História Forever (Hiatus) - The orphanage

Anteriormente em Forever:

Eu ainda podia sentir seus dedos em meus lábios, limpando o que fosse da lateral deles. O pensamento do acontecido fazia meu corpo se aquecer novamente.

Em um lugar fundo o suficiente em mim, onde as vezes, até mesmo eu não conseguia enxergar, eu sentia que algo estava começando a acontecer.

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Day 11

Sakura Haruno

Na manhã seguinte, encontrava - me mais animada do que o normal e me ameacei mentalmente por saber que o motivo para isso não era a visita que faria ao orfanato e sim por que faria essa visita com Sasuke. Eu adorava as crianças e adorava ir vê-los e passar todo o dia com eles, mas eu sabia que a palpitação a mais em meu coração era por que veria mais uma vez o moreno.

Afinal, ele não era somente bonito. Ele também tinha um coração bondoso, provavelmente escondido por uma grossa escuridão. Mas também, convivendo com quem vivia.

Não foi complicado sair no domingo, embora minha mãe tenha odiado o fato de a deixar com os afazeres de casa sozinha novamente. Ela e meu pai já estavam acostumados que eu saisse para ir ao orfanato.

Eu não vi Gaara quando sai e esperava que o ruivo não ficasse com raiva de mim, afinal, fariam dois dias que eu não conversava com ele e ele estava fazendo tudo por mim e respeitado quando disse que eu não deveria ir no nosso lugar secreto.

As nove e meia da manhã eu já me encontrava no mercado, sentada em um banco qualquer e olhando para todos os lados a procura do Uchiha. Foi quando uma carruagem parou ao meu lado e logo atrás dela uma carroça repleta de barris de água. A carruagem era toda negra com cortinas nas janelinhas sendo vermelhas. O cocheiro desceu e abriu a porta. Os cabelos pretos de Sasuke cairam em seus olhos quando sua cabeça se inclinou de leve, convidando - me para entrar.

-*-*-

Uchiha Sasuke

Meus passos soavam calmos enquanto eu andava pelo enorme corredor do castelo Uchiha em direção a saida, onde minha carruagem me esperava.

- Onde você vai tão apressado Sasuke? - a voz doce de minha melhor amiga loira me fez parar no meio do caminho.

- Quem disse que estou apressado? - Respondi com outra pergunta.

Ela me rodeou, pousando suas mãos em meus ombros a medida que o fazia e soltando um suspiro que eu sabia que significava que ela não estava acreditando em mim.

- Respondendo com outra pergunta Uchiha? - Ela sorriu quando parou na minha frente. - Significa que esta escondendo algo. Ande, me conte onde você vai! Tenho percebido que tem saido em tardes especificas.

- Tenho resolvido assunto particulares baixinha e estou atrasado para eles, então, se me der licença. - Contornei - a e voltei a seguir meu caminho. Ino andou mais rápido, me acompanhando. Eu sabia que não desistiria tão cedo.

- Sinto cheiro de mulher Sasuke. Está cortejando alguém? - A voz de Ino transparecia pura esperança.

- Claro que não. Eu vou ser padre, lembra? - Falei com um gosto ruim na boca por me lembrar desse fato.

- Mas ainda esta bem estranho e por que não pode me contar o que tanto resolve nessas tardes? - Ino conseguia ser impossivel quando queria.

Ao chegarmos a porta da saída, virei para a loira depositando um beijo em sua testa.

- Senhor Uchiha, já solicitamos os barris de água para a entrega no orfanto de Suna. - Um dos empregados avisou - me.

- Orfanato? Desde quando faz boa ação Sasuke? - Ino voltou a minha frente. - Com certeza tem mulher nessa história.

- Tsc, Ino, eu tenho que ir tudo bem?  Aproveite o dia. - Contornei - a pela segunda vez e entrei na carruagem, mandando - a que seguisse para o mercado.

-*-*-

Narrador on

A Yamanaka andava apressada em direção ao seu aposento e assim que fechou a porta do mesmo, começou a falar para Lucy.

- Lucy, preciso que arrume um cocheiro dos Uchihas urgentemente. - A voz afobada enquanto a loira procurava um chapeu de passeio no guarda - roupa do quarto - Vamos para um orfanato de Suna.

Antes que Ino visse, Lucy ja tinha saido do aposento para executar a ordem da loira. Ino arrumou o chapeu em sua cabeça frente ao espelho da penteadeira e deixou que um sorriso sapeca espacasse de seus lábios pintados.

- Sasuke, hora de descobrir seu segredo!

-*-*-

Uchiha Sasuke

Era engraçado. Muito engraçado. Sakura não parava de olhar espantada e ao mesmo tempo maravilhada para todos os cantos possiveis daquela carruagem. As mãos pequenas ora ou outra passeavam pelo estofamento de couro, sentindo o tecido. As vezes se inclinava mais para um dos lados, afim de olhar o caminho que percorriamos pelas janelas.

- Sakura, o que deixa - lhe tão inquieta?

- Bom, eu nunca tinha andado em uma carruagem tão bonita e aconchegante assim. - Sua voz saiu baixa devido á seu rosto estar na janela.

- Hum...

Eu não sabia mais o que dizer e por um momento desejei que isso mudasse pra ela. Lembrei - me de quando ela enfrentou meu pai e a mim. Ela não gostava nem um pouco da hierarquia ao qual vivíamos e da enorme diferença que existia financeiramente. Eu estava começando a não gostar disso também.

- Mas por que desta cor tão escura? - Sakura tirou - me de meus devaneios.

- Eu gosto de preto. Apenas isso. - Respondi, vendo - a voltar a se sentar corretamente.

- Deveria colocar mais cor. Talvez assim você sorrisse mais.

Arqueei uma sombrancelha e abaixei a cabeça, deixando um sorriso de lado nascer em meu rosto.

- E você deveria parar de colocar defeitos em mim.

- Não coloco defeitos em você Sasuke. - Ela voltou a olhar a janela e senti como se ela achasse que eu a tinha insultado - Ah, já estamos chegando no orfanato. Você vai adorar as crianças! - Ela anunciou animada.

Concordei com a cabeça, enquanto nos aproximamos de uma costrução de dois andares. O local não encontrava - se em suas melhores condições, e isso não me passou despercebido.

Algumas crianças brincavam frente ao prédio animadas. As vestimentas surradas e algumas rasgadas em diversos pontos. Quando Sakura me disse que eles estavam precisando de água, percebi que isso era somente o começo.

Um sentimento estranho tomou conta do meu coração e senti um aperto no peito devido a situação das crianças. Desde pequeno tive tudo que sempre quis e eu realmente era um cego em relação ao mundo, afinal, nem todos tinham tido a mesma sorte que eu de nascer onde nasci.

Assim que a carruagem parou, Sakura não esperou que viessem lhe abrir a porta e logo colocou - se para fora, caminhando em direção as crianças. Sai logo depois.

Quando a rosada chegou a uma distância menor dos pequenos, eles logo gritaram o nome da mesma e correram para abraça - la. Aproximei - me da cena, conseguindo observar enquanto ela falava com as crianças.

- Vocês estão lindos hoje. E eu tenho ótimas notícias. - Ela virou - se para uma garotinha morena e gordinha que tinha intenção de falar algo - Não Nina, não são doces. Você sabe como a senhora Kyoko odeia quando eu os trago.

- Quem é o moço bonito? - Perguntou uma garotinha de cabelos escuros compridos e finos e olhos castanhos.

Sakura sorriu e olhou para trás, puxando - me gentilmente pela mão e fazendo - me participar mais da roda que tinha sido criada.

- Ele é realmente bonito não é Suzy? - Sakura sorriu gentil, alternando seus olhares entre mim e a criança - Ele é a boa notícia de vocês. Esse é Sasuke Uchiha e ele veio visitar vocês hoje. - Enquanto ela falava, posicionava - se ao meu lado, segurando meu braço.

As crianças gritaram alegres e correram em minha direção, abraçando quem podia minhas pernas e as maiores minha cintura. Sakura me soltou no instante que viu quando as crianças avançaram.

- Ele é o seu namorado? - Um garotinho perguntou e depois inflou as bochechas e me olhou raivoso. - Você pediu permissão para cortejar a Sakura - Chan? - Subi meu olhar para o de Sakura, que se continha para não gargalhar.

- Kirito, ele não é meu namorado. Pode ficar tranquilo que quando eu arrumar um pretendente, você sera o primeiro a conhece - lo. - A rosada se expremeu por entre as crianças e me puxou delas novamente. - Eu e Sasuke vamos falar com a senhora Kyoko. Voltamos em breve. Ah, Kirito, onde ela esta?

Ela? Quem era ela?

Embora eu não tivesse nada a ver com a vida de Sakura, não pude impedir que uma curiosidade se apossasse de mim.

- Como sempre está sozinha na sala de pintura. – O garotinho respondeu, correndo em direção as outras crianças que brincavam.

A rosada concordou com a cabeça e seguiu para dentro do prédio. A segui rapidamente, andando ao seu lado. Abri um sorriso presunçoso e olhei – a.

- Então quer dizer que sou bonito?

- Não Sasuke, falei aquilo para, agradar as crianças. - Ela me respondeu, um risinho escapando de seus lábios. 

Adentramos a construção, tão deteriorada por dentro quanto era por fora. As paredes com madeira gasta e alguns lugares podres, um cheiro de mofo desconfortável e o local por si já era abafado. 

Seguimos por um corredor á direita e paramos frente a última porta do corredor. Uma placa na mesma possuia a informação "Senhora Chyo - Diretora". Sakura deu dois toques na porta e escutamos um "entre" do outro lado. 

Quando a rosada abriu a porta, foi recepcionada por uma senhora de cabelos brancos e baixinha, com mais ou menos uns 80 anos, podia supor. Elas sorriram alegres e logo se abraçaram. 

- Como você está linda minha querida. Faz tempo que não vem me ver na minha sala. - Ela voltou a se sentar na cadeira com acolchoado rasgado atrás da mesa. Não pareceu notar minha presença até que eu fingisse um espirro. - Ah, e quem é o senhor? Seu namorado Sakura? Finalmente!  Sua mãe deve ter ficado aliviada, afinal, nunca vi como batia o pé reclamando que sua mãe so sabia falar de casamento com você. - Ela riu. 

- Na verdade Chyo. - Sakura falou sem graça. - Ele é só um amigo. Um amigo que veio fazer uma boa ação hoje. 

- Amigo? Mas que pena, um rapaz tão bonito. Me diga, qual o seu nome? - A senhora perguntou, finalmente olhando realmente para mim. 

- Uchiha Sasuke senhora, é um prazer. - Fui cordial. 

No momento em que eu disse meu nome, a mulher se curvou em minha direção com um olhar espantado no rosto. Rapidamente, Sakura a segurou pelos ombros e a voltou para a posição normal. 

- Não precisa disso Chyo. Sasuke é um amigo e ele não precisa de reverências. Não é Sasuke? - Ela me olhou sugestiva. 

A rosada sabia que eu adorava me sentir superior e que provavelmente isso faria meu ego reclamar. Entretanto, ao invés de reclamar, eu somente concordei com a cabeça. 

- E o que vocês vieram fazer aqui? - O tom de voz voltava a ser descontraído. 

- Trouxemos barris de água para abastecer o orfanato. Na verdade, Sasuke os trouxe. - Sakura falava animada e não pude impedir de meu coração se encher de alegria quando vi o brilho nos olhos verdes da mesma. - Eu vi como estava faltando água aqui, na última vez. 

A senhora deixou uma lágrima escapar dos olhos pequeninos e seguiu na nossa direção, nos abraçando juntos.

- Muito obrigada. As crianças estavam precisando tanto disso. - Agradeceu e nos soltou. 

- Vou ordenar que o cocheiro esvazie a carroça com os barris. - Falei, ja me virando para a porta. 

- Não é preciso querido. Eu mesma o farei. - A mulher passou por mim e parou quando ja estava do outro lado da porta, no corredor - Deveria ir vê-la Sakura. Ela está na sala de pintura. 

Antes que eu pudesse finalmente perguntar quem era "ela", me vi seguindo Sakura novamente pelos corredores. Voltamos ao principal e seguimos em frente, subimos a escada de madeira e viramos a primeira esquerda, parando em frente a primeira porta.

A sala era bem extensa - diria que a maior que vi até agora -. Mobiliada com várias mesas e cadeiras de madeira, com pedaços de pergaminho sobre todas com lápis de colorir e tintas. Perto da longa janela, sentada em um banco e concentrada em uma tela que pintava. A garotinha tinha curtos cabelos pretos e pela altura deveria ter no máximo dez anos de idade. 

Sakura se aproximou da menor e capturou uma cadeira para se sentar ao lado da menina desconhecida. Sorriu para a tela ao qual a pequena morena estava pintando. 

- Como você está Sarada? - Ouvi - lá perguntar.  

A garotinha parou de pintar e se virou para a rosada. Largou o pincel e envolveu Sakura em um abraço caloroso. 

Aproximei - me das duas e observei a cena incomodado. Afinal, qual era a relação das duas? 

Ao se separarem, a voz doce da criança a respondeu. 

- Você vai me levar hoje? Diga que sim.

Sentei - me do outro lado de Sarada, roubando sua atenção para mim. Os olhos negros piscaram em minha direção. 

- Quem é você? - Perguntou curiosa - Seu namorado Sakura? 

- Por que todos perguntam isso? - A rosada riu baixinho. - Ele é só meu amigo Sarada. 

- Qual o seu nome? - Sarada dirigiu a palavra a mim. 

- Sasuke. Uchiha Sasuke. É um prazer conhece - la Sarada. 

A garota sorriu em resposta e voltou sua atenção para a tela que pintava. A pintura ainda começava a tomar forma, entretanto, parecia - me que ela planejava pintar uma paisagem, devido aos vários tons de verde. 

- O que você está pintando dessa vez? - Sakura perguntou a morena. Sem se virar, ela respondeu. 

- Nossa futura casa, ou pelo menos, como eu gostaria que ela fosse. 

Sakura alternou seu olhar entre a pintura e Sarada, parando suas esmeraldas na última. 

Eu não pude evitar de me pegar observando a rosada, atenando - me para cada detalhe de seu belo rosto; os lábios rosados e carnudos, os grandes olhos esmeraldinos, os cílios longos e pretos e o nariz fino e levemente arrebitado. 

Ninguém podia negar o quanto Sakura era bonita. E vendo - a ao lado de uma garota orfã e em como as outras crianças pareciam idolatra - la, ela era tão linda por dentro quanto por fora. 

Fui tirado dos meus devaneios quando a voz doce de Sakura começou a se despedir de Sarada. 

- Eu prometo voltar, tudo bem? - A morena acenou positivamente com a cabeça - Desculpe não leva - lá novamente desta vez. - Outro aceno. 

- Foi um prazer Sarada. - Falei, levantando - me para acompanhar Sakura. 

- Volte novamente com a Sakura. Você parece deixa - la mais alegre e gosto de vê - la assim. - Sarada respondeu. 

Olhei para a rosada parada no batente da porta. As bochechas levemente rosadas pelo comentário da mais nova me fizeram abrir um sorriso de lado discreto. 

- Embora não pareça ser diferente dela. - Comentou quando virei as costas. 

- Desculpe? - Eu sabia o que a criança queria dizer, mas parecia vergonhoso admitir aquilo frente a Sakura. 

Sarada parou de pintar e olhou - me com um sorriso.

- Sabe o que quero dizer Sasuke. - E voltou sua atenção para o quadro. 

Segui na direção da rosada e voltamos ao corredor. Uma súbita curiosidade sobre a garotinha que tínhamos acabado de visitar se acendeu no meu peito. 

- Então, quem é exatamente a Sarada? 

Ela me olhou de soslaio e suspirou antes de me responder. 

- Eu cuidava dela as vezes. Quando a familia ainda era viva e eles moraram em um castelo ao sul do centro. 

- Castelo? Ela era de uma familia nobre? 

- Sim. Na verdade, era a filha bastarda de um marquês. Quando a mãe morreu, a mulher oficial não gostava muito de cuidar de crianças, sendo assim, eles me contratavam para cuidar dela algumas vezes. Acontece, que houve um incêndio que ocasionou a morte do pai. Sem ele, Sarada ficou sozinha e a marquesa a mandou para o orfanato. 

- Entendo. 

- Sempre fomos muito próximas e eu prometi a ela que quando me casasse, eu a adotaria. 

Chegamos a parte exterior do orfanato e seguimos até as crianças novamente. Despedimo - nos de cada uma com a promessa de que voltaríamos o mais breve possível e eu realmente gostaria de retornar. 

Na porta da carruagem, prestes a abrir a mesma para que Sakura entrasse, a mesma segurou meu braço. Virei para a rosada que sorria pra mim. 

- Sasuke, obrigada por ter vindo. As crianças realmente gostaram de você. 

Antes que pudesse responder, senti os macios lábios em minha bochecha esquerda. 

Ela se afastou novamente e abriu a porta da carruagem, entrando e se acomodando no banco da mesma.  

Um sorriso discreto contornou meus lábios quando entrei na carruagem sentando - me frente a Sakura e ordenando que o chocheiro voltasse para o centro. 

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Narrador on

Ao longe, uma bela loira observava a cena que acontecerá minutos antes.  

Sorriu de lado enquanto saia da sua própria carruagem e seguia na direção de onde as crianças brincavam. A barra do longo vestido roxo sendo arrastado pelo chão de terra. 

- Ei, querida. - Chamou uma das meninas. - Eu sou Ino. Você poderia me dar uma informação? 

A criança acenou com a cabeça, meio incerta. 

- A garota de cabelos rosados. Você saberia me dizer qual o nome dela? 

- Ah, você quer dizer a Sakura - Chan? 

- Sakura? - Ino sorriu vitoriosa. - Saberia o sobrenome? 

- Haruno. Sakura Haruno. 

Ino sorriu ainda mais, agradecendo e voltando a andar na direção de sua carruagem. 

- Então é Sakura Haruno que está roubando o coração do Sasuke? interessante. - Comentou consigo mesma. 

Continua...