História Forced Marriage (Second Season) - The end

— O que está acontecendo aqui? – perguntei olhando para Justin que olhava fixamente para Chris com os punhos fechados.

— Acho que o Michael pode explicar tudo. – Chris cruzou os braços e sorriu.

Olhei para Michael que estava com as mãos algemadas para trás enquanto Chaz o segurava. Chaz usava um boné preto que escondia um pouco seu rosto, ainda mais porque ele estava de cabeça baixa e suas roupas também eram pretas por completo.

— Eu quero saber o que está acontecendo aqui caralho! – Justin exclamou alterado partindo para cima de Chris, porém, Ryan o puxou para trás novamente.

— Chris, conta logo e me expliquem o porquê Chaz está do lado dele. – Ryan olhou para Chaz, que permanecia de cabeça baixa.

— Chaz estava trabalhando para o Chris, mas não para machucar um de nós. – Justin olhou para baixo. — Ele precisava de alguém próximo a nós para contar cada passo que dávamos, mas Chaz só começou a ajudar Chris quando a Hanna perdeu o bebê. Ele contava como nós estávamos depois da perda. – Ryan olhou incrédulo para Chaz.

— Eu pensei que você era nosso amigo… – falou entre dentes, soltando os braços de Justin. O moreno apenas permaneceu calado enquanto mordia fortemente seu lábio inferior e mexia na algema que prendia Michael.

— Que momento revelação, mas… Está ficando tão entediante. Michael, por que você não conta logo o que tem que dizer? – Beadles bocejou e olhou para Michael com um sorriso falsamente inocente. Meu pai olhou para o chão e soltou um suspiro pesado.

— Hanna, me desculpe. – murmurou com a voz embargada e eu o encarei confusa. — Fui eu quem matou o seu filho. – minhas pernas ficaram trêmulas e, se não fosse por Ryan, eu teria caído no chão.

Minhas mãos suavam frias e meu coração batia num ritmo descompassado. Eu sabia que Michael não gostava de mim, ele deixou claro isso no passado. Mas eu pensei que tudo havia mudado desde a minha viagem a Califórnia.

— Pai… Será mesmo que eu ainda devo te chamar disso? – perguntei me permitindo chorar. Butler ainda me segurava enquanto minhas pernas vacilavam mais e mais, fazendo com que eu acabasse por cair no chão.

— Eu não sabia que era você. Chris havia me ligado dizendo que tinha um trabalho para mim e, segundo ele, não duraria um segundo. Eu havia topado, pois ele disse que me daria uma boa quantia e, por um lado, eu fui estúpido por ter aceitado, já que eu possuo bastante dinheiro. Mas eu havia me esquecido desse detalhe. – a cada palavra dita, sentia meu coração despedaçar mais e mais.

Eu poderia esperar isso de Michael, mas doía saber que meu próprio pai havia tirado meu filho de mim.

— No dia, Chris havia vendado meus olhos e mirou na pessoa, que até então eu não sabia quem era. Eu tinha apenas que apertar o gatilho e foi isso que eu fiz. – as lágrimas escorriam por sua face e, só então, eu pude perceber que havia um corte em sua bochecha esquerda. — Assim que eu escutei sua voz, retirei a venda que cobriam os meus olhos e, um peso de culpa me veio, assim que vi você. – mordi fortemente meus lábios numa tentativa falha de controlar as lágrimas, mas já era tarde demais. — Hanna, me desculpa. Eu não queria ter feito aquilo, eu não queria ter tirado a coisa mais preciosa que você tinha. – suplicou ainda chorando.

— E chegamos ao ponto que eu queria: a dor. – Chris bateu palmas. — Justin, Hanna, me digam… Como é perder alguém que ama? – olhou para nós, dessa vez, sério. — Como é ter a notícia de que perdeu a única coisa que te fazia feliz e, pior, saber que quem matou era alguém que você confiava? Que você considerava importante em sua vida, talvez até um… Amigo? – seus olhos já estavam negros.

— Chris, por que… – Justin começou a falar, mas foi interrompido pelo garoto.

— É horrível, não é mesmo? É horrível perder alguém que ama, é horrível saber quem foi o culpado de tudo isso. – seus olhos foram tomados por lágrimas. — Quando eu perdi a minha irmã e descobri que a namorada do meu amigo, duas pessoas que eu confiava, havia sido a culpada, doeu mais ainda. – coloquei as mãos sobre meu rosto e respirei fundo, tentando amenizar a dor e o choro. A dor de perder alguém que ama é horrível, mas a dor em saber que alguém que você confiava tirou a pessoa amada de você doía ainda mais. — Da última vez, eu falhei, mas agora eu acertei em cheio. Consegui fazer você sentir como é perder alguém que ama. – riu seu humor.

— Chris, eu sinto muito. Eu não sabia que… – fui interrompida por ele.

— Que doía tanto? Pois é, você nunca vai realmente entender se não acontecer com você. – olhei para o chão. — Não façam nada com o Isaac e a Emily. Eles queriam apenas ganhar dinheiro para sair dessa patética vida deles, não fizeram nada demais. – falou antes de se virar para sair daquele ambiente.

— Ei, Chris! – Justin o chamou logo recebendo atenção. — Você se sente tão mal… Por que não visita a sua irmã no inferno? – pegou um pequeno controle do bolso de sua calça logo apertando o único botão que havia.

Senti uma mão segurar fortemente em meu braço e me puxar para fora do galpão. Tudo foi em segundos. Não demorou muito para que o galpão explodisse.

— Onde está o Ryan? – tossi.

— Aqui. – olhei para frente vendo Ryan e Chaz correndo em nossa direção. Desvencilhei-me de Justin e olhei para o galpão caído aos pedaços, ainda pegando fogo.

— Justin… O meu pai! – exclamei desesperada correndo em direção ao galpão. Porém, no caminho, fui puxada por Ryan.

— Hanna, estava tudo combinado, para que isso acontecesse. Mas, na hora que o Chaz ia tirar as algemas de Michael, ele preferiu ficar lá. Sentimos muito… – Butler disse assim que se aproximou de nós.

— Quer dizer que o meu pai… – não terminei de falar e comecei a chorar. Justin me puxou para seus braços e me abraçou fortemente.

— Shh. Vai ficar tudo bem. – sussurrou em meu ouvido. Mesmo com tudo aquilo e com a revelação que Michael havia feito, eu o perdoava. Afinal, estávamos nos resolvendo aos poucos e eu não queria que terminasse assim. Não agora.