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História Forbidden Love - Família


Escrita por: Skylav

Notas do Autor


Pessoinhas, desculpa pela demora, na verdade eu utilizava o pc da faculdade para escrever, mas com isso de quarentena, e tudo mais, adeus pc da faculdade, e isso me complicou um pouco. Sry x---x
Final do cap, imagem do Kouhi! (Também adicionada no Glossário (Primeiro cap da história)

Capítulo 4 - Família


Fanfic / Fanfiction Forbidden Love - Família

ー✿ー

 

- Ah-Uh ficará com você. - O youkai logo saiu da cabana, não antes de ver a pequena Rin, voltar para perto de Shippou com um sorriso em seus lábios, na porta da cabana estava Jaken dormindo encostado na madeira, que caiu quando o youkai albino a abriu, e sem se importar com o servo que se assustou devido ao movimento brusco, ele levantou voo, sua estola alongando-se atrás de si, apenas o suficiente para que o youkai sapo que correu chamando pelo nome de seu mestre conseguisse se agarrar a ela, evitando ficar para trás.

 

ー✿ー

 

Ao amanhecer Kagome foi a primeira a acordar, do seu lado direito Rin dormia ao seu lado encostada na parede, abraçando Shippou como se o mesmo fosse um ursinho de pelúcia ao seu lado esquerdo, estava Sango e Miroku dormindo abraçados, com Kirara ao lado da cabeça de Sango, ao lado deles estava Inuyasha e Kikyou, a miko mantia a cabeça no peito do hanyou, que enlaçou a cintura dele com o braço esquerdo, mantendo-a ao seu lado, Kaede dormia ao lado da irmã, utilizando o único futon que se tinha disponível na cabana. Se sentindo melhor do que estava na noite anterior, a miko levantou-se não querendo mais ficar naquele ambiente e apesar de ainda sentir dor pelo corpo, a miko se levantou e caminhou para o exterior da cabana, olhando mais uma vez para o último casal, sentindo seu coração se apertar e os olhos se banharem em lágrimas, foi o que ela havia escolhido, abrir mão de seu amor e vê-lo feliz ao lado de quem ele realmente amava, sentindo as lágrimas rolarem a jovem saiu da cabana.

 

A situação da vila estava beirando a uma catástrofe, depois das massas de shouki do Naraku terem caído ali, os animais não passavam mais por ali, se alguém falasse que aquela vila estava abandonada, todos acreditariam. As cabanas estavam destruídas, apenas uma ou duas conseguiram ficar em pé sem ter danos, apesar de aparentar que iriam ruir a qualquer momento. As árvores que cercavam o vilarejo estavam todas mortas, enquanto caminhava pela vila, a jovem percebia os olhares sobre si, principalmente olhares de raiva, os aldeões a culpavam, a miko estranha que ninguém sabia exatamente de onde vinha, aquela que trouxe má sorte para a vila.

 

A jovem continuava caminhando, atenta e receosa a cada passo, os aldeões que já estavam acordados, também já começando a trabalhar para reerguer a vila, a miko gostaria também de ajudar em algo, mas seu corpo doía a cada passo então não poderia realizar nenhum trabalho braçal, e seu houriki, ela não o sentia mais. Desde que havia acordado no dia anterior, a jovem estava a todo momento tentando canalizar o poder que usava antes, tentando senti-lo novamente, mas nada funcionava, foi aí que ela entendeu que o que ela usava não era seu poder, e sim o de Kikyou, o poder que havia voltado para sua dona.

 

Um suspiro saiu por seus lábios quando estava já voltando para a cabana de Kaede, provavelmente os outros já deveriam ter acordado e apesar de dolorido, a jovem sabia que teria que sair daquele local logo, e desejava fazê-lo o quanto antes.

 

No meio do caminho ela pode ver Kikyou já a conversar com alguns aldeões, e diferente de Kagome, Kikyou parecia estar totalmente recuperada, e uma vez que já era conhecida pelos aldeões ela não teria problemas para continuar morando na vila, ela poderia ajudar na recuperação da vila com o uso de seu houriki, e até mesmo pessoas que acabaram sendo afetadas pelo shouki do Naraku.

 

A miko estava conversando com um aldeão, Kagome não se permitiu prestar atenção na conversa da mesma, continuando seu caminho enquanto tentava passar despercebida pela outra sacerdotisa. Mais a frente sua atenção foi atraída para um casal de crianças que corriam em sua direção chamando por seu nome.

 

- Kagome-sama! - A jovem Rin parou em sua frente, a menina levava Shippou em seu colo o abraçando, como se o pequeno youkai fosse um ursinho de pelúcia. - Estávamos a lhe procurar, a Kikyou-sama estava querendo falar com a senhora.

 

A pequena raposa que até então estava no colo da menina Rin, pulou em direção a mais velha, sendo prontamente pego e aninhando-se no colo de sua mãe adotiva. 

 

- Rin-chan, você não precisa me tratar tão formalmente assim. - A miko se baixou, agachando-se para ficar na altura da criança, olhando para a criança, que corava levemente devido a vergonha de ser chamada a atenção. Percebendo a vergonha da pequena, a miko tentou amenizar a situação, passando a mão direita no cabelo da mais nova em uma suave carícia. - Amigas não precisam se tratar formalmente não é mesmo?

 

A tentativa de deixar a mais nova menos envergonhada com a situação teve o efeito contrário, e Kagome percebeu isso ao notar a face da mais nova avermelha-se ainda mais enquanto os olhos arregalaram-se em surpresa. - A senh… Você quer ser minha amiga?

 

A pergunta inocente da criança pegou a miko de surpresa, que ficou imóvel por uns instantes. Kagome sentiu o coração apertar por conta da pergunta da mais nova, sabia que Rin não possuía muitos amigos, principalmente por estar viajando com Sesshoumaru, e ela sabia que o youkai não estava na lista dos mais sociáveis, porém a inocencia e a surpresa que ala demonstrou afetou a mais velha. 

 

Sorrindo, a sacerdotisa colocou Shippou no chão ao seu lado, o mesmo que olhava para a cena curioso e também um pouco enciumado, afinal o pequeno youkai tinha medo de acabar perdendo sua mãe para outra pessoa, e para o pequeno o fato da Rin ser humana significaria que Kagome iria troca-lo por ela. Sentimento esse que apenas aumentou ao ver Kagome puxar a mais nova para um abraço, com lágrimas se acumulando no canto dos olhos da pequena.

 

- Rin-chan, eu posso ser o que você quiser pra ti, okay? - A miko acariciava os cabelos negros da mais nova, que mantia a cabeça encostada em seu ombro, abraçando-a fortemente como se tivesse com medo de perdê-la.

 

Subitamente Rin se afastou um pouco de Kagome, apenas o suficiente para olhá-la nos olhos. - Então, você poderia ser a minha mamãe também? - A pergunta impulsiva deixou as duas surpresas, a Rin principalmente por não acreditar que realmente havia lhe perguntado isso, e devido a surpresa e a crença de que seria recusada, a mais nova abaixou a cabeça, passando a olhar apenas para os próprios pés, se preparando para a rejeição que viria a ter.

 

Shippou que apenas olhava a situação querendo saber até onde iria chegar, não conseguiu controlar os sentimentos que desenvolvia, jogando-se no meio das duas acabando por separá-las, no susto do movimento Kagome acabou por se soltar de Rin e manter apenas a raposa em seu colo.

 

- Mas eu cheguei primeiro, a Kagome é a minha mãe! - A voz birrenta do youkai raposa repleta de ciúmes fez com que o coração da mais velha se aquecesse, que gargalhou brevemente devido a pequena disputa.

 

- Shippou, não pode fazer isso. - A mais velha ralhou com a raposa, mas sem conseguir esconder o divertimento em sua voz, e ao olhar para a criança que ainda mantinha a cabeça abaixada, um sorriso terno nasceu nos lábios dela, que enquanto segurava a pequena raposa com seu braço direito, estendeu a esquerda até a criança, puxando-a para um abraça, enquanto depositava um beijo na testa da mesma. - Eu posso ser a mãe dos dois se vocês quiserem.

 

Tanto Shippou como Rin, olhavam para ela surpresos com a fala da mais velha, antes de trocarem olhares entre-si e começarem a correr ao redor da mais velha, que apenas gargalhou com a ação das crianças.

 

- Então a senhora vai ser a minha mãe e a mãe do Shippou? - A menina parou em frente a mais velha, ela aguardava esperançosa a resposta da mesma, enquanto os olhos brilhavam em expectativa e o sorriso tomava conta de seu rosto.

 

- Sim.

 

- E a gente vai poder ficar brincar juntos sempre que quisermos? - Dessa vez a pergunta veio do mais novo, já tirando alguns dos seus brinquedos em miniatura do bolso.

 

- Sim.

 

- E o Shippou e eu vamos ser irmãos? - Após Rin questionar, ambas as crianças sorriram enquanto se encaravam.

 

- Sim.

 

- E eu e a Rin sempre vamos ficar juntos? 

 

- Uhum.

 

- E a senhora vai ser a minha mãe… - Rin praticamente pulava em frente a miko de alegria que concorda automaticamente com a mesa. - E o Sesshoumaru meu pai?

 

- Sim… Não, Rin-chan, pera. - A pergunta da mais nova pegou tanto Kagome como Shippou de surpresa, que tiveram uma rápida troca de olhar antes de voltarem a observar a mais nova.

 

- Mas o Sesshoumaru dá medo, e ele não vai querer ser meu pai.

 

As crianças começaram uma pequena discussão entre si, enquanto Kagome imaginou como seria a reação de Sesshoumaru se por algum motivo ele acabasse escutando isso, um arrepio subiu pela sua espinha, e sabia que se o mesmo estivesse por perto para escutar a conversa do trio, a miko provavelmente já estaria sendo enterrada.

 

A atenção dos três foi desviada para um recém chegado ao pequeno grupo. Kikyou estava conversando com um aldeão por perto, quando acabou encontrando os três em uma conversa animada, a mesma se aproximou deles, ela estava procurando a miko mais nova, não havia conseguido agradecê-la anteriormente e havia escutado que ela iria ir embora hoje. - Kagome-sama.

 

A alegria que a jovem miko adquiriu com o pequeno tempo com as crianças foi esmagada pela realidade que a voz de Kikyou a trazia. A miko sabia que ela não tinha culpa, Kikyou nunca havia pedido que ela fizesse isso, não havia obrigado que Inuyasha ficasse com si, e nem havia pedido que os moradores expulsassem Kagome. Porém mesmo sabendo disso, uma parte de si a culpava.

 

- Eu sei que você não deve querer nem mesmo olhar para mim agora, eu entendo como você se sente, ou em parte. Quando meu corpo era apenas barro, eu senti algo semelhante, e eu realmente não queria que você passasse por isso. Se tiver alguma coisa que eu possa fazer por você, por favor me avise. - A mão da miko repousou no ombro de Kagome, na tentativa de transmitir algum conforto para a mesma, antes de se afastar da mesma.

 

- Kikyou! - Kagome se levantou, se afastando um pouco das duas crianças que já haviam dado início as suas brincadeiras. - Eu acho que você poderia sim fazer algo por mim.

 

ー✿ー

 

As duas mikos se afastaram um pouco das crianças, indo para uma pequena colina, onde antes era um campo repleto de flores, ambas estavam sentadas no chão com as pernas cruzadas, observando Rin e Shippou que corriam atrás de Kirara, a gata havia se juntado a brincadeira pouco depois da chegada de Kikyou.

 

- Desde que nós duas voltamos, e a sua alma retornou para você, eu não tenho conseguido utilizar meu houriki, eu imagino que tenha retornado pra você, mas, você é a única miko que eu conheço e eu queria saber se você pode me ajudar a ter os meus poderes de volta, nem que seja um pouco… - Kagome mantinha as mãos sobre suas pernas, balançando os dedos inquietos, tentando esconder o próprio nervosismo. Ela sabia que não era próxima a Kikyou para fazer pedidos a ela, mas ela era a única pessoa que ela poderia recorrer no momento.

 

- Kagome, eu sinto muito, mas, eu não posso te dar houriki pois é algo que nasce com a pessoa… - Kikyou tentava em seu máximo soar o mais gentil possível, não queria que a outra passasse por isso, e ver os ombros de Kagome encolherem ao receber a resposta fez com que o coração da mais velha apertar. - Mas… Você tem certeza que perdeu seus poderes?

 

Kagome olhou para Kikyou com uma sobrancelha arqueada, tentando entender onde a mais velha queria chegar, permitindo então que ela continuasse. - Então Kagome, como eu disse não tem como a pessoa aprender, receber houriki, então mesmo se você tivesse recebido o meu, se você não tivesse nada dentro de si, você não iria conseguir utilizado como fazia. Vai ver o que realmente aconteceu foi que você se acostumou a usar o meu. 

 

- Isso significa que eu vou ter meus poderes de volta? - Havia esperança na voz da jovem, a esperança de poder ter algo seu novamente, e de não ter que ser sempre a protegida, poder fazer alguma coisa.

 

- Eu não sei, é muito provável que sim, mas isso depende… Pense nos seus poderes como se fosse de uma criança, é preciso anos de treinamento para poder canalizar, pra conseguir criar um simples amuleto. 

 

- Eu entendo, mas mesmo assim, ainda é bom ter esperança. - Kagome não conseguia evitar de sorrir, e se sentia aliviada por ter conversado com Kikyou e realmente esperava que o relacionamento das duas pudesse se tornar uma amizade, ou o mais próximo disso.

 

Um grito chamou a atenção das duas, a voz fina de Rin percorreu o campo, colocando as duas mikos em alerta. Kagome instintivamente correu em direção a pequena, podendo ver jovem estava agachada, chamando por Sesshoumaru enquanto chorava, ela estava rodeada pelos lobos que a cheiravam, encostando seus focinhos úmidos e gelados na pele dela, fazendo com que a mesma tremesse e se arrepiasse com o toque, ela ainda se lembrava de sua primeira morte, de ser atacada pelos lobos, sentir os dentes deles em sua perna e a vida ir se esvaindo aos poucos.

 

- Rin-chan! - Assim que ouviu o seu nome ser pronunciado, a pequena correu em direção à Kagome, sendo pega no colo pela mais velha, que a abraçava tentando lhe passar o máximo de segurança possível. A miko podia sentir as lágrimas da menina molharem seu ombro enquanto os pequenos dedos seguravam fortemente em sua blusa. - Está tudo bem Rin-chan, eles não vão fazer nada com ti… Enquanto Sesshoumaru não estiver eu sempre irei te proteger. - Kagome acariciava o cabelo castanho da menor tentando acalmá-la da melhor forma possível, ao mesmo tempo procurava sabia que esses lobos não eram lobos totalmente selvagem e estavam juntos a algum youkai

 

No horizonte um lobo voava na direção do pequeno grupo, sua pelagem era marrom clara, ele era um pouco maior que a bakeneko Kirara, seus olhos negros pareciam um abismo, de onde quem olhasse por muito tempo nunca mais voltaria, em suas patas era possível ver uma pelagem um pouco mais espessa.

 

Assim que o lobo posou em frente ao grupo, um youkai que estava em suas costas pulou para o chão, ajoelhando-se frente a Kagome. Os cabelos negros dele eram trançados, a pele do youkai era morena, os lobos de antes se reuniram ao redor dele.

 

- Você por acaso seria a Kagome-sama? - Ainda ajoelhado o youkai lobo levantou o rosto, olhando na direção da miko com seus olhos esverdeados, analisando primeiramente a jovem a sua frente que estava com a criança no colo. - Eu me chamo Kouhi, vim aqui a mando do Kouga-sama.

 

- Sim eu sou a Kagome. Aconteceu algo com o Kouga? - Kagome o olhava receosa, nunca havia ouvido falar dele, porém sabia que Kouga não mandaria alguém por um motivo qualquer, e esperava que durante o ataque do Naraku, o jovem youkai não tenha feito nada imprudente.

 

- Ele precisa que você vá para a tribo nesse instante. Essa criança está com você? - O youkai apontava para Rin que estava no colo da mesma, a mais nova já havia parado de chorar, porém ainda mantinha-se agarrada a Kagome.

 

- Sim. Rin-chan e Shippou estão comigo. - Mesmo que a raposa não tenha sido comentada, ela sentiu-se na obrigação de citar o nome dele, o pequeno youkai estava ao lado de Kagome, olhando atentamente para o ookami a sua frente.

 

- Bem… Tudo bem então, temos que ir, Kouga-sama está nos esperando. - Kouhi, como havia se identificado, levantou a humana no colo, indo imediatamente para cima do lobo maior que já estava pronto para partir. Shippou que estava ao lado de Kagome, acabou se agarrando a perna dela no susto, também sendo levado junto.

 

- Ei! O que você pensa que está fazendo? - Kagome esbravejava. Ela estava sobre o lobo, que já voava em direção a sua casa. Rin ainda mantinha-se no colo da miko, tentava ao máximo não olhar para o ser que ela estava montando. Voando próximos a eles estava o dragão de duas cabeças, que desde que sentiu a pequena se afastar juntou-se a ela.

 

- Eu peço perdão Kagome-sama, mas Kouga-sama havia pedido que você fosse levada a ele com urgência.

 

ー✿ー

 

Já havia se passado quase uma hora que estavam sobre o pelo do lobo gigante que voava pelos campos esverdeados, apesar de estar voando, eles não estavam muito alto e por isso ainda era possível ver no chão era possível ver os lobos de antes correndo sobre a sombra dele.

 

A morena acariciava os cabelos negros da jovem Rin, que já havia se acalmado, ela agora dormia no colo de Kagome, Shippou ainda estava acordado, ele estava sentado entre Kagome e Kouhi, com uma postura defensiva, o pequeno tentava ao máximo se mostrar como alguém forte, uma vez que para ele, ele deveria proteger Kagome e Rin. O braço da menor estava arranhado, o ferimento não foi algo fundo, uma vez que a ferida foi superficial, mas foi o suficiente para fazê-la sangrar, a pele ao redor da ferida estava avermelhada e inchada, e Kagome sabia que aquilo iria resultar em uma inflamação, ela suspeitava que o ferimento havia sido feito quando a mais nova gritou, e um dos lobos no susto tentou se defender.


 

Já era possível ver o território dos lobos, diferente da última vez, eles não precisavam temer os pássaros, uma vez que os que sobreviveram haviam procurado um território diferente. O sol brilhava sobre eles, o lobo gigante já não mais voava e sim corria pelo chão, com a movimentação do youkai, Rin acabou acordando passando para o tronco do Ah-Uh, sentindo-se mais a vontade montada no dragão que no próprio lobo, com medo de que a pequena caísse, Kagome também a acompanhou, levando consigo Shippou.

 

Os lobos que antes corriam junto ao lobo maior se encolheram de repente, ficando parados em um local. Kouhi e o lobo gigante também pararam, ambos estavam atentos, era possível ver a orelha do lobo gigante virada para frente enquanto farejava o ar, como se procurasse algo. Diferente da miko os lobos conseguiam sentir um youki ameaçador, um youki desconhecido que convergia sobre eles. Shippou também estava sentindo, os pelos de sua cauda estavam arrepiados, e o mesmo agarrava-se a miko que ainda tentava entender o que estava acontecendo. Um raio esverdeado passou entre eles, acertando um aglomerado de árvores que os mesmos haviam acabado de passar.

 

Os lobos se puseram em uma postura defensiva ao redor do dragão que o trio estava montado, temiam que alguém estivesse tentando atrapalhar os planos de seu líder, e sabiam que precisavam proteger as humanas.

 

Kagome pode ver a figura caminhando na direção dos mesmos, e logo entendeu do que se tratava. Kagome pode observá-lo caminhando na direção dos mesmo, com bakusaiga em suas mãos, o youkai olhava diretamente para Kouhi, quem havia se posto na frente do dragão de duas cabeças. E a miko sabia que se Sesshoumaru o enfrentasse, o albino iria sair vencedor.

 

- Sesshoumaru! - A jovem miko gritou chamando atenção do inu-youkai que agora tinha seus olhos âmbares mortais voltados para ela. - Você poderia ter acertado alguém! - A jovem sabia estar caminhando para sua morte, e contrariando todas as células de seu corpo que a ordenava a ajoelhar-se perante o youkai e implorar por perdão, ela continuou a caminhar na direção dele a passos firmes com a poeira da montanha destruída em suas costas.

 

Após ver que o youkai era conhecido da miko, os lobos se afastaram do dragão, e mesmo que não estivesse direcionado a eles, os lobos ainda podiam sentir o peso do olhar de Sesshoumaru, sabiam que o Dai-Youkai ainda prestava atenção neles.

 

A petulância da humana o irritou mais do que já estava, não era todo dia que havia um youkai tolo o suficiente para o tratar de tal forma, muito menos um humano, não quando sabia quem era, e aquela miko sabia muito bem quem ele era e o que poderia fazer com ela. Ela andava em sua direção a passos pesados, suas mãos e pernas tremiam, e apesar da ira era possível ver o medo em seus olhos castanhos.

 

- O que você faria se tivesse realmente acertado a gente? Você poderia ter acertado a Rin!! - A miko estava frente ao youkai, ela tentava permanecer confiante e com a mesma voracidade que estava quando desceu do dragão, sabia que um dia a sua impulsividade poderia acabar custando a sua vida, e hoje, ela estava certa de que esse era o momento.

 

- Cale-se miko. - O youkai devolvia bakusaiga a sua bainha, ignorando o ser a sua frente.

 

Uma mão branca e pálida foi em direção ao rosto do youkai sendo prontamente segurada por ele, e ao ter sua mão direita impedida Kagome fechou o punho esquerdo direcionando-o ao peito do youkai, que também foi impedido. Kagome podia sentir o youki do albino se expandir por tamanha petulância dela junto a um rosnar que reverberou em seu peito, fazendo-a tremer e seus pelos se arrepiarem, não passando despercebido pelo youkai, que sentia tudo a respeito daquele ser, sentia o pulsar descontrolado do coração em seu punho, um fraco houriki respondendo ao seu youki indo em direção a ele, como pequenos choques passando por sua pele.

 

- Sesshoumaru-sama! - A voz da pequena Rin se fez presente no silêncio que se instaurou entre eles.

 

Sesshoumaru soltou o braço da miko conforme a sua protegida se aproximava, pelo canto dos olhos ele pode ver a humana massagear os próprios punhos e mover os lábios em um resmungo baixo.

 

- Rin, você está bem? - O youkai perguntou a menina que agora estava parada entre ele e a humana mais velha com um sorriso em seus lábios, não era sempre que ela podia ver o albino mostrar a preocupação explícita a ela, e mesmo sabendo que ele se importava, ela gostava de ver quando ele demonstrava a preocupação.

 

- Sim - A jovem levantou o braço arranhado mostrando-o para o youkai, que torceu o nariz quando o cheiro do sangue dela se fez presente. - Eu só me arranhei um pouco, mas a Kagome ficou comigo.

 

- Sesshoumaru-sama! - Como se lembrasse de algo, e realmente se lembrando, Rin não conseguiu esconder o sorriso seus lábios, a mesma pegou a mão de Kagome que olhou curiosa para a pequena. Mas Kagome já sabia o que ela iria falar, e mesmo chamando pelo nome dela, a menina não parou. - A Kagome sabe disse a Rin que poderia ser a mãe dela! E ai agora eu tenho uma outra mãe e um irmão também, o Shippou!!

 

Shippou que estava indo em direção as duas humanas, acabou parando no meio do caminho escutando o que a menina havia contado. O pequeno então correu rapidamente em direção a miko que apenas se abaixou para pegar Shippou no colo, tentando se concentrar em outra coisa que não o inu-youkai a sua frente.

 

Sesshoumaru, que analisava as informações recebidas tentando entender o que a humana estava  planejando, ele tentava entender o que levaria a humana a fazer tal escolher, quais segundas intenções, porém ao mesmo tempo que tentava descobrir o motivo, a memória da humana escolhendo fazer outra pessoa infeliz lhe fez pensar que a mesma escolheu isso apenas para a felicidade da pequena, não pensando no futuro, e ao ver como Rin estava feliz com a situação, o albino escolheu  ignorar e esquecer essa pequena informação.

 

- Kagome-sama. - O youkai lobo se aproximou, fazendo com a jovem se lembrasse o motivo de estarem alí. O moreno permanecia um pouco afastados deles não querendo se aproximar mais que o necessário. - Está tudo bem?

 

- Está sim Kouhi-kun. - Kagome sorriu em alívio, não queria continuar a olhar Sesshoumaru, pois sabia que se o fizesse a vergonha pelo o que Rin havia dito iria atrapalhá-la, não sentia vergonha por ter dito que poderia ser mãe de Rin, mas sim por saber que a pequena via Sesshoumaru como seu pai. - Estamos indo em direção ao clã dos Yorouzoku e Rin-chan está vindo comigo. - Kagome acariciava os cabelos de Shippou que estava em seu colo, tentando se concentrar em outro que não fosse Sesshoumaru, Kagome ainda sentia os olhos do youkai em si, mesmo evitando encará-lo, ela ainda podia sentir o peso do olhar, e imaginava que isso acontecia devido a descrença de que Rin estaria a salvo com ela, uma vez que a pequena já estava até mesmo machucada, mesmo que superficialmente. - Eu nunca deixaria nada acontecer com a Rin, daria a minha vida pela dela.

 

- Você não parece ter muito valor pela sua vida miko. - Ao escutar a voz irônica do youkai a miko torceu o nariz em uma careta, enquanto escutava também a risada abafada da raposa em seu colo, que parou imediatamente ao sentir o  tapa da miko em sua cabeça.

 

- Vamos logo, Kouga-kun está esperando. - A miko começou andar em passos pesados, sabia que era verdade, a pouco ela tinha rido na cara do ceifador ao tentar atacar o inu-youkai, mas nem por isso precisava que falassem para ela, e emburrada ela acabou deixando a turma atrás sendo logo seguida pelos dois lobos que temiam ficar sozinhos com o inu-youkai.

 

- Sesshoumaru-sama, você virá com a gente? - A pequena Rin olhava para o youkai com seus olhos pedintes brilhando, porém logo a espresão da menina murchou a resposta do mais velho em seus olhos. - Mas o senhor virá buscar a gente okay? Rin não quer voltar com os lobos de novo.

 

Sem esperar a resposta para o seu pedido, a pequena correu em direção à Kagome, passando o mais longe possível dos lobos, agarrando na mão da mais velha que sorriu com o toque da pequena.

 

Sesshoumaru ficou às observando por mais um curto período de tempo, até virar na direção oposta e começar o seu caminhar para seu antigo objetivo.

 

ー✿ー

 

A turma estava andando a meia hora, eles decidiram que iriam andar o resto do caminho até o esconderijo dos lobos, uma vez que já estavam próximos e não devido a corrida conseguiram ganhar tempo. A pequena Rin cantarolava a música que havia feito para o inu-youkai junto a pequena raposa que andava ao seu lado. Os dois lobos iam à frente conversando em grunhidos e pequenos latidos.


 

- Ne… Rin-chan? - Ao ouvir seu nome, a pequena olhou para a mais velha com o mesmo sorriso puro e alegre que estava desde que se encontrará com o inu-youkai. - Você não tem medo de Sesshoumaru? Que ele possa te atacar ou algo do tipo?

 

- Não. Devo minha vida a Sesshoumaru-sama, ele já me salvou várias vezes, e me trouxe de volta duas vezes. Sesshoumaru-sama é como um pai pra Rin, e Rin confia em seu pai. - A pequena continuou andando enquanto cantarolava algo diferente deixando uma morena petrificada para trás.

 

- Uau… A confiança dela em Sesshoumaru é como a minha em Inuyasha… Como a minha era com Inuyasha. - A miko estava parada com seus pensamentos, voltando a andar apenas quando a pequena raposa pulou em seu colo e se aninhou em seus braços. -  Talvez Sesshoumaru não seja tão ruim…. Mas a primeira vez que nos conhecemos ele e Inuyasha não paravam de brigar… Mas se não fosse por ele Inuyasha nunca teria encontrado a Tessaiga… Mas depois ele continuou querendo roubar a espada… Porém, se não fosse por ele Inuyasha nunca teria dominado a Kaze no Kizu. Mas ele se juntou ao Naraku… E foi graças a ele que Naraku foi derrotado… - A morena estava perdida em uma discussão interior, ignorando Rin e Shippou, o último que devido estar próximo a ela, conseguia escutar os resmungos da mãe.


 

A morena foi desperta de seus pensamentos com o barulho alto da cachoeira. Os raios de Sol  que brilhava alto no céu, refletindo na água da cachoeira, Ginta e Hakkaku acenavam para ela, um em cada extremo da cachoeira, alguns lobos uivaram quando o grupo chegou, assustando a pequena Rin, que se aproximou mais de Kagome buscando por sua proteção.

 

Kagome, Rin e Shippou foram escoltados diretamente para dentro da caverna atrás da queda d'Água. Uma fogueira iluminava o interior da caverna, havia alguns montes de pelos que os youkais usavam como cama espalhados por todo o local, mais ao fundo da caverna estava a “cama” de Kouga, um amontoado de feno que cobria todo o chão do fundo da caverna, porém não era ele que estava lá, em cima do monte de pelos estava Ayame, e só então a miko pode perceber que entre alguns lobos marrons havia alguns albinos também.

 

- Kagome-san finalmente chegaram. Demoraram mais do que eu esperava Kouhi. - A ruiva falava enquanto puxava Kagome para mais perto colocando-a sentada sobre cama, surpreendentemente mais fofa do que a miko imaginava.

 

- Tivemos um pequeno imprevisto… Onde está o Kouga? Me falaram que ele havia me chamado e era urgente. - A miko olhava para a caverna buscando pelo youkai lobo, voltando a fitar a ruiva quando não o encontrou.

 

Enquanto procurava pelo amigo, Kagome pode ver Rin sentada no fundo da caverna,, mais afastada de todos, brincando com Shippou, porém sempre que algum youkai ou lobo se movimentava, a pequena o observava atentamente, em alerta, para caso algo acontecesse.

 

ー✿ー

 


Notas Finais


https://imgur.com/a/WUyQmV5 (KOUHI)
Até mais meus amores


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