HANNA BIEBER
Assim que cheguei à frente da boate em que Emily se apresentaria, peguei a calibre que se encontrava no banco do carona e a escondi em minha cintura. Saí de dentro do carro e entrei na boate. Imediatamente, as luzes coloridas invadiram minha visão e a batida da música fazia o meu corpo estremecer.
Fui até o bar que ali havia e me sentei no banco perto do balcão. Pedi uma garrafa de uma cerveja qualquer e olhei para o palco em que várias pessoas já se aglomeravam para ver o grande espetáculo.
— Licença, hoje terá apresentação? – perguntei para o barman.
— Sim. E a principal será a famosa Red Bunny. – o homem sorriu. Olhei para o palco e, num segundo, a música parou e as luzes também.
As cortinas do palco se abriram e luzes vermelhas e roxas preencheram toda a boate. Uma música sexy começou a tocar e dançarinas segurando cadeiras pretas chegaram ao palco. Elas se sentaram e uma garota ruiva de cabelo preso e um vestido curto com decote em V brilhante, surgiu no meio do palco. Todos aplaudiram e a dança começou. Era Emily.
Sorri de canto e caminhei até uma porta. Entrei no local e me encontrei em um lugar apertado com vários espelhos e roupas espalhadas. Era o camarim. Troquei de roupa e coloquei um salto. A maquiagem que eu usava não precisava ser retocada, muito menos trocada. Peguei meu celular e enviei uma mensagem para Jay, um amigo de Justin que me ajudaria naquela missão, e, assim que a mensagem foi visualizada, a música e as luzes pararam. Abri um pouco da cortina que dividia o camarim do palco e vi que as garotas pareciam confusas por aquilo ter acontecido. Emily não era diferente.
De repente, uma música completamente diferente começou a tocar e as luzes vermelhas começaram a piscar. Coloquei uma máscara e subi ao palco fazendo todos irem ao delírio. Emily me olhou com uma expressão de raiva e me puxou fortemente pelo braço. As outras dançarinas não entendiam o que estava acontecendo, mas criaram uma coreografia para a música que tocava para que ninguém percebesse que havia algo de errado ali.
— Quem é você? Está estragando o show! – a ruiva perguntou com fúria.
— Não me reconhece mais? – ri. — Sou eu, a garota que você tirou o filho. – o sorriso em meu rosto se desfez e Emily soltou meu braço com os olhos arregalados.
— Hanna? – deu um passo para trás.
— Isso mesmo, vadia. – Emily riu sem humor.
— O que pretende fazer comigo? Por acaso irá me matar na frente de todos? Seja mais esperta, Bieber. – mexeu em seu cabelo que estava preso em um rabo de cavalo.
— Eu não sou tão estúpida assim. – sorri e todas as luzes desligaram novamente. Puxei Emily pelo braço e saímos do palco indo para o camarim. Peguei minha arma que estava misturada entre minhas roupas e, rapidamente, mirei em sua direção.
— Ai meu deus! Sério mesmo? Você acha mesmo que eles não vão escutar o barulho do disparo? – cruzou os braços.
— E quem disse que eu vou atirar?
— Então… O que você vai fazer? – olhei para trás vendo Jay entrar no local. Antes que Emily pudesse se virar, Park lhe deu um mata-leão e a ruiva caiu no chão.
— Obrigada, Jay. Você me ajudou bastante. – agradeci jogando a máscara que cobria meu rosto no chão.
— Não precisa agradecer. – sorriu. — Agora, precisamos ir logo, senão todos vão começar a perceber que isso não faz parte da apresentação. – o moreno pegou rapidamente Emily no colo.
Saímos pela porta dos fundos e, antes que eu fechasse a porta por completo, acionei o botão de emergência que se encontrava ali. Corri para o carro e, enquanto Jay amarrava Emily para colocá-la no banco do passageiro, ajeitei o vestido que usava. Aquele vestido curto e apertado, o decote enorme que havia e aqueles saltos brilhantes estavam realmente me incomodando.
— Mais uma vez tenho que te agradecer Jay. Se não fosse por você, eu não sei se conseguiria pegar Emily tão rápido assim. – agradeci novamente abrindo a porta do carro.
— Eu já disse que não precisa agradecer. – sorriu arregaçando as mangas de seu moletom, mostrando as diversas tatuagens que havia em seu braço direito. — Ei Hanna, quando precisar é só ligar e mande notícias suas e de Justin. – falou antes de sumir por um beco escuro. Entrei no carro e dei a partida, indo direto para o galpão abandonado. Só espero que eu não seja a primeira a chegar lá.
Assim que cheguei ao galpão, desejei mentalmente que Jay estivesse ali para me ajudar a levar Emily para dentro do local. Ela era mais pesada do que eu imaginava.
Com um pouco de dificuldade, finalmente consegui chegar ao local marcado com Emily. A coloquei sentada em um chão e, não demorou muito para que Ryan chegasse com Isaac. O garoto estava com seus pulsos amarrados com um pano e uma fita cobria sua boca, e Ryan o empurrava para que ele andasse.
— Onde está o Justin? – empurrou fortemente Isaac fazendo com que ele caísse ao lado de Emily, que ainda estava desacordada.
— Não sei. Vou ligar para ele. – peguei meu celular. Disquei o número de Justin, mas apenas deu na caixa postal. — Está dando na caixa postal. – disse e, assim que encerrei a ligação, pude ouvir um barulho de tiro do outro lado do galpão.
— Você… Escutou isso?
— Não Ryan, eu sou surda. – revirei os olhos. — Vamos logo ver de onde veio. – o puxei pelo braço.
Corremos em direção ao local de onde havia ocorrido o disparo e, assim que nos aproximamos do local, pudemos escutar passos e barulhos de coisas caindo como se algo estivesse sendo jogado contra os objetos. Entramos no local e vimos Chris e Justin. Justin olhava Chris com fúria enquanto o segurava pelo colarinho de sua camisa e Beadles estava com um olho inchado e sua boca sangrava, mas havia um sorriso debochado preenchido em seus lábios.
— Justin, não faça isso! – corri em sua direção o puxando para trás, fazendo com que ele soltasse Chris, que caiu no chão.
— Cara, não se altera desse jeito. – Ryan segurou Justin por trás para que o loiro não se soltasse e partisse novamente para cima do garoto. Ele limpou o sangue de sua boca e levantou-se do chão.
— Que bom que vocês chegaram. A festa já estava ficando chata… – Chris bocejou ironicamente.
— O que você quer dizer? – franzi o cenho.
— Finalmente, estamos todos aqui. – sorriu. — Vocês acham mesmo que eu não sabia desse plano idiota de vocês? Eu sempre estive um passo à frente. – olhamos para o lado e vimos Chaz trazer Michael para onde estávamos.
— Pai? – arregalei os olhos ao ver que ele estava acorrentado.
— Mais que porra tá acontecendo aqui? – Ryan indagou num murmúrio. Realmente, estávamos todos juntos.
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