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História Forever Yours - Saudade


Escrita por: Namura_Sakura

Notas do Autor


QUEM VAI SER @ PRIMEIR@ A ME DAR MEIA DUZIA DE TAPA NA CARA LEVANTA A MÃO EEEEEHHHH

Capítulo 32 - Saudade


Fanfic / Fanfiction Forever Yours - Saudade

Taekwoon estava tão desesperado por uma distração que passou a contar cada um dos semáforos que passava no caminho para casa, estando abertos ou fechados, afinal de todas as pessoas que esperava dar más notícias a última que gostaria era um amigo seu. Seokjin não merecia passar por aquilo. Conhecia bem aquele processo por casos anteriores, conhecia a dor e o sofrimento do paciente e todos ao seu redor, sendo que sempre todos tiveram o mesmo resultado.

“Trinta e seis semáforos, treze abertos e vinte e três fechados”. –Este fora seu último pensamento antes de entrar em casa e encontrar Wonsik de cara totalmente fechada com os braços cruzados para si.

-Você prometeu... –Sem sequer erguer o olhar ele dizia com a voz baixa e chateada.

-Eu não vou discutir isso com você Ravi, você sabe como funciona meu trabalho. –Aquela situação era tão incrivelmente repetitiva que o médico nem se dava o trabalho de olhar para o marido, sabia que um imprevisto como aquele o deixava chateado, porém eram impossíveis de se ignorar.

-Já é a segunda vez esse mês Taek! E eu não mereço sequer um telefonema?!

-Quantas vezes terei que dizer que isso está além do meu controle Wonsik?! São vidas humanas que eu tenho em mãos! Essas pessoas contam comigo para que eu salve os filhos delas! Maridos, esposas, namorados, amigos, irmãos... Isso não importa nada pra você?!

-Ora, então agora eu tenho que me comover com seus lindos feitos heroicos?! E como eu fico?! Eu! Seu marido! A pessoa que devia ser mais importante você sempre deixa de lado! –A cada frase que tornava seu tom particularmente mais alto ele espalmava levemente as mãos no próprio peito, seu olhar segurava as lágrimas como se estivesse desesperado.

-Eu jamais deixaria meu marido de lado! Eu te amo Wonsik, às vezes você se esquece disso. –Depois de deixar a bolsa e as chaves sobre o sofá ele ia até a cozinha servindo-se de um pouco de café, agindo com tanta naturalidade que chegava a parecer insensível.

-Não é isso, agora está diferente, tem algo diferente em você, eu sei eu sei que o trabalho tem dessas coisas, mas eu não sei mais quanto tempo eu vou aguentar isso Leo.

-Como não sabe? Do mesmo modo que aguentamos juntos por todos esses anos. –Ele percebia algo diferente na voz do marido e soltava a xícara no balcão indo até ele. –Tem algo errado com você não é meu amor? Fala comigo o que houve.

-Eu... Eu não cumpri minhas horas complementares, faltaram só algumas, Taek eu não vou conseguir me formar.  –Ao assumir de uma vez o real problema as lágrimas permitiram-se vir e logo em seguida um abraço veio também.

-Fica calmo meu Ravi, vamos dar um jeito, tenho certeza que ainda dá tempo, você vai conseguir se formar sim. –Naquela frase notava-se algo errado também, Taekwoon não era de frases de ajuda prontas ou faladas muito rapidamente, novamente seus pensamentos tentavam escapar enganchando-se em qualquer outro assunto.

-E você? Qual o seu fardo? Ah vai Taek tem algo errado contigo também, senão não teria me dado bronca quando entrou, perdeu alguém hoje? -A expressão do moreno fixou-se no olhar dele por uns segundos, de repente todo o assunto da discussão se foi dando lugar apenas ao acolhimento um do outro que tinham e precisavam.

-Não, graças a Deus não, mas hoje tive que dar a notícia a um dos meus melhores amigos que os dias dele estão contados, eu cuidarei de todo o tratamento, mas já sei o que o espera Ravi, como você acha que isso é pra mim? Eu posso me esforçar ao máximo e será inútil, no final só poderei assisti-lo morrer Ravi!

-E-Eu não consigo nem imaginar isso Taek, me perdoa, eu aqui reclamando e...

-Não precisa se preocupar, eu estou bem, mas fico imaginando como será para a família. Sabe muito bem meu amor, eu jamais me esqueci de nenhum rosto quando tive que dar notícias de perdas.

-Eu sei Taekwoon, mas tenta não pensar nisso agora ‘tá? Eu sinto muita saudade sua.

-Sim, eu também sinto, e sinto muito não lhe dar a atenção que você merece.

-Não pensa nisso, eu já disse. Não vai querer ouvir a música? –Wonsik sorriu quando percebeu que conseguira animar o marido, tratou de pegar o celular para tocar a base da canção enquanto cantasse. Durante a primeira parte houve apenas a voz de Taekwoon, cuja Wonsik fazia caretas apaixonadas enquanto tocava.

 

Tsukiakari dake futari terashi

(A luz da lua brilha em nós dois)

 

Otagai mitsumeru shunkan

(No momento em que trocamos olhares)

 

Tomatta bokura towa ni

(Eternamente congelados)

 

Fun'iki ni you koto setsu ni negau yo

(Bêbados pela atmosfera)

 

O olhar de Taekwoon estava cem por cento concentrado nos lábios de seu amado, cantarolando a música que os dois estavam trabalhando a meses. Sabia o quanto a música era importante para ele, e para si era uma grande válvula de escape, com o olhar atento de Wonsik, começou a cantar o verso seguinte:

 

You're beautiful (so beautiful)

(Você é bonito (tão bonito))

 

Kirei na shiruetto kuruwasu

(Sua bela silhueta me enlouquece)

 

You're beautiful (so beautiful)

(Você é bonito (tão bonito))

 

Sonote wo boku no ryote ni nosete

(Suas mãos nas minhas)

 

Wonsik fazia a segunda voz sem desviar o olhar, aquele verso era seu favorito por ser o mais verdadeiro. Taekwoon era sua maior inspiração e o amor de sua vida, ao último verso ambos deram as mãos, cantando juntos:

 

Oh, dancing with me boy

(Oh, dançando comigo garoto)

 

Boku no te ga koshi wo tsutsunde yurasu

(Minhas mãos agradecidamente na sua cintura)

 

Dancing with me boy

(Oh, dançando comigo garoto)

 

Futari ga hitotsu ni naru

(Duas pessoas se tornam uma)

 

Let me up and down

(Me deixe em cima e embaixo)

 

Taekwoon continuou a cantar, enquanto Wonsik repetia o verso “Up And Down”, sua mente era tomada por cenas inadequadas quando ouvia aquele verso, logo chegara a parte que Wonsik queria tanto mostrar. O verso que ele mais demorou a completar. O moreno estava tão encantado e sorridente que sequer desviara o olhar.

 

I can't breath

(Eu não posso respirar)

 

Chikaku natta kyori

(O espaço entre nós é menor)

 

Osae rarenai rain ni tomadoi sekibarai

(Sua linha que não pode ser escondida me intriga)

 

So sudeni mo motomete iru'nda kimi ga hoshi

(Eu já desejo mais por você, quero você)

 

God damn gaman wa dekinai

(Droga, eu não posso mais me segurar)

 

I'm ready suteppu awaseru

(Eu estou pronto, vamos para a próxima etapa)

 

Taekwoon não conseguiu evitar abrir o sorriso enquanto ele cantava, deixou que o verso seguinte fosse tocado apenas na gravação e começou a aplaudir.

-Meu amor, ficou perfeito! Você é maravilhoso.

-Tendo você de inspiração, claro que ficaria perfeito. –O mais novo se levantou, sem soltar as mãos do marido e foi até o centro da sala deixando que a música continuasse.

-Ei, o que está fazendo? –Riu, enquanto Wonsik segurava sua mão mais alto e descansava a outra em sua cintura, posicionando-se como uma valsa.

-Dançando com meu garoto, estou com saudade.

 

You're beautiful (so beautiful)

(Você é bonito (tão bonito))

 

Kirei na shiruetto kuruwasu

(Sua bela silhueta me enlouquece)

 

You're beautiful (so beautiful)

(Você é bonito (tão bonito))

 

Sonote wo boku no ryote ni nosete

(Suas mãos nas minhas)

 

Oh, dancing with me boy

(Oh, dançando comigo garoto)

 

Boku no te ga koshi wo tsutsunde yurasu

(Minhas mãos agradecidamente na sua cintura)

 

Dancing with me boy

(Oh, dançando comigo garoto)

 

Futari ga hitotsu ni naru

(Duas pessoas se tornam uma)

 

Let me up and down

(Me deixe em cima e embaixo)

 

Taekwoon e Wonsik não podiam se sentir mais felizes, rodavam pelo pequeno espaço na sala de estar sem desviar os olhares um do outro, as voltas completas que Taekwoon dava era perfeitamente sincronizadas aos passos de Wonsik, que ao reiniciar o refrão de “Up And Down”, o deitou em seu abraço e giraram sem parar.

 

Up down and down (yeah)

(Cima baixo e baixo (yeah))

 

Up down and down

(Cima baixo e baixo)

 

Let me up and down

(Me deixe em cima e embaixo)

 

Up down and down (yeah)

(Cima baixo e baixo (yeah))

 

Up down and down

(Cima baixo e baixo)

 

Let me up and down

(Me deixe em cima e embaixo)

 

Taekwoon parecia que iria cair ao final do giro, mas graciosamente Wonsik o segurou, ficando com os rostos a centímetros um do outro. Com cuidado o mais novo o ergueu, ficando de frente para ele ainda ofegante pela dança. Se beijaram sem precisar dizer nada, apenas aproveitando a música.

 

Te wo totte rizumu notte

(Seguro suas mãos e entro no ritmo)

 

Nagare no mama karada azukete

(Dê seu corpo para o fluxo)

 

Te wo totte rizumu notte

(Seguro suas mãos e entro no ritmo)

 

Nagare no mama karada azukete

(Dê seu corpo para o fluxo)

 

Futari de utsukushiku odorou

(Vamos dançar belamente, nós dois)

 

Suteppu wo awasu eien ni

(Igualar nossos passos eternamente)

 

Darenimo miru koto dekinai

(Dançar uma dança)

 

Dansu odorou

(Que ninguém pode ver)

 

-Eu amo você Taek.

-Eu amo você Sik.

Dançaram até que a música acabasse, terminando um sobre o outro no sofá novamente. Aos risos e ofegantes pelo esforço, estavam matando a saudade que tanto os afligia e estressava, aquele momento era tudo que importava para eles. O tempo tenderia a passar sem mais surpresas.

 

 

 

Namjoon voltou para casa com o coração apertado, podia lembrar-se perfeitamente da cena que passou enquanto carregou Seokjin ensanguentado para o hospital. Apesar de toda aquela agonia, ele estava ali ao seu lado, em segurança. Ao menos era isso que esperava.

Riu baixo lembrando-se do que os filhos haviam aprontado em sua ausência, ao entrar em casa com o marido nos braços a casa estava escura e silenciosa, os amigos deviam ter ido embora tarde visto que haviam embalagens de salgadinhos no chão junto aos controles do videogame. Namjoon com certeza iria lembrar-se daquilo, mas naquele instante iria apenas cuidar de por Seokjin na cama.

Passou nos quartos de Jungkook e Hoseok, ambos dormiam sem fazer barulho algum. Namjoon gostava de aproveitar o silêncio daquela forma e, depois de conferir novamente que Seokjin dormia tranquilo, voltou para a sala ligando a TV. Sabia que não conseguiria dormir aquela noite.

Conversar com seu marido sobre a época do colégio o fez bem, e agora, acordado assistindo o jornal da madrugada quase que sem volume, refletia sobre os dias que passara com Jin quando estavam na escola. Ah, como sentia saudade daqueles momentos.

 

 

-Você é um idiota Namjoon! Me devolve isso agora!

-Mas foi só uma brincadeira Hyung! Que nervoso todo é esse?!

-Isso não é só uma caderneta, é importante!

-Hm, então eu poderia ler alguma coisa não...

O que veio em seguida Namjoon não soube dizer, apenas se viu jogado no chão e um Seokjin muito bravo segurando o pequeno caderno contra o peito.

-Isso não tem graça!

-Você irritado fica mais bonito Hyung. –Seokjin ficou corado e toda a raiva desapareceu dando lugar a vergonha, no instante que Namjoon se levantou e viu seu cabelo cheio de poeira do chão Seokjin desembestou a rir.

-Você rindo fica mais ainda.

 

 

Sorriu feliz com aquela lembrança enquanto mudava de canal colocando em um filme, descobrira muito tempo depois que a tal caderneta era usada como diário, onde Jin mencionava sua admiração por Namjoon diversas vezes.

 

 

-Eu sinto que você quer me dizer alguma coisa Hyung.

-N-Não, eu não tenho nada pra dizer Nam.

-Então por que me chamou aqui a essa hora quando devíamos estar em aula? Fala vai, eu não vou rir.

Seokjin estava tenso, no fundo sabia que teria apenas aquela chance de dizer.

-Sei que parece loucura, e que nos conhecemos a apenas um semestres, mas... Namjoon, eu acho que estou apaixonado por você.

 

 

Ele diria que aquele momento foi o seu favorito, apenas anos depois iria revelar ao amado que sabia daquilo o tempo todo, estava apenas esperando que ele tivesse confiança o suficiente para lhe contar. De repente seu sorriso sumiu, quando uma lembrança não tão feliz o atingiu.

 

 

-Namjoon, nós não poderemos nos ver nunca mais.

-O que?! Mas Jinnie, por quê? Eu te fiz algo de mal?

-N-Não é você, sou eu... Meus pais... Me perdoe, mas não venha mais falar comigo. Fique longe de mim.

Seokjin saiu da sua presença as pressas, chorando dolorosamente, mas ao se virar Namjoon não deixou de notar marcas em seus antebraços. Típicas de quem quer se defender de alguém ou alguma coisa.

-Não pode ser...

 

 

Seokjin havia levado uma surra um dia antes de dizer aquilo, Namjoon nunca se sentiu tão mal na vida até vê-lo daquela forma. De fato era um dos poucos sortudos que tinha o apoio da família quando diz-se respeito à sua sexualidade.

E esse apoio, justamente, salvou a vida de Seokjin.

 

 

-Mãe, me espera aqui, não desliga o carro ainda. –Ela concordou e Namjoon entrou correndo na casa de seu amor, por um golpe de sorte não havia ninguém àquele horário.

-JINNIE! CADÊ VOCÊ?! FALA COMIGO JIN!

-ESTOU NO QUARTO! –Imediatamente Namjoon seguiu sua voz parando diante do quarto, tentando abrir a porta sem sucesso. –Estou trancado, a chave deve estar em algum lugar no quarto dos meus pais.

Namjoon não se daria o trabalho de procurar a chave, tampouco o risco de ser pego, então jogou o corpo contra a porta com toda sua força, fazendo a fechadura ceder na quarta tentativa.

-M-Minha mala está... Ali no canto. –Jin estava fraco pelo tempo que ficara sem comer, as marcas em seu corpo das surras mais recentes doíam e ardiam como brasa. Namjoon chorou e o pegou no colo com todo o cuidado do mundo, com uma das mãos apenas segurando sua mala. A dor em seu braço depois de arrombar a porta era tamanha que quase não conseguiu erguer a mala. –Joonie, para, não precisa...

-Fica quieto, eu vou tirar você daqui, ele nunca mais vai te fazer mal.

 

 

Depois de alguns instantes Namjoon se dera conta das lágrimas, nunca que sentiu tanto medo na vida quanto em ter que esperar que o pai de Jin terminasse a surra para que fosse buscá-lo e fugisse. Porém, a maior surpresa daquele dia foi o aparecimento da mãe do rapaz.

 

 

 

Namjoon estava guardando a mala do amado no carro bem ao lado dele e pronto para fechar a porta quando a voz de Jin fez-se presente em tom alto e claro.

-Mãe?! –Ela estava parada com uma sacola de compras na mão, observando atônita aquela cena e, de primeira, já entendo o que estava havendo. A mãe de Namjoon observava ainda de dentro do carro. A única coisa que se seguiu fora Jin se inclinando para o lado de fora para abraçá-la.

-Eu amo você mãe, não deixa ele fazer mal a você. –Seokjin relutou muito aquele plano por temer deixar sua mãe sozinha com aquele monstro que chamava de pai.

-Eu ficarei bem meu amor, e quanto a você... Cuida bem do meu menino. –Ela esbravejou direcionando-se a Namjoon, que estava em pé ao lado dela.

-Sim, cuidarei, eu prometo. –Ele sorriu e entrou no carro, sabendo que o pai do garoto podia chegar a qualquer momento. Partiram, Jin observou pelo vidro traseiro sua mãe ficando para trás, a única pessoa que sempre tentava protegê-lo e apoiá-lo.

-Eu... Eu vou vê-la de novo?

-Vai sim meu Jinnie, mas agora vai morar comigo, vai ficar a salvo. Quando tudo se acalmar você vai ver sua mãe de novo.

 

 

Passaram-se quase vinte anos desde aquele dia, Namjoon lamentou. Seokjin nunca mais vira sua mãe desde então. Foi neste mesmo instante que tivera uma ideia, alguma coisa que podia animar seu amado de tal forma que até esqueceriam dos eventos dos últimos dias.

 

 

O que Namjoon ainda não sabia, era que em breve a verdade viria a tona, e nada nem ninguém poderia lhe trazer paz novamente.


Notas Finais


SAÍ CORRENDO PQ MEREÇO APANHAR DEZ VZS MDS


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