mas não ir atrás dele e dizer que sentia saudades. Nos desenhos e filmes, quando a princesa amava o príncipe ele não vinha ao seu encontro e tinham um final feliz? Por que então seu pai não vinha ao encontro de sua mãe? Ela disse que o amava. Por que ele não aparecia para buscá-las e para fazer a vida delas e do novo membro que logo chegaria mais feliz?

Eles deviam complicar tanto as coisas?

Ela balançou a cabecinha, fazendo uma grande quantidade de cabelos louros acinzentados colarem em seu rosto molhado pelas lágrimas. Suas mãozinhas passearam por seu short, procurando pelo celular de sua mãe. Ela havia o pegado disposta a ligar para o seu pai. Assim que ele estava em suas pequenas mãozinhas, ela sorriu fazendo o padrão que desbloqueava o celular - havia o gravado na cabeça quando viu sua mãe fazendo -, e então clicou no ícone “contatos”. Para a sua idade era muito inteligente. Seus dedinhos clicaram no numero do Tio Ryan. Ela o escutara dizer no meio de uma conversa com Chaz, que iria a festa de Justin para lhe desejar feliz aniversário. Ele estaria com seu pai, e, já que ela não tinha o numero de Justin, pediria para falar com ele. Assim que Ryan atendeu, a menina sorriu sapeca.

- Anne? - ele perguntou e a menina negou.

- Não, titio, sou eu. - falou baixo para que sua mãe não a escutasse.

- Mellanie? O que faz com o celular da sua mãe? - perguntou com o tom de voz suave. Ao fundo ela escutava musica. Ele estava na festa.

- Titio, eu quero falar com o meu pai. - Foi direta, sem se importar em responder a pergunta que ele lhe fez.

- O que? - Ryan parecia alterado agora.

- Quero falar com o meu papai, tio Ryan! - esbravejou. - Ele não me chamou pra festa de aniversário dele, eu quero falar pra ele que estou brava. Muito brava. - falou e Ryan suspirou do outro lado da linha.

- Baixinha, seu pai não está comigo.

- Está sim! Eu sei que está na festa dele, seu chato.

- Mellanie! - esbravejou Ryan, repreendendo-a pelo xingamento inofensivo.

- Ryan, está falando com Mellanie? - a garotinha sentiu seu coração disparar muito rápido quando escutou a voz de seu pai do outro lado da linha.

- Pai! Papai! - ela gritou, na esperança de que ele pudesse ouvi-la. - Tio Ryan, me passa pro meu pai, que quero falar com ele!

- Mellanie, sua mãe sabe que está com o celular dela? - Ryan tentou mudar de assuntou, mas a garota ficou nervosa. Tinha um gênio forte para alguém tão pequeno.

- Me deixe falar com ele! - sua voz estava embargada, o homem cambaleou do outro lado. Ver a menina assim... Ele sabia que os pais dela que estavam errados em negar o que sentiam e a culpa não era dela.

- Ryan, quero falar com ela. - Justin disse, e Mel sorriu.

- Titio, por favorzinho. - ela implorou, e então o homem suspirou e dando-se por vencido disse:

- Se sua mãe souber nunca mais te levo chocolate. - ameaçou e ela sorriu, dizendo que sim e então, a voz de seu pai soou emocionada do outro lado da linha.

- Mel... - chamou e ela gritou em felicidade.

- Pai, papai! - pulou pelo quarto, querendo chorar de felicidade por escutá-lo meses depois.

- Princesa, tudo bem? - a voz de Justin estava embargada.

O homem se afastou da multidão, sendo seguido por Ryan e pelo olhar cauteloso de Tracy. Justin queria chorar tamanha era a sua felicidade.

- Papai, você não me chamou para a sua festa! - a menina esbravejou, parando em cima da cama e se jogando na mesma.

- Oh, minha menina, o papai sente muito. - ele disse sorrindo e sentindo que não aguentaria segurar mais as lágrimas.

- Por que você não me chamou para a sua festa? - a voz manhosa da menina o fez sorrir triste. Ele não conseguia acreditar que estava longe da menina de seus olhos.

-Me desculpe. - Ele sorriu abertamente. - O papai te ama tanto pequena. - ele sussurrou, sentindo seu rosto ser inundado pelas lágrimas. Ele não se importava se os outros estavam o olhando, ou se o achariam gay. Ele estava tão emocionado por poder falar com a sua menininha novamente.

- Eu sabia. - a menina sorriu feliz da vida com a confissão. - A mamãe disse que o senhor não ama a gente mais. - o coração de Justin se apertou ao escutar aquilo. Anne, sua doce Anne.

- Eu te amo sim, te amo muito. Desculpe-me, querida. - falou, soluçando. Ele nunca chorou tanto como estava chorando nesse momento. Seu mundo estava desabando, sua vida um inferno.

- Eu também te amo, Biebs. Parabéns! - eles sorriram com o apelido.

- Obrigada, querida. Você está bem? - ele perguntou preocupado. - Está tudo bem com a sua mãe?

- Acho que a mamãe está tliste, papai. - a menina confessou. - eu vi ela chorando ontem de noite. - falou como se confessasse um grande segredo.

- Olhe, você tem que ajudá-la, tudo bem? Você tem que ficar do lado dela e dizer que a ama muito, muito mesmo. Por mim e por você.

- Eu... Eu chamei a mamãe de bluxa. - sussurrou, envergonhada.

- Por que, pequena?

- Ela me disse que você não ligava mais pra gente. - falou sentida e Justin suspirou. Como ele tinha vontade de abraçar a menininha e dizer que nada daquilo era verdade.

- Meu amor, faça o que te pedi. - ele se apressou, vendo que Tracy começava a caminhar em sua direção. - Eu te amo.

- Papai, espera, quando você vai voltar? - perguntou a menina, ansiosa para que ele lhe respondesse que voltaria amanhã e que eles seriam felizes, mas a resposta do homem não foi o que ela queria ouvir.

- Um dia. Prometo. - sussurrou.

- Não, papai, volta logo! - gritou, mas ele já havia desligado.

Enquanto Mellanie chorava por não poder ter o pai, Justin se levantava do degrau da escada que tinha sentado e passava a mão pelo rosto. Ryan o olhava sem entender o seu ataque de carinho com a menina que ele dissera não se importar a alguns meses. Ele nada disse, apenas sorriu, enquanto sua noiva vinha em sua direção. Seu amigo sabia que aquele sorriso não era nada comparado ao sorriso que ele dava ao ver Anne, ou mesmo ao sorriso que soltou ao escutar a vozinha de Mellanie. Algo de errado acontecia com Justin. Essa era a única coisa que ele sabia.

 

ANNE MARIE POV.

Jullie me acalmou, enquanto dizia que eu precisava dar um tempo a Mellanie. Essa coisa toda de “seu pai não se importa mais com nós” a assusta, claro. Eu que sou muito precipitada, e insensível com minha menina. Meu humor está oscilando e, ás vezes, acabo ficando muito dura com Mellanie, ela tem apenas quatro anos. Decidi me levantar para fazer janta e pedi que Ju fosse chamar Mellanie.

Ela subiu e eu fui para a cozinha preparar uma massa, uma das únicas coisas que aprendi durante esse mês que se passou.

 

JULLIE STANFORD POV.

Subi as escadas em passos pesados. Não sabia mais o que fazer com Anne e Justin. Os dois são uns idiotas! Eles ficam com esse fogo no rabo e acabam deixando Mel no meio disso tudo. Justin é um imbecil, mas, para mim, está acontecendo algo. Ele nunca me pareceu o tipo de cara que brinca com uma mulher. Ou o tipo que faz a mulher adotar uma criança a deixa na mão. Era impossível tudo isso. Suspeito de Tracy. Ela pode muito bem ter descoberto e estar o chantageando. Mas... Eu não tenho certeza. E o pior é que não tenho como provar nada, e não posso chegar nela perguntando se ela sabia do caso que o seu noivo tinha com a sua filha. E se ela não soubesse? Ai eu ferrava com Anne.

Bati na porta branca com detalhes em roxo e rosa de Mellanie e escutei sua voz, baixinho.

- Papai do céu, por favor, faz o meu papai e minha mamãe ficarem juntos. Eu prometo que não vou mais pedir nada pra você, grandão. Amém. - meu coração se despedaçou ao ouvir isso.

Como uma criança pode estar passando por isso?

Adentrei o quarto e ela estava deitada na cama com o celular de Anne em suas mãos.

- Melzinha. - chamei e ela me olhou, sorrindo feliz. Ela não me parecia feliz ao fazer a oração, mas agora seus olhos brilhavam. - Está tudo bem?

- Sim.

- Tem certeza? Eu escutei o que você pediu em sua oração. Você está triste?

- Não. Eu só quelo que a mamãe fique com o papai. Ele disse que é pra eu cuidar dela. - franzi o cenho.

- Quando ele te disse isso? - me sentei perto dela e a puxei para o meu colo.

- Agora. Aqui. - mostrou o celular e eu arregalei os olhos.

- Como assim? Você falou com Justin? - perguntei espantada.

- Sim, meu papai disse que me ama. - sorriu e bateu palminhas.

- Mel, como?

- Eu liguei pro tio Ryan e pedi pra falar com o meu papai, ele estava na festa que meu pai não meu convidou. Eu queria saber o porquê ele não me chamou.

- E o que ele disse?

- Que sentia muito e que um dia voltava. E que eu preciso cuidar da mamãe, tenho que amar ela por eu e por ele. - meu coração acelerou. Realmente têm algo errado com isso tudo.

- Amorzinho, vamos tomar banho e não quero mais escutar falar nisso. Eu não quero que você conte a sua mãe sobre essa ligação, tudo bem? - ela fez que sim e nós seguimos para o banheiro.

Era melhor Anne não saber disso. Ela já anda com o humor oscilando, imagina se descobre que Mellanie falou com Justin, ou que ele disse essas coisas. Acho que ela teria um ataque. E também poderia criar esperanças... Isso seria péssimo, pois ela nunca mais seguiria com a sua vida, ou tentaria achar alguém.

 

MAIO, 2014

Apertei o botão, e tudo que escrevi até agora foi excluído. Aquele e-mail estava uma grande merda. Retornei a pagina anterior e reli os dois e-mails que recebi de Tracy nos últimos meses. Três meses fora de casa, e ela me manda dois e-mails me perguntando se estou viva. Será que já estava me considerando morta?

Comecei novamente a escrever, e por fim, consegui escrever algo descente:

 

De: Anne Winks

Data: 5 de Maio de 2014 16:31

Para: Tracy Winks

Assunto: Hey! Estou viva, Dona Tracy!

Mãe... Bom, não sei por onde começar. Não será do começo, pode acreditar. Eu não voltarei para casa, isso posso te garantir, e peço que não se preocupe, por mais que eu saiba que não está preocupada. Eu estou bem, feliz. Minha vida está caminhando, creio que já saiba que sou presidente definitiva da Vogue de NY, certo? O motivo que tive para sair de casa não vem ao caso no momento, mas, novamente, não se preocupe. Desejo felicidades a você e ao seu noivo, que sejam felizes. Poderemos nos comunicar através de e-mails, mas peço, POR FAVOR, que não venha atrás de mim. Não quero que me encha de perguntas que não saberei responder, nem mesmo posso aguentar seus questionários.

Com todo o amor do mundo, Anne.

 

Havia ficado confuso, talvez ela quisesse vir atrás de mim, mesmo com o e-mail, mas eu apenas não podia deixá-la sem respostar por tanto tempo. Morava debaixo do seu teto, e devia ao menos essa explicação. Após apertar no botão enviar, fechei o notebook e descansei minha cabeça no travesseiro, pensando excessiva e exclusivamente nele. Em Justin.

 

JUNHO, 2014

ANNE MARIE POV.

- Vem, amor. - puxei Mellanie entre as pessoas do ônibus e desci com ela no ponto perto de meu médico.

Estamos tendo que andar de ônibus, pois estou ficando com muito pouco dinheiro no final do mês. Estou de seis meses, e Jake não para de chutar. Sim, é um menininho e eu já escolhi seu nome. Jacob. O nome do meu avô. Jullie odiou o nome, disse que já imagina meu filho nascendo com oitenta anos, então, como viu que eu não mudaria de opinião, resolveu apelidá-lo de Jake, e o apelido já pegou. Minha barriga está enorme, me sinto uma obesa. E, só para completar, estou andando como uma pata.

Hoje, estamos indo fazer mais um dos ultrassons, e Mel, como sempre, está do meu lado. Depois da noite em que discutimos pelo aniversário daquele que prefiro não mencionar, ela tem sido tão amorosa comigo. Tem cuidado de mim e sido um anjo. Eu estranhei, mas ela diz que se sente mal pelo que fez e que vai cuidar de mim e me amar muito. Eu fico emocionada quando ela fala assim, minha menininha está virando uma mocinha e eu me sinto tão orgulhosa. Nem parece que têm apenas quatro anos. Ela me dá palpites sobre tudo e até mesmo no enxoval do bebê.

O enxoval é um dos grandes motivos por estarmos tão duras em questão de dinheiro. Eu tenho que guardar dinheiro para pagar o parto, tem que comprar as roupinhas, os moveis, tem que pagar as contas, e no final, não sobra ao menos para a gasolina. Já estou sem carro há bons dois meses. E, por mais que meus amigos queiram me ajudar, eu me recuso a receber qualquer dinheiro vindo deles. Ás vezes eles aparecem com algum móvel para o quarto de Jake e com algumas compras, mas não aceito que paguem conta alguma para mim. Tenho que ser responsável o suficiente para pagar minhas próprias contas.

Puxei Mellanie pelas enormes ruas de Manhattan, e logo entramos no prédio do consultório médico. Mel e o Doutor já estão amigos e vivem pegando no meu pé. Eu me sinto bem com isso.

 

Após sairmos dali com o ultrassom em mãos, resolvi extrapolar um pouco no orçamento e fui com Mellanie a sua sorveteria preferida, no centro de Nova York. Ela tem se comportado tão bem, agido como uma verdadeira adulta, privando-se de seus próprios desejos e vontades, tudo para que eu não precise gastar com ela e pagasse nossas contas. Eu me sintia mal por isso.

Jullie vive me dizendo que eu preciso pedir ajuda a Justin, que ele como pai irá me ajudar e que meus filhos terão um futuro melhor, mas eu não quero Justin por perto. Aquele homem já fez mal demais a mim, não quero que faça mal a meus filhos também.

Sorri ao ver os olhos de Mellanie brilharem quando entramos na sua sorveteria.

- Mamãe, por que estamos aqui? - perguntou espantada. A menina já tinha noção dos preços e sabia que aquela sorveteria não é nada barata, mas dei de ombros diante de seu olhar espantado.

- Vamos, escolha o que quiser. - disse e a mesma sorri abertamente, sem poder recusar uma oferta dessas, e correu em direção à mesa de sorvetes, pronta para montar o seu.

Ela montou uma coisa tão grande que acabei desistindo de montar um para mim, podia muito bem beliscar um pouco do dela. Assim que paguei o valou exorbitante, nos sentamos em uma mesa de frente a janela que dá para o Central Park. Pelo menos daqui até em casa são cinco minutos. Bastava atravessar o parque, e isso não é um sacrifício.

- Parabéns, mamãe! - gritou quando eu estava distraída.

- Não acredito que você lembrou!

- Quantos anos você está fazendo? - perguntou curiosa e eu ri.

- Hm... Não tenho certeza quanto a revelar minha idade. - sussurrei, brincando e ela riu.

- Vai, mamãe!

- Tudo bem, mas não conte a ninguém. - ela assentiu. - Tenho dezenove. - falei baixinho, curvando-me na mesa e ela tapou a boca.

- Oh, que velha! - ri.

Só ela para me achar velha com dezenove. Quem me olhasse, acharia que eu sou uma maluca desprevenida. Se eu fosse à mãe verdadeira de Mellanie, a teria tido com quinze anos. E agora, cá estou eu, grávida novamente.

- A senhora continua linda, mamãe.

- Mesmo inchada e gorda? - perguntou, fazendo careta.

- Mesmo assim. - Sorriu, curvando-se e deixando um leve beijinho na ponta do meu nariz. - Eu te amo muitão, do tamanho do mundo.

- E eu te amo do tamanho do universo!

- E eu do tamanho da galáxia! - exclamou, me fazendo rir e sentir meus olhos se encherem de lagrimas.

- Você é a razão da minha existência. - sussurrei, beijando sua testa.

Enquanto eu chupava o sorvete junto a ela, ela me contava como andavam as coisas na escola, e disse que terá um passeio a Washington e que queria minha autorização. Não me neguei a dá-la. Confiava na escola e todos os gastos foram pagos pelo doador misterioso no começo do ano. Talvez, ele não seja tão misterioso assim, mas preferia pensar que não o conhecia.

Quando terminamos, ela correu para lavar o potinho, pois gosta de levá-lo embora. Fiquei observando o lado de fora da sorveteira, à entrada para o parque e meu coração acelerou quando o vi. Justin caminhva pela calçada do outro lado da rua, distraído em seu celular, parecia tenso. Pisquei desesperadamente rápido, enquanto meu coração perdia o compasso e parecia que ia saltar do meu peito. Ele está mais magro, porém continua lindo. Seu maxilar travado indica que está irritado com algo que lhe dizem, enquanto ele falava algo bravo e sumia do meu campo de visão. Oh, meu Deus, ele estava perfeito.

Tinha uma vontade enorme de correr atrás dele e de dizer que logo nosso filho irá nascer e pedir para que ele volte para mim, que me faça sua uma vez mais, porém, me controlei ao me lembrar do nosso ultimo encontro, na casa de minha mãe, e de que ele disse que me usara para sexo, apenas. A raiva me subiu e tive vontade de torturá-lo, de fazê-lo pagar por cada noite sem dormir. Ele não merecia saber de nosso filho, não merecia por seus olhos em Mellanie novamente, nem mesmo acompanhar seu crescimento. Ele perdeu todos esses direitos quando abriu mão de nós.

 

AGOSTO, 2014

- Não vovó. Não quero que fale com ele ou com a minha mãe. - falei nervosa.

- Meu anjo, mas você está prestes a dar a luz, precisa do pai ao seu lado.

- Claro que não, vovó! - exclamei e ela riu. - Mas a senhora virá ajudar, né? - pedi manhosa e ela riu alto.

- Sim, querida, chego ai em duas semanas. - sorri.

- Obrigada, Dona Lucy.

- Imagina meu amor, agora vou desligar porque chegaram clientes na loja. Mais tarde nos falamos.

- Tudo bem, beijos.

Coloquei o celular em cima da mesa de jantar e suspirei. Minha avó é o máximo.

- Minha filha, aqui. - Leo veio da cozinha, com Mel ao seu encalço, trazendo uma travessa de brigadeiro, um doce brasileiro que Leo aprendeu a fazer com sua mãe e me fez se apaixonar. Agora eu estou com um puta desejo.

- Ai que Deusa você, Leonor. - gritei animada e elas riem.

- Eu aprendi fazer, mamãe. - Mel falou animada e eu sorri.

- Que bom, assim vai poder fazer pra mim quando eu quiser. - toquei seu nariz e ela riu toda espoleta.

Nos jogamos no sofá, enquanto dei play em Harry Potter e a Pedra Filosofal. Mellanie anda viciada em Harry Potter, assim como eu. Nós três comemos toda a travessa de brigadeiro, enquanto assistimos ao filme.

Quando Leonor estava se despedindo para ir embora, meu celular começou a tocar e eu corri atender. Meu coração parou ao ver o nome de Jazmyn no visor.

Pensei em recusar a chamada, mas, por fim, decidi atender.

- Jazzy! - exclamei e ela riu, fazendo o mesmo:

- Anne! - rimos.

- Tudo bem, querida?

- Sim, sim! Na verdade, acabo de pousar em Nova York e não consigo falar com meu irmão. Você está com ele? - meu coração acelerou. - Anne, está ai?

- Jazzy... Eu... Eu e seu irmão... Nós... Nós não estamos mais juntos!

- Como não?! Eu falei com ele a menos de um mês e ele disse... Aquele filho da mãe mentiu para mim!

Por que Justin mentiria sobre isso a alguém? Não tem por que, mas eu também não questionei.

- Eu não sei se ele está em Nova York, ou se já viajou. Estou no meio do aeroporto e não sei para onde ir. - murmurou e eu respirei fundo. O que mais preciso é me manter longe de Justin e de tudo o que pode me lembrar ou trazer mais para perto dele, porém, não posso deixar Jazmyn sozinha.

- Venha para a minha casa. Estou morando sozinha agora. - ela aceitou e eu lhe passei o endereço. Após nos despedirmos, voltei a sala e Leonor já não estava mais lá.

- A vó Leonor teve que ir embora, a chefa dela não parava de ligar. - Mel falou, me chamando para me sentar ao lado dela.

- Hm... Sei como Tracy pode ser chata quando quer. - comentei e me sentei junto dela no sofá.

Mellanie deitou a cabeça em meu colo e juntas assistimos a um programa qualquer que ela gosta.

De repente, vem a minha mente que, se Jazmyn me ver, ela descobrirá minha gravidez! Puta que pariu, eu não me lembrei disso. Droga! Justin não pode saber que eu estou grávida, não pode!

E então, a campainha tocou, e antes que eu pudesse falar para Mellanie não atender, ela já estava na porta, abrindo-a. Faltou-me fôlego ao ver que Jazmyn entrava pela porta, espantada por uma criança tê-la aberto. A me ver, seus olhos faltaram saltar de seu rosto enquanto observava minha enorme barriga, que sentada ficava ainda mais evidente.

- Mamãe, essa mulher disse que é sua amiga. - Mel disse e Jazmyn engasgou com a própria saliva.

- Mamãe? - perguntou me olhando e eu sorri amarelo, sem graça.

- Quem é você? - Mellanie perguntou curiosa, não conseguia falar.

- Jazmyn Bieber, prazer. - Jazzy esticou a mão e a menininha apertou sorrindo.

- Seu nome é igual ao do meu papai. Por quê? - Caralho, Mel! Fique quieta!

- Seu pai? Justin?

- Sim... Meu pai. - Mellanie a encarou com as sobrancelhas juntas.

- Eu sou... Irmã do seu papai. - a loira disse e me olhou assombrada. - Anne... - me chamou, esperando por uma explicação.

- Você é minha titia também? - Mel perguntou toda animada. - Que legal mamãe! Ela é minha tia! - falou, batendo palminhas e apontando para Jazzy parada e sem entender nada.

- É... Sim... - gaguejei, tentando caçar as palavras que me faltavam naquele momento. - Sim, querida, Jazzy é sua... Tia. - engoli a seco.

- Anne, desde quando eu sou tia? - Jazzy perguntou e ao mesmo tempo sorriu. - Oh, meu Deus! Eu sou tia! - olhou para Mellanie e sorriu. - Ai como você é linda! - gritou e a abraçou. - Que coisinha mais fofa. - apertou a bochecha da minha menina que fez careta.

- Não sou fofa, não aperta minha bochecha. - esbravejou e passou a mão na bochecha.

- Oh, me desculpe, senhora não fofa. - Jazmyn brincou e Mel riu. - Desde quando meu irmão têm filhos e não avisa? - me olhou, após pegar a pequena em seus braços. - E, meu Deus, desde quando você está grávida?

- Uma pergunta de cada vez. - pedi. - Primeiro: bem-vinda! - ela sorriu e nós nos abraçamos com um pouco de dificuldade por conta da enorme barriga e de Mellanie em seu colo.

- Ai que saudade de você. - disse beijando minha bochecha.

- Seu cabelo é verde? - Mel perguntou, puxando uma das mechas verdes dos cabelos de Jazmyn.

- Legal, né? - perguntei e ela assentiu.

- Parece cabelo de bruxa. - sussurrou me olhando e Jazmyn gargalhou, junto a mim.

- Que tal você ir brincar no seu quarto, enquanto eu e sua tia bruxa conversamos? - pedi e ela bufou.

- Posso ir à casa da Nanda? - pediu e eu neguei. - Qual é mamãe, deixa!

- Tudo bem, mas te quero em casa antes de escurecer. - falei e ela sorriu, me abraçando e beijando minha bochecha.

Mellanie saiu correndo pela porta e nos deixou sozinhas. Me virei, ainda muito sem graça, para Jazzy e ela semicerrou os olhos.

- Pode me contar agora?

- Claro, sente-se.

Sentamos-nos no sofá e eu respirei fundo, antes de começar a contar qualquer coisa. Ela podia sair correndo e contar para Justin, mas agora a burrada já estava feita.

- Seu irmão me chutou. - fui direta, sem rodeio algum e seus olhos se esbugalharam.

- Como?

- Bom... Do começo. - ela assentiu concordando. - Eu visitava um orfanato, e Justin descobriu. Lá era onde Mellanie morava, e eu ajudei a cuidar dela desde que nasceu. Ai, quando nossa relação já estava muito forte e ele estava prestes a se separar da minha mãe, ele me convenceu a adotá-la, pois um casal a queria e eu estava muito mal. Então, nós a adotamos e ele me chutou. Ele disse que só queria sexo comigo e eu fiquei com uma criança e totalmente desamparada. Ah, claro, duas crianças, já que descobri estar grávida dele.

- Oh, meu Deus! - exclamou com uma mão na boca. - E mesmo depois da gravidez, não voltou atrás? Isso é impossível! Justin te ama. Eu sei que ele te ama! Caralho, ele sempre sonhou em ser pai, ele deve estar muito feliz.

- Jazzy, ele não sabe. Eu não quero que saiba. - deixei claro, mesmo sabendo que podia não adiantar. - Sei que é errado, todos me dizem isso, mas ele nos renegou, não o quero perto de nós.

- Pelos céus, Anne! - exclamou nervosa, levantando do sofá. - Ele tem que saber, é direito dele.

- Não, Jazmyn! Não! Por favor, entenda o meu lado. Ele me abandonou, ele disse que não estava preparado para ser pai ou para cuidar de uma criança. Ele rejeitou a mim e a Mellanie. Pode perguntar aos meninos, a Jullie, a minha irmã. Eles me viram implorar pela compaixão dele, e ele apenas me ofereceu algum dinheiro e a casa que tínhamos preparado para morar. Ele não se importou com nada. Ele apenas disse que queria alguém que fosse somar a ele, e não alguém com quem tivesse apenas um bom sexo. Ele foi um monstro! - falei desesperada, sentindo as lágrimas tomarem conta do meu rosto. - Por favor.

- Anne, como você espera que eu guarde um segredo assim do meu irmão, pior, da minha família! Minha mãe é e será novamente avó e nem sabe! Eu sou tia!

- Eu só não quero que ele saiba. - pedi. - Tenho medo de ele querer tirar meus filhos de mim para cuidar deles junto a minha mãe. Medo de ele tentar algo.

- Mas que porra, Anne! Que tipo de pessoa você acha que meu irmão é?

- O tipo que me abandonou sozinha com duas crianças! - gritei desesperada e ela parou, olhando para mim.

- Se ele souber dessa criança... Anne, ele volta para você correndo!

- Não quero isso. Não quero que ele se prenda a mim pelos nossos filhos. Eu não o quero de volta mais. Entenda-me, por favor, não conte nada.

- Tudo bem. - disse, por fim, após alguns minutos em silencio e pura agonia. - Mas não acho certo. - deixou claro e eu assenti, dando de ombros e a agarrando.

- Obrigada, bruxinha. - beijei sua bochecha.

- Sua filha é uma comédia. - riu e eu a acompanhei. Mellanie era uma peça, realmente. Nunca guardava nada para ela, e, ás vezes, era bem inconveniente.

- Incrível, inteligente. - ela assentiu. - Veio passar férias?

- Não, vou começar a faculdade aqui. - sorriu abertamente. - Eu ia ficar no apartamento do Justin, mas, sinceramente, depois do que me contou, eu estou enjoada só de pensar na cara dele.

- Ele é seu irmão, não pode pensar assim.

- Eu sempre pensei que o conhecia, mas não, não conheço. O Justin que eu conheço nunca abandonaria a mulher que ele ama com uma criança sozinha e desamparada. Isso não é dele. - falou pensativa.

- Também me pegou de surpresa, querida. Mas... Não sei, talvez, ele realmente não esteja preparado para assumir algo grande como a paternidade. Vai entender o que se passa na mente dessa pessoa. - dei de ombros.

- Eu quero conversar com ele, entender tudo.

- Não, por favor, não tente fazer isso também. Ele pode achar que eu estou tentando por sua família contra ele, e não é isso que eu quero.

- Tudo bem. Respeito sua decisão.

Permanecemos conversando por mais algum tempo, até que Chaz batesse na porta, interrompendo um assunto idiota. Ele queria levar Mellanie no cinema, pois havia estreado um filme que ele achava que ela iria gostar. O mesmo ficou surpreso ao ver a loira ali e a abraçou contente. Assim que chamei Mellanie, ela subiu para se arrumar e eu chamei Chaz e Jazmyn para subir e ver o quarto do bebê, que eu havia terminado de arrumar no dia anterior. Eu já tinha tudo pronto e arrumado. A malinha que eu iria levar para o hospital já estava arrumada em um cantinho do quarto.

- Ai, que coisa fofa. - Jazzy falou emocionada, seus olhos brilhavam por conta de algumas lágrimas. - Nem acredito que já sou tia.

- Ficou legal, gordinha. - Chaz falou, enquanto caminhava pelo quarto. - Me lembra bastante do Justin, essa coisa toda de esportes, roxo, azul. Você pensou nele, não foi?

- Chaz... - ele me olhou, seu olhar pedia para que eu parasse de mentir. - Ai, sim! Eu fiz isso tudo pensando nele. Como ele decoraria e gostaria de ver se ele estivesse do meu lado. - suspirei e ele sorriu de lado.

- Fez um ótimo trabalho. - beijou minha testa, me abraçando de lado. - Você sente falta, não?

- Apesar de sentir vontade de matá-lo? Sim, muita. - admiti e Jazmyn suspirou.

- Ele é um idiota. Se fez tudo o que você me disse, não merece nada disso.

- Tio, não ficou lindo o quarto do Jake? - Mel entrou afobada, pulando em Chaz, que a segurou rapidamente para que a mesma não caísse.

- Sim, baixinha. - ele sorriu para ela. - Pronta para o cinema? - ela balançou a cabeça afirmando. - Então, dá tchau para sua mãe e para a sua tia. - colocou ela no chão, primeiro ela foi até Jazmyn, e depois veio até mim, me dando um abraço forte e um beijo melado.

- Ai, que delicia! - a apertei em meus braços, distribuindo vários beijos por seu rostinho delicado. - Aproveita e leva seu tio a falência, tudo bem? - pisquei e ela assentiu rindo.

- Vamos, titio, vou te levar a falência! - falou animada, porém parou em seguida. - O que é falência? - perguntou com uma expressão de confusão no rosto e Chaz ergueu as mãos para os céus.

- Amém a inocência das crianças, senhor! - rimos e eles se despediram, saindo em seguida.

- Ele é bem apegado a ela, não? - Jazzy comentou e eu assenti, contente por ver que eles tinham uma relação muito próxima.

- Sim, e eu agradeço muito por todos serem assim. Eles vivem a levando para passear, já que a minha condição não é das melhores. Vamos descer, ai conversamos mais enquanto eu termino alguns relatórios para o trabalho e alguns trabalhos para a faculdade. - ela concordou e nós descemos.

Eu preparei a mesa para tomarmos café da tarde, e, enquanto ela me contava como andavam as coisas ultimamente com toda a sua família, eu preparava alguns papeis da minha licença-maternidade.

SETEMBRO, 2014

- Chaz... - sussurrei, segurando o pé da minha barriga. - Chaz! - meus olhos brilhavam.

- Anne, o que houve? Vim assim que recebi sua ligação. - seus olhos castanhos me olhavam em pura confusão, acompanhando cada movimento meu.

- A bolsa, Charles! - gritei, exasperada. - Eu estou entrando em trabalho de parto. - falei e soltei um grito. - As contrações...

- Ai, meu Deus! O que eu faço? - perguntou perdido, olhando para os lados e eu até daria risada se não sentisse como se estivesse sendo dilacerada por dentro.

Respirei fundo, tentando manter a calma e senti todo o meu rosto se contrair em uma careta ao sentir outra contração.

- Suba no quartinho do bebê, pega as duas malinhas que estão em cima da cômoda. - instrui e ele assentiu, parecendo despertar após mais um de meus gritos.

Minha respiração estava muito acelerada, e eu sentia algumas gotas de suor frio escorrer por minhas costas e testa. Gritei mais uma vez, arqueando um pouquinho meu corpo.

- Chaz! - gritei, arranhando a garganta.

- To aqui, to aqui! - falou afobado.

Ele me pegou nos braços, não tinha noção de como me aguentava levando em consideração que estou muito pesada ultimamente. Em um de seus braços ele carregava um das malinhas e em sua mão, que estava debaixo de mim, à outra. Ele estava ofegante e impaciente. Xingava até o elevador por demorar para chegar no hall de entrada. Assim que ele passou comigo no colo, as pessoas nos olhavam assustadas, mas sorriam ao ver o porquê. Eu sentia vontade de socar a cara daqueles imbecis. Porra, eu estou sentido dor aqui seus encéfalos! Chaz me colocou no banco de trás do seu carro, as bolsas na frente e deu partida para o meu hospital.

- Chaz, liga para a Jullie... A Mel... Ela está na casa da amiga dela... - falei, fechando os olhos, sentindo-me mais tranquila. O período entre as contrações parecia ter aumentado um pouco, mas não durou muito.

Enquanto Chaz falava com Jullie, ele parecia ter que acalmá-la também, pois meus gritos pedindo para ele ir mais rápido também a assustavam. Eu teria dó dele se não estivesse ocupada demais sentindo aquela dor horrível.

- Chaz! Vai logo, meu menino vai nascer! - gritei e ele me pediu calma. - Não me peça calma seu idiota! - gritei irritada e os olhos dele se esbugalharam.

- Anne!

- Vaaaai! - o Encarei com os olhos semicerrados, respirando fundo.

Quando senti o carro parar, uma onda de alivio passou por meu corpo, logo seguida de mais uma contração. Não estava tendo quase nada de espaço entre elas.

Alguns enfermeiros o ajudaram a me levar para dentro do hospital em uma maca. Minha médica já me esperava, Jullie havia ligado para ela.

- Anne, eu estou aqui! - escutá-la me fez ficar mais tranquila. A mão de Chaz estava segurando a minha mão, e quando outra contração mais forte que as outras me atingiu só faltei esmagar todos os ossos de sua mão.

- Eu cheguei! - Alguém gritou e eu reconheci a voz na hora. Jullie. - Ai, amiga, eu estou aqui! - falou, empurrando Chaz e pegando em minha mão. - Eu vim para assistir o parto, doutora. - Falou e Chaz protestou.

- Não, Jullie, eu vou assistir ao parto do meu sobrinho!

E ali se iniciou uma discussão.

- Calem a boca - grunhi, sentindo meu corpo se contrair.

- Você vai. - Chaz falou, com os olhos levemente arregalados, empurrando Jullie.

- Ótimo. Vamos. - A doutora falou, suspirando. - Vamos, levem-na! Rápido!

Senti a maca se mover e as dores iam aumentando. Mas que porra, Jake, nasce logo, pequeno.


Notas Finais


Oi! Bom, vou ser rápida, OK?
Eu estou postando pelo celular, por isso a formatação nojenta! Quando eu entrar em algum PC eu modifico, tudo bem? Aqui não tem editor...
A demora é devido a falta de PC e tempo... não tenho tempo para escrever por causa da escola que está me levando a loucura...
Em fim... Enquanto não tiver PC, os capítulos vão ficar ruins assim, mas quando der eu melhor o tudo... O capítulo ficou grande, espero que compense um pouquinho da demora... desculpe os erros e obrigada por cada comentário, vocês me fazem sorrir demais!
Beijos gatas... ((MODIFIQUEI O CAPITULO E ELE TÁ DESCENTE))


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