Dezembro
A Naomi estava no escritório do papai organizando algumas papeladas. Eu olhava desconfiada para ela. Não iria brigar com ela, mas minha vontade era estraçalha-la.
- Não sabia que você estava namorando o Caleb. – Ela disse sorrindo sentada ao birro do meu pai.
- A gente não tá. – Falei entrando no escritório. – Digo, eu não sei. O nosso primeiro beijo foi na sexta, eu ainda to um pouco perdida sobre tudo.
- Entendo. – Ela sorriu.
- O ultimo cara com quem você se envolveu foi o pai do Titan? – Ao perguntar ela me olhou pasma.
- Foi. – Ela disse simples, não sorria mais como antes.
- Ele sabe do Titan? – Me sentei a frente dela. – Por que ele foi embora?
- Não me leve a mal. – Ela olhou para o teto rapidamente. – Não me sinto bem em falar nisso.
- Quantos meses o Titan tem? – Falei curiosa.
- Sete meses. – Ele sorriu
Fiz os cálculos, sete meses de vida mais nove meses de gestação. Ele foi feito mais ou menos em Agosto ou Setembro do ano passado. E eu vim para Westport exatamente em Setembro.
Talvez o papai tenha me trazido de volta para fazer eu e a Naomi sermos amiguinhas e assim poder abafar o fato dela estar sempre aqui, mas aí o TJ descobriu a traição deles, e por isso o papai se livrou dele após o Natal, bem no mês que a barriga da Naomi começaria a aparecer.
Porém não seria conveniente um filho para ele, ainda mais da outra. Só isso justifica o fato dele parecer tanto com o papai. Na verdade ele se parece com a Valentina.
Por isso ela vive num bairro tão bom, o papai a banca para ficar calada e seu filho não morrer de fome.
- ELOÁ! – Ouvi a Dayse gritar da cozinha.
- Depois conversamos mais. – Forcei um sorriso. Eu iria descobrir a verdade sobre essa vigarista.
- Claro amiga. – Ela falou igual a Julie. Mas vindo dela tive nojo.
Saí do escritório e fechei a porta.
- Oi Dayse. – Falei entrando na cozinha e dando de cara com o Caleb.
- Oi. – Ele falou sorrindo. Ele usava a jaqueta preta de couro.
- Bom ver que você saiu do castigo. – Por causa da brincadeira dele e dos meninos ele passou a sexta e o sábado sem sair de casa. Ele e os primos, mas por sorte o Jake o liberou para sair comigo por uma hora na sexta para um encontro. E foi perfeito.
Ele me comprou um urso. Campbell é o nome dele, durmo todas as noites com ele ao meu lado.
- Bom ver você. – Ele disse sorrindo. – Não vai me dar nem um beijo?
Ele disse me deixando envergonhada devido a cara que a Dayse fazia.
- claro. – Me aproximei dele.
Entrelacei meus braços em seu pescoço, ele segurou minha cintura e demos um beijo, demorado e silencioso.
O olhei sem jeito. Sabia que minhas bochechas coravam porque sentia uma queimação na região.
- Seus pais estão em casa? – Ele perguntou.
- Só minha mãe. – Sorri. – Quer falar com ela?
- Claro. – Ele sorriu.
Subimos as escadas. Ela estava sentada na cadeira de balanço olhando pela janela. Na mesinha tinha uma xícara com chá.
- Mãe. – Falei calmamente. – Quero te apresentar uma pessoa.
Ela se levantou usando seu hobbie rosa.
- Ele quem me levou ao Halloween. – Continuei. – Esse é...
- Caleb Hunter. – Ela disse surpresa.
- É... – Olhei para ele que sorria.
- Caleb, você cresceu bastante. – Ela disse carinhosamente.
- E a senhora cada dia mais jovem. – Ele sorriu pegando na mão dela.
- Não, querido. – Ela sorriu. – Eloá, não sabia que você conhecia ao Caleb.
- A gente estuda junto. – Falei sem jeito. Era estranho ver a minha mãe trata-lo tão bem.
- É. – Ele sorriu pegando na minha mão e a beijando.
- Vocês... – Mamãe falou sorrindo e apontando para nós dois.
- Não, não. – Caleb sorriu, e minha mãe fechou a cara para mim. – A gente quer ir com calma, para as coisas darem certo.
- Ah. – Ela sorriu.
- A gente pode ir lá fora? – Caleb me olhou sorrindo.
- Sim. – Antes que saíssemos minha mãe me chamou. Parei e me virei para ela.
- Não perca essa oportunidade. – Ela disse sorrindo.
- Tá. – Sorri sem jeito.
Sai do quarto fechando a porta. O Caleb me esperava encostado na parede.
- Vem ver meu quarto. – Falei pegando na mão dele.
- Sua mãe não vai gostar. – Ele disse tímido.
- Ela não liga. – O puxei, entramos no meu quarto e eu encostei a porta.
Sentamos os dois na minha cama, ele olhava ao redor.
- Imaginava isso aqui mais rosa. – Ele olhou para mim sorrindo. – Campbell.
Ele apontou para o urso atrás de mim.
- É... – Parecia que não tinha assunto. Pelo menos era o que eu queria. Só queria beija-lo. Beija-lo muito e nada mais.
- Escuta. – Ele falou botando uma mexa de meu cabelo atrás da minha orelha. – Tenho que ir levar meus primos em Middleton, você se importa?
- Ah. – Abaixei a cabeça. – Achei que a gente fosse passar o Domingo juntos.
- Se quiser posso cancelar. – Ele parecia não ligar, mas eu não queria ser a namorada controladora. Namorada, ri de mim mesma.
Vocês não namoram, Eloá!
- Não. – Falei sorrindo. – Pode ir. A gente se vê amanha na escola, vou ter a semana toda com você.
- É. – Ele sorriu carinhosamente. Acho que ele se surpreendeu com minha atitude.
Ficamos em silencio, olhei para o chão. Me sentia estranhamente constrangida desde o nosso beijo. Ficava esperando ele fazer algo, não sei.
- Vem cá. – Ele disse me puxando para seu colo.
Fiquei sentada de frente para ele. Mexi nervosa no meu cabelo.
- Senti sua falta. – Ele falou passando o nariz por meu pescoço.
- Eu também. – Falei me arrepiando.
Ele segurou meu rosto e começou a me beijar, suas mãos desceram por minhas costas até minha bunda. Ele a apertou com força e a pressionou forte contra sua pélvis.
Meu corpo inteiro respondia aquilo com arrepios e faltas de ar.
- Gostosa. – Ele sussurrou para mim na pausa dos nossos beijos.
Comecei a rebolar em cima dele. O Caleb parecia saber bem mais do que eu, mas eu precisava mostrar a ele que era boa.
Cessei nossos beijos e ele me olhou com curiosidade.
Puxei minha blusa para cima.
- Alguém pode entrar. – Ele disse rindo.
- Eu não ligo. – Segurei seu rosto e o beijei.
Suas mãos alisavam minhas costas e as puxavam mais para perto dele. Arfei com aquilo.
- Deixa eu te ver. – Ele disse me puxando um pouco para trás.
Ele observou meu corpo, mas não parecia algo apenas carnal, parecia além disso.
- São lindos. – Ele disse passando uma das mãos sobre o meu seio e o apertando.
Ele afastou meu cabelo o jogando para trás. Senti ele abrindo meu sutiã com uma das mãos. Ele o tirou delicadamente o colocando sobre a cama. Ele deslizou seu queixo por minha pele, ergui totalmente minha coluna. Ele começou a beijar meus seios calmamente passando seus lábios até meus mamilos.
Ele começou a fazer círculos ao redor deles. Olhei para cima, mordendo meus lábios. Nunca tinha sentido tamanha vontade por alguém assim. Ele começou a suga-los passou do direito para o esquerdo calmamente.
Olhei para baixo e vi que seus olhos estavam fixos em mim, isso me deixou tímida por causa da minha expressão.
Sorri, mas não pude controlar a carreta ao senti-lo mordiscar meu seio. Ele apertou forte com as mãos e em seguida sorriu despreocupado para mim.
- Acho melhor a gente ir devagar. – Ele disse sorrindo.
O que? Ele chegou até aqui e agora vem pedir calma? Eu entendo que só ficamos duas vezes, mas não parecia justo parar justo agora.
- Tá - Sussurrei.
Ele pegou meu sutiã e o segurou enquanto eu passava meus braços. Em seguida encostou nossos corpos e apoio o rosto em meu pescoço. Ele fechou meu sutiã e depois depositou beijos em meu ombro.
- Linda. – Ele disse me olhando.
- Não acredito que isso tá acontecendo. – Falei passando a mão por sua franja, ele fechou os olhos para sentir meu toque.
- Também não. – Ele sorriu. – Mas to feliz de estar acontecendo.
Sorri. Ele se levantou comigo nos braços e me colocou no chão em seguida.
- Acho melhor eu ir indo. É uma longa viagem. – Ela falou respirando cansado.
- Me liga quando chegar aqui? – Pedi sorrindo.
- Claro. – Ele sorriu e me beijou. – Vesti sua blusa, não quero ninguém te vendo assim.
- Sim, senhor. – Falei sorrindo.
POV Caleb
Estava mais ou menos a 30 minutos na estrada, e ainda faltava um bom tempo até chegar a Milwaukee. Não queria ter mentido para a Eloá, mas não podia contar a ela que vinha até aqui.
Eu achei que fosse me arrepender por ter ficado com ela, mas não, ela parece tão doce e apaixonada. Não carente, apenas apegada. Tenho que ir com calma com ela. Ela não é qualquer uma.
Ela não esta sendo meu jogo nem nada do tipo, mas não podia desperdiçar a chance de saber se poderia dar certo com ela, nem que seja por apenas um mês, mas quero ver se esse sentimento pela Zara é só arrependimento ou se ela realmente é a mulher da minha vida que eu tanto tenho dificuldade de esquecer.
PLAY
Já vai fazer um ano que eu e a Zara terminamos. Nunca pensei que o Natal pudesse ser tão merda.
Flash Back On
Estava sentado na cama, sabia que todos na casa do Connor estavam se divertindo, mas eu não. A musica alta atrapalhava meus pensamentos.
- Andrew. – Zara pediu choramingando. – Fala alguma coisa.
- Cala a boca, Zara. – Falei respirando fundo.
- Eu sinto muito, é só que...
- O que? – Gritei para ela que estava sentada ao meu lado. – Quis saber como era beijar outra pessoa além de mim? O Tyler é meu amigo, merda!
- Eu sinto muito. – Ela disse novamente.
- A quanto tempo? – Perguntei enfurecido.
Assim que a Kate me contou não quis acreditar, mas quando eu vi com meus próprios olhos a Zara se pegando com o Tyler, eu tive vontade de esmurra-lo.
- Drew, isso não impo...
- FALA! – Berrei.
Ela engoliu em seco.
- Faz mais de um mês. – Ela disse. – Mas só ficamos três vezes.
- Só? – Gargalhei.
- Deixa eu explicar...
- Não. – Falei me levantando.
- Se você me desse mais atenção... – Ela disse chorando
- Nossa! – Ri. – A vitima!
- Ou fosse para a igreja comigo – Esse papo de novo. - Ou só frequentasse menos festas.
- Cala a boca! – Pedi com a cabeça latejando por causa da bebida.
- Não. – Ela gritou piorando tudo. - Você vai me escutar.
- Fala! – Gritei de volta.
- Eu estava carente. – Ela disse aos prantos.
- Isso não justifica.
- Ele me dava atenção, me fazia sentir importante.
- E eu não fazia? – Disse descontrolado.
- Mesmo se fosse apenas pena, ele estava ao meu lado e me dava carinho. – Ela gritava
- Pra mim já chega. – Falei dando as costas a ela.
- O que? – Ela me segurou.
- Zara, me deixa. – Pedi bufando.
- É ruim saber que você ficou em segundo, né? – A maquiagem dela escorria por suas bochechas, mas eu não estava nem aí para aquele choro bobo. – Que eu preferi justo o seu melhor amigo! Que você nunca será como o Tyler.
- CALA A BOCA! – Gritei forte.
- Você é um Nada. NADA! – Ela berrou.
- E você? – Gritei novamente. – Sua beata! Vive dentro da igreja, mas na primeira oportunidade me trai. Sua nojenta, estupida! – Comecei a falar sem pensar. – Seu tipo é o pior.
- CORNO! – Ela gritou fazendo as palavras ecoarem em minha mente.
A empurrei contra a parede.
- Repete. – Falei segurando seus braços. – REPETE!
- Corno! – Ela cuspiu as palavras em mim.
Me afastei dela dando as costas. Respirei fundo, tentando me controlar.
- Anjo? - Ela disse. Agora eu sou “anjo” – Me perdoa, por favor.
Ela segurou meu braço e me virou. Foi por reflexo, foi um golpe rápido, não era para machuca-la. Eu juro que não era.
Ela caiu ao chão com as mãos no rosto.
- Zara! – Falei ao perceber a idiotice que eu tinha feito. – Anjo, deixa eu ver.
- Sai daqui! – Ela gritou me empurrando. Pude ver seu nariz escorrendo sangue.
- Não. – Falei inquieto. – Deixa eu te ajudar.
- NÃO! - Ela berrou. – Pra mim já chega! Eu aguentei muito. – Suas lágrimas tinham voltado com força. – Aguentei ser sua qualquerzinha, aguentei vim para esses lugares horríveis cheios de bebedeira. E você conseguiu me infectar, acabei me tornando isso. – Seus nariz escorria sangue, e isso estava me dando agonia.
- Deixa eu cuidar disso. – Tentei me aproximar de novo.
Ela me empurrou e se levantou rapidamente.
- Não me toca! – Ela pediu com as mãos no rosto. – Depois eu te ligo e a gente resolve isso de cabeça fria.
- Zara. – Tentei toca-la.
- Não, por favor! – Ela pediu sem me olhar. – Respeita meu espaço. Me deixa em paz, Caleb.
Ela nunca me chamava de Caleb. Eu percebi nessa frase que ela não iria me ligar e muito menos resolver algo.
Flash Back Off
Eu estava certo, ela não ligou. Eu a procurei no dia seguinte e no outro e no outro. Quando vi já tinha se passado um mês. Ela não conversou a respeito daquilo comigo, nunca. A gente nem se quer terminou, ela só se afastou e aos poucos sumiu.
Acho que se eu tivesse escutado as palavras “esta tudo acabado” eu já tivesse superado, mas não. Eu não sei o que o Zeke ou a Rebecca pensam de mim, mas sei o que meu pai pensa. Ela me acha um maldito covarde imbecil.
Quando eu contei a ele o que tinha ocorrido o seu rosto só possuía decepção. Ele não tinha me criado pra isso. Eu sei que ele sentia que falhou comigo como pai, mas na verdade eu que falhei com a Zara. Falhei como namorado, como amigo, como primo. Falhei de todos os modos possíveis.
As vezes eu sinto que devia pedir perdão a ela, mas acho que ela não me perdoaria.
Eu não me perdoei. Por que ela deveria?
Parei em frente aquela pequena casinha. Com os degraus a frente e a porta de madeira.
Desci do carro e caminhei até a porta, ao apertar a campainha esperei alguém me atender.
- Olá, Bethany. – Falei para a mulher de trinta e poucos anos a minha frente.
- Oi. – Ela me olhou dos pés a cabeça. – Seu amigo tá no quarto, lembra o caminho?
- Lembro. – Sorri e entrei na casa.
Subi as escadas até o andar de cima.
Ele estava deitado na cama lendo algum gibi bobo. Bati na sua porta de leve e ele me olhou surpreso.
- Caleb? – Ele se levantou e tocou em minha mão feliz. – Achei que só fosse aparecer aqui após o Natal.
- Eu também. - falei tímido. – Gibi legal?
- O Doug me emprestou para passar tempo. – Ele revirou os olhos. Doug é filho da Bethany, e cá entre nós, é mimado pra caramba.
- A gente precisa conversar. – Disse sério.
- Fala. – Ele disse dando espaço para eu entrar no quarto.
- Você precisa voltar para Westport. – Engoli em seco. – Acho que eu to gostando da Eloá, TJ.
Ele me olhou com fúria nos olhos. O nosso acordo não tinha sido eu gostar da irmã dele.
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