"Você vai casar com ele, sim! Você não tem poder de escolha! Ou casa ou vai viver mendigando na rua!"
E foi assim que me casei com alguém que eu nem sequer conhecia.
Aqui onde vivemos, existe um costume - muito ultrapassado por sinal - que é como uma lei: os pais escolhem com quem os filhos devem ficar. Porém você logo imagina que, um homem deveria se casar com uma mulher, ter filhos e aquele blá blá blá todo. Mas, existem aqueles pais que te une com alguém do mesmo sexo que você pra não acontecer justamente isso. Meus pais nunca se importaram com a minha felicidade e sempre me disseram que foi uma decepção me ter como filho, então, pra eu não ter que procriar "mini-decepções", eles decidiram me juntar a um homem. Que tá mais pra um moleque irresponsável.
Eu nem sequer me lembro do nome dele, e aparentemente não temos nada em comum, exceto o fato de que não queríamos estar juntos. Isso foi a única coisa que me fez aturar toda essa situação.
Estou desde 10h da manhã esperando o tal garoto chegar com suas coisas. Detalhe: já são 16h. Fui trouxa de acordar cedo, arrumar a casa e fazer comida pra mais de uma pessoa. Já começamos com um ponto negativo: atrasos.
Ouço a porta abrindo e me viro bruscamente na direção dela, logo vendo uma silhueta magra, porém bem constituída. Posso jurar que, se eu estivesse com a boca aberta, certamente estaria babando litros.
Ok, ele é um moleque com corpo de homem.
- É… Eu posso… Entrar? - ele pergunta, meio receoso.
- Deveria - curto e grosso. Ele puxa suas malas e fecha a porta, olhando em volta e por fim, parando seu olhar negro em mim. Ele larga suas coisas e se aproxima, levantando a mão pra me cumprimentar.
- Antes de qualquer coisa, já vou te adiantando que teremos algumas regras estabelecidas, já que nenhum de nós quer isso, creio que você não irá se incomodar - falo e ele abaixa a mão.
- Então eu vou sugerir uma: ter educação. Será que a gente poderia pelo menos dizer nossos nomes e apertar nossas mãos? Não somos duas civilizações pra estabelecer regras como se fôssemos entrar em uma Guerra - O moreno diz e revira os olhos.
Que atrevido!
- Você nem me conhece e já insinua que estou sendo mal educado?
- Você nem disse "Seja bem vindo" pra mim. Mesmo que a gente não aja como um casal, podemos pelo menos manter uma relação amigável - bufo e estendo minha mão direita.
- Kim Taehyung.
- Jeon Jungkook - O tal Jungkook sorri - Ótimo, agora melhorou bastante.
- Que seja - continuo sendo curto e grosso - A casa tem dois quartos. A porta do lado direito é a que leva ao meu quarto, o seu é logo à frente. Se entrar sem minha permissão, teremos problemas. Então, primeira regra: Não invadir a privacidade do outro sem permissão.
- Ok, senhor Kim - ele debocha.
- Você tem quantos anos? - Questiono. Ele deve ter no mínimo 21.
- 19 - fico boquiaberto.
- Tenho 20. Então exijo ser tratado como seu hyung - ele bufa e revira os olhos.
- Me poupe - reclama e me dá as costas.
- Ei! Não me dê as costas, estou falando com você! - digo mas ele me corta.
- Olha só, "hyung" - ele debocha novamente - Eu acabei de chegar na minha atual casa, estou cansado de ter aturado meus pais, e eu estou cheio de trabalho pra fazer. Quero tomar um banho e relaxar. Será que eu posso, ou uma das suas regrinhas é eu virar um cachorrinho e estar sempre ao seu dispor? - ele questiona e eu não respondo, que dongsaeng atrevido! - Então, com licença.
Ele pega as coisas e vai em direção ao quarto, fechando a porta com força e a trancando em seguida. Eu não imaginava que ele pudesse ser assim, tão grosseiro! O mínimo que ele deveria ter feito é pedir desculpas por ter me feito esperar até agora e me ouvir.
Vou para o meu quarto, no intuito de me deitar e dormir um pouco, mas a campainha toca, e com certeza o outro lá não vai ir atender. Me guio até a sala e me surpreendo com o que vejo.
- Jinnie! Namjoon! - abraço o meu casal preferido - Entrem! Eu estava com tantas saudades…
Continua…
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