História Forbidden Love - Oeste

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- Ah-Uh ficará com você. - O youkai logo saiu da cabana, não antes de ver a pequena Rin, voltar para perto de Shippou com um sorriso em seus lábios, na porta da cabana estava Jaken dormindo encostado na madeira, que caiu quando o youkai albino a abriu, e sem se importar com o servo que se assustou devido ao movimento brusco, ele levantou voo, sua estola alongando-se atrás de si, apenas o suficiente para que o youkai sapo que correu chamando pelo nome de seu mestre conseguisse se agarrar a ela, evitando ficar para trás.

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O youkai havia acabado de sair da vila dos humanos, o mesmo já não estava mais voando, no momento preferia caminhar pois agora o mais demorado lhe ajudava a organizar a mente, ele sabia que agora que Naraku estava morto, ele deveria se dedicar totalmente às terras do oeste, desde que iniciou a sua busca por Naraku, o ele sabia que havia negligenciado sua posição como herdeiro do oeste, mas também para ele, tal posição não era ameaçada então não se preocupava muito com o que estava a acontecer por lá.

Não demorou muito para que o dever chegasse ao inu-youkai. Sesshoumaru podia sentir um youki se aproximando rapidamente e não demorou muito para que a fonte dele se tornasse visível, uma forma canina apareceu entre as nuvens, o youki que chegava a Sesshoumaru não era ameaçador e por isso ele não se preocupou em demonstrar qualquer reação. Vendo pela forma o youkai que se aproximava era possuía uma forma semelhante a sua, porém em proporções menores.

O cão gigante pousou a sua frente, levantando uma nuvem de poeira ao fazê-lo, os pelos do cão eram beges, quase em um branco de tão claro, ele estava com a pata direita estendida à frente e esquerda flexionada, a cabeça canina estava entre as patas, como uma reverência a Sesshoumaru.

O mesmo youki que Sesshoumaru estava sentindo antes, tornou-se presente, condensando-se ao redor do cão, envolvendo-o como se formasse um pequeno ciclone ao seu redor misturando-se com a poeira. Pouco depois a forma humanoide do yokai se fez presente,  sua pele diferente da maioria do inu-youkai era morena e os cabelos eram brancos e curtos contratando com a pele bronzeada e os olhos âmbares escuros, que mais se aproximava de um castanho.

Mesmo em sua forma humanoide, o youkai ainda permanecia ajoelhado perante Sesshoumaru, mantendo os olhos no inu-youkai.

 — Quem é você? Verme que ousa entrar na frente do Sesshoumaru-sama?! - O youkai esverdeado se postou em frente ao seu mestre, com o cajado que sempre carregava cravado no chão em posição de ataque. Porém diferente da resposta que esperava, o pequeno youkai recebeu como resposta apenas um rosnado que vinha do peito do moreno a sua frente.  — Vo-Você não assusta a mim! E-Eu sou o fiel servo do Se-Sesshoumaru-sama!

 — Jaken. - Após ouvir seu nome ser chamado pelo seu mestre, o pequeno youkai correu para trás do mesmo, grato por não ter que encarar o moreno a sua frente.

 — Meu nome é Kingo, eu sou um dos servos Shiroyama, nas terras do Oeste. - A fraca luz da lua iluminava o local com o auxílio das estrelas. Sesshoumaru já imaginava sobre o que se tratava, e após analisar o youkai a sua frente, o albino apenas o contorno, continuando o caminho que antes estava realizando. E ao ver que estava sendo ignorado por Sesshoumaru, Kingo tornou a falar.   — Estamos enfrentando um problema no Oeste e Satori-sama pediu pela sua ajuda.

Sesshoumaru parou seu caminho ficando a encará-lo, vendo Kingo levantar-se, limpando a poeira de sua veste.  — Satori-sama pede que vá imediatamente para o oeste.

Um suspiro cansado saiu pelos lábios de Sesshoumaru, o fato de sua mãe ter mandado alguém para buscá-lo lhe irritava, ele não precisava de uma babá o seguindo o lembrando o que precisava e para onde precisava ir, para ele, Jaken já fazia essa função e já o irritava, não precisando de outra pessoa para fazer o  mesmo.

Kingo pode ver Sesshoumaru começar a flutuar ainda o ignorando, com seu youki condensando-se próximo aos seus pés, tornando o feito possível, sua pelugem novamente se estendeu, e Jaken prontamente se agarrou a ela para ficar pra trás.

Mesmo sem ter recebido resposta de Sesshoumaru, Kingo novamente teve que novamente voltar a sua forma verdadeira, diferente de Sesshoumaru, Kingo não era capaz de voar sem estar a sua forma, uma vez que para isso era necessário um ótimo controle do próprio youki, condensando seu próprio youki, voltando para sua forma canina e podendo assim seguir Sesshoumaru pelos ares.

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Os dois já estavam voando a algum tempo, no meio do caminho, Kingo percebeu que estavam indo em direção ao Oeste, a  lua ainda brilhava alto no céu, ambos continuavam no mesmo ritmo que começaram, porém Kingo já demonstrava sinal de exaustão, estava a horas voando ao lado de Sesshoumaru, fazendo o mesmo percurso que estava fazendo anteriormente.

Kingo pode ver Sesshoumaru diminuir a altitude, e apesar de saber que já estavam próximo ao seu destino o moreno apenas o acompanhou, indo para o  chão, começando a andar ao lado dele.

 — Sesshoumaru-sama, seria mais rápido se tivéssemos continuado no ar. - Kingo já havia voltado para a sua forma humana, acompanhando Sesshoumaru que assim que chegou ao chão, já havia começado a andar. Jaken que estava ao lado de seu mestre, virou para trás encarando o moreno.

 — E você por acaso seria capaz de chegar lá voando? Deveria agradecer Sesshoumaru-sama! - A voz fanha de Jaken surpreendeu momentaneamente Kingo, que não imagina um ato desse de Sesshoumaru sem nem ao menos ter comentado.

Diferente de Jaken que fazia questão de informar cada passo que realizava, Sesshoumaru apenas continuava calado e seguindo seu destino, o mesmo já podia sentir fracos cheiros se misturando e chegando a ele.

Além de ser um Dai-youkai, devido a sua espécie seu olfato era mais sensível e para ele era fácil sentir os odores com precisão, mesmo estando a quilômetros de distância. Ele podia sentir o odor de diversos seres,  desde humanos, youkais, até mesmo animais.

Pouco tempo depois já era possível ver a jokamachi, poucas pessoas estavam acordadas naquela hora da noite, a maior parte da cidade já dormia, inclusive alguns dos guardas que deveriam supostamente proteger a entrada principal da cidade.

Apesar dos guardas estarem dormindo, os youkais não podiam entrar uma vez que os portões estavam fechados. Kingo que antes mantinha-se atrás de Sesshoumaru, tomou a frente, indo até um dos guardas que dormia apoiado na porta, com o pé esquerdo ele puxou uma das pernas do guarda, fazendo com que o mesmo perdesse o equilíbrio e acabasse por cair.

Com o susto, o guarda acabou gritando em sua queda, e junto ao barulho da armadura colidindo com o chão, os outros guardas também acordaram, e logo diversas chamas se acenderam próximo ao portão, iluminando melhor o local.

 — Quem está aí?! - Além dos dois guardas que estavam em cada lado do portão, outros dois, acima dele apareceram, todos apontando as lanças para aqueles Sesshoumaru e Kingo.

 — Vão mesmo apontar suas lanças para nós? Desejam perder suas mãos? - Kingo olhava para eles com uma sobrancelha arqueada. Os humanos a sua frente finalmente reconheceram o servo do castelo, recolhendo imediatamente suas armas enquanto implorava por perdão.

 — Kingo-sama!  Não sabíamos que o senhor havia saído! Mil perdões, iremos abrir imediatamente os portões. - O mesmo guarda que Kingo havia derrubado o responderá, fazendo uma breve reverência a ele sendo seguido pelos demais guardas. Enquanto esperava que os outros abrissem o portão da cidade seus olhos repousaram sobre Sesshoumaru que apenas olhava para a situação sem interesse algum.

 — Não é a mim que vocês deve prestar respeito, e sim ao Sesshoumaru-sama, o único filho da Satori-sama. - Kingo falou, aproximando-se do portão que estava começando a ser aberto, deixando os guardas surpresos com sua fala.

Todos daquela cidade conheciam e adoravam Satori-hime, a princesa youkai viúva que morava no castelo, e todos também já haviam escutado falar de seu único filho, um dai-youkai tão forte como o pai, mas que não herdava o mesmo carinho humano que seu progenitor possuía.

Escutar o nome de Sesshoumaru fez com que os guardas tremeram da cabeça aos pés, temiam que tivessem feito algo que o desagradasse e colocasse um fim em suas ficas, e logo o barulho de suas armas se fez presente no mesmo momento em que Sesshoumaru passava por eles.

Os guardas haviam largados as suas armas no mesmo momento em que iam ao chão, prestando a mais profunda reverência enquanto implorava por perdão por não ter reconhecido o herdeiro das terras do Oeste.

Era a primeira vez que Sesshoumaru de fato entrava pelo portão principal da cidade, então pouco se importava se os humanos iriam reconhecê-lo, então ignorou a reverência tardia deles, assim como também ignorava o cheiro de medo que chegava às suas narinas sensíveis.

A rua principal da jokamachi estava praticamente deserta, a maioria da cidade ainda estava dormindo, apenas alguns acordados olhavam pela janela para ver quem estava passando e quem havia feito tanto alvoroço nos portões da cidade, encontrando o grupo que era guiado por um dos guardas, que não conseguia esconder o tremor por estar perto de Sesshoumaru.

Ao chegar na parte mais alta da cidade sobre os olhares curiosos de youkais e de humanos o pequeno grupo parou novamente em frente a alguns portões, esse guardado por youkais. Diferente dos humanos, os youkais conseguiram sentir o odor dos grupo antes mesmo deles aparecerem, então não foi surpresa quando encontraram Kingo.

O humano que antes os acompanhava se afastou rapidamente, não sem antes realizar novamente uma reverência a Sesshoumaru, correndo em seguida para seu posto anterior.

 — Placa por favor. - Mesmo sabendo que era Kingo a frente deles, os youkais eram obrigados a pedir pela identificação do mesmo, e Kingo sabia disso, estendendo um pedaço retangular de pedra negra do tamanho de sua mão que antes estava preso em seu kimono. Era possível ver o símbolo da meia lua no canto inferior da pedra, indicando que o mesmo era um servo pessoal de Shiroyama, o castelo da jokamachi onde estavam.

Após verificar a identidade de Kingo, os outros dois youkais viraram para  Sesshoumaru e Jaken. O primeiro que apenas deixou um suspiro passar por seus lábios, levando a mão direita até próximo suas espadas, puxando de lá uma peça semelhante a de Kingo, porém a pedra que Sesshoumaru carregava era maior e em uma coloração branca com um contorno em lilás, no topo dela dois tasseis dourados pendiam ne brilhavam como se cada fio fosse feito de ouro, no meio da pedra estava o nome de  Sesshoumaru, e no canto inferior diferente de Kingo se tinha o símbolo da família Taisho, os mesmo três losangos vermelhos juntos, com uma flor branca no centro de cada um.

Os youkais sabiam o que aquela pedra significava mesmo sendo a primeira vez que seguravam uma, e por saber de quem era, um arrepio subiu por suas espinhas. Sesshoumaru jogou sua identidade para um dos youkais que prontamente a  segurou, e assim como a pedra, o albino foi rapidamente em direção ao youkai que havia segurado-a, colocando a bakusaiga no pescoço do mesmo, sentindo-o tremer ao ter seu pescoço contra sua lâmina.

 — Espero que grave bem este Sesshoumaru, para passar não novamente por isso. - Sesshoumaru logo se afastou do youkai que estava estático no mesmo lugar, deixando tanto a sua identidade como a lança que antes também segurava irem ao chão.

O estado do youkai não importou para Sesshoumaru, que apenas seguiu o seu caminho, passando pelos outros guardas que apenas olhavam para o youkai sem saber exatamente o que fazer. Jaken que estava atrás de Sesshoumaru, apenas sorriu ao passar pelos youkais, pegando a identidade do mestre no caminho.

Eles estavam na parte mais nobre da cidade, se via mais muros que casas no local, todos os terrenos grandes o suficiente para caber cinco casas da parte inferior, onde estavam antes, em apenas um. A maioria dos moradores eram youkais, tendo apenas algumas famílias  de humanos vivendo entre os nobres. E diferente de antes, agora o guarda que os acompanhava, ia a frente gritando para abrirem caminho ao Sesshoumaru, informando que o príncipe das terras do Oeste havia retornado. 

E assim como era para muitos, poucos realmente haviam visto o rosto do youkai, mas não precisavam comprovar, nenhum ser iria roubar a identidade e se passar por ele, e a meia lua em sua testa, a benção que tsukiyomi havia dado a família do inu-youkai era o suficiente para comprovar a identidade do mesmo.

Não demorou muito para que chegassem aos portões do castelo, e diferente dos outros dois, os guardas de lá conheciam Sesshoumaru, já o haviam visto pois todas as vezes que o inu-youkai voltava para casa ele ia direto para o castelo, tendo que passar pelos portões, então os guardas de lá já haviam aprendido a sua lição por experiência similar às dos demais guardas.

Os portões do castelo logo se abriram para ele, permitindo a entrada do mesmo, que não demorou em ir direto para o centro do castelo, passando pelas demais construções, Sesshoumaru apenas queria acabar com tudo aquilo e finalmente poder  ter sua tão desejada paz.

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Apesar de sua mãe ter dito que precisava dele no castelo, a mesma não estava lá quando Sesshoumaru chegou. O inu-youkai agora estava sozinho na torre de mensagens, a parte mais alta do castelo principal, aberta em todos os lados, com o tamanho suficiente para um pássaro grande passar por lá. Da torre era possível ver a jokamachi inteira. A cidade que se erguera ao redor do castelo, uma das poucas cidades em que humanos e youkais viviam pacificamente juntos. tal união aconteceu antes mesmo de Sesshoumaru nascer,  seu pai, Toga, também conhecido como Inutaisho, havia sido o primeiro youkai a implantar tal modelo. Assim que tomou controle das terras do oeste, a cidade era pequena, e não se tinha muitos youkais vivendo ali, o que implicava na economia da região, e por isso também permitiu que humanos vivessem ali, e apesar dos youkais serem contra no início, ninguém seria tolo o suficiente para ir contra Inutaisho, e aos poucos a primeira cidade mista foi se criando, tornando-se a potência que era hoje.

 — É mais interessante vê-la durante o dia, quando ela está acordada. - A voz de Satori se fez presente, aproximando-se do filho, ficando ao lado do mesmo, que como de costume, a ignorava.  — Apesar de não estar como era antes, rebeliões estão acontecendo às vezes, humanos e youkais contra o sistema misto.

Satori apesar de não possuir tanto poder como seu ex-companheiro Inutaisho, conseguia comandar seu reino com punhos de ferro, porém estava a começar surgir pequenas rebeliões tanto de youkais como de humanos, brigas entre as duas espécies já havia se tornado comum ultimamente, raramente chegava a uma morte, mas elas também não eram inexistentes.

 —  Kingo, fique aí, não deixe ninguém entrar. - O youkai moreno, que agora mantinha-se próximo a escada apenas prestou uma reverência a sua mestre, antes de descer as escadas, ficando no inicio dela, impedindo que qualquer outra pessoa se aproximasse, arrastando Jaken consigo, que de início protestou, mas ao receber um olhar de Sesshoumaru, sabia que também deveria fazer o mesmo.

Os dois youkais estavam se encarando, um ar tenso pairava entre eles, Sesshoumaru já não estava mais olhando para a jokamachi, estava de costas para ela, usando o muro como apoio, com ambos os braços cruzados, com uma expressão de ódio até mesmo nojo no olhar, enquanto Satori apenas olhava para o filho, ignorando o youki dele que oscilava em sua direção, e o olhar que o filho lhe dirigia.

 —  Vamos ver se eu entendi, Satori. - A voz do filho chegou cortante em seus ouvidos, e a falta do honorífico não passou despercebido, uma das coisas que a youkai mais se orgulhava era do título que havia alcançado, e apesar de estar ciente do temperamento do filho, teve de controlar-se para não deixar um rosnar nascer em sua garganta.  — Você que este Sesshoumaru, me torne senhor dessas terras, mas que pra isso eu não tenho apenas que ganhar a confiança dos youkais que aqui vivem, mas também dos humanos, e para conquistar esses… Vermes, você quer que eu faça de Rin, uma criança, minha companheira?! - A voz do youkai tornou-se cada vez mais alta conforme continuava a falar, e diferente de Satori, o youkai não controlou o rosnar que nasceu em sua garganta, muito menos o youki hostil que saia e expandia-se por cada poro de seu corpo.

 —  Controle-se Sesshoumaru. - Um suspiro cansado saiu pelos lábios  da youkai, que se aproximou de Sesshoumaru, não esboçando reação alguma.  — Se você acha que vai me intimidar assim está muito enganado, filhote. - Ela pode sentir o youki de seu filho tornar-se mais agressivo convergindo sobre si mesma, porém antes mesmo que ele pudesse se mover, outras dezenas puderam ser sentidas pelos dois youkais, youki dos guardas e servos do castelo, atacar Satori em seu próprio castelo não era uma opção para Sesshoumaru, não se ele quisesse evitar problemas maiores, o mesmo não tomou outra ação para avançar, mas assim como também não recuou.  — Mesmo que você não aceite Sesshoumaru, as terras do oeste são prósperas, são disputadas, você é o herdeiro por direito dessas terras, você acha que não iriam atrás de você, de sua protegida? Ela estará em perigo mesmo se você não a reivindicar como sua companheira, ela estará mais segura no castelo, e caso você não se lembre, nem Tenseiga e nem mesmo eu, poderei salvá-la novamente caso algo aconteça com ela.

 — Você ignorou essas terras, sua obrigação, em busca de poder, e o que conseguiu? Duas espadas em sua cintura. você acha que isso é poder? Está enganado. - Satori novamente se afastou de Sesshoumaru, estendendo ambas as mãos para cima, rodando em torno de si mesma, como se apontasse para todo o local onde estava.  — Isto é poder, dezenas e centenas de seres que iriam me proteger, até mesmo de meu próprio e estúpido filho.

 —  Eu não vou fazer de Rin minha companheira, ela é uma criança. - A voz de Sesshoumaru soou novamente, porém mais calma que o anterior, deixando um suspiro baixo sair pelos lábios em seguida, convencer o próprio filho a fazer algo, estava se tornando algo mais trabalhoso do que ela esperava. Ela sabia que o que o filho mais desejava era poder para superar o próprio pai, e era usando esse desejo que ela o manipularia.

 —  Os rumores de que eu vou renunciar já estão rodando, Sesshoumaru. Você não quer perder o que é seu de direito, para um youkai mais fraco, ou até mesmo, para um humano, quer? A humana lhe amoleceu tanto assim? - A voz de Satori o alfinetou mais uma vez, provocando diretamente o seu orgulho, a youkai o deixou ali. Sabia que aos poucos iria conseguir o que queria, e consequentemente o que seria melhor para seu filho e para o oeste. As peças estavam começando a ser postas, e Sesshoumaru já estava ficando encurralado a fazer o desejo de satori.

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Na manhã seguinte o futuro lorde do oeste sobrevoava por suas terras, o mesmo não estava nem um pouco feliz com a situação, de uma forma ou outra ele estava fadado a realizar o desejo de Satori e herdar o oeste oficialmente. Mesmo tendo dito apenas naquela manhã que iria herdar o oeste, Satori já havia lhe passado uma obrigação, o que o deixava mais irritado, pois ele sabia que estava fazendo exatamente o que a mão desejava. Sesshoumaru agora voava sozinho, Jaken havia ficado no castelo, tratando para tomar conta dos assuntos menos importantes e espalhar rumores de que Sesshoumaru iria ocupar o cargo de Satori assim que ela saísse, não haveria nenhum discurso para o oficializar como herdeiro, seria apenas rumores, o que daria mais tempo para ele pensar na segurança de Rin uma vez que nem passava pela mente dele fazer uma criança sua companheira. E foi o pensar em sua protegida, que o cheiro dela alcançou o seu nariz sensível, porém o cheiro dela estava misturado ao cheiro de sangue, mas pouco depois ele percebeu que não estava misturado, era o cheiro do sangue de Rin, junto ao cheiro de Rin também havia o cheiro de lobos, e outros dois cheiros, que apesar de serem familiar para Sesshoumaru ele não lembrava a quem os pertenciam.

Apesar de longe, ele já podia ver as criaturas sendo iluminadas pelos raios de sol, a humana de Inuyasha estava com a Rin e a pequena raposa, em cima do dragão de duas cabeças andando ao lado de lobos, porém algo chamou a atenção do Inu-youkai, o cheiro pútrido da morte, todos os pelos de seu corpo arrepiaram-se no instante em que percebeu a energia crescer, mas ela era diferente, não era nem houriki, e muito menos youki, era algo que ao mesmo em que parecia ser pura parecia vir de um corpo morto, o odor parecia estar a se aproximar rapidamente do grupo mais a frente, e Sesshoumaru sabia que não chegaria a tempo, e então em um único e rápido movimento, ele desembainhou a bakusaiga, concentrando ao máximo o seu youki para não acertar o pequeno grupo a frente, e o liberou de uma vez mirando na montanha atrás deles, onde o cheiro havia se originado.

Ele foi ao chão concentrando-se no cheiro que não havia desaparecido completamente, havia um rastro dele, de leve, diminuindo a cada vez mais, o que quer que seja, portador do cheiro havia conseguido escapar. Sua atenção foi desviada então para os lobos que cercaram o dragão, como se estivesse impedindo que Sesshoumaru chegasse até eles.

 — Sesshoumaru! - O grito da jovem miko o deixou curioso e ao mesmo tempo fez despertar toda a ira que estava acumulada no youkai desde o início do dia. Ele pode escutar a humana falar algo a mais, porém, o youkai apenas a ignorou, tentando voltar a encontrar o odor de antes.

Ele apertou a espada em sua mão, tentando controlar-se para não atacar a humana naquele exato momento, havia perdido o rastro, a voz da humana a sua frente dificultava a concentração do youkai. 

 — Cale-se miko. - A voz de Sesshoumaru saiu cortante, enquanto o mesmo devolvia a bakusaiga para a sua bainha, tentando se livrar de qualquer instrumento que pudesse causar muitos danos a humana, mas, ele ainda tinha suas próprias garras.

O youkai pode ver a mão da humana que vinha em sua direção, e a segurou antes que ela atingisse seu rosto.  — Essa humana, realmente havia tentado bater em mim? - A medida que o pensamento foi tomando espaço na cabeça do youkai, ele pode sentir seu youki expandir-se percebendo o corpo da miko tremer no mesmo instante em que sua energia convergiu sobre a dela, seu ego inflou um pouco mais ao perceber isso, e sua curiosidade sobre a miko, aumento ainda mais, ao segurar o segundo pulso dela, que também tentava acerta-lo.  — Mesmo com medo, essa humana ainda ainda quer enfrentar esse Sesshoumaru? - A curiosidade tomou conta do lorde, ninguém antes levantou a mão para ele dessa forma, não depois de saber quem ele era, não depois de saber o que ele podia fazer, e essa miko sabia, o próprio pescoço dela já fora o alvo dele uma vez.

Antes que ele pudesse falar algo, a voz de sua protegida se fez presente, e ele pode ver a pequena se aproximar, enquanto ele soltava os braços da miko podendo escutá-la resmungar.  — Youkai bruto.

O youkai procurou ignorar o comentário, sentindo o cheiro do sangue de Rin, voltar a tomar conta de sua mente.  — Rin, você está bem? - A pequena estava parada entre o youkai e a humana, e ao levantar o braço, Sesshoumaru torceu o nariz ao sentir o cheiro do sangue mais próximo.

—  Sesshoumaru-sama! - Como se lembrasse de algo, e realmente se lembrando, Rin não conseguiu esconder o sorriso seus lábios, a mesma pegou a mão de Kagome que olhou curiosa para a pequena. Mas Kagome já sabia o que ela iria falar, e mesmo chamando pelo nome dela, a menina não parou.  — A Kagome-sama sabe disse a Rin que poderia ser a mãe dela! E ai agora eu tenho uma outra mãe e um irmão também, o Shippou!!

Sesshoumaru agora olhava para Kagome e para a raposa que havia se aproximado deles com uma sobrancelha arqueada, sua mente agora trabalhava a mil, tentando entender exatamente o que Rin havia dito, e tentava descobrir o que havia havia levado a humana a falar tal coisa. Porém no momento, outras coisas tomavam a conta de sua  mente, e imaginou que devido a ingenuidade da miko a sua frente, nada significava a fala dela para Rin.

Logo depois ele pode ver os dois youkais lobos aproximarem-se na humana, que já estava com o filhote de raposa no colo, ambos os lobos atraíram a atenção da morena, que rapidamente mudou o foco do assunto, demonstrando claramente a vergonha que estava sentindo naquela situação.

 — Estamos indo indo em direção ao clã Yorouzoku, e Rin-chan está vindo comigo. - Sesshoumaru a olhou, arqueando uma das sobrancelhas como se duvidasse da segurança de Rin junto a humana, e mesmo sem ter de dizer mais nada, a própria pode entender o que ele queria, respondendo logo em seguida.  — Eu nunca deixaria nada acontecer com a Rin Sesshoumaru, daria a minha vida pela dela.

 —  Você não parece dar muito valor a sua vida, humana. - A voz irônica de Sesshoumaru, arrancou baixo da raposa que estava junto a humana, assim como da pequena Rin entre eles.

O Youkai pode ver a miko falar algo, antes de começar a andar em passos pesados para longe deles, porém sua atenção estava na pequena humana a sua frente, com o sorriso que conseguiu penetrar no coração do Lorde, o sorriso honesto e puro, que o Lorde adotou como o sorriso de sua filha, apesar de não responder a pergunta em palavras, a pequena pode entender que o youkai não os poderia acompanhar, porém, mesmo com a expressão já mais cabisbaixa, ela o fez prometer, também sem palavras que os buscavam, 

Sesshoumaru realmente não precisava de palavras para fazer a pequena entender, e logo ela soube que sim, ele iria voltar por ela, o que fez com que a expressão dela aumentasse ainda mais como antes. A pequena humana já estava longe dele, ao lado da miko, sendo observada de longe pelo inu-youkai, que logo voltou ao seu objetivo anterior.

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Sua progenitora havia lhe enviado para uma que iria acontecer entre  os senhores, ela via aquilo como uma forma se Sesshoumaru fortalecer sua posição, e ganhar a confiança  de alguns youkais também.

Youkais diversos locais estavam sendo assassinados com houriki, porém não de uma forma comum, ao invés de estarem sendo encontrado com o exterior purificado, o corpo inteiro estava carbonizado, porém em alguns que estavam com o ventre aberto, era possível ver que todos os seus órgãos internos haviam sido deteriorados, como se a purificação tivesse ocorrido de dentro para fora.

A maioria dos youkais que eram encontrados eram fêmeas, porém a quantidade de youkais machos não era muito menor. A maior preocupação no entanto não era apenas essa, a primavera se aproximava, e muitos youkais, saiam da segurança de sua tribo, de suas terras, de seu clã para acasalar-se, mas com essa situação, as fêmeas principalmente, estavam relutantes para o Harukoi, o que se resumia em problemas. Então por isso, o inu-youkai estava a se dirigir para o vilarejo Taijiya, onde há uma semana, havia sido marcada uma reunião entre os senhores, para decidir até onde eles deveriam se intrometer, e o que deveriam fazer para contornar a situação.

O dia estava estranhamente quieto, o que fez com que o inu-youkai parasse por instantes, pensando quando foi a última vez que viajou em tamanho silêncio. Já havia se acostumado com o cantarolar de Rin, os resmungos de Jaken, e até a ouvir a sua própria voz, a silenciar o youkai esverdeado.

Sesshoumaru sentia-se incomodado ao perceber o quanto tinha se acostumado, e isso o incomodava mais que o normal, e então mesmo sabendo que demoraria horas, ele resolveu ir andando até o distante vilarejo Taijiya, para se acostumar novamente a escutar apenas o som de seus próprios passos, sem ter de se preocupar com uma criança humana, que agora estava aos cuidados de uma miko com tendências suicidas. 

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