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História Forbidden Spell: Existence Swap - Prelúdio


Escrita por: Satanicrist

Notas do Autor


Em primeiro lugar, se for o pessoal que já me acompanha lendo, desculpe-me por não ter atualizado a outra fic ao invés dessa, eu sentia a necessidade de colocar essa em prática o quanto antes possível, pra aproveitar as ideias frescas ainda.
Se for o pessoal novo, seja bem vindo(não que quem já me acompanha não seja bem vindo)! Há um tempinho que eu tenho pensado nessa história, mas só fui organizar um começo recentemente.
Bem... Não há muito o que falar à respeito da proposta da fic, basicamente só irei reescrever a história de Hs DxD com um novo protagonista. Algumas coisas acontecerão bastante parecidas com a história original com Issei, e outras nem tanto. Eu realmente gostaria de criar algo novo à partir de ambos universos, mas pra mim a história de ambos são completas (embora eu ache que R + V ainda poderia ter uma continuação), enfim, não consigo ter criatividade o suficiente pra bolar uma trama toda por cima. O formato da escrita tá um pouquinho diferente do que eu normalmente faço, quero testar algumas coisas. Ah, e peço pra que desconsiderem o anime de R+ V, por favor. Mas mesmo assim, espero que seja do seu agrado, boa leitura.

Capítulo 1 - Prelúdio


Fanfic / Fanfiction Forbidden Spell: Existence Swap - Prelúdio

Onde... estou?

Só me lembro de estar treinando com a Ruby-san no Paradise do Diretor até que eu fiquei exausto por ter usado muita Youkai Energy...

Do nada senti como se o chão tivesse desaparecido e me vi caindo num buraco interminável.

Que lugar bizarro é esse? Tudo é prismático, parece que deram um zoom numa bolha de sabão.

Eu... estou flutuando?

Quando foco a visão à minha frente, congelei no mesmo instante ao avistar o ser titânico à minha frente.

U-u-um d-d-dragão?!?!

A-aqueles Wyverns no Paradise parecem formigas pertos de um elefante comparados à ele!!!

M-mas por que ele só fica parado me encarando com esse olhar penetrante...?

É como se ele estivesse mandando uma mensagem silenciosa, embora eu não entenda qual seja.

Sinto que não estou a sós com o dragão gigante. Olho pro lado e vejo um cara de uniforme de alguma escola parecendo tão atordoado quanto eu por estar aqui.

Ele mexeu a boca tentando perguntar algo, mas nenhum som saiu.

Parando pra analisar agora, o dragão não está olhando apenas pra mim, mas pra ele também, como se tivesse expectativas...

De repente um pequeno floco de luz surge entre nós, que foi se expandindo rapidamente até se tornar um clarão e ofuscar tudo.

////////////////////////////////////////

“Hm...”

Abro os olhos lentamente e me deparo com um teto não familiar.

Tudo aquilo foi um... sonho? Parecia tão... real. Principalmente a presença daquele dragão...

E aquele outro cara... Quem era ele?

Que sonho confuso. Melhor eu me levantar logo, senão vou acabar me atrasando pra aula.

Espera.

Eu não estava no Paradise? Por que acordei numa cama? Eu desmaiei e me carregaram pra meu dormitório?

“...Hmm~”

Eu ouvi uma voz não familiar do meu lado. O que dia-

SANGRAMENTO NASAL

Sento-me na cama subitamente assustado. P-p-por que tem uma menina na minha cama?! E acima de tudo, por que ela está com o busto nu?! Não me diga que ela também está sem a roupa de bai-

“... Já é manhã...? Bom di-”

SANGRAMENTO NASAL

Dizia ela sonolentamente enquanto se levantava aos poucos e deixava os belos cabelos ruivos descerem pelo corpo escultural antes de se assustar com minha presença e esconder o corpo com o lençol.

“Q-quem é você?!”

Ela perguntou levando a mão pra trás como se preparasse pra arremessar alguma coisa.

“S-sou eu quem pergunto isso! O-o que você faz na minha cama?!”

“Essa cama é do meu servo!! O que você fez com ele?!”

E ao perguntar isso, energia rubra começou a irradiar da mão dela tomando uma forma de uma bola disforme, parecendo uma poça de água. O-o que diabos é isso?!

“V-você é uma bruxa?!”

Perguntei espantado, nunca vi algo do tipo.

“Q-quem você está chamando de bruxa?!”

Ela perguntou aumentando a intensidade da energia ao ficar irritada e costrangida. Parece que ela vai querer atirar isso em mim.

Tudo isso está mais confuso ainda!! Aaaah! É muita coisa acontecendo, não tenho tempo nem pra raciocinar!

“E-espere, acho que tudo não passa de um mau entendido!!!”

Eu disse levando minhas mãos à frente do meu corpo com medo da energia dela.

“A-acha que se eu realmente tivesse feito algo com seu... servo, eu estaria na mesma cama que você ainda?!”

“... M-mas por que você apareceu na cama?!”

Ela disse parecendo se acalmar aos poucos e tentar entender a situação. U-ufa!

“N-não faço ideia!! Estamos no dormitório da Youkai Academy, não?”

“... Você está mentindo.  Nunca ouvi falar de nenhuma “Youkai Academy”.”

Ela ficou séria e mais irritada ainda! Isso não é bom!!!

“E-e-espere!!!!”

Eu disse voltando a ficar assustado e fechando os olhos.

“E-eu juro que não estou mentindo!! Eu realmente vim da Youkai Academy! Eu estava treinando e fui abduzido do nada! Quando acordei já estava aqui na cama!”

“...”

E ela quando parecia hesitante entre acreditar em mim ou atirar a energia dela em mim, ouvimos passos raivosos fora do quarto subindo uma escada.

“Issei!! Acorde! Já é hora de ir pra escola!”

“Parece que hoje é seu dia de sorte. Tenho que dar um jeito nisso antes de lidar com você.”

Ela disse suspirando ao ouvir uma voz feminina gritando atrás da porta. Então ela levantou-se da cama provocando outro sangramento nasal em mim antes de usar um tipo de magia que cobriu o corpo dela com um uniforme.

“Eu vou entrar e te derrubar da cama!! Vamos, levante logo!”

E após dizer isso a porta foi aberta uma senhora que aparenta estar nos seus 30 anos de idade.

“Q-quem são vocês?! Onde está Issei?!”

Ela perguntou atordoada ao me ver na cama e uma senhorita de uniforme de pé próximo à cama.

“Okaa-sama, seu filho foi contemplado por um intercâmbio por parte da Kuoh Academy pra estudar no ocidente. Ele não pôde te avisar porque foi uma decisão de última hora, então ele teve de partir ontem à noite ainda pra poder pegar o vôo.”

Disse a menina ruiva com a maior naturalidade. Não é possível que ela vai acreditar nis—

“Oh... Entendo.”

A senhora respondeu como se estivesse um tipo de transe. M-m-mas o quê?!

“Este rapaz foi o outro contemplado pelo intercâmbio que veio do ocidente, e a Kuoh Academy designou sua casa pra abrigá-lo até segunda ordem enquanto estudar aqui. Sinto muito pela falta de aviso prévio, assim como seu filho, foi uma decisão de última hora, espero que não seja um incômodo.”

A menina ruiva disse se curvando respeitosamente pedindo desculpas.

“Não tem problemas, sem Issei por aqui a casa fica muito monótona, é sempre bom ter visitas!”

Ela disse sorrindo pra mim gentilmente.

“Espero que minha casa seja confortável o suficiente pra você...”

“E-e-está ótimo, sou uma pessoa simples, não se preocupe quanto à isso!”

Eu respondi envergonhado e me curvando depois de levantar da cama rapidamente.

“Ah, e meu nome é Aono Tsukune, peço pra que cuide bem de mim, por favor!”

Completei rapidamente minha fala de antes já que ela parecia querer saber meu nome.

“Sem problemas! Está com fome Tsukune-kun? Acabei de fazer o café da manhã!”

“Você pode chamá-lo de filho se quiser, Okaa-sama.”

A menina ruiva disse como se achasse no mínimo divertido.

“F-filho... E uma bela senhorita me chamando de Okaa-sama...”

Murmurou ela consigo mesma como se fosse uma possibilidade que nunca havia pensado antes.

“Já iremos descer pra tomar café da manhã Okaa-sama. Agradeço pela sua compreensão.”

Disse a menina ruiva com ar de nobreza ao colocar as mãos na cintura e a senhora parecer acordar do transe antes de sair do quarto.

“Otou-san!! Issei viajou e temos um novo filho pra cuidar!!!”

“O quê?!?! Explique isso aí melhor Okaa-san!!”

A senhora gritou enquanto descia as escadas às pressas e um senhor respondeu de dentro da casa abaixo de nós.

“Como você fez aquilo?”

“É uma longa história...”

Eu perguntei impressionado e ela apenas fechou os olhos enquanto suspirava.

“Então você acredita no que eu disse...?”

“Não. Temos muito o que conversar.”

Ela respondeu num tom sério e cuidadoso antes de virar as costas pra mim e sair do quarto.

“Espere!”

“Hm?”

“Você ainda não me disse seu nome.”

“...”

Ela parou instantes antes de descer as escadas e pareceu hesitar falar seu nome.

“Gremory. Rias Gremory.”

E tendo dito isso foi embora.

Parando pra pensar no que a senhora de antes disse, ela realmente não parece ter descendência japonesa... Mas ambas falam japonês.

Eu ainda estou no Japão? Será que se eu tentar ligar pra minha mãe vai da certo?

Antes eu me perguntava todos os dias se devia continuar na Youkai Academy, agora sinto falta de lá. Moka-san... Como será que ela está? Preocupada provavelmente...

Se isso for outro sonho, acorde Tsukune! Dei uns tapas no meu rosto tentando organizar minha mente.

Rias Gremory... Que menina misteriosa. Mas meu instinto me diz que de alguma maneira estou ligado à ela... Minha maior fonte de respostas no momento é ela, o jeito é esclarecer tudo possível com ela.

//////////////////////////////////////////////

 

“Então você é do ocidente, Tsukune?”

 Hyodou-san perguntou antes de saborear a sopa.

“N-não, Hyoudou-san...”

Respondi envergonhado. É meio difícil de parecer ocidental falando japonês e com essa aparência...

“Itadakimasu.”

“Você pode me chamar de Otou-san se quiser, Tsukune!”

Ele disse gargalhando animado. Eles me lembram meus pais... Ordinários, porém sempre atenciosos e enérgicos.

“N-não precisa!”

“Desde quando vocês se conhecem, Rias-san?”

A senhora Hyoudou perguntou interessada.

“Desde... hoje.”

“Pensei que vocês fossem íntimos por estarem a sós num quarto! E a propósito, como vocês entraram em nossa casa?”

“Seu filho deixou a chave dele comigo antes de partir, não queria incomodar vocês no meio da madrugada e preferi acomodar Aono Tsukune-kun em silêncio assim que arrumamos as bagagens de Issei.”

Por mais que ela fale com convicção é difícil aceitar que eles acreditam cegamente nisso tudo sem nenhuma suspeitas...

“Onde você dormiu então?”

Hyoudou-san perguntou com um tom implícito de divertimento como se quisesse incitar uma situação um tanto quanto... constrangedora. A-ainda não acredito que dormi do lado dela!! Os seios delas são enormes, visivelmente maiores que o da Kurumu!! Meu rosto queima só de pensar nisso!!

“Parece que Tsukune respondeu isso despropositalmente.”

Ele disse com um sorriso presunçoso na cara. O-o que ele tem na cabeça?!

“É perfeitamente normal pra um jovem da idade dele, não acha querido?”

“Sim, apesar do libido do Issei ser aparentemente muito maior comparado.”

“Queria que meu filho fosse controlado assim...”

O que se passa com os pais desse cara? Eu achava os meus sem noção, mas esses aqui tem alguns parafusos soltos!

“Hoje em dia é normal jovens dormir juntos, não acham Okaa-sama e Otou-sama?”

Rias-san perguntou esboçando um sorriso leve.

“N-não fale algo que possa gerar um mal entendido!”

“E a propósito Okaa-sama, a comida está deliciosa. Sinto não pode provar mais dela porque ainda tenho alguns assuntos pendentes à serem discutidos com Tsukune-kun sobre o intercâmbio dele, então não sei exatamente o horário que ele irá retornar, peço pra que sejam pacientes novamente. ”

“Fico satisfeita por ter agradado você Rias-san! E sem problemas, já que Tsukune-kun tem a chave da nossa casa!”

A senhora Hyoudou disse alegremente com um sorriso no rosto.

“Se me permitem, irei me retirar agora.”

Ela disse educadamente depois de limpar a boca com um guardanapo e se levantar da cadeira.

“Vamos.”

“O-obrigado pela comida!”

Eu disse desajeitadamente antes de me levantar e seguí-la até a porta da casa.

“Boa sorte na nova escola, Tsukune!”

Hyoudou-san disse com um sorriso e fazendo um joinha.

“Até depois... filho!”

A senhora Hyoudou disse logo depois parecendo meio hesitante em falar isso, mas ficando levemente emocionada depois. O-o que se passa nessa casa?!

“Onde vamos?”

Perguntei assim que fechei a porta atrás de nós.

“Apenas siga-me.”

Ela disse de costas pra mim depois de começar a andar.

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Eu estava temeroso de onde ela estava me levando depois de passar por várias casas, mas me acalmei um pouco ao avistar um colégio e ver muitas pessoas com o mesmo uniforme que ela.

Nós mal chegamos ao portão e os estudantes estavam histéricos ao nos ver...? Quer dizer, por causa da Rias-san em especial. Ela aparenta ser popular por aqui... Enquanto as meninas gritam de emoção ao vê-la desfilar, os meninos ficam hipnotizados pela beleza estonteante dela. Isso me lembrou a Moka-san...

“Quem é aquele?”

“É um novato?”

“Parece ter nada em especial com essa cara ordinária dele.”

Urgh... Perdão por ser comum.

“Mas por que ele está andando com nossa Onee-sama?”

“Ele está usando parte de um uniforme diferente, será que é de outra escola?”

“Será que foi transferido pra cá?”

“Parando pra reparar, ele até que é bonitinho...”

E mais e mais cochichos foram surgindo ao meu respeito, tanto dos estudantes masculinos quanto femininos. Urgh, não quero essa atenção toda, prefiro passar despercebido.

“Parece que você é o centro das atenções hoje, Tsukune-kun.”

Rias-san disse com um tom leve de ironia.

“A culpa é sua por ser popular...”

Eu disse frustrado. Também é um tanto quanto difícil dela passar despercebida com esse cabelo escarlarte, isso sem nem citar o corpo.

“Bom dia, Buchou!”

Uma estudante com um cabelo negro longo preso num rabo de cavalo e sorridente disse ao se aproximar de nós.

“Akeno.”

Ela disse secamente ao olhá-la e me encarar de soslaio rapidamente.

“Entendi, Rias.”

E subitamente a expressão da menina tomou uma postura séria como se tivesse captado a situação com uma simples palavra.

“Siga-me.”

E com um tom imperativo, Rias-san voltou a andar com ela do lado e comigo as acompanhando logo depois, deixando vários alunos mais intrigados ainda comigo pra trás.

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“Então... Aono Tsukune. Comece a se explicar.”

Rias-san disse depois de se sentar numa poltrona atrás de uma bancada lançando um olhar frio e penetrante pra mim ao esconder a boca com as mãos entrelaçadas na frente do rosto, como se o clima amistoso na casa dos Hyoudou antes nunca houvesse existido. A estudante de pé logo ao lado dela também me dá um olhar sério, não com a mesma intensidade, mas ainda assim não dando pra evitar os calafrios de bônus.

Depois de me guiar pelo lado do prédio principal da escola e passar por outras construções, acabamos chegando no que parece ser o prédio antigo do colégio. Eu  pensei que estaria abandonado e às poeiras, mas me enganei profundamente ao passar pela porta.

Engoli seco a saliva.

“N-não sei nem por onde começar...”

“Você disse algo à respeito de uma... Youkai Academy. Esse já seria um começo.”

“Bem...”

Eu murmurei timidamente tentando organizar palavras, mas é complicado diante desse olhar intimidador.

“É uma escola feita especialmente para os youkais do Japão terem uma experiência de como seria uma escola humana, convivendo com outros youkais em suas formas humanas.”

“Conheço todo o Japão e nunca ouvi falar sobre ela.”

“É necessário passar por um túnel especial pra chegar nela... Já que é coberta por uma barreira que a torna invisível ao mundo humano.”

 “Já que você citou esse lugar, isso implica que você é um youkai então?”

“...Não sei...”

Respondi angustiado. Desde que Moka-san injetou sangue de vampiro em mim, nunca mais soube dizer se eu ainda sou humano ou não....

“... Não sabe?”

Ela perguntou com um tom de falsa ironia.

“É que várias coisas aconteceram...”

Eu disse sorrindo sem graça ao lembrar da fala característica da Ruby-san.

“Diga-as.”

“Não acho que você acreditaria...”

“Até agora ele não parece estar mentindo, Rias.”

A estudante chamada Akeno respondeu assim que Rias-san lhe deu um olhar interrogando a situação, esperando uma confirmação.

 “Bem...”

“Apenas diga.”

“Eu estava à beira da morte e uma... a-amiga me salvou.”

Eu respondi ficando envergonhado ao me lembrar da Moka-san.

“Que amiga?”

“Akashiya Moka. Ela normalmente tem o cabelo rosa, mas em algumas ocasiões especiais ela fica com o cabelo branco quando eu ar-”

E quando eu estava imerso em minhas lembranças da Moka-san, Rias-san bateu na mesa e me olhou arregalada como se um choque tivesse passado por seu cérebro.

“... Por acaso sua amiga possui um rosário no peito?”

Ela perguntou num tom baixo com o cabelo fazendo sombra nos olhos.

“SIM! VOCÊ A CONHECE?!”

Exclamei me levantando da cadeira empolgado. Parece que ela realmente sabe de algo!!

“N-não exatamente.”

Ela respondeu pertubada e apoiando o cotovelo na mesa enquanto segura a testa.

“Como...”

Murmurei perdendo as esperanças.

“Hoje... eu tive um sonho esquisito.”

“Rias...?”

A estudante murmurou confusa ao ver sua amiga conturbada.

“Eu estava num lugar colorido e estava de frente pra um dragão gigante. E do meu lado tinha uma menina com essas características que você citou.”

Então chegou minha vez de ter um choque passando por meu cérebro.

“Eu tive o mesmo sonho, mas do meu lado tinha um cara com o uniforme dessa escola...”

“O que está acontecendo...?”

Ela pareceu mais confusa ainda ao nos olhar encarando um ao outro.

“Akeno. Veja isso.”

E ao dizer isso, Rias-san pegou uma espécie de caixa com tampa de vidro e interior alcochoado. Quando levantou a tampa, pude ver peças de xadrez vermelhas. Havia uma torre, um bispo, um cavalo e oito peões.

“Mas... você me disse que tinha encontrado um servo novo.”

“E eu realmente tinha.”

Rias-san respondeu a estupefata Akeno-san dando ênfase no “tinha”. Quando penso que tudo começou a se resolver começa a ficar mais confuso ainda.

“Como... o quê...”

A estudante murmurou tentando achar algo pra explicar, porém ficando sem palavras.

“Você deveria contatar Sirzechs-sama.”

“Deixe meu irmão fora disso... por enquanto pelo menos.”

“Rias!”

 “Acalme-se Akeno.”

Pelo tom que ambas conversam parece que ambas são bastante íntimas há muito tempo...

“Pra as peças terem retornado pra você significa que seu servo morreu.”

“Mas Tsukune-kun disse que o viu num sonho... A amiga dele não parecia estar morta tampouco...”

“Não faço ideia do que pode ter acontecido então...”

“Eh... com licença...”

Murmurei timidamente levantando a mão.

“Hm?”

“Vocês falaram do outro cara várias vezes como “servo”, o que isso significa?”

“Fiquei muito concentrada em fazer perguntas e esqueci de esclarecer algumas coisas, perdão se fui hostil com você, Tsukune-kun.”

Rias-san disse depois de fechar os olhos e suspirar, dando um sorriso de desculpas e voltando com o clima amistoso de antes. U-ufa! Já estava tenso demais passar por aquela sabatina, posso respirar de novo!

“A-acho que qualquer um seria cuidadoso ao falar com uma pessoa que acabou de conhecer, ainda mais se essa pessoa acordasse subitamente do seu lado...”

Eu disse sorrindo sem graça e coçando a bochecha.

“De fato.”

Ela concordou dando uma risada breve, fazendo meu coração palpitar ligeiramente.

“Ara ara, quer dizer que mal a conheceu e já tirou a inocência dela? Está de parabéns, Tsukune-kun.”

Disse Akeno-san mostrando um sorriso sádico.

“V-você está entendendo tudo errado, Akeno!”

“S-sim, não tire conclusões precipitadas!!”

Rias e eu respondemos constrangidos com o rosto corando.

“Enfim... Vou direto ao ponto.”

Ela disse antes de assumir um tom sério novamente.

“... Ok.”

“Akeno e eu somos demônios.”

“M-m-mas o quê?! T-tipo aqueles da Bíblia cristã e tudo?!?! V-vocês vão tomar minha alma?!”

Perguntei assustado. Eu saí da frigideira pra cair no caldeirão?! Onde diabos fui me meter?!

“Sim.”

“Não o faça ter intepretações erradas de nós, Akeno.”

Rias disse suspirando ao vê-la lamber os lábios com o mesmo sorriso sádico de antes e me acalmando um pouco.

“Sim, somos os mesmo demônios citados nas Escrituras Sagradas. Embora eu ache que você tenha uma visão superficial. Nós formamos contratos com os humanos, mas não significa necessariamente que o preço seja uma alma. Demônios se fortalecem com contratos realizados com os humanos, que os preços variam de quantias significativas até a alma, variando com base no pedido feito por eles. Humanos são movidos por desejos e ganância, assim como um demônio. Quanto mais forte for o desejo e a ganância de um demônio, mais forte ele ficará com o tempo, junto do número de contratos formados com humanos. Bem... são várias variáveis, mas essencialmente é isso.”

“Mas... vocês não são... do mal?”

Perguntei confuso. Em grande maioria, demônios são vistos como inimigos de tudo e todos...

“O que realmente é ser do bem ou do mal, Tsukune-kun?”

“...”

“Tudo é questão de ponto de vista. Depois da última guerra entre as grandes facções, todos entraram em uma trégua forçada, do contrário, todos entrariam em extinção. Logo, ultimamente demônios tem apenas se preocupado em sobreviver pacificamente e continuar fazendo contrato com os humanos. Fazer um contrato não significa necessariamente que cause mal à alguém, tudo depende do quê o humano irá querer e o que ele irá pagar pra obter. Claro que sempre há os que pertubam essa paz momentânea, mas o que todos realmente querem é viver.”

“Entendi... Isso não é muito diferente dos youkais de onde eu vim. Eu ainda acredito num mundo que youkais e humanos podem coexistir pacificamente sem um machucar o outro. O medo de ambos os lados ainda é um influenciador forte pra ainda não existir um consenso, mas ainda espero um futuro que todos possam entender o outro.”

“Fico feliz que tenha entendido nossa posição.”

Rias-san disse satisafatoriamente sorrindo pra mim.

“Mas e quanto à parte de servos?”

“Eu iria chegar nesse ponto agora. Graças à guerra que eu citei anteriormente, muitos demônios se foram, deixando uma escassez enorme no submundo, que é conhecido popularmente como inferno. Como o número de demônios foi reduzido drasticamente  e a taxa de nascimento ainda era baixa, foi feito um método de criar novos demônios a partir de humanos, reencarnando-os como demônios por via de peças demoníacas e transformando-os em servos de um demônio de alta classe que usou a peça, e adicionalmente em componentes de um jogo chamado Rating Game. Cada servo equivale a uma ou mais peças demoníacas, tendo papéis e características específicas como num jogo de xadrez, mas se enfrentando numa batalha corporal e tática.”

“Então só humanos são transformados em peças? E é possível alguém usar mais de uma peça pra ser reencarnado?”

“Não, vários demônios de alta classe usam outros demônios como servos, mas caso a peça seja usada em um humano ele se tornará um demônio reencarnado. E sim, existem pessoas poderosas demais pra uma única peça poder transformá-la em um servo, graças ao seu poder latente ou por possuir um artefato dentro de si, então acaba se requrindo mais de uma peça pra tornar essa pessoa um servo.”

“Artefato...?”

“Sim, alguns humanos são presenteados por Deus com um poder irregular que na maioria das vezes são usadas pra o bem próprio por humanos, mas há algumas exceções que são ameaças em potencial pra nós. O nome desse poder é “Sacred Gear”.”

“Eu queria mais explicações, mas é muita informação pra minha cabeça... Melhor parar por aí por enquanto...”

Eu disse com uma mão apoiada na testa tentando recaptular tudo o que fora dito, porém sem muito sucesso, a única coisa que ficou clara na minha mente é que ela não é humana e sim um demônio.

“Não se preocupe tanto com isso, teremos bastante tempo pra esclarecer o que for necessário.”

“Por que acha isso?”

“Acho que estamos presos um ao outro, já que você está aqui...”

“Então você acha que...”

“Sim, o menino que é, quero dizer, ou pelo menos era meu servo provavelmente deve estar no mesmo lugar que sua amiga.”

“Faz sentido...”

“Enfim, minha intuição diz que você se tornará precioso pra mim, acho que o universo te colocou perto de mim por algum motivo.”

“O que quer dizer com isso...?”

Perguntei confuso ao vê-la me encarar com um sorriso amistoso e estender uma mão pra mim.

“Aono Tsukune, você deseja se tornar um demônio e meu servo?”


Notas Finais


Se possível gostaria de um feedback de vocês, e caso estejam interessados em conhecer minha outra fic, o link dela aqui: https://spiritfanfics.com/historia/to-love-ru-nightmares-of-an-oblivion-5106166


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