1. Spirit Fanfics >
  2. Forgotten >
  3. Tarefas

História Forgotten - Tarefas


Escrita por: robys_el

Notas do Autor


Oi oi! Como estão? Esqueci de avisar que eu iria tirar umas férias! Eu precisava espairecer um pouco, mas agora voltei pra valer! Espero que gostem. Não vai demorar tanto pra sair os próximos capítulos.

Capítulo 3 - Tarefas


Fanfic / Fanfiction Forgotten - Tarefas

Eleven acordou com uma dor gigante de cabeça. Parecia que tinha um tambor de Carnaval lá dentro e um músico que nunca parava de tocar.

 

Ela se sentou na cama e se espreguiçou, tentando lembrar o que havia acontecido. Não sabia como tinha chegado em casa. De fato, demorou um pouco para que ela percebesse onde estava e que havia ido a uma festa na noite anterior.

 

Na hora, El arregalou seus olhos e lembrou-se dele. Mike. Ela o tinha visto novamente. Ele não havia mudado nada. Quer dizer, sua voz estava mais grossa, estava bem mais alto, mas a gentileza era a mesma, assim como o carinho por ela. Eleven se arrepiou ao pensar nele. Não lembrava muito bem o que haviam feito, mas lembrava de ter subido com ele para um quarto. Ai meu Deus! Será que havia perdido a virgindade? Quer dizer, Mike era especial e tudo mais, porém ela não queria que fosse daquele jeito. Queria pelo menos lembrar da sua primeira vez.

 

El passou sua mão pelo seu rosto frustrada. Não sabia se veria Mike novamente, apesar de querer muito. E não sabia se o visse, se teria coragem de perguntar uma coisa dessas para ele. Até porque ela sempre fora bem tímida. Não sabia se conseguiria olhar nos olhos dele, já que provavelmente eles haviam percorrido o caminho todo.

 

Após bufar brava consigo mesma por ter bebido e por isso ter perdido as memórias da pessoa e do momento mais importantes de sua vida, ela percebeu um papel em cima de seu criado-mudo. Franziu a testa confusa e agarrou a folha, percebendo que era um bilhete de Hopper. Ela respirou fundo para criar coragem e ler.

 

El, você está muito encrencada, criança. Segue uma lista abaixo das tarefas que você vai ter que fazer depois que voltar da escola como punição por ter mentido e bebido. Quando eu chegar, eu quero que tudo esteja pronto, senão a punição será pior.

 

Com amor, papai.

 

- Lavar a louça do café da manhã;

 

- Lavar as roupas que estão no cesto;

 

- Pendurar as roupas limpas no varal;

 

- Tirar as folhas das árvores do chão;

 

- Passar um paninho no chão da casa.

 

Eleven praticamente revirou os olhos. Ela voltou a se deitar na cama, recusando-se a começar seu dia. Além de não estar se sentindo nada bem, ela ainda tinha que ir para escola e fazer todas aquelas tarefas. Normalmente, já tinha alguns deveres em casa, mas sem prazo. Só tinha que terminar até o final da semana. A não ser pela louça que ela e Hopper dividiam.

 

Depois de muito lutar, levantou-se, arrumou-se, tomou seu café e foi para a escola. Ela ia todo dia de bicicleta já que não era muito longe. Hopper chegava às 19 horas com o jantar.

 

— Eleanor! – Max gritou do corredor quando viu a amiga entrar na escola. Ela já estava esperando El havia tempos em frente ao seu armário – Onde você estava? Eu fiquei muito preocupada! Você nunca chega atrasada.

 

— Só estava com dor de cabeça... – El disse indiferente enquanto pegava seus livros.

 

— Meu Deus, o que você fez ontem a noite? – Ela tentou lembrar da última vez que viu a amiga na noite anterior – Você estava com seu ex? O Mick!

 

Mike! – Droga! Ela não queria falar sobre ele com Max, porque era tudo muito complicado e a ruiva não sabia quem ela era de verdade. Sua origem e os eventos de seis anos atrás eram assuntos sigilosos. Mas Mike era importante e ela sempre fora muito defensiva em relação a ele – Era só um amigo de infância, só isso. E eu cansei da festa e pedi pro meu pai me buscar!

 

— Teu pai? Ele nem sabia que você tinha ido a uma festa!

 

— Eu sei! Mas eu contei pra ele. Melhor que ficar lá. – El fechou seu armário. Ela queria mostrar uma posição indiferente para Max, para que a amiga percebesse que não havia nada demais, mesmo que houvesse e muito. Ela só não sentia que aquilo era o tipo de coisa que poderia dizer para a ruiva.

 

Depois de muito lutar para sobreviver as seis aulas daquele dia, El voltou para casa preparada para fazer suas tarefas. A dor de cabeça tinha passado, mas o cansaço era evidente. Almoçou a canja que Hopper havia deixado para ela - a única coisa que ele sabia cozinhar - e resolveu partir para o trabalho.

 

Ela começou pelas tarefas de dentro. Lavou as louças e passou um pano na casa. Aquilo tomou uma grande parte de seu dia. Depois lavou as roupas, xingando muito, principalmente quando tinha que lavar uma meia ou cueca de Hopper.

 

Ficou cansada e com frio. Usava somente um shorts pequeno e uma regata bem larga para facilitar durante a limpeza, mas mexer com aquela água fria em pleno outono, deixou-a levemente com frio. As vezes batia um vento ou outro.

 

Ela iria explicar para Hopper depois que não estava com cabeça para fazer um bom plano de limpeza e acabou deixando as roupas para o final da tarde. O que significava que não fazia sentido coloca-las no varal, uma vez que o sol já estava se pondo. Mas que no próximo dia acordaria bem cedo para terminar suas tarefas.

 

Agarrou então uma vassoura metálica e começou limpando a frente da sua casa que ainda era iluminada um pouco pelo sol, tentando se esquentar.

 

Eleven estava se sentindo horrível usando aquelas roupas velhas, descalça, o cabelo precisando lavar e grandes olheiras embaixo de seus olhos. Graças a Deus que ninguém a veria naquelas circunstâncias. E só porque ela achava isso, um carro parou bem em frente à sua casa.

 

Eleven bufou irritada. Não estava a fim de falar com ninguém. Seu dia já havia sido extremamente desagradável.

 

Mas quem seria? Nunca vira aquele carro em sua vida antes. Não poderiam ser os amigos de Hopper, muito menos o pessoal do laboratório.

 

Mike passara o dia inteiro se debatendo, pensando em visitar Eleanor. Ele não conseguia parar de pensar nela. Aqueles olhos gigantes e pidões, o jeito como ela ria e sua boca pequena que ele com certeza nunca esqueceria. Como esquecer os beijos daquela garota? El estava bêbada, mas ele gostara mesmo assim. Não via a hora de beijá-la novamente, porém sóbria.

 

O garoto nem conseguira prestar atenção na aula, pensando em alguma desculpa para visitá-la. Quase bateu em si mesmo quando chegou em casa e viu a camiseta que ela havia emprestado para ele. O resto do dia se resumiu em arrumar coragem.

 

E lá estava ele, estacionado na frente da casa dela, ensaiando o que ele falaria.

 

— Oi, El. Eu vim devolver a sua blusa. – Ele bufou – Oi, El tudo bem? Eu vim aqui devolver a blusa que você me emprestou...

 

Mike quase pulou no banco quando alguém bateu na sua janela. Era Eleanor. Ele só podia rezar para que ela não tivesse visto ele falando sozinho. Mike abaixou a janela.

 

— Ah, o-oi El!

 

— Está me seguindo? – ela brincou, tentando disfarçar seu nervosismo.

 

— N-não. – Seu coração quase pulou do seu peito. Depois de tanta preparação, ele ainda não estava preparado – Eu vim ver se você está bem. É-é que eu me sinto responsável, já que te trouxe aqui.

 

"Então, foi assim que voltei pra casa", Eleven pensou.

 

— Você andou 27 quilômetros pra saber se eu estou bem? – Ela sorriu, mas os dois coraram.

 

— É-é. – "Deixa a blusa pra lá", ele pensou. Respirou fundo – Olha, eu estou ficando com fome. Quer sair comigo pra jantar?

 

O sorriso de Eleven sumiu na hora, e o coração de Mike começou a se preparar para a rejeição.

 

— E-eu não posso... – Ela desviou seu olhar para o chão.

 

— Ah... namorado, então? – Como ele podia pensar que tinha alguma chance com ela? Claramente uma menina bonita como ela já teria um namorado.

 

— Não! – Por alguma razão Eleven não queria que Mike pensasse que ela era comprometida – Não é isso... Tarefas. Punição por ontem à noite.

 

Mike relaxou instantaneamente e teve dificuldades para esconder o seu alívio. No canto da boca de El apareceu um leve sorriso ao perceber o quanto ele estava interessado nela.

 

— Se você terminar as tarefas, pode sair depois? – Hopper não tinha falado que ela não poderia. Eleven assentiu – Eu te ajudo então e depois vamos comer! – Mike saiu do carro mais determinado que nunca. Não poderia perder essa chance com El. Ele não estava acostumado a lidar com as meninas e ela fora a única a mostrar algum interesse nele. Como não aproveitar?

 

— Não! – Ela colocou a mão no peito do garoto antes que ele fechasse a porta, tentando impedi-lo de continuar com seu plano – Mike, não posso te deixar fazer isso! Não posso te fazer trabalhar!

 

— Tudo bem, El. – Ele fechou a porta e trancou para deixar claro sua decisão – Eu insisto. – Ele hesitou um pouco – Quero muito te levar pra comer.

 

Eleven sorriu. Ninguém havia sido tão legal com ela. Somente Mike alguns anos atrás e ele continuava do mesmo jeito. Como negar? Afinal, ela queria muito sair com ele. Então, se lembrou que estava um bagaço. Deu um tapa na sua testa mentalmente e anotou em sua cabeça estar sempre arrumada caso algum boy apareça na sua casa de repente. Bom, Mike não deveria se importar já que queria sair mesmo assim.

 

Os dois limparam em volta da casa inteira e mais um pouco. Em meia hora acabaram e o sol já havia se posto. Hopper ficaria feliz.

 

— Você se importa se eu me arrumar? – El disse enquanto eles guardavam as vassouras – Quer dizer... – Ela apontou para si mesma mostrando a desgraça que era.

 

— Eu acho que esse modelito tá bom! – Mike brincou, mas não se importaria nem um pouco se ela continuasse daquele jeito.

 

— Prometo não demorar! – Ela o puxou para dentro da casa.

 

Deixou Mike na sala esperando. Ele encostou-se no sofá cansado. Recolher aquelas folhas não fora fácil. E ainda tentara fazer o mais rápido possível para acabarem logo e saírem.

 

Eleven entrou correndo no banheiro. Ia lavar somente seu rosto, mas quando se olhou no espelho e parou para sentir seu cheiro de quem havia trabalhado a tarde inteira, resolveu tomar um banho rápido. Apesar de precisar, ela não lavou o cabelo. Prenderia num rabo de cavalo. Aquilo teria que funcionar naquele momento.

 

Queria estar bonita para Mike. Queria que ele gostasse dela. Que ele nunca fosse embora. Ela sabia que era meio perigoso e que Hopper não ficaria muito feliz, mas Mike era tudo para ela. Não houve um dia que ela não pensara nele. Agora finalmente tinha a chance de ser feliz.

 

Quando Mike ouviu o barulho do chuveiro, apesar de estar cansado, ele deixou a curiosidade tomar conta. Queria muito descobrir mais sobre Eleanor. Ela era meio misteriosa. Nunca a vira em sua vida antes, mas já estava completamente a sua mercê. Como que ela fazia isso?

 

"Mulheres demoram no banho", era seu pensamento. Então, ele entrou no quarto dela.

 

As paredes eram rosa claras. Havia uma cama de solteiro encostada no canto em frente a janela. Ao seu lado um criado-mudo e uma cômoda. Do outro lado uma escrivaninha. Ela tinha algumas bonecas e pelúcias. Na cômoda havia fotos dela com uma ruiva, com Hopper e sozinha, mas em todas já era mais velha. Por que será que não havia fotos mais nova? Ela poderia muito bem não colocar, mas era algo incomum.

 

Mike pegou um papel no chão e leu o bilhete que Hopper havia deixado para ela. Sorriu com aquilo. Eles pareciam se dar bem. Mas era engraçado ele se apaixonar pela filha de Hopper. Nunca imaginaria aquilo e... Peraí, que? Se apaixonar? Já estava falando em amor? Quem era aquela garota???

 

Mike deu outro pulo quando Eleanor gritou da porta do quarto. Ele deixou o bilhete cair.

 

Ela estava de toalha e não esperava encontrá-lo ali. Era o dia que ela queria matá-lo do coração, não é? Caramba!

 

— Droga! – Ele fechou os olhos, apesar de realmente não ter vontade – Me desculpa, El.

 

— O que faz aqui, Mike? – Se ela tivesse planejado o banho, teria levado suas roupas para o banheiro, mas não foi assim que acontecera.

 

— Desculpa. – Ele não sabia como não se fazer aparecer esquisito ou intrometido – A sala ficou entediante. Me desculpa!

 

Agora ele estava com as mãos em seu rosto para se certificar de que não iria render-se a maravilhosa vista de Eleanor somente de toalha.

 

Ela não se preocupou, porque Mike parecia estar se sentindo realmente culpado por ter feito aquilo.

 

— Tudo bem. Só me dá licença pra eu me trocar.

 

— Ah, claro! – Ele tentou sair desajeitadamente do quarto, já que não conseguia enxergar.

 

Eleven fechou a porta e respirou fundo. Será que ele a achara criança demais por estar cheia de bichinhos de pelúcia? Ela era uma menina fofa, fazer o que?

 

— Ai... – El suspirou frustrada, mas então lembrou-se que tinha que se arrumar rapidamente para sair.

 

Ela colocou uma calça de cós alto e uma camiseta branca por dentro. Queria estar arrumado, mas nem tanto. E na moda ao mesmo tempo. O problema era que ela nunca ligara para nada disso. Prendeu seu cabelo em um rabo de cavalo alto e passou base embaixo dos seus olhos para ficar mais apresentável. Finalizou com um batom rosa e simples.

 

Mike estava quietinho no sofá, sem se mexer, com medo de que fizesse outra besteira. Quando ela chegou ele mal conseguia a olhar em seus olhos. Não queria que ela pensasse que ele estava xeretando seu quarto. Ele só queria dar uma olhada, mas praticamente não mexera em nada.

 

— Pronto?

 

Mike assentiu com a cabeça e guiou El até seu carro. Como ele não conhecia Madison muito bem, deixou que ela escolhesse o lugar e para sua sorte, ela escolhera comer hambúrguer, algo muito dentro de seu orçamento.

 

— Então Eleanor... – ele disse depois que os dois se sentaram no sofá e fizeram seus pedidos.

 

— Me chame de Eleven, por favor – ela disse simplesmente, fazendo-o franzir a testa.

 

Por que? – Mike estava completamente confuso. Ela tinha falado seis palavras, mas fora o suficiente para fazê-lo estranhar. Por que de repente aquilo? Tinha algo muito esquisito sobre aquela palavra.

 

— Eleven? É esse seu nome? – Ele perguntou achando esquisito. Quem raios se chamava Eleven e tinha uma tatuagem sendo apenas uma criança? Os lábios eram perceptíveis, mas ele ainda não conseguia focar o rosto da garota. Quem ela seria? – Tudo bem. Meu nome é Michael, apelido de Mike. Talvez a gente possa te chamar de El! Apelido de Eleven!

 

— É um apelido de infância – ela tentou se explicar – Se for me chamar pelo meu nome inteiro, eu prefiro que fale assim. – Eleven simplesmente não conseguia se acostumar com Mike chamando-a pelo seu outro nome. Simplesmente não dava.

 

— Sabe Eleven – Mike queria tentar conhecê-la direito –, acho que devemos recomeçar. Meu nome é Michael Wheeler, mas pode me chamar de Mike. – Ele estendeu a mão para ela que pegou de bom grado.

 

— Sou Eleven Hopper, mas me chame de El.

 

Os dois ficaram naquela posição por alguns instantes, sorrindo um para o outro. A conexão, a química que tinham era forte. Quem passasse por eles, não poderia negar e eles mesmos não queriam.

 

— Eleven – Ele queria agradá-la, mas isso saiu sem querer –, você é linda!

 

El recolheu sua mão e mirou o chão envergonhada.

 

— Mike...

 

Ele corou um pouco também. Nunca tinha sido tão direto com uma garota antes. Achou engraçado. Na noite anterior ela havia estado tão solta, extrovertida. Agora estava tão tímida. Era engraçado a mudança. E ele gostava dela dos dois jeitos, apesar de não conhecer muito bem a El sóbria.

 

— Desculpa... – Ele não soube o que dizer. Não queria estragar tudo.

 

— Tudo bem – ela o interrompeu – Você também é. Gosto das suas sardas! – El apontou para o rosto de Mike. Havia sentido falta delas. Fora a primeira coisa que chamou sua atenção naquele garoto.

 

Mike ficou nervoso. Não gostava muito daquele assunto. Sentia-se todo pintado, sujo. Mas aprendera a conviver com elas, porque não havia muito que ele poderia fazer.

 

— Sério? Eu não gosto muito delas – ele disse meio constrangido. Evitava ao máximo aquele assunto.

 

— Eu gosto. Parece o céu estrelado.

 

Mike sorriu pelo canto da boca. Como ela conseguia fazer ele se sentir bem daquele jeito? Quer dizer, havia tocado num assunto que ele odiava, mesmo assim ele estava sorrindo. Mike nunca poderia deixar ela escapar. Jamais.

 

 

Eleven não conseguia acreditar que durante o encontro inteiro havia ficado tão tranquila. Sentira um pouco de nervosismo ao perceber que era Mike dentro daquele carro, mas por alguma razão, ao redor dele ela conseguia ser ela mesma.

 

Seu primeiro encontro havia dado muito certo pelo jeito. Ela nunca havia saído com ninguém antes, porque nunca fora convidada. O apelido de esquisitona não a havia esquecido quando os meninos esqueceram dela. Ela era a menina que não falava muito, que se sentava no canto da sala, não parava de estudar e só tirava nota alta. Ela era a nerd esquisitona, mas ninguém havia lhe interessado mesmo.

 

— Então... – Mike disse parando na frente da porta dela.

 

— Obrigada por tudo, Mike. Eu me diverti bastante hoje.

 

— Eu também. - Ele tinha que criar coragem. Não queria que ela achasse que ele tinha más intenções – Olha, meus pais vão viajar no sábado e eu vou ficar sozinho. Se você quiser assistir um filme comigo... – Mike realmente não tinha segundas intenções. Só queria passar mais tempo com ela. Mesmo que aquele jantar já havia dado a ele muitas oportunidades de descobrir mais sobre ela. Mike já sabia que a cor preferida dela era roxo, que tinha medo do escuro e que adorava dormir de barriga para baixo.

 

— Eu vou – El respondeu sem hesitar. Não importava o que ele pretendia. Mike era nobre e gentil. Não tentaria se aproveitar dela e ela queria sair com ele novamente.

 

— L-legal. – Ele não esperava que ela aceitasse tão facilmente – Então, sábado as duas da tarde na minha casa? – Ela assentiu com a cabeça – Eu te busco? – ele afirmou, mesmo que tenha soado mais como uma pergunta.

 

— Não, tudo bem. Eu vou até lá. – Eleven começou a ficar inquieta ao ver o carro do seu pai. Não queria que ele soubesse sobre Mike. Ela sabia que ele não ficaria muito feliz e eles haviam tido somente um encontro. Não era a hora ainda deles se falarem.

 

— Quer meu endereço?

 

— Eu te ligo pra pegar. Agora estou sem papel e meu pai chegou, por isso é melhor...

 

— Tudo bem. – Mike não estava a fim de lidar com Hopper tão cedo. Na noite anterior o delegado havia ficado esquisito. Não gostara muito de vê-lo – Mas você não sabe meu telefone!

 

— Eu te acho na lista telefônica. –  A verdade é que ela tinha certeza de que Hopper tinha o número dos Wheeler e sobre o endereço, ela se lembrava exatamente de onde era a casa de Mike e tinha certeza de que não haviam se mudado. Não havia motivos para isso. Estavam bem instalados lá.

 

Mike por um instante pensou que ela o estava tentando enrolar, mas seu sorriso, assegurou que não.

 

— Ah, tudo bem.

 

Os dois se olharam e de repente Eleven ficou nervosa. Não se lembrava que ela e Mike já haviam se beijado na festa, por isso aquele seria seu primeiro beijo e ela não sabia se tinha coragem. Ficou com medo e lembrou-se de Max que sempre dizia para dar pouco, para que cada vez eles quisessem mais. Então, El ficou nas pontas dos pés para alcançar a bochecha de Mike e lhe dar um beijo ali.

 

— Boa noite, Mike. – Uma frase que ela não dizia há algum tempo, mas que não lhe agradava muito. Não queria se afastar dele.

 

Ela fechou a porta e deixou Mike intrigado. Era tão sortudo por ter esbarrado com aquela garota na festa. Mal podia esperar para sábado. Queria conhecer um pouco mais sobre o passado dela. Talvez algo mostrasse o porquê de ele estar tão encantado.

 

Eleven se preparou para ouvir Hopper. Ela havia saído e por isso estava com medo dele. Também não sabia como iria pedir para ir à casa de Mike quando os pais dele não estivessem lá.

 

— Eleven? – ele disse da sala. Estava sentado no sofá, assistindo televisão e tomando uma lata de cerveja como sempre – Onde você estava?

 

Ela conseguia perceber que usava seu tom irritado. Respirou fundo quando o viu.

 

— Eu saí com o Mike. – Eles sempre foram sinceros um com o outro. Ela se sentia muito mal por ter mentido sobre a festa, mas Max havia insistido e ela não queria deixar a amiga sozinha. Não que a ruiva precisasse, mas ela preferia estar por perto – Mas não se preocupe. Eu terminei todas as minhas tarefas. Só não coloquei as roupas no varal, porque eu não pensei direito e fiz tudo na ordem errada! Mas prometo acordar cedo e pendurar tudo... – Ela cuspia as palavras. Queria deixar tudo bem claro antes que levasse bronca. Hopper levava as tarefas domésticas muito a sério, então ela queria deixar claro que havia merecido o direito de sair.

 

— Eleven! – ele, interrompendo-a – Você saiu com o Wheeler? – Hopper deixou sua cerveja de lado e se levantou.

 

— S-sim. – Como assim ele estava bravo por conta daquilo? E as tarefas?

 

— Você sabe que não pode falar com ele! É perigoso, Eleven! Você sabe como o pessoal do laboratório é.

 

— Eu sei pai, mas ele não se lembra! Não tem problema!

 

— Você não ouviu? – Hopper aumentou o tom e cruzou seus braços – Você não pode ver ele. Nunca mais vai!

 

— Mas Hopper... – Somente o fato dela chamá-lo pelo nome mostrava o quanto estava chateada.

 

— Sem mas! Me desculpa, El, mas é assim que deve ser. Pela segurança de todos!


Notas Finais


Stranger Liaisons sai logo. Beijos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...