Bruna Narrando:
Depois do sorvete, resolvi finalmente ir pra casa. A final teria que estudar bastante para algumas provas da universidade e fazer uns trabalhos que eles me entregaram para fazer em casa já que eles sabiam que eu tinha sérios problemas para resolver, como meu avô e Liv.
Liv tem leucemia, eu descobri assim que ela completou seus 3 anos de idade, foi muito difícil pra mim entender que ela teria que enfrentar isso sendo tão nova, ela me perguntava todas as noites..
" Mama, por que está chorando? Não gosto de te ver assim "
E então eu limpava as lágrimas rapidamente e a olhava com um grande sorriso dizendo que está tudo bem, que não havia nada para se preocupar.
Pior foi quando ela teve que cortar o cabelo, ela chorava me perguntando qual o motivo e é claro que eu não sabia o que dizer, doía em mim saber que ela iria sofrer de qualquer forma.
E o meu avô ele sempre passa mal de vez em outra, ele pode até ter seus músculos, ser forte mas ainda passa mal, eu já insisti pra que fossemos ao hospital mas ele se recusa, o que me deixa mais preocupada.
Bruna: Vovô?
Chamei abrindo a porta.
Liv insistiu para descer do meu colo e correu toda elétrica em direção a varanda no qual havia a piscina de piso, o que me deixou um pouco preocupada já que ela não para quieta, poderia cair lá.
Bruna: Filha, filha espera!
Larguei sua mochila no sofá.
Assim que cheguei ao gramado, pude ver que meu avô estava na rede a pondo em sua barriga.
Jeck: Haha, como está minha princesinha?
Ele pergunta tirando a toca de Olivia com cuidado, ela passou a mão pela cabeça sorrindo pra ele e disse.
Olivia: Estou bem vovô.
Percebi um pequeno silêncio ali, meu avô acariciou o rosto de Liv e disse.
Jeck: Não minta pra mim, você sabe que eu não gosto de te ver triste, assim como você não gosta de ver ninguém chorar.
Apertou as bochechas de Liv e a mesma riu as tirando e dizendo.
Olivia: Mas vovô, eu estou bem.
Sorriu mais uma vez brincando com os cabelos brancos do meu avô.
Jeck: O que te eles disseram dessa vez?
Ouvi sua voz um pouco embargada, Olivia suspirou um pouco cansada e disse.
Olivia: Que o meu papai foi embora porque não gostava de mim, me acha feia e não tem paciência pra pessoas como eu.
Mas eu não me importo.
E sorriu mas uma vez se deitando enquanto colocava sua touca branca de volta.
Limpei uma lágrima minha que havia deixado cair e resolvi me distrair terminando de preparar o bolo que havia em cima da mesa inacabado.
Para uma criança de três anos é difícil entender que não tem um pai ao seu lado, eu já tentei explicar tantas vezes o motivo do Arthur não estar aqui, mesmo que eu nunca tenha dito o nome dele para ela e muito menos a verdade, mas a qualquer custo ela tentava entender que ele tinha que ir mesmo a amando.
[...]
Eram exatamente 20:30 da noite.
Liv está dormindo no sofá da sala e meu avô ainda descansando na rede enquanto eu terminava de fazer a janta. Deixei algumas coisas lá e fui até o meu avô..
Bruna: Vai ficar aí?
Pergunto me sentando no balanço que havia de frente para a rede.
Jeck: O que você acha que ela deve pensar.. quanto a vida dela?
Meu avô pergunta me olhando e percebo que ele se refere a Olivia.
Bruna: Eu não sei, ela nunca diz nada mas eu sei que ela não tá bem. Acho que ela só precisa por na cabecinha dela que ela é linda, não importa o que aquelas crianças dizem.
Meu avô sorriu e disse.
Jeck: Realmente, ela tem os olhinhos claros e puxados que nem os seus, aquelas sardinhas do seu irmão, uma boca vermelho exagerado e umas bochechas gigantescas.
Meu avô riu e ri junto me lembrando de como ele ama as bochechas de Liv.
Ouvi uma batida na porta e me levantei pedindo para que meu avô entrasse.
Ao abrir a porta, vi uma maluca com um sorriso enorme no rosto.
Bruna: Samantha?
Sorri ao vê-lá na minha frente e recebi um forte abraço enquanto ela dizia.
Samantha: Bruna que saudades!
Me olhou e ela entrou enquanto eu fechava a porta.
Ri baixo por conta de Olivia que ainda dormia e disse.
Bruna: Desde quando você sente saudades? Sumiu, nem me mandou notícias.
Me sentei no sofá enquanto a olhava.
Liv estava dormindo entre nós.
Samantha: Desde quando seu avô te roubou de mim.
Ela fez um bico acariciando a cabeça de Liv e meu avô que estava na cozinha disse.
Jeck: Eu ouvi isso!
Resmungou; Sam continuou:
Samantha: Era o que eu queria. Em fim, vim te convidar pra ir na balada comigo, topa?
Ela sorriu ao continuar acariciar Liv e balancei a cabeça para os lados rapidamente dizendo.
Bruna: Eu acho melhor não, eu não sei se a Liv vai ficar bem sem mim e o meu avô continua passando mal, esse teimoso insisti em não ir no hospital.
Eu falei com a cabeça em direção a cozinha e me virei para Sam de novo.
Jeck: Ouvi isso também!
Revirei os olhos, Sam segurou em minhas mãos e insistiu dizendo:
Samantha: Por favor, se acontecer alguma coisa com ela o seu avô tá aqui e ele vai te ligar, com toda certeza.
Franzi a testa levemente e ontinuei a dizer:
Bruna: Não, você sabe que eu odeio ir pra esses lugares! Por que não chama seus amigos?
Perguntei dando um sorriso.
Samantha: Por que eu quero ir com você!
Bateu os pés com raiva, estava mas parecendo uma criança.
Jeck: Deixe de ser chata Bruna, vá se divertir. Eu estou bem e como você pode ver, a Liv também, amanhã é domingo e você pode muito bem estudar depois.
Ele dizia e o ouvi se aproximar de nós.
Eu deveria mesmo ir?..
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