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História Forms of Fear - Primeiro dia


Escrita por: Ella13

Notas do Autor


Vamos lá... Contem aos pais, aos tios, ao cachorro e ao papagaio que a fic tá começando!

Nas notas finais tem o link das roupas deles

Capítulo 2 - Primeiro dia


Senti uma claridade enorme atingir meu rosto. Fechei com força meus olhos e joguei meu edredom sobre o rosto, mas logo o senti sendo puxado para baixo.

- Não. – Falei manhosa, me virando de barriga para baixo.

- Vamos, Eloá! – Dayse disse puxando meus calcanhares. – Você não pode se atrasar para o seu primeiro dia.

- Dayse! – Falei manhosa me virando e olhando para ela. Ela usava seu uniforme azul e um largo sorriso no rosto

- Estava bom o sonho? – Ela se sentou na cama e começou a alisar meus cabelos dourados.

- Sonhei com o TJ. – Falei me sentando. – A gente estava em Chicago, naquele restaurante que o papai nos levava quando tinha alguma reunião importante.

- Sinto falta da comida de lá. – Dayse disse lambendo os lábios e eu bati o travesseiro nela.

A Dayse tinha 37 anos, mas eu não devo dizer isso a ninguém nunca. Seu cabelo era curto e escuro, rosto fino e olhos claros. Ela parecia uma empresaria, mas na verdade era apenas a minha babá desde os meus 10 meses.

- Acha que devo passar babyliss nas pontas? – Falei puxando meu cabelo.

A Dayse já estava em pé, dentro do meu guarda roupa para pegar meu uniforme. Um uniforme brega composto por uma blusa branca e uma calça preta larga, havia duas opções de blusas do uniforme para as meninas, mas isso não o deixava menos feio.

- Se vista. – Ela colocou calmamente o uniforme em cima da cama. – Enquanto você passa a maquiagem, eu arrumo seu cabelo.

Fiz como ela disse. Era ótimo ser acordada pela Dayse, e não pela Naomi como foi nessas férias de verão. A Naomi era uma moleca de 19 anos que trabalhava fazendo sei lá o que com meu pai. A odeio.

Desci na frente até a cozinha e deixei a Dayse arrumando minha cama. Eu só ia comer uma maçã ou algo do tipo, caso contrário iria me atrasar, e não quero que logo hoje o Connor me irrite com sua impaciência.

Entrei na cozinha e vi a Naomi olhando alguns papeisem cima da mesa, e com um copo de café na mão. Os papeis deviam ser a planta de expansão do clube do papai. Ele já era enorme, mas nunca grande demais para meu pai.

- Bom dia. – Falei sorrindo. Ela me olhou séria.

- Bom dia. – Ela respondeu com sua educação que nunca durava muito.

Peguei um pouco de café e fui para o lado dela.

- O que é isso? – Falei colocando meu dedo sobre o papel.

- Isso é...

Antes que ela explicasse fingi tropeçar e joguei o café sobre os papeis. Ela me olhou fumaçando.

- Seu pai, vai ficar sabendo disso. – Ela disse entre dentes.

- Você nem aqui devia estar. – Trinquei os dentes da mesma forma que ela. – Seu lugar é no escritório e não dentro da minha casa as 7:35 da manhã.

- Só espero que seu pai faça você secar isso com o fôlego. – Ela disse segurando meu braço.

- Aí! – Gritei. – Naomi você tá me machucando... Aí, Naomi.

Falava choramingando.

- Eloá. – Dayse disse entrando na cozinha. – Chega de show. Seu pai nem em casa esta.

- Que pena. – Puxei meu braço com força das mãos da Naomi. Ouvi o carro do Tyler buzinando, peguei minha maçã e fui até a porta.

- Eloá! – Dayse gritou antes que eu saísse. – Não tem nada a dizer para a Naomi?

- Tenho. – Entortei a boca. – Cuidado, flor. Da próxima posso tropeçar e derramar café na sua cara.

Ela tinha o olhar ardendo em fúria.

Dei uma mordida na maçã e desci as escadas que tinham em frente a minha casa. Também havia um jardim enorme com uma piscina na parte de trás da casa, que quase nunca era usada, e uma garagem com espaço para cinco carros, exagero, eu sei.

- Bora, Eloá! – Connor gritou do banco de trás do carro.

- Vai a pé. – Sorri vendo o Tyler.

Entrei no carro e dei um selinho no meu namorado.

- 8 meses. – Ele disse sorrindo.

- 8 meses. – Repeti olhando seus olhos escuros.

O colégio Liberdade, onde estudamos, abriu há cinco anos atrás e tem as sérias a partir do sexto ano e ensino médio. Fora ele também tem o Santa Clara, o Colégio Militar que são particulares. A Creche Crescer e ser, e a escola Raimon, eram públicas, então normalmente todo mundo estudava até a quarta série juntos, e depois alguns iam para a escola pública ou para as particulares.

Todo mundo já tinha estudado junto, praticamente, com exceção de mim. Eu morava em Chicago, há dois anos atrás meus pais vieram pra cá e eu continuei no internato que estudava desde os nove anos, e a mais ou menos um ano atrás vim para cá.

Eu nunca entendi como o cara mais legal e popular do colégio se interessou por mim, mas aconteceu.

- A gente devia pegar a Blair. – Falei pensativa.

- A Blair mora do outro lado da cidade. – Connor falou seco. – Acha mesmo que a gente iria sair do percurso da escola para ir pegar a Blair?

- Ela vem de ônibus todo dia, com aquela ralé. – Falei fazendo cara feia.

- Azar o dela. – Connor revirou os olhos. – Se ela quer estudar em uma boa escola tem que fazer sacrifícios.

Não entendo o Connor. Ele passou o dia da independência grudado na Blair, e por um momento eu pensei “Opa, é hoje! Eles vão voltar”, mas o Connor é idiota demais para a Blair aturar.

Quando eu cheguei em Westport, Blair foi a pessoa que ficou como minha “guia” ou algo do tipo, e ficamos amigas. Em parte por minha mãe ser prima da mãe dela. Enfim, ela e o Connor já não namoravam e já passavam por esses momentos de repeteco.

Westport podia ser dividida em três partes. A parte rica da cidade que ficava ao norte, junto com algumas casas caras e o Colégio Liberdade, a parte central, onde tinha todas as lojas, restaurantes, algumas casas e os demais colégios com exceção do Raimon. E ao sul a parte pobre, se é que é educado chamar assim, com a escola pública, várias casas, e lojinhas baratas e lanchonetes que podem causar uma dor de barriga de 15 dias.

Eu não sou preconceituosa, apenas sincera, e isso incomoda muito as pessoas.

Assim que chegamos à escola começou a chover. A parte de fora da escola era apenas murros cinzas enormes, a guarita e portões de ferro marrom, parecia algo abandonado, mas por dentro era lindo.

Havia um prédio longo no centro, porém um pouco para trás, que era onde ficavam as salas e laboratórios. No lado direito e esquerdo duas grandes torres, uma era com a parte administrativa do colégio, como direção, secretária, e a outra com o caixa escola, que tinha tudo, roupas, materiais escolares, enfermaria, nutricionista e psicóloga.

No centro mesmo era o jardim da escola, com algumas estátuas e um gramado lindo, tinha algumas mesinhas, mas era raro poder usar.

Para a direita ficava a quadra esportiva com a piscina, a quadra de areia, e o gramado, e a esquerda o estacionamento. Tudo na escola era grande demais, com exceção da moral do diretor Edgar. Um homem velho e chato, mas muito manipulável.

Tyler estacionou o carro e pegou sua mochila, eu sou o tipo de pessoa que não trás nada no primeiro dia de aula, nem a coragem. Joguei o resto da minha maçã no lixo. Descemos do carro e senti o vento frio bater em meus braços. Comecei a me alisar, o Connor me olhou de lado.

- Devia ter trago seu casaco. – Ele disse vestindo o seu.

- Toma, Ely. – Tyler disse parando ao meu lado com seu casaco na mão. O casaco era da cor de nossa calça com o símbolo da escola no peito.

Vesti e ele nunca ficava muito largo, afinal o Tyler era maior que eu, mas não era o tipo fortão.

Fomos debaixo da chuva até o auditório que ficava no térreo do prédio central. Ele era enorme, comportava bem os quase 200 alunos, sim, apenas 200 alunos. Os 25 professores, e o pessoal da administração, era uma equipe de 30 pessoas mais ou menos.

O Colégio era novo, e caro, a mensalidade era por volta de 700 reais, dependendo da sua série.

Entramos no auditório com os cabelos e roupas molhadas, O Tyler chacoalhou seu cabelo negro e sorriu para mim em seguida. Ficamos em pé no final, as cadeiras vazias ficavam muito na frente, e nenhum de nós queríamos ser repreendidos pela vice-diretora na frente da escola. Encostei-me ao Tyler e escutei toda aquela baboseira de sejam bem vindos, que saibam usar com consciência esse novo ano letivo. Era bobagem demais para mim.

- O Kevin tá chamando. – Connor falou apontado com a cabeça para onde ele estava. Era do lado direito do auditório, não muito distante de nós. Vi a Polly e a Blair juntas, o Kevin segurava a bolsa da Gwendoly no colo enquanto a mesma arrumava o cabelo, vi o Pietro com um rapaz loiro, quase ruivo, bonitinho, novato pelo visto.

- Vamos pra lá? – Perguntei. Pelo jeito as pessoas estavam separadas por turmas.

- É o jeito. – Tyler disse após bocejar e me guiou até lá. Ele se sentou ao lado do novato, e eu ao seu lado, por sorte o Connor foi para perto da Blair, no mínimo irrita-la.

Esse não era o único auditório, também tinha mais dois menores, que era para as aulas, esse era usava umas 5 vezes ao ano para reunião com os pais e saudação de começo e final de ano letivo.

- É? – Ouvi o Tyler falar. – Bacana, eu sou o capitão do time de basquete, não parece eu sei.

Ele sussurrava com o garoto novo. Apertei a mão dele, como um sinal para ele se lembrar de mim.

- Caleb. – Tyler disse me abraçando. – Essa é minha namorada, a Eloá.

- Oi. – Sorri educadamente.

- Oi. – Ele segurou minha mão carinhosamente, ele estava gelado.

- Era bom na escola pública? – Tyler perguntou e eu me surpreendi, não admito estudar com uma pessoa desse tipo. Puxei minha mão de perto dele.

- Era bem legal. – Ele disse. – O bom é as amizades na verdade.

- Senhor Connor. – A vice diretora Jade falou no microfone. – Quer nos dizer algo?

Essa mulher é o diabo em pessoa, como ela podia nos enxergar? Só podia ser o radar dela apitando. O Connor se levantou de onde estava, ele era muito cara de pau.

- Idiota. – Tyler sussurrou para Caleb que deu uma risadinha.

- Olá alunos. – Connor disse levantando a mão e abaixando em seguida. – Professores, meninas da limpeza, novatos... E Blair. – Ele olhou para a Blair que estava encolhida na cadeira com vergonha dessa papanguzada. – Votem no meu pai para prefeito, para Westport continuar crescendo. É só isso, e obrigada pelo momento Jade.

- Incrível. – Ela falou irritada com o comportamento dele, o senhor Connor ficaria sabendo disso antes do meio dia.

O diretor voltou a falar por mais uma hora, ao acabar respirei aliviada, e pude me levantar.

A Blair me abraçou forte.

- Nunca mais deixe o Connor perto de mim. – Ela disse séria.

- Não foi isso que você disse durante as férias. - Sussurrei para ela.

- Blair. – Tyler falou e ela se virou para olha-lo. – Esse é o Caleb.

- Oi. – Ela disse séria, ela nunca demonstrava muitas emoções.

- Ótimo. – Connor pós o braço sobre o pescoço dela. – Vamos para sala, sinto que esse ano será diferente.

- Tomará. – Tyler falou sorrindo.

O Caleb olhava para mim sorrindo. Não sei, mas sinto algo estranho no seu olhar. Não confio nele.

 


Notas Finais


Roupa da Dayse: http://www.polyvore.com/roupa_dayse/set?id=210763136
Roupa da Naomi: http://www.polyvore.com/roupa_da_naomi/set?id=210764257
Uniformes: http://www.polyvore.com/uniformes_col%C3%A9gio_liberdade/set?id=210764007

Espero que tenham gostado do primeiro capítulo!!!
Tem o grupo no whatsapp para quem quiser entrar. Basta me falar nos comentários ;)

Próximo capítulo será postado dia 08 de Novembro


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